Capítulo XXXVII - Dragões em Meio as Ovelhas|parte IV

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Uma multidão se encontrava ao redor de Aemond e Visenya, eles cumprimentavam o príncipe com um acenar de cabeça, e depois voltavam todo seu foco para a princesa sentada na fonte, com uma garotinha no colo.

"Vossa Graça, aceita um presente?". Um homem magro e idoso lhe oferecia um pequeno castelo entalhado em madeira, era uma peça muito bonita, uma versão bem menor da Fortaleza Vermelha.

Visenya sorriu para o senhor e pegou o brinquedo de sua mão.

"É muito lindo, o senhor mesmo que o fez?".

A homem assentiu, tirando das costas e desamarrando uma trouxa de pano, mostrando várias outros brinquedos de madeira, todos entalhados a mão.

"Eu os faço para vender Vossa Graça."

Visenya observou as peças que o homem carregava, provavelmente eram difíceis de entalhar.

"É como ganha a vida senhor?". Perguntou gentilmente.

"Sim... sim princesa, meu filho adoeceu a alguns meses e ainda não se recuperou." Ele falou com a voz embarganhada, como se sentisse dor ao falar sobre esse assunto. "Estou cuidando de meu neto agora, a mãe dele morreu no parto, então ele fica comigo, é um bom menino."

Visenya olhou para Aemond, que retribuiu o olhar da sobrinha, ela não precisou falar nada a ele, o olhar dela já disse o suficiente.

O príncipe levou a mão até o bolso interno de seu casaco e tirou de lá uma bolsa cheia de moedas. A entregando nas mãos de Visenya.

"Bom, então deixe-me pagar pelo seu trabalho, meus irmãozinhos irão adorar brincar com ele." Visenya falou, entregando algumas moedas ao senhor.

"Não Vossa Graça... não posso aceitar, esse foi um presente para a senhorita." O idoso disse sem jeito.

As pessoas ao redor observavam a cena muito interessadas, cochichos eram ouvidos entre elas.

"Certo, eu agradeço seu presente... mas acho que as crianças vão querer presentes também não vão?" Ela disse olhando para os rostinhos curiosos a sua volta. Todos acenaram esperançosos para a princesa.

"Bem, vou precisar de todos os seus brinquedos senhor, venham pegar, um de cada vez." Em um pulo as crianças se colocaram em pé, cercando o vendedor e escolhendo um brinquedo.

Visenya pagou o homem, que a agradeceu repetidas vezes, em seguida, a princesa pediu para as crianças fossem brincar, pois precisava conversar com os adultos. Não foi uma tarefa difícil, já que todas estavam empolgadas com os novos brinquedos.

Aemond se sentou ao lado da sobrinha.

"Está bancando a boa samaritana sobrinha?". Disse rente ao ouvido da jovem.
"Só estou me certificando de que o povo de Porto Real saiba a quem devem ser devotos." Os olhos de Visenya cintilaram ao encarar o tio, esse que sorriu em resposta.

"Por favor se aproximem, estou aqui em nome de minha mãe a princesa Rhaenyra, ela gostaria e saber como seus súditos estão, já que a saúde de seu pai o rei Viserys está debilitada no momento." Mais cochichos e sussuros foram ouvidos da população, que lentamente foi se aproximando de Visenya. "Não se preocupem, estou aqui para ouvir vocês, como futura rainha, minha mãe se preocupa com o bem estar de todos, não precisam ter medo."

Uma senhora tomou a frente e se aproximou, e depois outra, seguida pelo marido e filhos, e assim se passaram cerca de quase duas horas. A princesa ouviu calmamente os desafios de vida do povo, muitos estavam lidando com condições precárias em alimentação, alguns pastores de ovelhas se queixaram de estarem sendo roubados, entre outras coisas do tipo, mas a que mais chamou a atenção de Visenya foi uma senhora que aparentava ter por volta de uns cinquenta anos, ela falará que seu filho mais novo havia saído para pescar no mar, mas faziam três dias que ele não voltara, ela disse que as pessoas próximas a ela falavam que o garoto devia ter se afogado, mas o barco em que o mesmo estava fora encontrado abandonado na baía da água negra, com os pertences de seu filho ainda nele.

Feitos de Fogo e  Nascidos Para Queimar Where stories live. Discover now