Capítulo VI

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― Eu não acredito nisso! ― pela terceira vez seguida, Maeve Gibbons exclama, enquanto caminha de um lado a outro do seu quarto com as mãos na cabeça. ― Eu não acredito que ele conseguiu.

Sentada na cama da irmã, Grace a observa com a feição confusa, não entendendo sua reação dramática.

― Não acha que está exagerando? ― A pergunta da mais nova deixa a mais velha ainda mais brava e esta lhe lança um dos seus piores olhares.

― Você está se escutando? ― Maeve questiona, se aproximando dela, tentando intimidá-la. ― Você viu quem conseguiu acertar minha garrafa?

Grace assente.

― Sim e que moço bonito, Maeve, você tirou a sorte grande. ― Comenta, com seu costumeiro ar apaixonado, o que enraivece ainda mais a mais velha.

Os cachos castanhos de Maeve balançam de um lado a outro, quando realiza o movimento de negativo com a cabeça.

― Você não notou, Grace? Ele é pobre, pobre…― enfatiza com a voz alta ― eu não posso me casar com ele.

A feição da mais nova se contorce em uma careta nada contente.

― É somente por isso que está reclamando? E também é por isso que está andando de um lado para outro com essa reação exagerada? Apenas porque ele é um homem sem as mesmas condições financeiras que as nossas?

― Você não acha que eu, Maeve Gibbons, irei me casar com um homem pobre, não é mesmo? ― Diz com deboche presente na voz, mas rapidamente é interrompida pela entrada abrupta de sua mãe.

― Sinto lhe informar, Maeve, mas irá sim. ― Dorothea avisa, com visível desgosto na voz. Era óbvio que para ela aquela situação era ainda pior. Uma mulher que nasceu em berço de ouro e cresceu em uma família abastada, se casou com um homem com condições financeiras similares as suas e ansiava o mesmo para seus filhos, porém agora via tudo cair por terra ao descobrir quem havia conseguido quebrar a garrafa de sua filha e assim conseguir sua mão em casamento, um pobre comerciante.

― Mamãe…― Maeve começa incrédula, pelo fato da própria mãe estar falando aquilo.

― Nada de mamãe, Maeve. A culpa é sua por se engraçar para um homem pobre, olha agora o resultado, irá jogar nosso nome na lama. Iremos virar chacota por todo Reino Unido. ― Diz com tom de voz alto. ― Seu pai e eu ainda tentamos subornar o jurado do evento que estava na companhia daquele pé rapado, mas ele não aceitou e nos avisou que não há como voltar atrás, não há nada que possamos fazer, você vai ter que casar com ele e ponto final. Que vergonha, meu Deus! Que desgosto!

Sem dizer mais nada, a matriarca da família Gibbons deixa o quarto da filha, que sem saber mais o que fazer, se joga na própria cama cabisbaixa.

― Eu não acredito nisso!

― Sua mãe e eu estivemos conversando durante a noite, Maeve. ― pela manhã, na mesa de café da manhã, o pai da jovem chama sua atenção, o que imediatamente a faz parar de desgustar o bolo que comia.

Sua feição não era das melhores naquela manhã, era nítido para qualquer um. Seus olhos estavam fundos, devido ao fato de ter passado a noite inteira chorando e traziam grandes e escuras olheiras embaixo. Era nítido que não havia tido uma boa noite de sono e tudo isso devido aos últimos acontecimentos.

― E sobre o que falaram, papai? Posso saber? ― Apesar de não estar interessada, ela deseja saber. Se ele havia se dirigido diretamente a ela em sua fala, significava que o assunto era sobre ela.

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