Capítulo 30 - A fuga

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Me recomponho mais uma vez, tentando afastar todo o nervosismo e as emoções que estou sentindo nesse momento para que eu não levante nenhuma suspeita e então, tento agir da forma mais natural o possível.

Pego o molho de chaves do meu bolso e olho para o número que há na cela que o Jake está e começo a procurar o mesmo número nas chaves...

Não demora muito até que eu encontre e então eu sinto vontade de chorar, de gritar, de chamar o Jake e dizer que tudo isso vai acabar em instantes... Mas então eu luto contra essa minha vontade, respiro fundo e me recomponho. 

Me aproximo da cela e fazendo novamente a voz grossa, eu falo:

S/N: Oh hackerzinho de merda. Venha aqui. 

Nesse instante vejo o Jake levantar a cabeça e me olhar. 

S/N: Vamos que eu não tenho o dia inteiro. 

Sem hesitar e sem dizer nenhuma palavra, ele vem até mim. Desse modo, eu destranco a porta da cela e quando o Jake passa pela porta, imediatamente eu tranco ela, tiro as algemas do meu bolso, puxo os braços do Jake para trás e o algemo. Nisso, eu pego no braço do Jake com um pouco de força e começo a caminhar puxando ele comigo. 

Meu Deus... Se ele soubesse que sou eu... Ah cara... Eu queria tanto falar isso para ele agora, mas eu não sei como ele reagiria e eu também não sei o que eu faria. Eu só sei que não posso fazer isso porque seria muito arriscado e poderia colocar todo o plano por água abaixo... 

Eu paro de pensar nisso quando ouço a voz dele... Uma voz fraca, desanimada, sem vida, e isso mais uma vez parte o meu coração. 

Jake: Para onde você está me levando?

S/N: Transferência de presídio. 

Ele não diz mais nada. É como se ele tivesse perguntado só por perguntar mesmo, não que ele realmente se importasse com a resposta ou com o seu destino. E isso, mais uma vez, faz meu coração doer. 

Continuamos caminhando e agora estamos indo em direção a porta que dá acesso ao estacionamento, onde ficam as viaturas, até que um policial interdita nossa passagem. 

Merda! Está tudo indo tão bem... Tudo está dando certo... Isso não pode dar errado agora.

O policial me olha e em seguida encara o Jake. 

Policial: Onde você está levando esse vagabundo?

S/N: Transferência de presídio. 

Policial: Qual o motivo?

S/N: Superlotação. 

Ele fica me olhando por alguns instantes. 

S/N: Ordens do R. Smith. 

Policial: Então leve ele imediatamente. Se ele mandou, está mandado. Você sabe como é se não obedecermos as ordens do R. Smith quando ele quer, é advertência na hora. 

Eu apenas confirmo com a cabeça e puxo o braço do Jake com um pouco mais de força, para tentar demonstrar mais agressividade. 

Quando nos afastamos e chegamos até o estacionamento, eu respiro fundo. Aquilo foi por pouco. Agora sim estamos quase lá. 

Conduzo o Jake até uma viatura, então eu abro a porta de trás e ele entra. Eu fecho a porta, dou a volta no carro e entro nele, assumindo o lugar do motorista. 

Eu estou pronta para dar a partida quando o policial que está ocupando o lugar de segurança do estacionamento bate na janela do carro. Eu abro a janela e ele fala:

Policial: Distintivo. 

Pego o distintivo do meu bolso e mostro para ele. 

Policial: É transferência?

S/N: Sim. 

Policial: Um policial não pode levar um presidiário sozinho. É necessário ter um acompanhante. Você deveria saber disso. 

S/N: Droga! Eu esqueci totalmente disso. Hoje é meu primeiro dia e já me deram diversas ordens, então acabei esquecendo de chamar alguém. 

Policial: Eu já estive no seu lugar, sei como é. A gente demora um pouco para se adaptar e lembrar de tudo. Fica tranquilo que vou chamar um policial para te acompanhar. Aguarde um instante.

S/N: Obrigado. 

Observo ele se afastando e eu começo a pensar no que eu vou fazer... Então, de repente, eu vejo uma viatura entrando no estacionamento. É agora! Vou aproveitar o barulho do motor desse carro que está entrando para eu sair daqui e o segurança não perceber. 

Nesse instante, eu ligo o carro e dou a partida rapidamente, saindo de uma vez por toda daquele presídio.

Amor ImpossívelWhere stories live. Discover now