Capítulo 10

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Você tem coragem de me dar a mão e ir em direção ao abismo comigo? Porque só assim vou saber que você me ama...

Autora: Fernanda Rezende

Eu queria dizer que  fui uma jovem adulta, sensata e responsável, que virei as costas e fui embora sem olhar para trás. Consciente de que estava tirando a minha bunda de uma possível noite na cadeia.

Mas não foi essa a minha escolha... Gostaria de culpar meu instinto de aventura natural que é guiado pela minha versão interior porr@ louca. Mas a verdade agitava é corria quente no meu sangue. O que me fez ficar foi aquele olhar... Droga... Não consigo deixar de ajudar uma pessoa que precisa.

Sou culpada por ter um bom coração!

E o olhar de dor dele partiu meu coração de manteiga, aquele homem ali na minha frente... Complementarmente fragilizado com as mãos nos bolsos, totalmente perdido... Me fez ficar.

- Tudo bem vamos pegar a Tati. Olhei para o grande imóvel de dois andares... Qual a janela? A expressão que ele fez com a minha resposta deixou transparecer que ele não esperasse que fosse tão fácil me convencer.

E tenho que confessar que estou até empolgada, deve ser a adrenalina!

Continuei encarando as janelas lindas e grades, aguardando ansiosamente para saber por qual delas eu iria entrar de maneira sorrateira.

Eu assisti Indiana Jones, agora é o meu momento de brilhar!

Senti suas mãos quentes tocando meu braço protegido pela sua blusa e me puxando para um abraço de urso inesperado.

- Obrigado... Sua voz rouca saiu próxima ao meu ouvido me fazendo arrepiar, pude sentir a gratidão daquele homem num simples gesto.

Me afastei sem graça... Demonstrações de carinho não são tão o meu forte. Já foram... Hoje faço mais a linha durona.

Dei um leve tossida pra imendar o assunto sem tantos constrangimentos.

- Vamos grandão, antes que chamem a polícia pra gente. Ri e ele me acompanhou com um olhar de quem esperava que isso não acontecesse.

- Vem por aqui, só me seguir.

Ele me puxou para os fundos da casa, o que demorou uns três minutos de caminhada. Então ali entre um pé de Ipé amarelo e várias outras árvores que eu não sabia identificar exatamente quais eram, havia uma janela, não muito alta, uns dois metros e meio do chão. Era relativamente pequena e estreita e eu entendi porque só eu conseguiria passar.

- É aquela... Eu acho que você consegue. Seus olhos me fitaram de cima a baixo e não soube dizer se aquilo foi uma forma de insentivo ou meramente ofensivo.

- Então deixa eu ver se eu entendi... Encarei a janela precionando instintivamente as mãos nos bolsos da calça jeans,deixando meu corpo ir pra frente e pra trás em busca de coragem. - Eu entro por aquela janela? Suponhando que tudo de certo... Qual o próximo passo? Questionei o encarando.

Ele passou as mãos no cabelo, nitidamente não tinha pensando nisso, até que finalmente seus olhos se acenderam e ele respondeu como um maestro experiente.

- Todas as janelas da casa se abrem por dentro, menos essa que você vai entrar. Eu vou te ajudar a entrar, quando estiver dentro você vai subir as escadas e abrir aquela janela. Ele apontou pra uma janela enorme que estava a uns bons 6 metros do chão.

Fitei a altura e depois cruzei meus braços.

- Você vai conseguir subir tudo isso?

- Já escalei várias vezes por aquela árvore ele apontou uma grande árvore cheia de folhas que caiam como se fossem uma cascata. Um dos seus galhos terminava praticamente encostado nela, facilitando o plano de Theo, se realmente ele conseguisse escalar aquela árvore.

Meu Querido, FODA-SEWhere stories live. Discover now