Capítulo 23 #Olivia

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3 meses depois...

Olivia estava no restaurante em que trabalhava como chef, o tempo inteiro dando ordens sobre qual mesa ainda estava esperando, via quais pratos estavam de acordo, se estavam na temperatura certa quando o garçom buscava os pedidos para servi-los. Estava tão entretida em suas tarefas que não reparou quando Bruno apareceu ali entre a fumaça e cheiros variados das comidas que preparavam. Ela ficou estática.
Ele abriu um enorme sorriso.
Ela num impulso o puxou pelo braço e levou até uma porta que os levou para um pequeno armário de temperos e ingredientes do restaurante. Ia confrontá-lo, mas ele falou antes.
- Senti sua falta e não vou mentir que eu te amo. Vim aqui porque não sei viver mais sem você, Liv.
Ele tentou encostar em seu rosto, mas ao sentir a eletricidade entre eles Olivia se afastou o quanto pode.
- Você mentiu pra mim. - Ela disse, mas ele se aproximou ainda mais naquele pequeno cubículo deixando Liv tensa.
Podia sentir seu cheiro, sentir a verdade em sua voz, mas acima de tudo, sentia a excitação que mal se escondia dentro da calça de Bruno.
Ficaram se olhando por um tempo até que um se jogou contra o outro e finalmente suas bocas estavam coladas. Bruno a beijava com muita vontade e ela retribuía igualmente excitada. Bruno desabotoou o dolmã de Liv e enfiou a mão por baixo da blusa branca que Liv sempre usava embaixo do uniforme e chegando ao sutiã. Ela sentiu o aperto e se esforçou para não gemer alto, mas era impossível ficar quieta com a forma que Bruno a invadia.
Ela logo estava seminua e Bruno, por falta de espaço naquele armário a virou de costas e a penetrou de uma vez só. Já estava molhada e totalmente preparada para recebê-lo, mas a sensação se ter aquele homem dentro dela era sempre enlouquecedora. E ele a penetrava rápido, forte e precisou se segurar em uma prateleira para não cair. Ela já sentia o orgasmo e quando ele enfiou todo seu comprimento e continuou a empurra-la ainda mais fundo, ela se desfaleceu. Sentia a respiração de Bruno no pescoço e estava tão irregular quanto a dela.
- Eu te amo. - Ele disse.
Olivia sorriu com a proximidade da boca de Bruno em seus ouvidos e ao se virar para beijá-lo e lhe prometer amor eterno não era o Bruno, mas sim Arthur, o homem que Jota havia assassinado.
Ela gritou e percebeu que na verdade estava em sua cama.
Não ficou ficou feliz em constatar que depois de três meses até mesmo nos seus sonhos, Bruno consegue lhe dar prazer. Sim, estava totalmente molhada, mas sozinha na sua cama e cada vez mais frustrada.
Quando voltou para a Itália tinha certeza que com o tempo ela poderia esquecer Bruno, que aquelas duas semanas que passou no Brasil foram apenas um sonho. Bom e ruim ao mesmo tempo.
Se esforçou em sair da cama, lembrou que hoje seria seu primeiro dia de aula na faculdade então levantou da cama se forçando esquecer o sonho que teve. Não foi o primeiro e também não foi a primeira vez que acordava com o rosto de Arthur aterrorizado antes do seu pai matá-lo. E naturalmente seus pensamentos se prenderam na escuridão que Jota lhe causou. Ela todos os dias se pergunta o porque de não ter ido a polícia, provavelmente sabia que Jota não a deixaria em paz porque que provas ela tinha? Ele sabia fazer a sua sujeira de forma sorrateira.
Se perguntou se fez bem contar para Fausto, amigo de Bruno o que tinha acontecido. Ofez prometer que Bruno nunca saberia do que aconteceu com ela naquele dia. Mas ela precisava desabafar com alguém e encontrou o cara lá na casa dela. Já tinha visto fotos de Bruno com ele então sabia que eles se conheciam. Quando ele disse que era o sócio, desatou a falar sobre o que o pai tinha feito com Arthur, mas ela não podia falar por muito tempo, iria perder o avião então apenas deu a dica que sua irmã talvez pudesse ajudá-lo.

Não conseguia ir a polícia, mas talvez ele pudesse ajudar de alguma forma.
Disse que não perdoava Bruno e explicou o porque, mas no fundo ela desejava mais que tudo que ele fosse atrás dela se declarando e dizendo que queria levá-la de volta. Claro que a segunda parte ela não contou para Fausto. E também deixou de acreditar nisso depois de esperar por alguma ligação ou mensagem todos os trinta primeiros dias na Itália. Passaram mais 60 dias apenas para reforçar o que ela já havia constatado. Ele não a procuraria mais.
E porque isso a deixava tão triste ainda?
Liv é acordada de seus devaneios com o toque do celular.
- Bom dia Rafa - Disse ao atender.
- Onde você está? Já estou te esperando há três longos minutos.
- Só compensando os quarenta minutos que te esperei para me buscar no trabalho na semana passada.
Ela pegou a bolsa no balcão, as chaves e saiu com o celular na orelha enrolando a amiga enquanto chamava o elevador.

- Vingativa. Não devia ter vendido seu carro. - Rafa nunca dispensava conversar com Liv, mesmo que fossem se encontrar nos próximos segundos.

Olivia entra no elevador vazio e aperta o botão para descer.
- Eu precisava dar entrada em um apartamento.
- Podia ter continuado lá em casa.
- Quero um lugar só meu desde que me separei do Matteo, agora tenho, fique feliz por mim.
A porta do elevador abriu e Liv saiu no pequeno saguão e desligou o telefone quando Rafa a viu.
- Estou feliz pela minha amiga conseguir um apê. E por estar em quatro matérias que estou esse semestre e porque hoje parece que o dia será muito bom. Principalmente a noite.
- Porque toda essa confiança?
- Ouvi dizer que um certo alguém vai o seu restaurante hoje te convidar para um encontro.
Olivia ficou branca.
- Você não está dizendo o que eu acho está?
- Que eu dei o nome do restaurante que você trabalha pro gatinho que você conheceu no fim de semana?
- Não, Rafa, eu já te disse que...
- "Não está procurando nada" e eu sei. Achei um desperdício você não ter, pelo menos roubado um beijinho dele, mas... Você precisa sair, não só comigo e o pessoal, tem que conhecer pessoas...
- Estamos indo para a faculdade, posso fazer amigos lá também. Não preciso ficar com um desconhecido.
- Ele é irmão de uma amiga. - Rafa deu de ombros ao ver Liv arregalar os olhos. - Ah, você estava estranha por causa daquele Bruno, eu só queria que você enxergasse que ele não é o único cara do mundo. Alex está terminando a faculdade de Odonto e é solteiro. Você só precisa dar uma chance. E eu dei um empurrãozinho.
- Não quero nada ainda.
- Mas já faz três meses e ele não falou nada. Eu queria acreditar que esse Bruno é tudo o que você me falava nas nossas ligações, mas ele não parece. Só o que eu vejo é você se arrastando pra la e pra cá. De casa pro trabalho.
Olivia ouviu sua amiga até chegarem em frente a sua sala de aula. Apenas Olivia iria entrar. Sua aula com Rafa seria apenas no próximo tempo.
Elas se despediram e Olivia entrou sem perceber nas pessoas em sua volta, ao professor ou onde se sentou. Apenas pensava no que sua amiga disse. Ela só se machucava pensando em Bruno e nas suas mentiras. Talvez fazer um novo amigo não seja assim tão difícil.

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