Você tem coragem de me dar a mão e ir em direção ao abismo comigo? Porque só assim vou saber que você me ama...
Autora: Fernanda Rezende
Eu queria dizer que fui uma jovem adulta, sensata e responsável, que virei as costas e fui embora sem olhar para trás. Consciente de que estava tirando a minha bunda de uma possível noite na cadeia.
Mas não foi essa a minha escolha... Gostaria de culpar meu instinto de aventura natural que é guiado pela minha versão interior porr@ louca. Mas a verdade agitava é corria quente no meu sangue. O que me fez ficar foi aquele olhar... Droga... Não consigo deixar de ajudar uma pessoa que precisa.
Sou culpada por ter um bom coração!
E o olhar de dor dele partiu meu coração de manteiga, aquele homem ali na minha frente... Complementarmente fragilizado com as mãos nos bolsos, totalmente perdido... Me fez ficar.
- Tudo bem vamos pegar a Tati. Olhei para o grande imóvel de dois andares... Qual a janela? A expressão que ele fez com a minha resposta deixou transparecer que ele não esperasse que fosse tão fácil me convencer.
E tenho que confessar que estou até empolgada, deve ser a adrenalina!
Continuei encarando as janelas lindas e grades, aguardando ansiosamente para saber por qual delas eu iria entrar de maneira sorrateira.
Eu assisti Indiana Jones, agora é o meu momento de brilhar!
Senti suas mãos quentes tocando meu braço protegido pela sua blusa e me puxando para um abraço de urso inesperado.
- Obrigado... Sua voz rouca saiu próxima ao meu ouvido me fazendo arrepiar, pude sentir a gratidão daquele homem num simples gesto.
Me afastei sem graça... Demonstrações de carinho não são tão o meu forte. Já foram... Hoje faço mais a linha durona.
Dei um leve tossida pra imendar o assunto sem tantos constrangimentos.
- Vamos grandão, antes que chamem a polícia pra gente. Ri e ele me acompanhou com um olhar de quem esperava que isso não acontecesse.
- Vem por aqui, só me seguir.
Ele me puxou para os fundos da casa, o que demorou uns três minutos de caminhada. Então ali entre um pé de Ipé amarelo e várias outras árvores que eu não sabia identificar exatamente quais eram, havia uma janela, não muito alta, uns dois metros e meio do chão. Era relativamente pequena e estreita e eu entendi porque só eu conseguiria passar.
- É aquela... Eu acho que você consegue. Seus olhos me fitaram de cima a baixo e não soube dizer se aquilo foi uma forma de insentivo ou meramente ofensivo.
- Então deixa eu ver se eu entendi... Encarei a janela precionando instintivamente as mãos nos bolsos da calça jeans,deixando meu corpo ir pra frente e pra trás em busca de coragem. - Eu entro por aquela janela? Suponhando que tudo de certo... Qual o próximo passo? Questionei o encarando.
Ele passou as mãos no cabelo, nitidamente não tinha pensando nisso, até que finalmente seus olhos se acenderam e ele respondeu como um maestro experiente.
- Todas as janelas da casa se abrem por dentro, menos essa que você vai entrar. Eu vou te ajudar a entrar, quando estiver dentro você vai subir as escadas e abrir aquela janela. Ele apontou pra uma janela enorme que estava a uns bons 6 metros do chão.
Fitei a altura e depois cruzei meus braços.
- Você vai conseguir subir tudo isso?
- Já escalei várias vezes por aquela árvore ele apontou uma grande árvore cheia de folhas que caiam como se fossem uma cascata. Um dos seus galhos terminava praticamente encostado nela, facilitando o plano de Theo, se realmente ele conseguisse escalar aquela árvore.
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Meu Querido, FODA-SE
Teen FictionPrêmios: 15° Literatura Feminina (22/03) Amadurecer é um processo um tanto quanto complicado. E a vida não da à ninguém um manual de instruções sobre qual o melhor caminho a seguir. E quando se é protegido ao extremo em uma bolha familiar, esse p...