cool kids | markhyuck

guerra

att dupla pq fiquei mt tempo sem dar as caras
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- Onde você esteve ontem? - Jeno perguntou quando estavam tomando café da manhã, aparentemente o único horário no qual realmente conversavam.
- Fui na casa de um amigo - Donghyuck respondeu, mordendo o miolo da maçã - Trabalho de história.
- Sobre o que? - Jeno levantou uma sobrancelha, visivelmente desconfiado.
- Ah... Guerra da Coréia.
- Ah é? Pode me contar um pouco? Não me lembro muito bem desse conteúdo.
- Bem... - Donghyuck se demorou em mastigar o último pedaço da maçã, tentando não parecer nervoso em falar sobre um trabalho que não existia - É basicamente sobre o povo Coreano querer revindicar seus direitos. Antes da guerra eles basicamente não tinham identidade, eram oprimidos pelos poderosos, vulgo Japão. Como os valentões fazem com os excluídos, você deve saber bem disso, afinal nossa escola retrata bem essa guerra sem nenhum esforço - Donghyuck fez uma pausa, conseguindo visualizar a própria guerra dentro dos parâmetros escolares - Eles não tinham identidade, não tinham algo que os distinguisse como coreanos. As raízes estavam tão enterradas que já não eram capazes de serem encontradas. Eles queriam ser vistos, queriam de volta o lugar que sempre lhes pertenceu. Mas no fim batalharam tanto que não deu em nada.
- Você parece tão convincente - Jeno riu anasalado - Não tá mentindo pra mim, não é?
- Porque eu mentiria?
O mais velho ficou em silêncio por alguns segundos. Se levantou da mesa e lavou a tigela que antes comia cereal.
- Eu só não quero que você fique perto do Mark - falou, de costas para Donghyuck, tentando ao máximo fugir do olhar do mais novo.
- Por que você tá agindo assim de repente? - o garoto rebateu - Antes você não tinha nada contra ele.
- Por que antes ele não te dava atenção alguma - Jeno se virou, um pouco exaltado - Você sabe o que acontece com as pessoas que tem a atenção de Mark, Donghyuck? Elas sofrem. E eu não quero que você sofra.
- Ei, calma - o mais novo se levantou e colocou a mão sobre o ombro do irmão - Eu sei me cuidar. Não vai acontecer nada de ruim comigo, hyung. Confia em mim.
- Eu confio em você, Hyuck. Eu só não confio neles.
Donghyuck suspirou e fitou os tênis surrados. Se sentia mal por estar mentindo para o irmão, afinal sabia que ele apenas queria o seu melhor.

...

Já estavam todos do lado de fora da escola, apenas esperando por Donghyuck.
A noite estava fria e parecia mais escura que o normal sem o funcionamento dos postes de luz ao redor do pátio escolar.
Donghyuck demorou para sair de casa, esperar até que Jeno dormisse não era uma tarefa lá muito fácil, afinal o mais velho adorava ficar até altas horas jogando vídeo game.
Donghyuck chegou correndo, os cabelos vermelhos sendo cobertos pelo capuz preto do casaco que usava, assim como todos os outros. Apoiou as mãos no joelho, cansado pela correria.
- Você está atrasado, babe - Mark falou ao se aproximar e todos trocaram olhares curiosos pelo apelido repentino.
Donghyuck levantou o olhar e encarou Mark por mais tempo do que seria considerado normal.
Ele usava o capuz preto assim como os demais, mas estava diferente. O obscuro caía bem em Mark, os olhos profundos e espertos combinavam com a aura negra que o cobria, contrastando com a pele branca como leite. O sorriso gentil quebrava toda a pose de bad boy, mas quem conhecia sabia que era só faixada.
Mark levantou uma sobrancelha, ainda esperando uma resposta do mais novo.
- Ah... d-desculpe o atraso - murmurou e desviou a vista para o chão, notando um saco de lixo preto que parecia cheio - O que tem ali?
- As bombas de fumaça - Chenle, que o tinha pousado nas penas, respondeu.
Mark foi até o saco, pegou cerca de três bombas e guardou nos bolsos do moletom.
- Pegue algumas também, Hyuck.
- Pra que? - questionou duvidoso.
- Por que você vai comigo - Mark sorriu, já seguindo em direção a escola - Os outros esperam aqui. Se demorarmos demais, vocês jogam as bombas de fumaça nos guardas e dêem no pé.
Seguiram pela lateral do campo, andando abaixados para que os guardas não os vissem. Mark conhecia toda a estrutura da escola, cada entrada e saída, por isso sabia que havia uma abertura secreta no armário de vassouras do lado de fora, Minhyung havia lhe mostrado no ano passado.
Conseguiram chegar lá sem serem vistos pelos guardas e foram direto para a escada de emergência onde ficava a entrada do porão.
Mark levou a mão pelo interior do bolso de Donghyuck e tirou a chave de lá, não deixando de provocá-lo ao roçar os lábios contra a pele de seu pescoço antes de afastar-se. Donghyuck baixou o rosto, sentindo a face queimar pelo toque repentino que lhe arrepiou até os cabelinhos do cu.
Mark regressou ao notar, levando a mão até o rosto do mais novo e levantando-o em sua direção. Sorriu ao perceber a coloração avermelhada das bochechas, mesmo na penumbra do local.
- Você é tão fofo, Hyuck - falou com o rosto perto - Chega a me deixar duro.
Donghyuck arregalou os olhos pela sentença, sentindo o rosto queimar ainda mais e só fazendo o sorriso presunçoso de Mark aumentar.
O Lee mais velho deu as costas e abriu a porta, adentrando o local abafado e escuro seguido de um Donghyuck acanhado.
Manteve a porta aberta, pois não iriam demorar e guardou a chave novamente no bolso do mais novo.
Mark foi até um dos armários enferrujados que haviam no porão e o abriu, revelando as verdadeiras bombas.
- Você não estava brincando quando disse que queria explodir a escola - Donghyuck riu nervoso ao ver o tamanho daquelas coisas - E as de fumaça?
- São só pra dispersar os guardas. Não quero que ninguém se machuque, só quero que esse lugar amaldiçoado vá abaixo.
- Isso é insano.
- É - Mark concordou risonho - Me ajude a levá-las para o corredor.
Donghyuck concordou com a cabeça e já estava se abaixando para pegar uma das bombas quando ouviram vozes se aproximando.
O corpo de Mark gelou completamente quando reconheceu a voz de Taeyong que ficava cada vez mais próxima.
Puxou Donghyuck pelo braço e adentrou o armário, fechando-o o mais rápido que conseguiu e tentando a todo custo não fazer barulho. Que palhaçada era aquela?

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