Novembro

94 11 3
                                    


 — Eu e a Lucia marcamos a data do casamento – anunciou Seu Marcos todo feliz.

— E quando vai ser o grande dia? – perguntou Junior.

— Dia três de novembro – respondeu ele.

— Nossa, mas está muito perto – reclamou Juliana com uma cara não muito feliz.

— Nós queremos casar o mais rápido possível, e foi o dia mais próximo que conseguimos marcar com o juiz de paz.

— Eu me esqueci que vocês não podem casar na igreja – disse Juliana ao se lembrar de que Lucia é separada.

— Então, aonde vai ser o casamento? – perguntou Junior.

— Aqui mesmo – respondeu Lucia – e adivinha aonde nós vamos passar a lua-de-mel?

— Aonde? – perguntou Juliana enojada.

— Em Guarapari! – respondeu Lucia toda empolgada – Não é demais?

— É ótimo – respondeu ela completamente desolada.

Aline foi passar o sábado na casa da amiga. Elas prepararam uma bolsa térmica cheia de lanche e refrigerante e foram ficar na praia. Abriram a sombrinha de praia e estenderam suas cangas. Também levaram uma cadeira, se quisessem sentar um pouco.

— Você tem muita sorte, sabia? O mar é praticamente no quintal da sua casa – disse Aline contemplando a vista.

— Isso é engraçado porque o que eu mais queria agora era estar bem longe daqui – respondeu Juliana pegando as raquetes de frescobol para que elas jogassem.

— Você é muito pessimista – começou Aline séria – já olhou bem pro Junior? Já viu como ele é lindo? Aqueles olhos cor de mel... Aquele cabelo preto lisinho caindo na testa... Tudo de bom!

— O que adianta ele ser todo lindo desse jeito? Ele é um completo idiota que só sabe me irritar.

— Isso é porque você só olha o lado ruim das coisas. Já pensou que você vai morar com um deus grego? É só você olhar pra ele que você vai ficar feliz, com ele de boca fechada, é claro.

— Olhando por esse lado...

Passaram a tarde toda juntas, na praia, jogando frescobol e conversando sobre várias coisas.

À noite, depois que Aline já tinha ido embora, Thiago ligou de novo, e mais uma vez eles ficaram conversando durante horas.

Dia três de novembro estava se aproximando e Seu Marcos estava numa correria só. Tinha muito o que fazer, muitas coisas para ajeitar.

— Minha filha, hoje eu vou passar o dia com a Lucia resolvendo os últimos preparativos da festa, não me espere para o jantar.

— Tá bom.

Juliana ia ficar sozinha em casa e resolveu fazer uma pequena loucura: ia ligar para Thiago.

"O meu pai liga para os empresários de São Paulo daqui mesmo, ele nem vai perceber na conta" – pensou ela.

— Alô.

— Alô, eu queria falar com o Thiago – disse ela um pouco nervosa.

— É ele.

— Oi, Thiago! Sou eu, Juliana.

— Ju, eu não acredito que é você! – exclamou ele todo feliz.

Na Praia VermelhaWhere stories live. Discover now