Capítulo 16

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Hoje todas as minhas versões sentam ao redor da mesa e se dividem entre bebidas coloridas com vodka e leite quente com chocolate. Mesmo com toda diferença de personalidade elas conseguem concluir o quão estou perdida... Completamente assustada... Sem proteções...
De coração entregue à você.

Autora : Fernanda Rezende

Meu cérebro acorda ao som do meu alarme e toda minha alma xinga em reprovação sentido cada parte do cansaço dos últimos dias ainda correndo pelas minhas veias.

Obrigo meus olhos a se abrirem e sinto meu corpo doer pela posição torta que eu dormi. Me reviro na cama, só preciso de mais cinco minutos! Bato na tela do celular, tateando até conseguir fazer ele parar de gritar.

Eu posso faltar? Talvez eu consiga um atestado! Posso comprar um com aquele amigo sinistro que Anny conheceu na época de faculdade e que provavelmente hoje é um criminoso desses de esquina.

Não Eduarda... Mentir doença é crime, a última desgraça que está faltando para ser a cereja do seu bolo de coisas ruins é ser presa!

Não que eu esteja andando super na linha pra evitar isso, mas de toda forma é sempre bom ficar longe de problemas.

Inspiro profundamente tomando coragem. Já são seis da manhã. Na verdade olhando no relógio da parede noto que já são 6:07. Estou à 7 minutos em negação na cama.

E só tem uma coisa que eu posso fazer pra salvar esse dia e respeitar todas as pessoas que precisam ser atendidas por mim no trabalho. Respiro fundo fecho os olhos e então...

Rolo para o lado com um resmungo.

Poft... O bague do meu corpo com o chão me acorda mais que a dor em si. Mas não posso esquecer da ajuda do chão frio no processo de despertar.

Ouço um latido seco e preucupando no fim do corredor em resposta a minha vergonha. Então lembro dos meus visitantes e espero não ter acordado Theo, mas me atirar no chão era a única saída para me fazer levantar, já que a cama estava tão quentinha.

Ergo meu corpo sem me importar com meu estado e vou me arrastando até o banheiro tomar um banho.

Entro e ligo o chuveiro a água quente cai pela minha cabeça molhando meus cachos, enquanto fecho meus olhos tentando relaxar.
Eu poderia tirar um cochilo tranquilamente aqui, meus olhos se fecham e posso ver as primeiras imagens de um possível sonho se formando na minha mente enquanto minha cabeça apoia na parede úmida.

Estava quase viajando pra Nárnia quando começei a sentir um cheiro peculiar e conhecido. Meu cérebro leva uns bons segundos processando o que é, até que meus olhos abrem em desespero e eu olho para cima, vendo a fumaça preta saindo.

Droga eu não mandei arrumar o chuveiro!

Porr@ Eduarda!

Um estalo feito o de uma bexiga estourando sai do chuveiro, me fazendo soltar um grito involuntário e apavorado. Pego o resto das minhas forças saio correndo! E minha nossa como um chuveiro em chamas é capaz de me despertar rapidamente, meu cérebro agora está a mil por hora.

Sinto um mini infarto no peito e quando percebo já estou do lado de fora do banheiro, esbarrando em algo forte e assustado, não me atendei a nada, apenas o abracei o mais forte que pude e me protegi como a adulta sensata que sou.

- O BANHEIRO VAI EXPLODIR! Foi só o que consegui pronúnciar enquanto me escondia atrás de um braço forte, quase entrando em seu suvaco.

- Tudo bem, calma. Eu vou desligar. E então calmamente ele me afastou do seu corpo e quando viu que eu estava bem e provavelmente não iria desmaiar, ele foi rapidamente até o chuveiro e o desligou, com toda sua coragem e destreza dignas de um super herói.

Meu Querido, FODA-SEWhere stories live. Discover now