...
Após o jantar, que estava delicioso, Alec e Marcos se encarregaram de lavar a louça, enquanto Aidan e Kamilla tiravam a mesa e limpavam o resto, já Ethan foi se deitar após escovar os dentes, visto que Aidan não o deixará ajudar lá em baixo.
O pequeno ruivo estava deitado de bruços na cama, seus braços estavam entrelaçados no travesseiro e sua cabeça sobre eles, o pequeno estava pensativo. Os homens da empresa não saim de sua cabeça, quer dizer. Eles eram tão lindinhos, na sua cabecinha inocente, mas as empregadas falavam tão mal deles, talvez fosse inveja, igual elas faziam com si. Faz um biquinho com os pensamentos.
Ethan se assusta com a porta sendo aberta, Aidan entra sem camisa se dirigindo para o banheiro, o pequeno balança a cabeça tentando afastar esses pensamentos, eles eram errados, os homens provavelmente deveriam ter namoradas, já que eram tão bonitos.
— Porque está tão corado? Até parece estar gostando de alguém.| Ethan sente suas bochechas queimarem ainda mais enfiando o rosto no travesseiro.
— Ain, será que o neném tá querendo ter namoradinhos?| Aidan belisca sua cintura o fazendo rir.
— Para de graça papai! E- eu não quero 'namoladinhus!
Aidan o olha de cima abaixo logo rindo, o maior se deita ao seu lado na cama depositando um rápido selo na ponta de seu nariz o abraçando, logo lhe desejando boa noite, sendo prontamente respondido, e tendo um beijo molhado depositado em sua bochecha.
...
Ethan dormia enquanto o irmão trocava suas roupas para mais um dia de trabalho, já que suas cinco tentativas de acordar o menor haviam falhado.
Aidan veste uma saia xadrez sobre a peça íntima branca com detalhes de renda, uma blusa preta de tubo com um decote quadriculado, nada muito exposto, um colarinho de pérolas, que ele mesmo havia dado para o menor de aniversário a alguns anos atrás, e uma botinha baixa preta por cima da meia branca, que sequer aparecia, e por cima de tudo um sobretudo preto esquentando mais seu corpinho.
Aidan pega o menor nos braços descendo as escadas cuidadosamente, pegando a mamadeira já quente sobre a mesa, agradecendo Alec, sentando na sala encaixando o bico nos lábios vermelhos, o mais velho franze as sobrancelhas preocupado, os lábios vermelhos estavam começando a ficar ressecados e maltratados, teria de comprar algum hidratante bom para o menor e o fazer consumir uma maior quantia de água.
Após o menor terminar seu leite, o mais velho se aproveita de que já estava pronto, com seu terno escuro, e o menor de dentes escovados, pegando a mochila rosa junto de sua garrafinha seguindo até o carro, um jeep preto.
O caminho foi calmo, e em momento algum o menor acordou, ao chegaram no edifício, o mais velho ajeita a bolsa, deixando seu cartão em um bolso pequeno fechando o zíper.
— Ei, meu príncipe, vamos acordar, hu? Já dormiu de mais, não acha?| Chama delicadamente depositando alguns beijinhos em sua bochecha, quase rindo ao o ouvir murmurar um não baixinho.
— Vamos lá, não queremos seu chefe irritado por atrasos não é mesmo?| Ethan suspira se espreguiçando preguiçosamente antes de abrir seus olhos azuis intensos,
— Finalmente meu príncipe!| Ethan se inclina selando a bochecha do irmão, este que sorri ajeitando as mexas rebeldes. — Tenha um bom trabalho meu príncipe, não sei se conseguirei te buscar hoje, mas vá para minha casa, verei com alguns dos meninos para ver se algum deles pode te levar, não ande sozinho pelas ruas!| Ethan concorda com a cabeça, se despedindo com um sorriso.
[...]
Hoje, o dia de trabalho do pequeno, ele o descreveria como estranho e calmo, Júlia e Analis não compareceram, Arthur estava com um braço enfaixado e estranhamente, não havia sido ignorante, como sempre era. E ele foi liberado mais cedo, a parte boa.
Antes de deixar o edifício, o menor avisará o irmão que iria a uma praça próxima ao ambiente que estava, comer um pastel e caminhar, Aidan o permitiu se sentindo receoso, mas não poderia prender o irmão, e apenas havia deixado por está próximo ao por do sol, o ordenando para voltar antes de escurecer.
Ethan comprará seu tão desejado pastel, com o cartão do irmão, pegando junto um suco de morangos, sentado a um banco de concreto, comia seu pastel, com um grande sorriso se sentindo satisfeito, o alimento estava simplesmente maravilhoso, quase gemendo ao o comer.
Suas perninhas curtas não alcançavam o chão, acabando por as balançar no ar, Henry passava de carro pelas redondezas, se surpreendendo ao ver o menor ali.
O homem até pensa em parar, achando a ideia meio estranha, até repara em dois homens observando o menor de longe e conversando rindo, não gostando nem um pouco, Henry estaciona o carro mais para frente se aproximando discretamente dos homens.
— Ela deve ter uns 15 anos!| Diz um deles rindo.
— Um pouco velha mais não tem problema, ela não parece do tipo que conseguiria lutar contra, parece tão frágil!| Eles riem combinando uma forma de se aproximar, Henry irritado se aproxima batendo suas mãos nos ombros deles os olhando com um sorriso falso.
— Bonito né? Ele realmente é adorável, mas sabe o que é ainda mais adorável?| Os rapazes sorriem, imaginando que acharam mais um para participar da brincadeira.
— O que?
— Uma bala atravessando profundamente o crânio de vocês, um tiro certeiro, depois de horas e mais horas de tortura, enquanto vocês imploram como cadelinhas por misericórdia.| Os homens se olham assustados tentando correr, Henry os derruba no chão, logo os levantando puxando duas armas de sua cintura, precisando os canos em suas costas.
— Vamos lá garotos, vocês não devem ser tão ingênuos, se algum dos dois já tiver ouvido meu nome em algum lugar, sabem que puxar esse gatilho em um local público não me traria problemas, eu mando nessa cidade, então preferem colaborar, ou morrer que nem merdas em uma praça pública enquanto ninguém seria capaz de ajudar?| Os homens sentem lágrimas descerem por suas bochechas andando até aonde o homem os guiava, Henry os joga em seu porta malas trancando a porta sorrindo de lado, por um momento, os rapazes pedem perdão a todos aqueles que já machucaram e tiraram a vida pelo próprio prazer, mas já era tarde de mais.
O tatuado resolve se aproximar do ruivo, que caminhava pela praça parecendo distraído, afim de afastar inquilinos e o proteger.
Ethan olha seu celular suspirando, o menor se dirigi para fora do local mandando uma mensagem para o irmão, uma mão firme o puxa pela cintura para trás, suas costas se batem fortemente contra algo duro, o fazendo querer chorar. Ethan se vira vendo o seu príncipe encantado.
As lágrimas evaporam no mesmo instante e um sorrisinho nasce em seus lábios, ah, como ele era mal pensando dessa forma dos homens, mas isso não importava para ele, não agora.
— Nunca te disseram para olhar a rua antes de atravessar? Ou você quer ser atropelado?| Ethan se perde nos azuis dos olhos do maior, não prestando totalmente atenção na pergunta.
— N- não!| Mente distraído, se sentindo envergonhado ao ser pego pelo maior o encarando tanto, Henry sorri divertido se inclinando para baixo ficando com seu rosto na altura do menor.
— Então deixa eu te explicar. Você precisa olhar os dois lados da rua antes de atravessar, princesa!| O menor sente seu coração se acelerar, ainda mais quando o maior toca sua bochecha, inconscientemente o ruivo fecha seus olhos se aproximando do toque do maior.
Henry sorri ainda mais, se inclinando beijando a bochecha gordinha se afastando, Ethan abre seus olhos sentindo uma sensação de abandono, aquilo o fez querer chorar.
— Toma cuidado! Eu tenho que ir resolver alguns assuntos pendentes, e ficaria bem feliz se você não tentasse se jogar na frente de um carro de novo, espero te ver de novo, princesa.| Ethan sorri bobo concordando com a cabeça, o moreno se afasta como se nada tivesse acontecido, olhando a mão no qual tocará a bochecha do menor.
O ruivo arregala os olhos sentindo a vergonha o dominar, aquele teria sido o primeiro beijo que receberá de alguém, que não fosse o irmão mais velho, nem Alec podia o beijar.
Ethan suspira, olhando os dois lados da rua, correndo para atravessar, o menor corre rapidamente até a casa do irmão, não se importando que suas perninhas queimavam, Ethan entra animado, atraindo a atenção do loiro que estava jogando no sofá sem camisa deixando as tatuagens expostas.
— Papai, papai! Papai! Você não sabe o que acabou de acontecer comigo!
Aidan sorri, antes que pudesse se sentar para o pegar no colo, Ethan joga sua mochilinha no outro sofá pulando no colo do irmão o abraçando apertado, o maior apenas abraça sua cintura acariciando seus cabelos com a outra mão.
Ethan conta tudo o que aconteceu, se sentindo envergonhado a contar dos seus crushs, rindo inocentemente enfiando a cabeça no pescoço do irmão, que rir com a inocência do mais novo esfregando suas costas.
[...]
Aidan observa a criatura, como carinhosamente apelidou, adormecida na cama, enrolado em uma toalha do Mickey usando apenas um cuequinha azul bebê.
O irmão procura no closet alguma peça para o pequeno, já o mesmo usava apenas um camisa social de mangas, com os três primeiros botões abertos, uma calça preta e uma bota preta masculina.
O homem pega um vestido rosinha na mão, logo o guardando, Ethan no seu mundinho significava bagunça, agora Ethan no seu mundinho fora de casa de vestido? Tinha tudo pra dar errado. O mais velho opita por uma calça jeans preta, um regata branca, um moletom Branco, um tênis reto branco, e uma meia preta na altura da canela. Podendo imaginar o menor correndo para todos os cantos e suado.
Se aproximando do pequeno na cama, o puxa pela canela começando a o vestir, após terminar, sorri gostando do resultado, aproveitando que as mexas já estavam molhadas, apenas se certifica de pegar um creme e uma escova, ao voltar ao quarto, vê o menor acordado sentado enquanto olhava o colchão sonolento.
Enquanto Aidan o arrumava, o ruivo pensava, se em algum dia alguém o amaria como o irmão amava, só que mais, se algum dia alguém queria ser namoradinho dele, e se esse alguém o cuidaria tão bem quanto o irmão fazia. Acabando por pensar em Steven e Henry, acabando por ficar envergonhado. Ethan pensava, um dia Aidan também namoraria, e ele queria isso, o menor queria que o irmão fosse feliz e amasse alguém que o amasse também, mas isso o faria ficar de lado, Aidan teria seu próprio namorado, e Ethan jamais queria que ele ou ela ficasse de lado para o irmão cuidar de si, Aidan já fez de mais por si, o loiro cuidará de si desde que nasceu, e ele era só uma criança.
Mas Aidan amava o irmão, faria tudo de novo e ainda mais, por Ethan Aidan dava sua vida sem pensar duas vezes, o irmão foi o motivo de não tirar sua vida, Ethan não foi só a luz de sua vida, mas como também o ensinou o prazer de viver.
Aidan se senta a cama puxando o irmão para suas coxas começando a ajeitar seus cabelinhos.
— Dannieh?| Chama baixinho com a voz chorosa.
— O que foi meu príncipe?
— Você acha que um dia alguém vai gostar de mim?
— Eu gosto de você.| Diz começando a trançar as mexinhas.
— Não desse jeito! De outro jeitinho.| O loiro se sente confuso empurrando a bochecha com a lingua.
— Porque essa conversa do nada?
— Não é nada de mais, só curiosidade. Você acha que algum dia alguém vai gostar de mim? De verdade, sem me achar estranho ou feio?
— Mas então porque desta curiosidade repentina, por acaso está gostando de alguém? Sabe que pode me contar tudo, não?
— É só porque Ethan conheceu dua-... Deixa pra lá, é bobeira de qualquer forma!
— Algo que te atormenta jamais é uma bobeira, pode me contar, você sabe que algo que eu nunca faria seria te zoar ou brigar, quer dizer, brigar eu brigo, mas é só quando você faz algo muito errado, não é?| O ruivo concorda rindo.
— Sabe baby, é óbvio que você um dia irá namorar, casar e morar com a pessoa, isso é comum. Você só precisa esperar a pessoa certa, assim evita decepções e traumas românticos! Mas espera um pouco tá? Por que eu sou muito ciumento!| Diz a última frase brincalhão rindo, ouvindo a risadinha do pequeno, beliscando sua cintura.
— Você deixaria?
— O que?
— Ethan ter um namoradinho?| Pergunta inocente tentando o olhar, Aidan termina a trança a prendendo com um elástico com uma pedrinha de coração.
— Se fosse a pessoa certa, alguém que não te machucaria e fizesse mal, com certeza.
— Como eu vou saber se é a pessoa certa?| Pergunta confuso o olhando, com a cabeça jogada para trás sorrindo do ângulo, era engraçado.
— Você só vai saber, não é algo difícil de reparar, você se sente diferente, e a pessoa certa, ela vai ser aquela que seria capaz de te dar o mundo, e se você reparar nós mínimos detalhes, você sabe diferenciar a pessoa certa, da pessoa que se fingi para você.| Diz beijando a bochecha do menor se levantando.
[...]
Ethan gargalhava alto, enquanto o maior vez o outra o olhava beliscando fraco sua perna, ou rindo junto, eles haviam acabado de sair do parquinho, e para a felicidade do loiro, o menor estava ao seu lado no carro e não bagunçava, ou tentava fugir do cinto de segurança, como normalmente fazia ao estar no mundinho infantil dele.
O loiro se sentia nervoso, angustiado, irritado e muito mais, teria que ir para a Rússia as preças, haviam um monte de coisas dando errado, e um de seus aliados mais importantes precisava de sua ajuda, o homem já havia feito muito por si, e não poderia o dar as costas, mas como seria de última hora, o homem ficou sem opções de quem deixar Ethan, Alec Carlos e Kamilla iriam junto.
O que o restava o próximo nome da lista, os irmãos Antonelli, o loiro geme frustado, até sentir um dedo roçando sua bochecha repetidas vezes, com uma sobrancelha arqueada, observa o menor, que vira a cabeça disfarçando com um sorriso sapeca.
Então, assim que o loiro volta a virar a cabeça, o menor volta a cutucar sua bochecha.
— Olha bebê, fica assistindo seus desenhos aí quietinho, que eu vou resolver um assunto rapidinho e logo venho te buscar, não desliga o ar, não bate no vidro e não sai do carro, tá?| Ethan concorda pegando os fones assistindo seu desenho.
O mais velho suspira batendo a porta entrando no prédio, ao entrar no elevador de vidro, com dos homens armados o seguindo, aperta o último andar, assim que chaga, segue para a última porta, grande de madeira escura entrando, os irmãos estavam sentados lado a lado, na imensa mesa, Steven estava apoiado na cadeira com as mãos sobre as coxas, já Henry, como sempre sério com os dedos cruzados, cotovelos sobre a madeira, e seu queixo sobre as mãos.
— Bom lhe ver Aidan, faz tempo que não tínhamos notícias suas.| O loiro sorri de lado se sentando a frente deles.
— Eu vim pedir um favor, dos grandes e difíceis.
— Prossiga!| Steven muda sua postura na cadeira interessado, o que Aidan poderia pedir a eles? O homem era tão poderoso quanto os irmãos.
— O meu irmão, eu preciso ir para a Rússia as pressas, Marcos precisa de mim, e eu não tenho com quem confiar Ethan, eu poderia o deixar sozinho, mas quando ele fica sozinho, tende a escorregar para o headspace com mais facilidade, e eu conheço vocês, e também sei que já conhecem ele.| Ambos irmãos sorriem fraco logo, voltando a fechar a cara.
— Existe algum motivo para tal?| Pergunta Steven se lembrando do que sabia sobre o assunto.
— Sensação e medo de abandono, mais traumas passados.| Diz simplista, os irmãos se olham conversando pelo olhar, Henry dá um discreto sorriso ladino enquanto Steven revira os olhos.
— Ethan não me parece que dá trabalho para lidar, cuidaremos dele por você Aidan, também temos algumas histórias de ajuda, não vamos lhe dar as costas quando precisa.| Steven diz, se sentindo anestesiado e ansioso para ver o pequeno, o que o faz estranhar.
Havia conversado com o irmão na noite em que conheceram o ruivo, no momento em que olharam para ele, se sentiram diferentes, o que os deixaram em choque e até irritados, já que era a primeira vez que não sabiam o que fazer, normalmente, eles sempre estavam no controle e sempre sabiam o que fazer, e Ethan sequer era um submisso deles, era apenas um garoto, um garoto adorável que prendeu a atenção de dois irmãos perigosos, conhecidos por assassinos impiedosos.
— Também não vejo problemas, na verdade me parece interessante.| Henry diz sorrindo levemente, Aidan o olha sério. — Não me refiro sexualmente, apenas já tive interesse por um infantilista de verdade, e não garotos que fingem, ele me chama a atenção é só isso.
Aidan suspira de levantando.
— Irei buscar-lo.
— Ele está aqui?| Steven pergunta levantando as sobrancelhas.
— No carro.
— Mandaremos um de nossos homens, não se preocupe, enquanto isso você pode nos avisar melhor de como ele é, não gostaria de o fazer comer algo que ele seja alérgico, e também acredito que ele exige cuidados mais específicos, não?
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Ethan ignora quando a porta do carro é aberta, até um par de mãos o pegar pelas axilas o tirando do carro, o menor olha vendo um homem diferente, com mais dois atrás olhando em volta segurando grandes armas, Ethan se assusta sentindo os olhos enxerem de lágrimas, odiava estranhos.
O homem começa a andar para dentro do prédio, o menor tenta o empurrar para longe, falhando, o homem apenas suspira afastando seu rosto do menor, não possuía permissão para falar com ele, e não poderia o soltar no chão, quando o garoto estava pronto para lhe acertar um tapa, o homem o senta no colo de alguém, reparando ser seu irmão, o menor o aperta abraçando fortemente.
— Tem certeza disso?
— Absoluta.| Diz Henry convicto sorrindo de lado.