- sério mesmo? Quer me convencer de que foi ela que quis?
- e por que não? Ela é quem escolhe as próprias coisas, toma as próprias decisões, eu apenas a oriento e tomo a frente de vez em quando.
- tá, então depois de uma noite mágica usando vários panos por baixo do pijama, ela decidiu que queria ser uma bebê... Fora é claro o passado dela...
- viu, até a senhora entendeu.
- não, não entendi, o que eu entendi é que você não consegue aguentar a dor e quando você a viu sofrer, não pensou duas vezes.
- vamos deixar essa coisa de "dor e sofrimento" pra lá, eu não quero ficar pensando no que ela passou, o que importa é o presente e o futuro.
- então... Sem o seu passado e o dela, vocês não estariam juntos...
- da pra parar de ser filosófica com as coisas...
- tudo bem, apenas pense nisso : todo ser humano sofre em algum momento, de forma diferentes, mas vai ter aquele sofrimento que vai mudar você, pra bom ou pra ruim...
- eu mando você parar e você me manda mais uma.
- e olha lá, eu sou a sua mãe, não tenho que te obedecer muleque, você é quem me deve obediência.
- tá se achando a coroa.
- vou te matar... E novamente sua arma estava em mãos.
- abaixa esse chinelo vai.
Ela nem pensou duas vezes antes de bater algumas vezes em Felipe. Os altos estalos ecoavam pela casa...
Isa dormia em seu quarto, mas foi acordada aos sustos com aqueles estalos, se sentou assustada no berço... Não conseguiu falar, não tinha voz... Tudo o que fez foi levar aos mãos aos olhos tentando conter as lágrimas.
- hahaha... Para mãe... Hahaha...
- isso é pra você aprender.
- oh é sério, para...
- o que?
E Felipe vai até o quarto de Isa. - meu amor?
Felipe a vê chorando no berço. - vem cá meu amor... Tá tudo bem...
E novamente Isa estava encolhida em seus braços
- tá tudo bem aqui? O que foi?
- nada, tá tudo bem... Tá tudo bem né meu amor...
Isa não dizia uma palavra, ela apenas recostou a cabeça no peito de seu pai, Felipe fazia carinho nela pra ela parar de chorar.
- acordou assustada?
Ela balança a cabeça.
- era a sua avó me batendo...
Ela se aproxima de Felipe. - tudo bem Isa? Eu... Sou a sua avó...
Como uma mulher que falava docemente, podia ser tão violenta? Mães...
- quer ficar no colo?
- uhum...
Isa parecia manhosa, totalmente dengosa no colo de Felipe.
- que fofa... Posso segura lá?
- claro... Vai com ela linda...
Mas claramente, Isa não iria desgrudar de Felipe tão facilmente.
- vem...
- hum...
Ela não iria soltar Felipe por nada.
- desculpa...
- tudo bem, sei que essa coisinha linda... Vai se... Acostumar comigo...
Ela sorri e acaricia aquele pequeno rosto corado...
- bom eu já vou indo...
- sério? Acabou de chegar...
- bom, se quiser eu posso ficar mais um pouco.
- nada, eu só estava sendo educado.
- oh muleque idiota.
- é brincadeira. Foi muito bom a senhora ter vindo...
- tá... Sei...
- eu tô falando sério, você pode conhecer a sua nova netinha...
- bom, isso é verdade...
E vão até a porta.
- tchau pra vocês.
- qualquer dia desses eu vou lá em casa.
- tá bom, mas só vai entrar se levar ela junto...
- só você mesmo dona Lúcia.
- olha...
Felipe não conseguiu, não rir... Ele vê sua mãe caminhar até pegar um táxi...
Concentrado em Isa, Felipe não conseguia tirar os olhos dela, estava muito preocupado com ela, não dizia uma palavra, estava mais manhosa e dengosa do que nunca, não queria solta lo...
- oh meu amor... Fala comigo, o que você tem?
- hum...
- só esse barulhinho não me ajuda Isa, tá tudo bem meu amor... Fala comigo...
Mas nem seu jeito doce estava conseguindo mudar o estado dela. Felipe se levantou do sofá e foi até o quarto dela, deitou ela no sofá e abriu o body e a fralda, os panos úmidos pareciam bastante incômodos, Felipe os tirou, junto da fralda, passou alguns lenços umidecidos, talco e pomada nela, pegou outra fralda no armário e mais alguns panos, colocou tudo junto, levantou as pernas de Isa e passou a fralda por baixo, abaixou as pernas abertas, colocou sobre ela e prendeu os botões daquela fraldinha fofa
- tudo bem, meu anjo?
E nada, mas pelo menos, o incômodo havia passado, com ela em seu colo novamente, Felipe foi até a cozinha.
- quer almoçar?
Ela apenas balanço a cabeça escondida, Felipe sorriu pelo sinal positivo, e começou a colocar o almoço, enfim estava na mesa.
- o papai vai te dar, tudo bem?
E novamente ela acena, Felipe a vira pra frente e começa a alimenta lá. Pode perceber o rosto abatido dela, ele não conseguia entender o motivo dela estar assim...
Ao fim. - tudo bem?
- uhum...
- que bom meu anjo... Fala pro papai o que você tem, eu tô muito preocupado Isa...
E novamente ela se fecha no colo de Felipe... Talvez levasse algum tempo até ela voltar ao normal...
- eu...
Ou talvez não.
- hum...
- eu... Eu... Não... Quero mais... Ser uma... Bebê...
- mas por que meu amor?
- eu... Gosto... Mas não... Quero mais...
- fala pra mim porquê?
- eu... Não sei mais... Quando vou fazer... Xixi... As pessoas sabem... Das minhas... Fraldas... Eu tenho vergonha... Medo... Do que pode acontecer... Eu... Gosto muito... De ser... Bebê...
- oh meu amor...
- mas... Não quero... Mais...
- você... Sabe que o papai não vai te forçar a fazer nada daquilo que você não quiser, seja ser uma bebê, usar fraldas ou qualquer coisa... Eu não me importo tá bom, mas... Você sabia que poderia ser assim... Não é comum e normal a vida que nos levamos... Você tem 6 aninhos, mas age como se tivesse 1. Se quiser parar... Pare por você, não porque eu pedi ou porque alguém disse que é errado... Errado e deixar de fazer o que gosta e quer pelos outros...
- o senhor...
- hum.
- o senhor se importa... Se eu deixar de ser... Uma bebê...
- a escolha é sua Isa, eu não vou deixar de ti amar por nada, independente do que quiser...
- eu gosto de ser uma bebezinha... Pequena, frágil, indefesa... Gosto do carinho... Do colinho, da atenção... O senhor fez o meu sonho real...
- qualquer coisa pra ver a minha filha feliz...
- papai.
- o que?
- eu não quero deixar de ser uma bebê, mas eu tenho medo...
- do que pode acontecer não é?
- uhum...
- você sabe que pode confiar em mim, sempre, eu sempre vou estar aqui, cuidando, orientando, protegendo, ensinando... Mimando... Tudo aquilo que tenho que fazer...
Isa olhava pra Felipe com os olhos cheios.
- o que vai ser?
- quero... Fica no coio
- essa bebezinha é muito dengosa.
- hihihi...
Aparentemente, o sorriso de Isa havia voltado, isso era um grande alívio pra Felipe, ver a filha que tanto ama feliz desse jeito.
O filme era muito divertido, Isa estava se divertindo muito, saltitando no colo de Felipe com grande sorriso.
- olha que bebe feliz.
- hihihi.
- ela tá com fominha?
- uhum... Baiguinha... Fominha...
- oh neném dengosa. Deita aqui. Felipe deita ela em seu colo, coloca o bico da mamadeira na boca dela, parecia mágica, Isa tomava e automaticamente ficava mais calma e tranquila, estando feliz ou triste...
- acabou... Felipe a levantou e deu alguns tapinhas em suas costas, logo veio aquele arroto com a maior das manhãs, ela até deixou o filme pra lá, preferindo ficar com a cabeça apoiada no ombro de Felipe.
- se essa bebezinha linda quiser, o papai da banho nela e leva ela pro berço...
- uhum...
Aparentemente iria ser necessário, o sono já começava a tomar conta de Isa, Felipe a carregou até o banheiro, abriu o body e o tirou.
- essa bebezinha fica muito linda de verde...
Isa sorria com muito sono, Felipe abre e tira a fralda, abre a torneira da banheira e começa a dar banho nela... Pouco a pouco ela ia adormecendo... A fralda colocada...
E o pijaminha...
Isa já estava pronta pra dormir...
- tá com soninho a minha bebê...
- uhum... Papai...
- fala meu anjo.
- o senhor me ama como bebê... E ela dormiu.
- te amo de qualquer jeito... Crescendo... Ou não... A lágrima escorre daquele olho claro.
Felipe queria ficar mais com ela, levou ela e as outras coisinhas pro seu quarto, se deitou na cama com ela por cima, o sono podia vir, mas a fofura de ver aquela garotinha tranquila sobre seu peito, aquecia muito o coração dele...
- eu te amo... Vou te proteger de tudo e todos...
E a abraçou...
Continua... Espero que tenham gostado desse capítulo. Votem e comentem o que acharam.
Desculpem os erros de ortografia. Leiam essa e as outras historias também.