Capítulo 23 - Foi por ela

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Depois que Kevin levou o Jake consigo, R. Smith finalmente solta meu braço e coloca o revólver na cintura. 

R. Smith: Acabou o showzinho. Chega dessa choradeira e dessa gritaria porque meus ouvidos já cansaram. 

S/N: Você é um ser humano horrível. Quem deveria estar na prisão era você, seu traste.

R. Smith: Chega de insultos ou você quer apanhar mais? Ou melhor, quer que eu te jogue em uma cela? Para mim não faz diferença nenhuma. 

S/N: Eu quero ver o Jake. 

R. Smith: Só quer. Você está proibida de visitar ele. Você até pode tentar, mas será barrada, pois já deixei seu nome na recepção. Inclusive, você já pode ir embora. Você não é mais útil para nós.

 Sinto uma raiva tomar conta de mim, então sem dizer mais nenhuma palavra, eu me viro e caminho em direção a porta. 

R. Smith: Espere! Seu celular.

Eu me viro para ele e vejo que ele está sorrindo e em seguida estende a mão com o meu celular nela. Nisso, eu vou até ele, pego meu celular e jogo ele no chão com toda a minha força, o que faz com que ele se quebre. 

S/N: Até parece que eu vou querer um celular rastreado e hackeado pelo governo. 

R. Smith: Até que você é bem espertinha. 

Vejo ele sorrir novamente e eu saio da sala sem dizer mais nenhuma palavra. 

Minutos depois eu já estou do lado de fora do sistema penitenciário e começo a caminhar. Eu não sei exatamente em que lugar de Duskwood eu estou, mas farei questão de memorizar onde esse presídio fica. 

Eu caminho duas quadras e me deparo com a Igreja de Duskwood. Ótimo, isso já é o suficiente, já sei a localização desse maldito presídio. Agora eu só preciso ir para a casa da Lilly. 

Eu não sei exatamente para que lado que fica a casa dela, mas sei que é perto da Oficina do Roger, então eu peço informações para uma senhora que está passando na rua. Antes de me responder, ela me fez diversas perguntas do porque meu rosto está inchado e como eu machuquei o lábio. Eu invento a desculpa esfarrapada de que eu caí de bicicleta. Ela, ingênua, acredita e finalmente acaba me explicando o caminho até a Oficina. 

Desse modo, eu começo a caminhar e caminhar. E a cada passo que eu dou, eu vou elaborando o meu plano e como colocarei ele em ação.

                                                                        ***

Jake

Estou aqui, usando meu uniforme de presidiário e dividindo uma cela pequena com mais sete homens. Logo que o policial me jogou nesse lugar, os demais presidiários me fizeram aquele famoso questionamento de que crime eu cometi para estar aqui. Eu resolvi falar a verdade, já que eu não tenho mais nada a perder nessa vida, até porque, eu recém perdi a coisa mais valiosa e importante que eu tinha, a minha única razão para lutar, o amor da minha vida. Sim, eu perdi (seu nome) e não há mais nada que eu possa fazer. 

Quando eu vi aquela foto que eles me enviaram, eu já sabia que não haveria mais volta para mim. Eu seria louco se eu deixasse que eles machucassem e matassem (seu nome) para que eu continuasse livre e vivesse minha vida normalmente, até porque não existe mais vida para mim longe dela. 

Entretanto, isso não significa que porque eu estou condenado a isso, que ela também tenha que sacrificar a vida dela. Eu não tive outra opção além de me entregar, pois eu sabia que eles não iriam parar até que isso acontecesse, e eles já tinham batido em (seu nome) e eu sei que eles não iriam parar por aí se eu não me entregasse. Além do mais, (seu nome) não merecia ter passado pelo que passou por minha culpa. 

Foi por isso que me entreguei, foi por amor a ela. Me rendi para que ela pudesse viver livremente e, a verdade, é que eu vou amar (seu nome) até o último dia em que eu respirar e eu jamais vou esquecer como nos conhecemos, cada mensagem que trocamos e todos os momentos que eu tive com ela, mas, pelo menos agora ela poderá seguir com a vida dela, sem continuar correndo perigo por minha causa. 

Quem sabe agora ela até possa encontrar alguém... Alguém que cuide dela, que a proteja, que esteja ao lado dela em todos os momentos e que possa ser presente, diferente de mim, que não posso oferecer isso a ela. Já quanto a mim... Não havia mais solução, na verdade nunca teve. Meu futuro foi pré destinado a essa finalidade quando decidi me tornar hacker. 

Depois que eu conheci (seu nome) eu até cheguei a acreditar que poderia ser diferente, mas não é e nunca será, porque a minha realidade e a minha vida é outra. Ela é cruel, triste e dura.

Amor ImpossívelWhere stories live. Discover now