Capítulo 14

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Escolhas, se você soubesse as consequências ainda seriam simples escolhas?

Fernanda Rezende

Meus neurônios brigavam na minha mente tentando processar tudo e controlar uma onda de sentimento que vinha de algum lugar mais profundo. E foi quase que de forma automática que a pergunta saiu pela minha boca em um tom preucupando.

  - Você tem onde ficar? A casa de um amigo ou namorada?  Senti um frio correr pela espinha e todo meu compor se tensionar,  sabendo que  estava indo por um caminho perigoso.

- Não... Eu passei os últimos anos tendo como amiga minha mãe, não saia do lado dela. Acabei não estreitando amizades. Ele deu um sorriso fraco.

- Além de que eu nunca fui de ter muitos amigos, meu padrasto que não me deixava levar ninguém na casa dele, muito menos permitia que eu ficasse saindo ou indo em clubes... Seu rosto ganhou um ar natural como se aquela verdade já não o incomodasse como um dia deve ter incomodado.

   - E quanto a namorada... Eu conheci uma garota no último ano de faculdade, ficamos próximos e ela vinha me visitar ocasionalmente quando minha mãe começou a morar comigo, mas no final, digamos que ela preferiu ficar com o irmão rico, assim que ela soube que perdi tudo ela me contou que estava tendo um caso com meu irmão... Por isso a cena no hospital.

 Fiquei em silêncio o encarando nos olhos... Era impossível não sentir empatia por ele, realmente a vida daquele homem estava em ritmo de Titanic, afundando com os músicos tocando ao fundo.

Mas uma vez meu cérebro nadava no mar de informações, tentando fazer o tico e teco buscar a saída mais coerente.

A única opção disponível, me colocava em um grande cheque mate com a minha razão! Mas, eu sei que eu nunca fui de decidir nada sem usar o meu coração, e era ele que estava tomando a frente agora. Mandando um belíssimo  fod@-se para coerência e racionalidade.

 E realmente, não posso simplesmente virar as costas e desejar boa sorte, já estou muito envolvida nessa história.

Se eu cheguei até aqui, depois de atropela-lo, invadir uma casa de luxo e saber um pouco de quem ele é. Eu simplesmente não vou embora... 

Me dói o coração só de pensar em deixá-lo na rua, ainda mais depois de ouvir essa história, de olhar tão fundo dentro dos seus olhos e conseguir ver uma bondade tão boa e real ali.

Eu simplismente não podia, era essa a briga do meu coração com a minha razão.

A segunda coisa que me veio na cabeça como um alerta imediato era o que iriam pensar de mim se eu levasse um estranho pra casa?
  
Os comentários prováveis seriam os de sempre, e isso iria contra tudo que eu estava tentando provar a mim mesma. Que sou responsável e consigo ser uma mulher independente e não mais a filhinha do papai e da mamãe, impulsiva e que se mete em confusões.

Mas ser adulto é sobre tomar decisões difíceis não é mesmo ? Agora não tem mais ninguém pra me dar sermão... Porém o peso das consequências é todo meu!

Eu juro que isso estava pensando dentro de mim, mas a primeira coisa que gritava na minha mente era um leve "Dane-se" vou seguir o que acho que devo seguir. Nunca fui te der rédea ,não ia ser agora que teria!

 Antes mesmo que eu pudesse concluir meu pensamento minha boca se abriu dizendo baixo e carinhosamente, o que meu coração guiava. Sem desviar meus olhos do seu.

- Vem ficar comigo então? Senti o peso do seu olhar me encarou firme e com tanta intensidade, que por um segundo posso jurar que me perdi em seus  mar azul.

Meu Querido, FODA-SEWhere stories live. Discover now