2.3 PLANO DE AÇÃO

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— Alguém pediu um esquadrão de melhores amigos gostosos ao ponto? — Victor disse, assim que eu abri a porta. Ri, dando passagem para que eles entrassem.

— Bom, e por que nós estamos aqui, exatamente? — Mirzan perguntou, jogando-se na poltrona onde normalmente eu sentaria. Revirei os olhos, um sorriso teimoso no rosto por conhecer bem demais o jeito implicante da minha amiga, e optando por não dizer nada daquela vez.

— Porque eu resolvi aceitar a proposta da Zara. — Revelei, sem delongas.

— Oba! Comemoração! — Adhara batia palminhas, os olhos fechados, tamanho era seu sorriso.

— Na verdade, eu queria ajuda. Eu não faço ideia de como fazer isso. — Suspirei, caminhando até onde eles estavam para poder olhar no rosto de todos ao mesmo tempo, e ver se uma luz me acometia.

— Ah, querida, não tem nenhum segredo, né? Sai, dá, volta pra casa e escreve. Não é uma receita de bolo muito complicada. — Victor esnobou, e Mirzan maneou a cabeça, como se concordasse.

— Ai, Victor, pare de ser tão bicha má por um momento e me ajuda aqui. — Reclamei, desdobrando a lista e colocando em frente à eles na mesa de centro.

— E você também, Mi, para de ser tão rabugenta. — Adhara brigou, as pequenas mãos na cintura. — Liga não, Becca, é recalque porque você vai ter doze bofes aos seus pés e eles não pegam nem resfriado há semanas. — Me tranquilizou, sempre tão justa. Os outros dois fecharam a cara, bufando, e logo Victor tinha a lista nas mãos, analisando.

— Acho que você precisa se adequar a cada cara. Sabe, ser safada quando for necessário e santinha quando for prudente. — Disse, gesticulando.

— Sim, não precisa dar pra todos eles, até porque alguns vão valorizar mais o tipo recatada. Você vai precisar saber um pouco mais de cada um para já ir pro encontro com uma estratégia em mente. — Mirzan sugeriu, dando de ombros.

— E você devia evitar contatar eles nas redes sociais mencionando que estudaram juntos. Primeiro que é brega, coisa de velho, e segundo que pode ser que eles não se lembrem de você. Se for o caso, e pelo que você disse, eles são gatos demais para darem bola a uma desconhecida na internet. — Victor disse, me olhando de baixo como se suspeitasse que esse era mesmo meu plano de ação.

Parou, vai. Era o único meio de comunicação com eles que eu tinha, e a minha única carta na manga!

— Então como eu acho eles? — Resolvi perguntar, afinal, vai que eles tinham alguma ideia miraculosa.

— Você vai precisar dar um jeito de encontrar com eles na rua, no trabalho, em algum restaurante... Tem que ser casual e sem querer. — Meu melhor amigo constatou, repuxando os lábios. Como diabos eu ia fazer aquilo?

— É, e aí você joga seu charme e parte pra cima. — Mi completou, estalando os dedos para provar seu ponto.

Aham, como se fosse fácil assim.

— Acho, só acho, que as minhas habilidades de stalker não vão ser suficientes. — Comentei, derrotada, me jogando no sofá ao lado de Victor, que me ofereceu um carinho na cabeça.

— Não fica assim, amiga. Tenho certeza que você vai pensar em algo. — Adhara me confortou, segurando minhas mãos.

Eu precisava pensar mesmo, porque agora não tinha mais volta. Não só eu já tinha aceitado, mas eu era teimosa demais para desistir de algo só porque parecia difícil.

Amor&SexoWhere stories live. Discover now