Uma péssima notícia

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Quando eles chegaram em Angra, Juliana foi direto para o seu quarto e deu graças a Deus por aquele quarto ser só dela, mais do que nunca queria ficar sozinha.

Tudo o que aconteceu em Campos do Jordão parecia ter sido um sonho, nossa que loucura! Foi o inverno mais intenso, e ao mesmo tempo caloroso, de sua vida. Mal podia esperar a hora de ver Aline, queria contar tudo para ela.

No dia seguinte, as aulas recomeçaram e as duas amigas fofocaram a aula toda e não se desgrudaram um minuto, uma querendo saber novidades da outra.

Um mês se passou. Seu Marcos estava chegando tarde em casa todos os dias, pois depois do serviço ia para o apartamento que Lucia havia alugado em Angra dos Reis. Juliana sentia falta do pai. E achava que Lucia só tinha se mudado para Angra por causa dele, mas ele lhe explicou que foi por causa da faculdade de Junior, que era em Angra.

Para passar um pouco aquele sentimento de saudade do pai e também a angústia por Thiago não ter ligado durante todo aquele tempo, Juliana resolveu pedir para ir ao Rio de Janeiro.

— Pai, você lembra de quando a tia Silvia pediu para eu ir pra casa dela?

— Lembro.

— Posso ir nesse fim de semana pro Rio? – perguntou ela esperançosa.

Seu Marcos pensou por alguns instantes e por fim respondeu:

— Pode ir.

— Obrigada, pai! Te amo – disse ela feliz, abraçando o pai.

Juliana foi para a cozinha contar a novidade para Edith e ficou sabendo de uma coisa que a deixou mais feliz ainda:

— Minha filha, você se safou de uma!

— Por quê? – perguntou Juliana sem entender nada, abrindo a geladeira para pegar um copo de suco.

— Porque a Lucia virá jantar aqui com o filho e a mãe no sábado.

— Ah, então foi por isso que o meu pai custou a responder! Graças a Deus eu não vou estar aqui!

Então na sexta-feira depois da aula, Juliana foi para o Rio de Janeiro. Ela estava muito feliz, pois ao mesmo tempo em que ia rever seus tios, primos e avós ela ainda ia se safar de um jantar nada agradável. Quando enfim parou de pensar em toda a satisfação que sentia por estar indo para o Rio, algo começou a invadir a sua mente, seus pensamentos.

Uma coisa que ela ainda não tinha parado para pensar, ou que não queria pensar. Por que Thiago não havia lhe mandado um e-mail ou telefonado? Por que ele ainda não tinha dado um sinal de vida? Será que tudo aquilo que aconteceu em Campos do Jordão foi apenas uma aventura? Será que ele não sentiu nada? Como isso era possível?

Quando ela estava prestes a chorar se deu conta de que o ônibus estava chegando à rodoviária e viu seus primos a esperando. Ela respirou fundo e desceu do ônibus, decidida de que não deixaria esses pensamentos estragaram o seu final de semana.

— Prima! – gritou Gustavo indo até ela.

— Que saudade! – exclamou Juliana abraçando-o.

— Estão todos ansiosos pra te ver – disse ele pegando as malas.

Ela correu em direção aos outros primos e abraçou um por um. Eles fora para a casa de Dona Ilma, a avó. Quando chegaram lá, Juliana encheu a avó de beijos e abraços.

Na Praia VermelhaWhere stories live. Discover now