Capítulo XXXIII - Palavras que Sangram e Queimam

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Visenya se encontrava nos céus, montada em Naeraxes e com Aenibal as seguindo logo atrás.

Seu pai ia na frente com Caraxes, ele pediu para que os seguisse e é isso que a jovem estava fazendo. Ela optou em ir em Naeraxes para que Aenibal pudesse voar um pouco livremente, mas ao contrário do que ela pensou, o dragão não a deixou em nenhum momento, a seguia olhando desconfiadamente para Caraxes, era como se os dragões estivessem tomando as mágoas de seus montadores.

Daemon se mantinha a frente, guiando-os sem olhar para trás. Visenya sentia desconforto voando com um vestido, se arrependia amargamente por não ter se trocado antes de partir. O vento gelado batia em seu rosto, deixando suas bochechas rosadas, seu olhar estava focado em seu pai a sua frente, e sua mente tentava descobrir até onde Daemon estava a levando. Até ver o começo de Pedra do Dragão, conhecia aqueles penhascos rochosos muito bem.

Ao se aproximarem eles não sobrevoaram a parte habitada da ilha, apenas seguiram para a área mais afastada e perto do mar.

Pousaram no topo de um penhasco alto e plano, onde podiam escutar as ondas batendo fortemente contra as pedras na costa.

Daemon desceu de Caraxes, que fez um chiado baixo quando Aenibal pousou próximo a eles. O mesmo retribuiu o chiado, mostrando os enormes dentes negros para Caraxes.

Visenya já havia descido de Naeraxes, essa que se manteve calma comparado aos outros dois dragões.

"Está tudo bem garoto...", chegou perto o suficiente de Aenibal para encostar sua mão nas escamas negras. "Não estamos aqui para brigar." Disse na tentativa de acalma-lo.

Visenya sabia que ambos não se davam bem, e que Caraxes era um dragão audacioso. Mas ela tinha certeza que Aenibal conseguiria acabar com aquele pescoçudo vermelho. Seu dragão era maior e mais experiente, e ela não duvidaria que Naeraxes entraria na briga para defender Aenibal também. Ou seja, tinha que manter seu dragão calmo, passar segurança a ele.

Após mais alguns chiados, o próprio Caraxes se aquietou, se afastou um pouco de seu montador se deitando no campo aberto.

Naeraxes fez a mesma coisa um pouco atrás de Visenya, mas Aenibal não, ele permaneceu sentado, acompanhando Daemon com a cabeça, ele não confiava em ninguém perto demais de Visenya, ainda mais sentido sua montadora nervosa.

"Por que estamos aqui?". Visenya perguntou enquanto se aproximava de Daemon. Ambos andaram até uma enorme pedra e se sentaram sobre ela.

"Precisamos conversar Visenya...". O príncipe falou enquanto encarava o mar no horizonte.

"Sim eu concordo, mas precisávamos vir até Pedra do Dragão?".

"Sim! Sim nós precisávamos, porque aqui eu posso chamar aquela puta daquela vaca verde como eu bem entender, falar tudo o que eu planejo fazer com o filha da puta do pai dela e... posso falar com você de pai para filha...". Daemon disse essa última parte com mais calma olhando para Visenya.

A jovem acenou com a cabeça e pegou uma das mãos do pai.

"Sei que deve estar decepcionado... saiba que essa não era minha intenção." Visenya disse o olhando nos olhos.

Daemon baixou o olhar para a mão da filha sobre a sua.

"Visenya... apenas me diga o porquê." Ele falou ainda encarando as mãos dadas.

Visenya suspirou e olhou para Aenibal a sua frente, sempre que olhava nos olhos verdes do dragão ela sentia um arrepio por todo o corpo, mas não um arrepio ruim, era como se as faíscas da conexão que os liga a  atravessasse por dentro.

Feitos de Fogo e  Nascidos Para Queimar Where stories live. Discover now