Capítulo 10 # Olivia

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Olivia aproveitou a tarde livre para cuidar da casa. Ela finalmente respondeu o e-mail da irmã que entrou em contato, pouco tempo depois, feliz por Olivia ter finalmente respondido. Patricia pediu desculpas por não poder correr até ela naquele mesmo dia, mas ela estava bastante atolada de trabalho já que deixou acumular depois do seu "incidente".

Olivia não disse nada, mas ela estava feliz por ter que adiar o encontro com a irmã para domingo. Achou que ficar em casa não ajudaria as horas a passarem e nem a tirar um tal vizinho da cabeça, então tentou sair para conhecer o lugar que iria morar nos próximos meses e depois de pedir informações na rua e quase se perder duas vezes, conseguiu achar algumas lojas. Enquanto passeava trocou mensagens com Bruno e percebeu que precisava mesmo de uma distração, então comprou algumas tintas, pincéis, rolos e baldes. 

Ela queria dar uma vida na casa que era muito diferente do que estava acostumada. Para seu espanto levou poucas horas para pintar toda a sua sala. Terminou de colocar os poucos móveis no lugar, buscou três porta-retratos em sua bolsa e deixou na pequena estante da parede amarela que ela acabara de pintar. 

Em uma das fotos Olivia estava com um Dolmã de Chef e uma medalha de bronze pendurada no pescoço. Um pequeno concurso de culinária que aconteceu num evento gastronômico deu o terceiro lugar com suas alcachofras à moda romana. Uma receita que Rafa tinha lhe ensinado uma semana antes. Ficou muito feliz com o terceiro lugar, comemorou como se tivesse recebido ouro. Seus amigos a recepcionaram com uma festa que Matteo organizou...

Olivia corta o pensamento e resolve deixar a foto abaixada. Não queria lembrar toda hora do "falecido".

A segunda foto era uma em que ela estava com Rafa, Lúcio, Miguel e Bella na entrada de um pub com música ao vivo que as vezes frequentavam. A terceira foto era uma selfie dela e da Rafa. A foto foi tirada pela amiga na primeira semana que se conheceram na faculdade. Olivia, na época, ainda evitava chamar atenção e Rafa simplesmente apareceu e começou a reclamar que no primeiro semestre não entraria numa cozinha de verdade. Que aulas práticas é que realmente te ensinam os melhores truques. Olivia gostou da conversa interminável da garota e ao final de uma semana as duas pareciam se conhecer há anos.

Quando levou o lixo para fora reparou que ainda estava suja de tinta amarela. Voltou para a casa, tirou uma roupa da mala que precisa ser desfeita uma outra hora e foi tomar banho. 

Após preparou o jantar bem devagar enquanto ouvia música nos fones de ouvido. Sua pia da cozinha ficava de frente para a janela e de frente para a casa de Bruno. Ela podia ver parte da casa dele e se pegou pensando no que ele estaria fazendo naquela hora. Havia luz acesa, ele já devia ter voltado do trabalho... Ela nem tinha perguntado em que ele trabalhava e no fundo se sentiu mal mais uma vez por ter chamado ele para sua casa novamente, mas seu estômago deu pulos quando ouviu a campainha tocar. 

Desligou a música, deixou a comida no fogo baixo, tirou o avental, pendurou no gancho ao lado da pia e tentou não correr para a porta. Não quer parecer desesperada. Olivia abre a porta, mas a pessoa na porta não era Bruno. Era apenas um vendedor, ela insiste que não quer o aparelho de massagem portátil de última geração que ele não cansa de oferecer.

- Eu posso fazer um desconto para a senhora. Se quiser posso mostrar como funciona.

- Eu realmente não quero, talvez um outro dia.

Ela reparou que o homem tentava olhar para dentro da casa o tempo todo em que falava e isso estava deixando Olivia com uma pulga atrás da orelha. Sera que ele é apenas curioso ou...
Olivia não completou o pensamento porque ouviu uma voz vindo detrás do vendedor. 

- Boa Noite.

Quando o vendedor saiu da sua frente um pouco assustado com a voz masculina ela pode ver Bruno de bermuda e camisa com os bracos cruzados fazendo eles ficarem ainda maiores. Olivia não iria admitir em voz alta, mas só de olhar para seu vizinho ela sente a necessidade inexplicável de estar com seu corpo grudado ao dele.

- Boa noite. - Ela faz parecer que esta feliz apenas porque Bruno iria livrá-la do vendedor. - Que bom que chegou. - Ela sorri.

- Desculpa, amigo, mas acho que a moça não quer comprar nada. Tenha uma boa noite.
O homem encara Bruno por um tempo e Bruno retribui com a cabeça erguida desafiando o homem a insistir. 

Alguns segundo depois o vendedor abaixa o olhar primeiro, deseja uma boa noite e sai com sua maleta marrom em uma mão e o produto de massagem que tentou vender na outra.

- Entre. - Liv esperou que Bruno fechasse a porta para agradecer. - Obrigada, ele já estava ficando chato.

- Não está tarde demais pra ele trabalhar não? Você acha que ele queria alguma coisa a  mais que vender algum produto? Ele te perguntou alguma coisa?

- Nossa, porque tantas perguntas? Ele só estava trabalhando, Bruno. 

Ele pensa por um tempo e volta ao normal.

- Verdade, verdade. Desculpa, eu só achei que ele devia estar te incomodando enquanto você deveria estar fazendo a minha janta.

Ela riu e não percebeu nem um pouco o nervosismo disfarçado de Bruno. O que ele agradeceu silenciosamente.

- Você esta mal acostumado e eu estou aqui menos de um dia.

Bruno se aproxima e sem avisar puxa Liv para perto e lhe rouba um beijo rápido.

- Lá vem você com sua percepção limitada do tempo.

Olivia não responde imediatamente porque ainda estava confusa por se sentir frustrada pelo beijo ter sido tão rápido.

- Pensei que fosse porque minha comida é boa.

- Isso também. - Bruno reparou que a sala estava mais colorida, olhou em volta e viu que não tinham muitas coisas diferentes a não ser dois porta-retratos na estante de Liv. - Você pintou a sala?

- Sim - ela disse enquanto voltava para a cozinha. Além de não querer que sua comida queime no fogo ela também precisava respirar o ar que Bruno ainda não tenha empreguinado com seu cheiro banho recém tomado e doce.

-Sozinha?

Bruno tinha ido atrás de Liv e quando fez a pergunta ela parou de mexer o que estivesse cheirando tão bem e se virou para Bruno com uma das sobrancelhas levantadas.

- Não, eu fui comprar pão e conheci um cara bem legal que me salvou de ser esmagada por uma cesta de pão francês. - Ela se voltou para a panela para Bruno não ver que ela está fazendo um grande esforço para não rir. - Está tirando um cochilo no meu quarto.

Bruno sorriu ao perceber que ela estava brincando e começou a se aproximar quando ela se virou.

- Mas você mal conhecia o cara, você devia tomar mais cuidado com as pessoas que deixa entrar na sua casa.

- Pois é, tarde demais, você devia ter me avisado isso hoje de manhã.

Olivia não reparou que Bruno estava tão perto dela até que ele passou as mãos pelo seu quadril passando pelo cós de seu short, seu corpo estava colado com o dele e ela sentiu o volume dentro da bermuda de Bruno e um frio subiu pela espinha enquanto ele passava com o nariz pelo pescoço de Liv. Ela curvou sua cabeça para o lado dando passagem para suas carícias que iam do seu pescoço até o ombro e ele voltava novamente até encontrar sua orelha. Enquanto isso sua mão abre vagarosamente o botão do short de Liv. A mão de Bruno entra até encontrar a pequena calcinha que ele também ignora, levando seus dedos ao encontro do clitóris de Liv que ofegante desligou o fogão  enquanto outro fogo se acendia dentro dela e fechou os olhos enquanto sentia todo o seu corpo se entregar facilmente para seu vizinho-gato que ela não vai assumir que já estava mexendo demais com sua cabeça.


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