Capítulo 15

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Se apaixonar é uma das coisas mais estúpidas que um ser humano pode fazer, mas o amor é lindo! Quem pode negar uma dose dele?

Autora: Fernanda Rezende

As batidas do meu coração disputavam uma corrida insana com o número de gotículas de suor que surgiam na minha mão, agora gelada. Metade  do meu cérebro estava em alerta e a outra metade estava numa explosão de alegria insana.

Uma ansiedade que a muito tempo eu não sentia foi tomando conta do meu corpo. Nesse momento a única coisa que consigo pensar é no fato dele estar andando pelo meu apartamento e ser absolutamente impossível não reparar sua presença. Ele é grande e forte, comparado ao meu apartamento pequeno e frágil.

- Bem é isso! Coloco as mãos na cintura puxando o ar e então repito item por item. - Cozinha, sala, banheiro e quarto. Acho que te mostrei tudo.
Deixo minha voz calma tentando não transparecer nervosismo ao terminar nosso rápido passeio pelo apartamento, limpando minhas mãos suadas na calça.

Observo suas mãos irem calmamente até o bolso da sua calça jeans preta e seu olhar correr todo o ambiente de forma atenta.

Não consigo aguentar o silêncio e solto minha língua.

- Eu sei que isso aqui não é nem do tamanho do seu antigo quarto, mas da pra sobreviver e é aconchegante.

Seus olhos azuis param sobre os meus com uma intensidade meiga de carinho.

- Eu não estou reclamando, só tenho a agradecer pelo que você fez por mim. A voz dele sai grossa e firme, me fazendo ter certeza de que ele está falando a verdade e não apenas sendo gentil.

Antes que pudesse responder, a distância que existia entre nós foi cortada com passos rápidos demais e sem mais nem menos, me encontrei dentro de um abraço quente e firme, com o poder de  fazer minha mente parar.

Foram os 5 segundos mais longos que me lembro de viver, quando meu afastei do seu corpo quente, ainda podia sentir as batidas calmas do seu coração  ecoando na minha mente.
- Obrigado.

Seus olhos brilhavam, eu sabia que ele estava sendo sincero, eu podia ver isso bem ali... No fundo dos seus olhos azuis e me surpreendeu que eu pudesse ler tão facilmente seus sentimentos.

- Para, não foi nada demais, eu sempre faço isso com as pessoas que eu atropelo... Já é um protocolo! Brinco quebrando o clima sentimental que se formava e ele solta no ar em uma risada aguda e gostosa, como quem concorda que talvez isso seja realmente possível.

- E eu me sentindo especial por ser o seu primeiro!

- Eiii... Dou um tapa de leve em seu ombro. - Todos tem um espaço especial no meu coração! Ele riu da minha piada e em seguida cruzou os braços pensativo.

- Bem, analisei seu apartamento e sei que posso te ajudar a arrumar bastante coisas por aqui. Não custa fazer uns reparos, enquanto arrumo um advogado pra resolver minha vida.

Olho espantada pra ele.

- A meu Deus... Você não é um play boy?!

Digo de forma automática pensando no quão ele parecia um florzinha mole, que não fazia nada além de cuidar dos músculos, nunca me passou pela cabeça a imagem desse homem desentupindo uma pia ou lixando uma parede.

- Não, não sou. Ele ri. - Eu acho que você vai ficar surpresa em saber que eu não tinha empregados pra limpar a minha bunda. Solta irônico fazendo uma careta.

-Mesmo? Questiono debochada.

- Claro que sim, só pra dar descarga. Acrescenta debochado. – Odeio o desgaste emocional que gera apertar o botão. Além disso eles podem analisar minha obra de arte e dar detalhes para meu nutricionista super caro de como anda a saúde das minhas fezes.

Meu Querido, FODA-SEWhere stories live. Discover now