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Taeyong movia o quadril lenta e intensamente, impulsionando-se para frente com mais força a cada investida contra o corpo do Jung que estava de quatro para si. Ele gemia alto e pedia por mais, agarrando os lençóis com força e apertando os olhos. Taeyong sorria malicioso, os fios rosados grudados na testa suada, as duas mãos segurando firmemente o quadril de Jaehyun que tentava manter o corpo naquela posição.
Em um gemido rouco, quase que um rosnado, Taeyong chegou em seu limite, cerrando os dentes e desferindo um último tapa na lateral da coxa já vermelha do outro que resmungou descontente.
Se deixou cair sobre Jaehyun, ainda ondulando o quadril e aproveitando as sensações pós-orgasmo que tanto apreciava. Levou uma das mãos até os cabelos rosados do Jung enquanto a outra estava ocupada em apertar e arranhar a coxa do mesmo. Puxou os fios com certa força e mordeu o lóbulo macio, percorrendo com a língua a pontinha da orelha e sugando. Jaehyun gemeu alto pelo puxão e fechou os olhos com força, arfando enquanto sentia o orgasmo cada vez mais próximo.
Taeyong parou de movimentar o quadril, percorrendo o pescoço suado do outro com a língua.
– Termina pra mim, Tae – pediu em tom manhoso, quase que chorando para que o outro voltasse a se movimentar – Por favor…
– Ah, você é capaz de implorar muito mais que isso – Jaehyun bufou frustrado e Taeyong riu em seu ouvido.
– Você é cruel, Taeyong.
– A vida é cruel – corrigiu – Eu só faço meu papel.
– Para de rimar e me fode logo – se tinha uma certeza na vida, era que não tinha interesse algum nos papos estranhos que o Lee começava na hora do sexo.
Ele riu uma última vez e levantou o corpo, trazendo o quadril do Jung com força para perto do seu novamente, fazendo-o ficar de joelhos e o invadindo lenta e provocativamente, logo começando a se movimentar mais rápido, ouvindo o corpo do outro bater contra o seu e voltar a reagir aos poucos.
Taeyong sorria satisfeito ao ouvir os arfares e suspiros do outro que cresciam a cada estocada sua, diminuindo a velocidade quando o Jung estava quase chegando em seu limite, fazendo-o resmungar em meio a grunhidos sofridos.
Taeyong era cruel muitas vezes e sabia disso. Sabia porque gostava. E gostava simplesmente porque gostava. Não era como se tivesse tido uma vida difícil que tivesse o induzido a ser um pouco ruim as vezes, ele apenas sentia prazer em se tornar a própria personificação de um Alex de cabelos rosados naquela pseudo distopia que era o ambiente da cidadezinha onde vivia, mais do que digna de Laranja Mecânica.
O único que conseguia suavizar um pouco o garoto era Jaehyun, que depois de tantos anos de convivência, se acostumara com o jeito nada constante dele. E por mais que dissesse a si mesmo que iria se distanciar do Lee e voltar a normalidade - sem encrencas, bebida, correria e sexo - sempre acabava se rendendo facilmente ao mesmo.

Jaehyun gemeu alto uma última vez a apertou os lençóis até os nós dos dedos ficarem brancos. Gozou a porra toda, deitando logo em seguida, tamanho o cansaço. Taeyong deitou ao seu lado de barriga para cima, observando o Jung que tentava controlar a respiração pesada. Os fios rosados caíam bagunçados pelo rosto suado e ele tinha os olhos fechados, subindo e descendo o corpo contidamente pelo cansaço.
Taeyong apoiou as mãos atrás da cabeça e se deitou mais confortavelmente, observando o pó voar contra o sol e as caixas ainda abertas que já guardavam todos os seus pertences.
Jaehyun virou o corpo e se aproximou do Lee, o abraçando e aproximando o rosto carinhosamente do seu pescoço, encolhendo o corpo junto ao seu. Taeyong se afastou antes que pudesse se aninhar, levantando da cama e buscando pelas roupas que haviam sido jogadas por todos os cantos do quarto já praticamente vazio.
– Por que você é assim? – o Jung perguntou chateado, abraçando o travesseiro e apenas querendo que fosse Taeyong ali consigo, lhe beijando e dizendo algumas palavras doces como seus lábios.
– Por que você fica tão grudento depois de transar? – o Lee perguntou de volta, vestindo a calça jeans e os tênis.
– Hm, por que você finge não se importar quando na verdade quer vir aqui e me beijar carinhosamente? – Jaehyun sentou na cama, ainda nu e com vontade nenhuma de se vestir.
– Por que você é tão convencido? – Taeyong perguntou sorrindo, abandonando a camiseta que ia vestir e se aproximando da cama.
Apoiou o joelho no colchão macio e encarou o Jung que também o observava.
Taeyong ficava ainda mais belo com a calça jeans velha justa nas pernas e o tronco nu, realçando o abdômen e os braços definidos por conta da luz que adentrava a janela, cobrindo o garoto com pequenas partículas de pó que brilhavam assim como seus fios rosados caídos sobre os olhos intensos. Um olhar que via a alma e não tinha calma alguma. Olhar impenetrável, pérfido, vista rascante. Hegemonia natural. Taeyong era adrenalina na veia, um carro em alta velocidade e seguro de si, mas nem um pouco mecânico. Taeyong fluía. Ele existia, mas não via propósito algum no comum, na ordem, na cadeia alimentar. Ele era o leão e o rato. Um pico alto e perigoso, um mar sereno e profundo. E era nesse mar que Jaehyun muitas vezes naufragava, não tendo controle sobre a água que entrava e esperando por uma bóia que nunca vinha. Inconstante.
Jaehyun se ajoelhou e dedilhou sobre a coxa do outro, seguindo com os dedos até o abdômen que arranhou levemente antes de envolver a cintura fina e erguer o corpo, unindo os lábios aos de Taeyong em um beijo molhado e lento.
O Lee logo se inclinou sobre seu corpo, ficando entre suas pernas e continuando o beijo caloroso, rápido e feroz. Passeou com as mãos pelo corpo do Jung, ouvindo-o suspirar prazeroso no decorrer do beijo, completamente entregue aos toques e aos lábios macios de Taeyong. Doces. Muito diferentes de suas palavras e atos. Quase como se pertencessem a um outro Taeyong
Jaehyun já começava a se sentir novamente excitado pelas carícias do outro, principalmente pelo fato de o garoto continuar a estimula-lo lá embaixo, fazendo-o acender.
O Lee já estava cogitando se livrar da calça jeans incomoda quando um grito vindo do piso debaixo chamou a atenção dos dois.
– LEE TAEYONG DESCE COM AS CAIXAS AGORA! – a voz da madrasta retumbou, fazendo os garotos ficarem imóveis, olhando em direção a porta, mesmo que não corressem perigo algum de a mulher entrar ali. Seria muito esforço subir as escadas.
– Vamos – Taeyong balbuciou, se distanciando do outro.
– Ah, volta aqui – Jaehyun pediu, segurando sua mão e lhe puxando novamente para perto – Vamos curtir mais um pouco.
– Não – negou firme, puxando a mão e vestindo a camiseta que estava jogada em cima de uma cadeira – Temos que descer.
Jaehyun suspirou derrotado e se levantou, indo ao banheiro que ficava no quarto e lavando o rosto antes de se vestir.
Cada um pegou duas caixas, as últimas que restavam, e desceram.
A mulher estava terminando de colocar as caixas na grande caminhonete enquanto o pai havia ido tentar convencer os policiais a esquecerem os relatórios e tudo aquilo que haviam encontrado em meio aos escombros da escola. Se tivesse sorte, apenas alguns cheques seriam preenchidos, nada que o fizesse gastar demais. Os policiais dali não eram muito caros.
– Por que demorou tanto, seu idiota? – ela perguntou, limpando o suor da testa com cuidado para não borrar a maquiagem – O que 'tavam fazendo?
– Não é da sua conta – respondeu, indo até a caminhoneta e deixando as caixas lá dentro.
Jaehyun fez o mesmo, deixando as caixas e se curvando para a madrasta do Lee, cumprimentando-a de forma contida.
– O que esse garoto 'tá fazendo aqui? – ela perguntou, fechando a abertura do automóvel e tirando um cigarro da bolsa de grife com certa dificuldade pelas mãos trêmulas – Já falei pra não trazer ninguém pra cá. Ainda mais o filho daquela puta…
– Se você falar mais alguma coisa, eu apago esse cigarro na sua boceta – Taeyong falou sério, se aproximando e tomando o cigarro manchado de batom dos dedos finos da mulher – Vadia.
Taeyong deu as costas, deixando a madrasta de boca aberta para trás e puxando Jaehyun junto consigo para fora daquele ambiente sufocante.
Assim que chegou na porta, parou, voltando-se para ela novamente.
– Fale pra ele que não vou com vocês – disse antes de sair.
Seguiram pela calçada em direção ao parque. Taeyong tragou uma vez o cigarro e passou para Jaehyun que negou. O Lee continuou fumando, olhando de soslaio para o outro que sorria até demais para o seu gosto.
– Por que 'tá sorrindo tanto? – perguntou, tentando fazer anéis de fumaça que não se formavam direito pelo vento contrário – Eu não falei aquilo por você, eu só queria que ela calasse a boca.
– Por que você não confessa logo que se importa comigo? – Jaehyun murmurou, rindo soprado.
– Você parece uma mulherzinha, Jung – Taeyong riu seco – Pare de agir assim.
Jaehyun engoliu em seco e logo não se via mais nenhum sorriso em seu rosto.

Jung Jaehyun não gostava nem um pouco de cigarro. Abominava aquela droga desgraçada, tal que havia praticamente arruinado sua família, para falar a verdade. Mas era diferente quando se tratava de Taeyong. Porque tudo que envolvia o garoto parecia pelo menos dez vezes melhor ou vinte menos insuportável para si.
Sentir o gosto do fumo diretamente da boca do Lee era uma das melhores sensações da vida, mesmo que, repetindo, não gostasse nem um pouco de cigarro.
Taeyong afastou os lábios tão rápido quanto os uniu aos do Jung naquele beijo molhado e com gosto prevalente de nicotina.
Jogou o toco que restara do fumo no lago e apoiou as mãos atrás da cabeça, observando o céu azul acima dos dois.
– Onde vai ficar? – Jaehyun finalmente perguntou, deitando-se de lado na grama para poder observar o rosto do garoto que tinha os olhos perdidos nas nuvens claras.
– Com você, docinho. Pra todo o sempre.
Taeyong ficou na casa de Jaehyun naquela semana.
Na próxima recebeu a notícia de que os pais haviam sido presos quando tentavam embarcar em um vôo para a Suíça.
No lugar da escola começaram a construção de algo parecido com um hospital.
Viram Donghyuck uma vez, ele estava em uma cadeira de rodas e era empurrado por Jeno no parque ao lado do lago.
Jaehyun não soube como se sentir a respeito, mas Taeyong falou algo como "deve ser como ter um pau e não poder transar".
Mark não passava de uma lembrança distante para todos.
Taeyong e Jaehyun pintaram o cabelo de preto e começaram a frequentar uma escola do outro lado da cidade. Se pegavam na sala de artes e as vezes destruíam o carro de algum professor.

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número de palavras: 1820

cool kids | markhyuckOnde as histórias ganham vida. Descobre agora