Capítulo 9 # Bruno

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Na foto, Olivia estava chegando no táxi que Bruno viu estacionado de manhã na frente da casa dela quando voltava da padaria. Alguém tirou aquela foto hoje e a mandou para Jota e estava esse tempo todo no seu e-mail.
"Puta que pariu" pensou. "Devia ter visto a foto antes."
Tudo bem que eles ja tinham transado, mas... Que merda gigantesca ele tinha feito. Porque ele não esperou mais um pouco para foder com a vida da vizinha e a dele?"

Acabou de ferrar com seu primeiro serviço e Fausto ia matá-lo. Literalmente, ele precisaria ir com colete a prova de balas esta tarde e torcer para o amigo não mirar na sua cabeça.

Se arrumou o mais rápido possível e saiu a pé de casa torcendo para não encontrar Liv no caminho. Chegou no escritório, deu um boa tarde nervoso para Larissa e entrou tenso na sua sala. Fausto estava no telefone.

- Então eu passo para pegar você às oito. - Ele parou para ouvir a pessoa do outro lado da linha com um sorriso e continuou. - Não, ele estará de serviço, mas faço ele ir na próxima, pode prometer a ela. Ok, tudo bem, gata. Boa Tarde. Não esquece de colocar aquela calcinha que eu gosto. - E desligou.

Bruno normalmente acharia graça e faria alguma piada para Fausto por estar marcando um encontro para hoje sabendo que amanhã ele tem mais um. Não era com a mesma mulher, Bruno tinha certeza.

Mas hoje ele não estava com humor... Sem contar que ele não sabia quem realmente o tal Jota era. Fausto já tinha dito que o cara fazia algumas coisas erradas e nos últimos dois dias Fausto estava tentando investigar o homem até demais para o gosto de Bruno, mas ele não queria se meter. Agora ele estava enrolado porque tinha transado com a filha do seu cliente.

- Posso saber porque você ainda não está me xingando? - Fausto brinca alheio ao humor de Bruno quando finalmente percebe que ele permanece calado.

Bruno não senta na cadeira a frente como faria normalmente para bater papo com Fausto, ele fica em pé se segurando no encosto da cadeira se preparando para jogar a bomba e esperar que os estilhaços não o machuquem tanto.

- Sabe a garota da foto? Do Jota? - No mesmo instante Fausto ficou sério, se apoiou na mesa e olhou Bruno com cautela. Bruno por sua vez tomou coragem e preferiu contar de uma vez. - Eu transei com ela.

Fausto arregalou os olhos.

- Você o que? Mas a mulher está no país menos de dois dias. - Bruno reparou que ele estava se esforçando para manter seu tom de voz regular. - Será que você pode me contar como você conseguiu fazer isso?

Então Bruno contou do incidente no mercado e como ela o convidou para almoçar para agradecê-lo. Contou que até achou graça por ter salvo exatamente a nova vizinha, mas nunca pensou que ela seria a filha de seu cliente.
Bruno sempre foi muito profissional e nunca misturou o trabalho com prazeres. E por fim contou que viu a foto apenas quando Fausto ligou perguntando por ele. Quando Bruno terminou o amigo encarou-o por alguns segundos completamente sério quando, para o susto de Bruno, Fausto começa a rir.

Primeiro Bruno agradeceu pelo amigo não puxar sua arma da gaveta, mas depois temeu pela sanidade de Fausto. Rir? Nesta situação, é a última coisa que ele pensaria em fazer.

- O que você tem? - Perguntou, ainda suspeitado que a qualquer momento o amigo ia voltar a ficar sério e dizer o quanto Bruno foi um idiota por estragar seu primeiro serviço. Mas ele disse...

- Eu sempre achei que você faz as coisas certas mesmo quando não percebe.

- Do que você esta falando? Quer que eu ligue pro seu psiquiatra?

- Primeiro. Eu não tenho um psiquiatra, imbecil...

- Precisa.

- Segundo - Fausto ignorou Bruno - Eu estava um pouco apreensivo em vigia-la sem que ela soubesse, mas você morando ao lado da casa dela e se tornando íntimo é perfeito. Quem sabe você até pergunta sobre o pai?

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