O filho perfeito

By RobertaDragneel

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Dinesh Yamir é o filho de um grande empresário, por isso as expectativas sobre o seu futuro são altas. Então... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Especial [+18]
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27 (Parte I)
Capítulo 27 (Parte II)
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35 (Parte I)
Capítulo 35 (Parte II)
Bônus: "A Carta"
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38 (Parte I)
Capítulo 38 (Parte II)
Capítulo 39
Capítulo 40
Epílogo
Agradecimentos

Capítulo 10

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By RobertaDragneel

"O valor do amor está vinculado a soma dos sacrifícios que estas disposto a fazer por ele." - Ellen G. White


Raj contratou um detetive particular para o informar das intenções de Thomas. O Yamir, Thomas Adams, Tomio Hitsudata, Dylan Hall e Ryan Michell fundaram uma empresa de mineração há anos atrás. Os cinco possuíam uma boa sintonia no trabalho, isso antes dos negócios adquirirem uma proporção inimaginável. Ao terem contato com o massivo dinheiro e o poder, os demais homens começaram a agir com base na ganância passando por cima dos demais empresários. Então, Raj decidiu cortar laços com eles e liderar a empresa sozinho, afinal a maioria das ações o pertenciam.

Os quatro homens ficaram descontentes e fizeram de tudo para atrapalhar o negócio dos Yamir's, mas falharam miseravelmente. Por isso, optaram por ocupar a simples posição de sócios, contribuindo com uma pequena parte das ações. Na verdade, a intenção era roubar a empresa em um momento de fragilidade.

Quando Raj Yamir descobriu as intenções de seus antigos amigos, cortou laço com eles o mais rápido possível. Meses após tal separação, misteriosamente, Thomas e Tomio começaram a frequentar as mesmas reuniões ou convenções no exterior. Em seguida, Dylan se juntou à eles e trouxe consigo o seu amigo, Ryan Michell. Ao ter conhecimento desse fato, Raj não demorou muito para suspeitar da existência de um complô para derrubá-lo indiretamente. Por isso, pediu com urgência para um detetive de confiança investigar minuciosamente os movimentos desses homens.

Enquanto isso, Raj e a família voltaram para a Índia após a empresa ocupar o terceiro lugar no ranking mundial. Ele queria estar próximo da sede, tanto para aumentar a produtividade quanto para se certificar que não havia nenhum problema. Como o esperado, os negócios iam bem e até mesmo os trabalhadores o elogiaram por tamanha responsabilidade com a empresa.

Então, por um momento, Raj pôde respirar com mais calma.

Naquela manhã, ele estava assinando alguns papéis quando o detetive ligou.

Alô, senhor Yamir?

Alô, Evans. Nós não nos falamos há dois meses. Então, tem alguma novidade?

Tenho sim e temo lhe informar que não são boas.

— Pois bem, pode contar.

Eu consegui informações das mortes de alguns empresários na região. As mortes deles foram muito misteriosas e, estranhamente, a polícia concluiu o inquérito mesmo com questões em abertos.

O que isso quer dizer?

Quer dizer que subornaram a polícia. No começo, as mortes pareciam desconexas mas eu liguei os pontos e descobri que as vítimas faziam parte de uma organização interna. Eles tinham seus próprios vínculos para beneficiarem suas empresas, então eram concorrentes fortes. E sabe qual a área onde eles atuavam?

Qual?

Mineração.

O sangue de Raj gelava ao ouvir essa palavra. Ele prendia o ar nos pulmões por alguns segundos para soltá-lo em um longo suspiro.

— Estão matando os concorrentes e as possíveis ameaças.

Isso mesmo. Um mês após a morte da última vítima, a empresa do Thomas Adams ocupou o seu lugar na distribuição de trabalhadores. Em seguida, os negócios de Dylan Hall forneceram materiais e também, no mesmo ano, a empresa de Tomio Hitsudata venceu uma licitação em uma cidade nos Estados Unidos.

Não tem como ser coincidência. Eles estão trabalhando juntos para derrubar quem estiver na frente.

Exatamente. Na semana passada, descobri que o Ryan Michell se mudou para o Japão e está investindo pesado na região. Ele conseguiu apoio de Tomio Hitsudata que também, dias depois, voltou para seu país de origem.

E o onde está Dylan Hall?

Segundo as minhas informações, ele está na África firmando negócios com outra empresa. Porém, o que me intriga é o paradeiro do Thomas Adams.

Por que?

Ele está na Índia, mas não há nenhum motivo aparente. Então, eu só posso te dizer que...

—... ele virá me matar, ou está buscando contatos para isso.

Sim, eu aconselho sair do país o mais rápido possível.

— Eu pretendo ir para o Japão com a minha família.

— Mas os demais estão lá! É muito perigoso, senhor Yamir.

— Não importa para onde eu vá, eles irão me encontrar e conseguir o que desejam. Contudo, no Japão estão meus sócios de maior confiança e onde estou destinando o capital da empresa. Então, eu sei que lá a minha família estará segura.

Pelo visto, eu só posso torcer para que tudo fique bem no final. Boa sorte, senhor Yamir.

Obrigado e espero que essa não seja a nossa última conversa.

Eu também espero.

Após desligar o telefone, Raj acariciava as têmporas preocupado. No fundo, ele sabia que esse dia chegaria mas queria evitá-lo à todo custo porque isso iria desmoronar a sua família; a família que lutou por anos para proteger. E, nesse momento, sentia-se totalmente indefeso e impotente.

(...)

Dinesh abria a garrafa de champanhe com um largo sorriso. Shanti, Mahara e Kiran batiam palmas alegre. O rapaz aproximava-se da namorada e dava um longo beijo em seus lábios.

— Façam isso em outro lugar. — resmunga Kiran.

— Estou prevendo que um casamento estará por vir. — comenta Mahara indo até o filho e o abraçando. — Parabéns por ter passado na prova de mestrado!

— Obrigado! Eu estou tão feliz, finalmente poderei voltar a cursar o que amo.

— Você merece, bhaya. — dizia Kiran o abraçando também. — Afinal, se esforçou tanto.

— Estou orgulhosa de você!

— Obrigado, minha princesa!

Os quatros permaneceram no abraço por longos segundos até se afastarem para comerem o enorme banquete preparado pelo Dinesh. Após receber o resultado da prova de admissão para o mestrado, ele não poderia se sentir mais feliz. Os negócios na empresa iam bem e o Kiran estava se socializando em um bom ritmo.

Mahara pegava a Maya que estava sentada em sua cadeira, observando-os confusa, e dava um beijo em sua bochecha.

— Tenho certeza que a Maya também se orgulha de você.

— Sério, mamadi? Então, eu farei toda a comida que ela pedir. — dizia Dinesh roçando a ponta do nariz contra o pequeno nariz da irmã, fazendo-a rir toda boba. — Sua fofa! Oh sim, ela gostou do Cuddy?

— Sim, eu sabia que gostaria. Você só andava com aquele ursinho para cima e para baixo quando era pequeno. Nossa! Nem parece o homem de vinte e quatro anos na minha frente que logo irá se casar.

— Que fofinho. — brincava Shanti. — Eu queria muito ter uma foto sua naquela época.

— N-Nem venha.

Dinesh queria ter chamado o pai para a comemoração, mas ele alegou estar ocupado demais. Por isso, decidiu aproveitar com o restante da sua família no almoço. Mahara contava histórias sobre o Kiran e o Dinesh quando eram crianças enquanto Shanti ria a cada aventura contada. Maya estava no colo do irmão mais velho, recebendo comida diretamente da boca por ele. Ao ver tal cena, Shanti teve certeza de que gostaria de formar uma família com o rapaz o mais rápido possível.

Depois do almoço, os dois irmãos lavaram a louça enquanto Mahara e Maya subiram para o quarto. A casa dos Yamir's havia aumentado de qualidade, tendo dois andares e cinco quartos, além de uma banheira em um dos banheiros. O vasto jardim possuía todos os tipos de flores e até mesmo uma piscina, embelezando mais ainda o local. A família também possuía dois carros, além da moto do Dinesh. Então, o padrão de vida deles tornou-se extremamente alto. Em algumas ocasiões, os Yamir's eram convidados para bailes importantes e inaugurações de patrimônios, além de que o prefeito da cidade já entregou um diploma de mérito para o Raj por todo o serviço prestado na região.

— Não ficará para o jantar? — questiona Dinesh acompanhando a namorada para a saída de casa.

— Eu bem que gostaria, mas amanhã preciso trabalhar na escola.

— Que pena. Depois nós iremos comemorar. — ele sussurrava a última parte no ouvido dela. — Só nós dois.

— Você tem uma energia ilimitada mesmo.

Então, Dinesh a puxava pela cintura colando ambos os corpos dando início a um lento beijo. Shanti arfava quando sentia as mãos dele descem um pouco mais, apertando-a com luxúria. Porém, o carro de Raj parando na garagem os afastaram de forma instantânea e um curto abraço foi o máximo que conseguiram no momento.

Enquanto Dinesh observava a namorada entrar em seu carro, abria um sorriso apaixonado sentindo-se a pessoa mais sortuda do mundo por tê-la ao seu lado.

Ele passou o restante do dia arrumando o quarto porque iria estudar o seu mestrado na França e havia apenas uma semana para se matricular, por isso precisava ser rápido. O Kiran não gostou muito da ideia da partida do irmão mas, mesmo assim, o apoiou porque sabia que esse é o seu sonho. Dinesh parou o momento de limpeza quando Raj pediu a sua presença no escritório.

O homem o aguardava com um semblante tenso enquanto batia os dedos, inquietamente, contra a mesa de madeira.

— O que aconteceu, baldi?

— O Thomas se juntou com outros sócios, alguns deles da nossa empresa, e estão investido pesado em ações. Em tão pouco tempo, ele conseguiu duplicar o rendimento.

— Ele é bom nisso.

— Está jogando sujo, eu descobri.

— Sério? Que cafajeste! O que o senhor far-...

— Eu sou o seu próximo alvo.

— Como assim, baldi?

— Ele deseja a nossa empresa por ocupar uma posição de privilégio, então tentará nos atingir de todas as formas possíveis. Porém, o meu maior medo não é atacar o capital, e sim a minha família.

— Por que diz isso?

— Thomas, provavelmente, matou alguns empresários segundo as minhas investigações; então, cedo ou tarde, eu serei o próximo alvo.

— N-Não é possível...

— Estou te avisando primeiro para que se prepare caso o pior aconteça. Eu não quero abandonar a minha família, mas sabia que isso aconteceria um dia. Afinal, quando somos honestos em um mundo de corruptos, acabamos sendo vistos como ameaça.

O corpo de Dinesh trava imaginando o pai morto, mas tentava manter a calma.

— O que fará?

— Eu prepararei você e o Kiran para assumir a empresa em algum caso de urgência. É meio cruel o que farei com o seu bhai por ele ter somente quinze anos, mas no futuro poderá pensar com mais clareza. Por enquanto, temos que agir com base nos atuais fatos. Nós iremos nos mudar para o Japão no próximo ano, onde se encontra a maior parte do capital. Então, iremos dividir as funções entre você e o Kiran. O que acha?

Isso explica as aulas de japonês desde que eu e o Kiran éramos crianças, Dinesh pensava.

Eu não sei o que dizer, principalmente sabendo como será complicado essa mudança brusca em nossas vidas.

— De fato, Dinesh. Eu amo todos vocês e farei até mesmo o impossível para protegê-los desses homens gananciosos. Por isso, estou agilizando a viagem para o Japão porque estarão mais seguros lá.

— Como você acha que o Kiran reagirá à tudo isso...?

— Eu não sei. — comenta com sincera preocupação, massageando as têmporas. — Acredito que não muito bem, mas eu o conheço. Ele é um bom garoto disposto a ajudar, então irá compreender algum dia a minha escolha.

— Não duvido...

— Eu gostaria da sua opinião sobre isso. O que tem a dizer, Dinesh? O Kiran é um prodígio, com certeza será um ótimo empresário.

— É um pouco injusto.

— O mundo em si é injusto. Se quisermos admirar o brilho das estrelas, temos que estar na completa escuridão. Às vezes, encontramos somente a solução dos problemas enfrentando os piores obstáculos.

Dinesh abaixava o olhar, pensando em como o Kiran perderá toda a sua adolescência e a chance de ter uma vida pacífica. O seu peito apertava e o rapaz soltava um longo suspiro antes de voltar a fitar o pai.

— Eu aceito mas com uma condição.

— Qual, Dinesh?

— Não envolva o Kiran nessa.

— Hã?

— Eu quero que ele cresça sem esse tipo de preocupação, quero que viva a vida à qual perdeu quando foi torturado. Assim, poderei vê-lo genuinamente feliz.

— Mas só sobrará você para suceder e sabe que o treinamento ocupará todo o seu tempo, assim não poderá...

— Fazer o mestrado em Gastronomia. Eu sei, estou abrindo mão disso.

— Dinesh, é o seu sonho!

— Há coisas mais importantes em jogo.

— Não adiantará, o Kiran te vê como um herói e seguirá os seus passos. Quando acompanhar de perto a sua rotina como futuro presidente, vai desejar ser igual à você. Sempre foi assim, sabe disso.

— Então, eu o farei me odiar. Ele me verá como um vilão, alguém em que depositará todo o seu ódio e raiva, assim irá repudiar quem eu sou.

— Eu não posso permitir isso, ambos sairão machucados!

— Eu farei o possível para ser o único machucado, porque é necessário. O Kiran tem sonhos, não posso vê-lo abrir mão deles para seguir um caminho o qual não deseja. Por isso, eu irei fazer esse sacrifício no seu lugar, irei abrir mão dos meus sonhos para que ele seja feliz.

— Eu estou orgulhoso de você, Dinesh. — dizia deixando-o surpreso. — Perdão por não ter dito isso antes.

— Sem problemas. — comenta secando uma lágrima. — Infelizmente, o futuro presidente da empresa não pode chorar, não é?

— Sim... É uma pena, mas demonstrar fragilidade o deixa suscetível a pessoas manipuladoras.

— Não se preocupe, eu aprendo rápido.

— Eu sinto muito por ter desistido do seu sonho. Você sabe que agora será alvo desses homens.

— Eu tentarei ser amigos deles, pois sou mais fácil em socialização do que o senhor. Eu irei ser o seu orgulho.

— Não duvido. Eu espero que, um dia, o Kiran entenda.

Raj abraçava o filho bem forte, sentindo-o tremer por segurar o choro.

— Eu também... Porque ele é muito especial para mim, mas à partir de agora não posso trata-lo como se fosse.

Ao se afastar, Raj secava uma lágrima e apoiava-se na mesa.

— Preciso te dar algumas instruções, Dinesh.

— Claro, baldi.

— Eu quero que tome cuidado com cada movimento deles e peço para não ceder às provocações desses homens. Eles são pessoas manipuladoras, então farão de tudo para que perca a calma e se renda às suas vontades.

— Não se preocupe, eu não vou demonstrar fraqueza diante desses miseráveis.

— Fico feliz. Eu também aconselho a se afastar de pessoas importantes, fora a família, porque elas podem se tornar alvo do Thomas.

— Está falando da Shanti?

— Sim.

— Tudo bem, eu me afastarei por um tempo.

— É um sacrifício necessário, mas não se preocupe com o casamento de vocês. Eu tenho certeza que tudo voltará ao normal se continuarmos sendo discretos.

— Estou torcendo por isso...

Depois de uma breve conversa, Dinesh volta para o quarto e encontra o Kiran no corredor, indo em sua direção para mostrar um livro de história.

Bhaya, olha esse liv-...

— Dá para calar a boca? — grita fazendo-o recuar. — Ultimamente, a sua voz está mais irritante do que o normal. Pode sair do meu caminho?

Sem dizer nada, o Kiran abre espaço enquanto o mais velho entra no quarto batendo forte a porta. Lentamente, ele caía sentado no chão escondendo o rosto com ambas as mãos e chorando baixinho. As lágrimas ardiam em seus olhos como lâminas, fazendo sua alma sangrar. Dinesh erguia o olhar em direção à mala aberta em cima da cama, onde colocaria as suas roupas para a viagem à França. Porém, precisaria permanecer na Índia para o bem da empresa e, assim, desistiria do seu sonho de infância.

Tudo para salvar o irmão do mesmo destino. Além de viver uma vida a qual não desejava, lidaria com a futura morte do seu pai e, principalmente, com o plano de fazer o Kiran odiá-lo com todas as forças. Dinesh apoiava a mão sobre o peito, apertando-a com força desejando arrancar o coração e o jogar fora.

Ele queria ser o filho perfeito, mas nunca imaginou ter que abrir mão de tudo para alcançar esse objetivo. Em determinado momento, lembrou das palavras do Aseem Yamir sobre o rapaz não possuir sentimentos e que estava destinado a ser um empresário. Porém, Dinesh pensava de uma forma completamente diferente.

— Não... Eu tenho sentimentos, afinal estou fazendo isso por amor... 



*Baldi: Pai

*Mamadi: Mãe

*Bhaya: Irmão mais velho

*Bhai: Irmão mais novo

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