O Senhor das Águias e os Pris...

By rsferreira89

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Esta historia será a continuação do livro : O Senhor das Águias e as Pedras da Perdição. Ela está em fase de... More

Mapa de Aldiroön
PRÓLOGO
CAPÍTULO I: O REI DE ZATÜRON
CAPÍTULO II: OS CONSELHEIROS REAIS
CAPÍTULO III: UMA VISITA EM TIÄN
CAPÍTULO IV : A CIDADE DOS LOBOS
CAPÍTULO V : A REUNIÃO DO CONSELHO
CAPÍTULO VI :O SACRIFÍCIO AOS DEUSES
CAPÍTULO VII :SOBRE O BRILHO DO LUAR
CAPÍTULO VIII :EM TERRAS DISTANTES
CAPÍTULO IX: NO QUARTO DA RAINHA
CAPÍTULO X :AO ENCONTRO DE NARCISSE
CAPÍTULO XI :UM ENCONTRO NA MADRUGADA
CAPÍTULO XII:UMA TAÇA DE VINHO
CAPÍTULO XIX : O REI SOBRE A COLINA
CAPÍTULO XV : RETORNANDO AO SALÃO
CAPÍTULO XVI :O CHÁ DE ERVAS AMARGAS
CAPÍTULO XVII :BOA VIAGEM, LORDE HARMYS

CAPÍTULO XIII: DESCENDO ATÉ A MASMORRA

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By rsferreira89



Cidade dos lobos.


Richard arrastava a sua longa capa negra pelos corredores do castelo. Seus passos eram largos e silentes. Akeelah acompanhava o seu dono e olhava para o fogo que ardia nas tochas que estavam pregadas na parede.

Ao se aproximar do final do corredor, Richard abriu uma velha porta de madeira. O ranger das dobradiças fizeram com que Akeelah se assustasse. Ambos avistaram uma escada de pedras rochosas que descia em direção a masmorra.

Ao descer os degraus estreitos, Richard segurava consigo uma tocha negra feita de aço. Ele havia retirado da parede antes mesmo de continuar o seu caminho. Akeelah andava atrás de seu dono, cheirando cada canto após lamber o seu focinho. Enquanto eles desciam, podia-se ouvir os gritos que ressoavam no interior do castelo. O chicote estralava de uma maneira brusca. Parecia que alguém estava sendo torturado ou sendo punido pelos seus crimes.

Ao terminar de descer as escadas, Richard continuou sua caminhada em direção as celas. De repente, um pequeno sussurro fez com que ele se virasse rapidamente. Akeelah olhou para trás e correu em direção a escuridão. Ela havia desaparecido completamente.

Richard pegou a sua tocha e iluminou em direção de Akeelah. Ela estava lambendo as mãos de Edmundo que caminhava lentamente ao encontro de seu irmão.

— Andando de madrugada nas masmorras, meu irmão? — perguntou ele, franzindo as sobrancelhas. — Deveria sentir um pouco de compaixão com sua vida. É perigoso andar por aqui a estas horas, algum criminoso poderia estar solto e aparecer de surpresa.

Richard deu um leve sorriso.

— Não tenho medo da escuridão, muito menos de criminosos perdidos pela noite. Sei muito bem que aqui é muito mais seguro do que com os lordes lá em cima.

— A propósito, como foi a reunião com a cabeça do rei? — perguntou Edmundo coçando uma das orelhas de Akeelah.

— Foi a mesma coisa de sempre! — afirmou Richard. — Lorde Harmys é um cagão, só sabe obedecer às ordens daquele bastardo real. Mas ele terá que convencer o rei a respeitar as condições de Narcisse.

— Condições de Narcisse? Ora, por favor meu irmão, sabemos muito bem quem foi o autor destas ideias.

Richard franziu as sobrancelhas.

— Posso ter influenciado Narcisse, mas foi ele que escolheu em aceitar os meus conselhos. Logo iremos ver todos os vampiros serem escravizados, inclusive a família deles.

Edmundo deu um sorriso desdenhoso. Ele tocou levemente em seus cabelos e voltou a olhar para a loba. Akeelah estava sentada, agitando a sua cauda de maneira prazerosa.

— E você, meu irmão? O que faz aqui nas masmorras? — perguntou Richard, com um olhar longo e gelado.

— Eu estava averiguando os prisioneiros, principalmente o senhor Martinho, que será executado logo pela manhã.

— Senhor Martinho... é aquele camponês que você encontrou na floresta?

Edmundo congelou o seu olhar. Seu rosto mudou de aparência e sua respiração acelerava a cada instante.

— Ele mesmo! Encontrei aquele tolo orando por Ilumar no meio da floresta. Ele estava de joelhos, olhando para o céu..., mas amanhã mesmo sua sentença será cumprida. Mandei chamar a sua esposa e seus filhos para assistirem à execução.

Richard estendeu a sua mão, como se estivesse interrompendo a fala de seu irmão.

— Faça isso depois que lorde Harmys partir. Não queremos encrenca com um rei que é completamente aguiano.

— Como quiser, meu irmão! — afirmou Edmundo.

— Amanhã teremos que nos reunir para conversar sobre estes assuntos, mas creio que não poderemos mais matar esses camponeses... o fato deles serem aguianos, não basta. Se o rei souber que estamos fazendo isso, ele irá nos matar!

Edmundo afirmou com a cabeça.

— Como quiser! — disse ele, com meio sorriso nos lábios. — Você vai subir para o seu quarto?

— Ainda não, quero rever um prisioneiro especial! Leve Akeelah para os meus aposentos, logo subirei.

Edmundo franziu as sobrancelhas e ergueu um sorriso amargo. Ele conduziu Akeelah até as escadas, segurando-a levemente em sua nuca.

Richard caminhou em direção ao leste com sua tocha em chamas. Ao chegar próximo da cela, percebeu que havia um homem vestido com uma túnica de lã cinzenta. Ela estava rasgada no seu colarinho e nas mangas. Haviam duas cintas de couro negro que cruzavam o seu peito. Também estava coberto por uma capa negra que descia até os seus pés. Nela continha estampado o brasão dos irmãos Grimm (uma seringueira em chamas).

Seu rosto era austero. Seus olhos eram negros e sua cabeça era lisa. Segurava uma lança longa e afiada. Ele era conhecido como o "cão raivoso", um sujeito que tinha certas habilidades em esfolar os prisioneiros.

Ele abriu a cela e se curvou perante o sacerdote.

— Me deixe a sós com o prisioneiro! — ordenou Richard, entrando na cela. Seu rosto estava vermelho e obscurecido.

Enquanto o seguidor saía em direção oeste, Richard aproximou do prisioneiro que estava dormindo.

Bem próximo da entrada da cela, havia um balde cheio de excrementos dissolvidos em uma água suja. Richard jogou todo o liquido na face do prisioneiro, fazendo com que ele despertasse de seu sono profundo. Suas roupas também ficaram molhadas.

— Acorde! — gritou o sacerdote. — Não é hora de dormir seu porco imundo!

O rapaz estava completamente assustado. Ele aparentava ter uns quarenta anos devido aos seus trajes. Tinha longos cabelos ruivos, que estavam embaraçados devido a sujeira. Sua barba era grande e bifurcada. Vestia trapos velhos que exalava um odor desagradável.

— M-m-mestre, M-m-mestre, M-m-mestre... — gaguejou o prisioneiro se encolhendo de frio. — P-p-perdõe-me, eu juro que da próxima vez e-e-estarei a-a-acordado.

— É bom mesmo! — gritou. — Você não está aqui para dormir, o seu dever é me servir Camundongo.

O outro prisioneiro que estava dividindo a cela, acordou assustado com as gritarias. Ele olhou para seu colega e percebeu que ele estava todo molhado.

— Covarde! Como se atreve a fazer isso com ele, seu cão sarnento. — gritou o prisioneiro.

Richard pulou em cima dele e lhe deu uma bofetada. Seu nariz começou a sangrar rapidamente, devido as correntes que acabaram acertando a sua face rosada.

— Dobre sua língua antes de falar comigo desta maneira! Seu ladrãozinho de quinta. — gritou ele, apontando o seu dedo na cara do prisioneiro. — Não se meta naquilo que não é da sua conta.

O prisioneiro limpou o seu nariz e se endireitou suavemente. Ele tinha longos cabelos loiros que se igualava a ouro batido. Tinha uma barba grande que cobria a metade de seu rosto. Usava correntes em seus pés encardidos e trapos que cobriam o seu corpo esbelto.

— O g-g-garoto Francis, não precisa se p-p-preocupar com Camundongo! — sussurrou o prisioneiro enquanto piscava sem parar. Ele coçava os seus olhos a cada instante e fazia alguns movimentos involuntários em sua face.

— Cala a boca! — gritou Richard. — Hoje você não me escapa! A dias que você não me revela suas visões.

Camundongo ficou com seus olhos esbugalhados e começou a roer suas unhas.

— E-e-eu não tive nenhuma visão, s-s-senhor! Eu não tive! Eu não tive... — disse ele, movimentando por diversas vezes a sua cabeça.

— Não minta para mim! — gritou Richard, segurando o prisioneiro pelo colarinho. — Quer que eu peça para o cão raivoso trazer o ferro quente?

— Não! Não! Não! P-p-por favor, eu não quero ser queimado n-n-novamente. — suplicou Camundongo de joelhos.

— Então, revele os seus segredos! Conte-me de suas visões.

Camundongo encolheu-se novamente e sussurrou nos ouvidos de Richard.

— Eu vi... uma grande e-e-estrela cair do céu e uma outra a t-t-tomar o seu lugar. O ouro desmoronar e a p-p-prata governar. A águia é c-c-comida pelo lobo, ambos irão g-g-guerrear, somente a águia perecerá...

Richard ficou espantado. Ele coçou levemente o seu queixo e ficou por um tempo em silêncio.

— E o que isso significa? — perguntou Richard, pensativo.

— Eu não sei! Eu não sei! Eu não sei! — disse Camundongo, movimentando repetidamente a sua cabeça. — Eu só t-t-tenho visões, não sou capaz de i-i-interpretar!

Richard agachou levemente e acariciou os cabelos do prisioneiro.

— Deixe que eu interprete para você, meu caro amigo. Garanto que se você continuar a ser bonzinho comigo, ganhará logo a sua liberdade e não haverá mais castigos como estes. Prometo que o cão raivoso não chegará mais perto de você!

— O cão r-r-raivoso! O cão r-r-raivoso! M-m-meu s-s-senhor, p-p-promete... p-p-promete... p-p-promete... — gaguejou ele, roendo suas unhas encardidas.

— Mas é claro! Só você continuar a ser bonzinho comigo que eu te livrarei dos seus castigos...para isso, você precisa confiar em mim e me contar as suas visões!

Camundongo afirmou com a cabeça. Richard deu as costas para o seu prisioneiro e lançou um olhar feroz para Francis.

Após sair da cela, Richard olhou novamente para Camundongo e fez um leve sinal com as mãos.

— Agora fique quietinho, senão o seu pai poderá ouvir os seus gritos. Não queremos confusão com Lorde Estevão, não é verdade? — disse Richard, dando um leve sorriso. — Volte a dormir. 



Todos os domingos terá capítulos inéditos deste livro...

Espero por vocês!!

R.S.Ferreira

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