Quando tudo desmorona

66 6 2
                                    

O telefone tocou. Junior correu para atender, parecia que sabia que era para ele. Era Marcela. Falaram por alguns minutos e depois que desligou, ele foi correndo falar com Juliana.

— Ela vai chegar à noite – disse ele todo feliz – vai me ligar quando chegar.

— Então, quer dizer que... – começou Juliana sorridente – hoje mesmo a gente vai poder...

— Namorar, Ju! – concluiu ele – A gente vai poder namorar!

Nessa hora os dois não resistiram. Se beijaram.

— Só tem uma coisa – começou Juliana abraçada com Junior – eu não acho que vai ser fácil os nossos pais aceitarem...

— É. Dessa vez acho que até o seu pai vai dificultar as coisas, – disse Junior ainda abraçando-a – mas nós daremos um jeito. O que não pode é a gente ficar separado.

— Isso não vai acontecer – garantiu ela.

O dia custou a passar. Juliana ficou o dia inteiro assistindo tv, mas, mesmo assim, não conseguiu parar de pensar em Junior um minuto, e nem nas dificuldades que iriam enfrentar.

Às seis e meia da tarde o telefone tocou. Juliana e Junior se olharam. Seu Marcos foi quem atendeu. E era para ele mesmo.

— O Emiliano, lembra do Emiliano, minha filha?

— Lembro, pai – respondeu Juliana meio triste.

— Pois é, ele quer que eu vá à casa dele terminar de fazer alguns orçamentos.

— Pai, ele é só o gerente geral, você é que é o chefe. Você vai se você quiser.

— Eu sei, Ju. Mas ele está certo, precisamos resolver isso o mais rápido possível – respondeu ele subindo para o seu quarto. – Edith, prepara um café pra mim enquanto eu tomo um banho.

— Claro – respondeu Edith indo para a cozinha.

Juliana e Junior continuaram na sala de jantar. A espera era ansiosa e silenciosa. A verdade era que ambos estavam completamente nervosos com aquela situação. Junior levantava, sentava, ia à cozinha, voltava... Mas Juliana não conseguia se levantar do lugar. Enfim o telefone tocou. Desta vez, era Marcela.

— Tô indo lá – disse Junior dando um beijo no rosto de Juliana. – Até mais.

Juliana continuou sentada na sala de jantar, como se estivesse no mundo da lua. Junior logo seria só seu...

Não passou muito tempo e seu pai desceu, interrompendo seus pensamentos. Os dois conversaram até Edith levar o café.

— Então eu vou indo – disse Seu Marcos após beber seu café. – Quer uma carona, Edith?

— Quero sim, deixe só eu arrumar uma coisinha na cozinha – respondeu ela saindo da sala de jantar.

Depois que os dois saíram, Juliana resolver ir ver TV no quarto, nem se lembrou de que estava sozinha com Lucia em casa e de que a madrasta poderia se aproveitar da situação para fazer alguma hostilidade. Ela só tinha cabeça para Junior e nem pensou nisso.

Lucia estava em seu quarto lendo uma papelada de sua empresa. De fato, estava tão ocupada que não se lembrou de atormentar a enteada. Só se lembrou dela mais tarde e chamou-a até o seu quarto. Juliana resolveu ir até lá ver o que ela queria, embora relutantemente.

— Você pode me trazer uma xícara de café? – perguntou Lucia com um ar bondoso – Eu estou muito ocupada aqui.

— Tá bom – respondeu Juliana sem reclamar.

Na Praia VermelhaWhere stories live. Discover now