Capítulo 11 - Conversas

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O Anjo havia se acomodado ao meu lado no sofá em uma postura rígida e impecável:

- Antes de ser vítima da imcompetência de meus servos  você acreditava em Céu e Inferno?

- Eu acreditava em demônios. 

- Não use essa nomenclatura aqui. - ele falava em um tom suave e doce. - As almas podem se ofender, mesmo aquelas que fazem parte das missões no seu mundo.

- Como eles preferem ser chamados?

- Pelo nome. Aqui todos são almas que já passaram pelo mundo mortal, agora estão desfrutando de seu repouso eterno.

- Nada de Apocalipse? - fiz uma xpressão exagerada de surpresa.

- Como já citei anteriormente, já tive alguns ideais que considero ultrapassados, mas isso não é um assunto para um contato tão breve como o nosso. Quem sabe com o tempo...

Olhei para ele curiosa, Lúcifer parecia deixar as frases soltas no ar propositalmente, como se criasse uma situação da qual eu não gostaria de sair antes de compreender cada detalhe.

Era fato que sempe fui muito curiosa, talvez O Anjo tivesse percebido essa característica, o que significava que poderia usar contra mim. Era melhor que evitasse ttantas peguntas.

Ele me observou com intensidade:

- Meus servos não foram obrigados a vir para meu Reino, não são apenas pessoas más ou boas, são aqueles que fizeram uma escolha em vida.

Lúcifer cerrou os punhos por um instante e continuou:

- Não vou negar que existem almas aqui que em sua curta passagem pela Terra foram terrivelmente cruéis, mas isso também faz parte de um passado distante.

- Você fala como se todos aqui fossem iguais.

- Após a morte os humanos são liberto das amarras mortais, leva algum tempo até que compreendam isso por completo, mas cada vez tornam-se almas mais evoluída. Não sentem necessidade de serem mais ou menos, de terem mais ou menos, apenas querem o que pode promover bem estar.

Ele olhou através da janela e deixou seus pensamentos se perderem por alguns minutos:

- A vida eterna é um fardo quando não se encontra equilíbrio, as vezes invejo a paz que as almas conseguem obter com o tempo, isso nunca me será permitido. - O Anjo fitou o horizonte pela janela. - Ainda sou refém de meus pensamentos, sentimentos e emoções... Assim como você.

- Eu?

- Sim, você ainda está viva, lembra-se? - ele piscou.

Nós dois rimos e ele continuou em sua voz adocicada:

- Cada uma dessas almas sente-se bem com alguma coisa, pequenos trabalhos e satisfações do dia a dia. Nós buscamos deixá-los livrers para assumir as atividades que condizem com seus desejos.

- É sério que algumas almas sentem-se bem em limpar um castelo?

Uma sonora risada tomou o ambiente e eu senti meu rosto corar. Os olhos de Lúcifer brilhavam quando ele voltou a me encarar:

- Não é o funcional do trabalho, mas os benefícios secundáios que ele permite. Usando seu exemplo, as almas que trabalham aqui gostam do luxo de morarem no castelo, já outras são fascinadas pela proximidade que estabelecem comigo, talvez por segurança, talvez por curiosidade.

- É uma forma inteligente de se organizar. - concluí.

- Eles desempenham suas atividades como um meio de alcaçarem seus objetivos, ninguém aqui precisa sofrer, o tempo de uma vida mortal faz parte de um passado muito mais distante do que se pode imaginar.

Imortal - As Sombras (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now