Monster -2Shin

By loveISsadistic

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Shin Ryujin, uma agente de missões especiais, foi escolhida para ser enviada a um lugar completamente diferen... More

Capítítulo 1
capítítulo 2
capítítulo 3
capítítulo 4
capítítulo 5
capítítulo 6
capítítulo 7
capítulo 8
capítulo 9
capítulo 10
capítulo 11
capítulo 12
capítulo 13
capítulo 14
capítulo 16
capítítulo 17
capítulo 18
capítulo 19
capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
capítulo 24

capítulo 15

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By loveISsadistic

Entrei no ônibus e me sentei na cadeira vaga ao lado de Yeji.

-Demorou, hein? – perguntou e eu assenti sem falar absolutamente nada –

Na minha cabeça a única coisa que se passava, como se estivesse no replay, era o que tinha acontecido alguns minutos atrás. Yuna havia me beijado.

Eu senti suas mãos em minhas bochechas e então fechei os olhos e me entreguei completamente depois de processar tudo aquilo. Coloquei minhas mãos em sua cintura e puxei seu corpo mais para perto, enquanto, calmamente pedia passagem com a língua para adentrar sua boca. Yuna cedeu e suspirou contra meus lábios. Continuei aquilo na maior calma possível, lembrando que aquele era seu primeiro beijo de verdade. Senti suas mãos descerem até meu pescoço e repousarem em minha nuca. Para terminar o beijo, Yuna me deu um selinho com um pouco de receio e colocou a cabeça escondida na curva do meu pescoço. Senti-a respirar fundo e levei uma de minhas mãos até seu cabelo, afagando o local de leve.

Eu estava quase pedindo para a garota me beliscar. Eu devia estar sonhando acordada ou qualquer coisa desse tipo. A vida não é tão bela assim do nada.

Então Yuna se separou, suspirando e olhando para mim. Ela ainda devia estar lendo em meus olhos a mensagem. Sorriu de canto e tocou em meu ombro, falando:

-Até domingo, Ryujin.

E então, mesmo não querendo sair daquele quarto, eu obriguei minhas pernas a fazerem esse serviço, antes que eu beijasse a garota novamente, e, antes de sair, falei:

-Até, Yuna.

Sai do meu transe quando senti Yeji tocar meu ombro. Olhei para ela e pisquei várias vezes e a mulher riu.

-Sim? – perguntei –

-Perguntei se quer sair esse fim de semana. – repetiu o que eu não tinha escutado da primeira vez – Falei com Jennie e ela topa. – levantei as sobrancelhas, dando de ombros –

-Tudo bem então. – respondi fechando os olhos – Depois a gente marca, certo? Estou bem cansada. – eu não estava com os olhos abertos, mas tinha certeza que Yeji assentiu –

-Certo. Durma bem.  

***

Ao chegar à rodoviária, logo vi Somi sentada mexendo no celular enquanto me esperava, resolvi ir até ela, assustando-a.

-Ah, Ryujin! – gritou e eu ri –

-Oi pra você também. – falei –

-Oi querida. Vamos? – assenti –

-Deixa eu só falar com Yeji e Jennie, é rápido. – ela revirou os olhos e fui até as garotas, que não estavam muito longe – Ei. – chamei a atenção das duas, que viraram para ver –

-Pode ir dizendo seu número, Shin. – Yeji disse e eu ri, falando o número de telefone. Logo Jennie anotou também – Conversamos por mensagens onde podemos nos encontrar. – olhei para Jennie – Tenho que dizer algo importante pra vocês. – sorri -

-Algo importante? Vai chover! – Jennie falou e Yeji fez uma careta, fazendo-me rir –

-Então garotas, tenho que ir. – comentei vendo Somi a alguns metros – A gente se fala. – as duas assentiram e acenaram –

Fui até Somi e ela me olhou com um sorriso malicioso no rosto.

-Quem é a mais baixa? – perguntou e eu revirei os olhos –

-Jennie. – falei enquanto íamos até seu carro –

-Ela é bem bonita. Vocês estão tendo alguma coisa? – bufei –

-Todo mundo pergunta isso e a resposta é não. – falei enquanto colocava minhas coisas no porta-malas –

-Não? – neguei – Pois parece.

***

Cheguei em casa quase as duas da manhã. Pedi para Somi dormir comigo hoje e ela aceitou sem pensar duas vezes. Joguei minhas coisas no sofá e fui logo para o quarto, me jogando na cama e tirando os sapatos. Somi fez o mesmo em seguida.

-Ah, que saudades. – falei fechando os olhos –

-Quer ir a uma festa amanhã? – Somi perguntou e eu suspirei, abrindo os olhos –

-Não, obrigada. – respondi e ela se sentou na cama, me olhando –

-Quê?!

-Não. – olhei para ela e dei de ombros –

A mulher colocou a mão em minha testa e deixou por um tempo franzindo o cenho.

-O que? – perguntei –

-Você deve estar doente. – ri –

-Não. – respondi, sentando-me – Tem uma coisa que eu quero te falar.

Ela cerrou os olhos, estranhando, depois assentiu.

-Fale então.

-Eu estou gostando de uma pessoa. – Somi arregalou os olhos –

-Quê?

-Eu estou...

-Não, isso eu entendi. – falou –

-Então porque perguntou? – ri –

-É por que eu nunca escutei isso de você. E você está tão calma falando que está me assustando de verdade. – ri ainda mais –

-Eu estou me acostumando aos poucos. É bem estranho, mas eu consigo.

-Ai meu Deus. Quem é?

-Yuna. – sorri lembrando-me da garota –

-Não conheço. – falou batendo em meu braço –

-Ai! – reclamei e logo Somi me abraçou –

-Que bonitinha você. – falou ainda abraçada em mim –

-Ela me beijou. – falei ainda sorrindo e Somi saiu do abraço – Nossa, eu to muito idiota por causa disso. Meu Deus do céu. – Somi riu apertando minhas bochechas –

-E está corada também! – falou e eu me senti ficar ainda mais quente – Que fofa!

-Para com isso! – falei rindo e ela riu também, me soltando –

-Espero que essa garota seja muito boa. Não quero você apaixonada por uma qualquer não. – brinquei com meus dedos e sorri –

-Ela é bem chata. – falei ainda sorrindo – Insuportável.

-Ah, então vocês combinam. – olhei para Somi e ela estava sorrindo. Ela tocou em meu ombro depois e continuou – Mas boa sorte, amiga.

-É, eu vou precisar. – sorri fraco e deitei –

Somi logo deitou-se também e depois de alguns minutos nós pegamos no sono.

**

Acordei no outro dia mais animada do que nunca. Peguei meu celular e vi que tinha uma mensagem de Yeji, dizendo aonde iríamos nos encontrar daqui a algumas horas. Somi ainda dormia, então resolvi tomar um longo banho para acordar completamente. Eram dez da manhã. Fazia tempos que eu não acordava tão tarde, e, o melhor, tão bem assim.

Depois de quase uma hora no banho, me arrumei, colocando uma calça jeans escura e uma blusa branca frouxa. Sequei meu cabelo com a toalha, deixando que ele se ajeitasse sozinho. Somi não estava mais em minha cama quando sai do banheiro, então resolvi procurá-la pela casa, encontrando-a em minha cozinha, fazendo alguma coisa no fogão.

-Bom dia! – gritei, assuntando minha amiga –

-Ryujin! – ela gritou de volta, o que me fez rir – Já é a segunda vez, Ryujin. Segunda!

-Eu não aguento te ver tão vulnerável e não te assustar. – falei abraçando-a por trás e vendo que ela fazia ovos mexidos – Desculpa bebêzão.

-Idiota. - escutei-a falar e ri, me afastando e sentando-me na mesa - Sim, esqueci de perguntar. Como foi lá com sua mãe? – levantei as sobrancelhas me lembrando do final de semana passado –

-Foi estranho. Ela estava tentando ser simpática. – Somi riu –

-Que fofinha.

-Fofinha nada. Me deu medo, isso sim. – falei brincando e Somi riu mais ainda enquanto colocava os ovos em um prato – Mas, brincadeiras à parte... Ela estava estranha de verdade.

-Talvez ela esteja arrependida. – Somi falou colocando o prato com ovos em minha frente – Quero dizer... Você é a filha dela. Ela deve ter visto que o que fez não foi nada legal. – dei de ombros, pegado um ovo com a mão –

-É, talvez.  

**

Já estava na parte da tarde e eu esperava Jennie e Yeji sentada no restaurante em que Yeji havia marcado. Fiquei uns dez minutos esperando, apenas mexendo no celular e aproveitando para usar internet, já que eu ficava sem durante toda a semana.

Logo Jennie chegou, sorrindo para mim quando me viu e vindo em direção à mesa, sentando-se na cadeira em minha frente.

-Boa tarde. – falou e eu sorri –

-Boa.

-Yeji ainda não chegou. – comentou –

-Para variar. – dei uma risada baixa e assenti, vendo a loira entrar no restaurante logo em seguida – Não morre mais. – mostrei Yeji se aproximando e Jennie virou-se para ver –

-Nossa, eu sou uma atração tão grande assim? – Yeji comentou sentando-se entre eu e Jennie – Obrigada garotas. – sorriu piscando e eu revirei os olhos, escutando Jennie rir –

-Se acha o que não é. – falei baixo e levei uma tapa nas costas da loira – Ai! – Yeji levantou as sobrancelhas e olhou para o lado, chamando o garçom –

-Senhora? – perguntou assim que chegou à mesa. Yeji fez uma careta, mas logo pediu o que queria para beber, além de uma entrada –

Eu e Jennie pedimos também. Jennie escolheu um suco de laranja enquanto eu resolvi optar por um refrigerante.

Depois de alguns minutos batendo papo, a entrada chegou, junto a nossas bebidas. Yeji logo bebeu um gole de sua água e eu peguei um petisco, mordendo-o.

-Então... – Jennie começou – O que queria falar de importante conosco? – Yeji levantou as sobrancelhas, parecendo lembrar-se de algo –

-Ah, sim. Era para isso que viemos aqui. – franzi o cenho –

-Isso o que? – perguntei –

-Tenho que falar uma coisa e preciso de conselhos. Tudo bem? – assenti, vendo Jennie assentir também. Yeji tomou um gole de sua água e eu resolvi tomar um do meu refrigerante – Quero que me digam como descobriram que gostavam de meninas mesmo. – ri – É sério.

-Eu me apaixonei por uma. – Jennie comentou, bebendo seu suco pelo canudo –

-Como foi? – Yeji perguntou –

-Normal. – Jennie deu de ombros –

-Não... Quero dizer... Como você se sentia pra saber que estava realmente apaixonada? – aquela conversa estava um tanto quanto estranha, mas resolvi não falar nada, apenas continuar escutando –

-Ah... – Jennie sorriu – Seu coração bate mais rápido, sua mão soa. Eu costumava tremer involuntariamente ás vezes só por encostar naquela garota. Se sente mais feliz só de ver aquela garota sorrir. – sorri, lembrando de Yuna – Bom, eu acho que é isso. – Yeji franziu o cenho olhando para sua água – Porque?

-Vocês não vão me julgar? – Yeji perguntou e eu cerrei os olhos, negando. Jennie também negou com a cabeça lentamente, claramente sem entender – Eu acho que... Estou gostando de uma pessoa. – falou mais baixo que o normal – Chaery. – e então um sorriso se abriu em meu rosto e eu comecei a rir. Rir escandalosamente – Ryujin! – Yeji falou e consegui ver suas bochechas tomarem cor –

-Ai, meu Deus! – falei colocando a mão na barriga, já chamando atenção enquanto Jennie ainda estava de boca aberta –

-Porque está rindo? – Yeji perguntou – Isso não tem graça. É bem sério. Além de ela ser uma pessoa que estou cuidando, é menor de idade. Sabe o quão sério é isso? – neguei com a cabeça, sentindo as lágrimas em meus olhos de tanta risada –

-Não tô rindo por causa disso... – consegui falar em meio às risadas. Jennie então olhou para mim – É que... Eu estou gostando de Yuna. – soltei e Yeji abriu a boca rapidamente. Jennie continuava estática e eu ri mais ainda, então, Yeji começou a rir também –

-Nossa, a gente tá bem ferrada. – falou rindo –

-Bem muito! – levei minha mão até a barriga, respirando fundo – Pelo menos não estou sozinha nessa. – comentei e Yeji assentiu –

-Meu Deus... – Jennie comentou, colocando o cabelo para trás – Que profissionais.

-Obrigada. – respondi sorrindo e ela riu – Então Yeji, ela já sabe? – perguntei à loira e ela assentiu devagar –

-Sim. Na verdade eu nunca falei isso diretamente, mas sempre jogo indiretas. Chaery é muito inteligente e com certeza já pegou. –assenti – E Yuna?

-Acho que ficou bem claro ontem. – falei dando de ombros e bebendo meu uísque –

-O que aconteceu ontem? – Jennie perguntou –

-Eu mostrei uma música a ela. – respondi – I Love You. – Yeji riu –

-Entregou a bandeira de bandeja para a Yuna. – revirei os olhos – E o que ela fez? – abri um sorriso enorme lembrando-me do que tinha acontecido depois –

-Ela me beijou. – as duas abriram a boca –

-Ai meu deus. – Yeji falou, colocando a mão por cima da boca –

-Sério? – assenti ainda sorrindo –

-Sim... – falei como uma boba – Ai gente, sério, sei que é muito errado, mas não estou arrependida. – falei e Yeji suspirou –

-Eu estou um pouco receosa... – comentou – Mas é um sentimento tão bom que não consigo parar. – assenti –

-E eu virei vela. – Jennie comentou bebendo seu suco, o que nos fez rir – Obrigada minhas flores do campo. – ri –

-De nada, docinho. – Yeji falou tocando nas costas da outra – Daqui a pouco você se apaixona também e ficamos quites. – Jennie arregalou os olhos –

-Deus me livre! – falou, fazendo com que eu e Yeji começássemos a rir –

**

Cheguei em casa quase cinco da tarde. O almoço com as garotas tinha sido ótimo, melhor do que eu esperava. Nunca iria imaginar que Yeji estava apaixonada e ela Confiou em nós o suficiente para dizer aquilo. E eu fiz a mesma coisa. Talvez agora nós ficássemos ainda mais juntas.

Eu estava me acostumando com a idéia de estar apaixonada. Era realmente muito complicado, ainda mais em minha situação. Mas, com pessoas ajudando a lidar com isso, era bem mais fácil do que o normal.

Agora eu estava jogada em meu sofá enquanto mexia no celular. Várias mensagens que eu estava sem vontade nenhuma de abrir. resolvi pegar meu laptop, abrindo o mesmo e esperando-o ligar.

Com ele já ligado, abri um site de pesquisas. Sem compromisso nenhum, coloquei “telecinese” e apertei buscar.

Vários resultados.

Será que a telecinese é possível?

Aprenda telecinese.

O poder da mente: telecinese.

Suspirei, continuando com a procura. Vi um que chamou minha atenção: casos de telecinese. Entrei no site, lendo devagar as informações. Nada de muito interessante. Mostrava casos bem comuns, uma garota que levitou uma pedra ou um garoto que levitou um lápis. Bufei, fazendo com que um estalo viesse em minha mente lembrando-me que Yuna havia falado que tinha matado várias pessoas. Voltei ao site de buscas e procurei:

Shin Yuna caso

Nada.

Shin Yuna pais morte

Nada. Cocei a testa e olhei para o teto, pensando em mais coisas. Aquilo não podia ser normal. Se ela tinha realmente matado tantas pessoas como falou, aquilo deveria estar em algum lugar. Pesquisei novamente:

Criança mata pais e irmã

Muitos resultados. Nada com o nome de Yuna. Continuei passando as páginas, parando pela de número onze e vendo algo que me chamou a atenção: Criança de sete anos mata pais e irmã após um surto em seul.

Abri.

Não dizia nada. A matéria era antiga e não tinha fotos, nem o nome da criança. Continuei rolando a página e vi um nome que chamou a atenção: Sofia. Dizia que o nome da irmã mais nova era Sofia.

Respirei fundo, continuando a ler:

A garota – que tem o nome em restrição – estava sozinha em meio aos corpos de sua irmã e pai - quando foi encontrada. A mesma dizia não se lembrar de nada. Tudo indica que ela matou sua mãe também, mas o corpo ainda não foi encontrado. A garota foi levada pelos policias e não temos notícias dela até o momento.

Ok. Era verdade. Suspirei fechando o computador. deitei-me no sofá novamente.

Devia ter algum motivo para Yuna ter matado a própria família. Ela não mataria aquelas pessoas por qualquer coisa. O que era estranho era ela não se lembrar de nada. Trauma, talvez? Além disso, como encontraram Yuna e a levaram para aquele lugar?

Eu estava sem idéia nenhuma do que poderia ser e não sabia se poderia perguntar aquilo para Yuna sem ser evasiva. Tinha que colocar em pratica o que Yeji havia me dito sobre não se meter nessas coisas, mas não conseguia, era mais forte do que eu.

Levantei-me do sofá e fui ao meu quarto, entrando no banheiro e tomando um banho rápido, para me jogar na cama e dormir em seguida.

**

-Ok. São quase seis horas. – Somi falou enquanto entrava no carro – Quer ir a algum lugar antes da rodoviária? – suspirei, colocando minha mala no banco traseiro –

-Podemos para em algum drive-thru? –perguntei – Estou com um pouco de fome. – Somi deu de ombros.

-O que a senhora mandar... – ri – ela ligou o carro, saindo da garagem –

Somi logo chegou a uma lanchonete que era perto da rodoviária e parou, pedindo o que queria.

-Quero também batatas fritas. – falou e a mulher assentiu – E você, Ryujin?

-Dois cheeseburgers. Completos. Quero também um suco  grande. – a mulher assentiu novamente e olhei para Somi -

-Dois? – assenti –

-Qual será a forma de pagamento? – a mulher perguntou e eu bati no ombro da minha amiga –

-Débito. – Somi falou, revirando os olhos – Te odeio. – resmungou para mim –

Logo ela deu a volta na lanchonete, pegando nossos pedidos do outro lado. Ela me entregou meus sanduiches e meu suco, saindo dali em seguida.

Chegamos à rodoviária e Somi me ajudou com minha mala, nos despedimos com um abraço demorado e um “tchau”

Vi Eunji sentada com Yeji e resolvi ir até elas, mas antes colocando os hambúrgueres dentro da bolsa e tomando um gole de suco.

-Olha só a presença ilustre que temos aqui. – Yeji falou –

-Obrigada. – respondi – Como vão, queridas?

-Melhor impossível. – Perrie respondeu, bocejando – E você?

-Ótima. Estou com bons pressentimentos.

-Só por causa disso vou jogar na loteria. – Yeji falou sarcasticamente –

-Na loteria não digo, mas você poderia tentar outras coisas... – levantei as sobrancelhas e vi as bochechas de Yeji corarem, o que me deu vontade de rir. Eunji franziu o cenho e tomou um pouco de água –

-Ok. Não entendi. – falou e eu ri –

-Ryujin é retardada. Fica falando coisas nada a ver. – Yeji revirou os olhos e eu assenti –

-Aham. Isso mesmo. – sorri irônica e Yeji chutou minha perna, com certeza se arrependendo de ter me contado sobre Chaeryeong –

-Que tal mudarmos de assunto? – Eunji falou e eu dei de ombros –

-Ótima idéia. – Yeji respondeu rapidamente –

**

Chegamos naquele lugar tarde da noite. Fiquei um pouco receosa se visitava Yuna ou não, afinal, os guardas haviam dito que não era preciso. A garota já devia estar dormindo e eu não queria acordá-la.

Mas era mais forte do que eu.

Quando percebi, já estava em frente à porta com o número sete. Suspirei, ajeitando minha mochila nas costas e olhando para o lado, não vendo nenhum guarda por ali, o que era bem estranho. Em uma ala com pessoas tão “perigosas” porque não havia ninguém para proteger caso acontecesse algo?

Abri a porta com minha pulseira, vendo a luz acesa. Yuna estava sentada na cama com a cabeça apoiada na parede enquanto dormia. Sorri, fechando a porta.

Aproximei-me lentamente, agachando-me ao chegar à frente de sua cama. Ela tinha os braços ao redor das pernas e a cabeça para o lado, encostando-se à parede. Logo a garota se remexeu um pouco e eu prendi a respiração involuntariamente. Ela usava um moletom cinza enorme, que cobria até depois de suas mãos, o que era bem fofo.

-Boa noite. – resmungou com os olhos ainda fechados e eu sorri –

-Boa. – falei baixo, vendo Yuna levar as mãos até os olhos, coçando os mesmos – Desculpe se te acordei...

-Não. – respondeu, abrindo os olhos – Meu sono tava muito bom pra ser verdade. – sorri e ela bocejou – Não tem graça.

-Ok, não tem. – peguei minha mochila, abrindo a mesma. Yuna franziu o cenho – Lembrei de você mais cedo.

-Que linda. – respondeu com ironia e eu revirei os olhos, tirando o hambúrguer de minha bolsa e percebendo que ainda estava morno. Yuna abriu a boca e eu sorri – Isso é contrabando.

-Sério que você está reclamando? – coloquei o sanduiche em suas mãos e ela mordeu o lábio, olhando para o mesmo e em seguida para mim novamente –

-Não estou reclamando, só estou dizendo um fato. – suspirei –

-Tá bom, você está me deixando com a consciência pesada. – ela sorriu –

-Desculpe. Nunca foi minha intenção. – ela abriu o pacote e suspirou, mordendo os lábios novamente. Aquela era uma coisa que eu não me importava quantas vezes ela fazia, era sempre maravilhoso de ver –

Então ela mordeu o sanduiche e fechou os olhos de um jeito bem fofo. Sorri vendo-a mastigar enquanto continuava com os olhos fechados.

-Isso é muito bom. – falou depois de engolir – Não comia algo tão gorduroso desde os sete anos de idade. – ri com o jeito de Yuna de falar aquilo –

-É bom comer algo desse tipo ás vezes. Sentir a gordura no sangue. – Yuna cerrou os olhos enquanto mordia novamente – Fritura é algo essencial para todos os seres humanos. Faz mal, mas é essencial. – dei de ombros e Yuna engoliu –

-Muito bom. – falou – Você tem uns ótimos pensamentos sobre as coisas. – levantei as sobrancelhas, convencida –

-Não é? – ela assentiu, oferecendo um pedaço silenciosamente em seguida, o que me fez negar com um sorriso no rosto –

-Está melhor? – apontei para seu braço, falando sobre a queimadura. Ela assentiu –

-Uhum. – resmungou – Não foi tão ruim assim. – sorri, decidindo parar aquela conversa ali mesmo -

Logo Yuna terminou e suspirou fechando os olhos e sorrindo sem mostrar os dentes.

-Ryujin. – escutei a garota falar meu nome depois de algum tempo –

-Sim? – respondi, vendo-a abrir os olhos –

-Obrigada. – sorri, provavelmente um pouco corada –

-Não se acostume. – olhei para minhas mãos e escutei sua risada –

-Não vou. – voltei a olhar para a menina e ela tinha um sorriso no canto do rosto –

Levantei-me e suspirei, olhando para os lados.

-Acho que já vou. – falei, um pouco nervosa – Amanhã de manhã eu volto. – ela assentiu devagar –

Aproximei-me de Yuna, segurando sua cabeça sem força e beijando sua testa enquanto a via fechar os olhos. A garota sorriu quando me afastei e retribui o gesto, virando-me em direção da porta e indo até a mesma, saindo do quarto e sorrindo ao fechá-lo.

“Eu sou muito trouxa” era a frase que podia estar escrita na minha testa naquele momento.

E eu não me importaria nem um pouco.

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