Enquanto investigavam sobre o passado psicopata Marcelo descobriu que ele já fora casado uma vez se divorciou depois que conheceu Anabella assim que foi trabalhar na Universidade de Dar es Salaam. Podia simplesmente deixar aquele contato passar mas , ele sabia que qualquer informação seria poderia ser importante naquele caso já que eles não dispunham de grandes equipamentos de investigação e a maioria do corpo policial estava lá só por causa do salário, não davam a mínima para investigação séria e seriam capazes de prender e condenar um inocente fechar e depois comemoraram como um bando de idiotas que eram.
_ Boa tarde , a senhora já deve presumir o que eu quero. Marcelo enquanto ainda olhava para a foto da casa onde Mustafá morava, no sul da cidade de Lindi.
_ Sim. Seshat respondeu com sua voz tranquila. Ela sempre foi uma mulher tranquila, mesmo depois de tantos anos, ela continuou, bonita com uma aparência angelical, todos que a conheciam admiravam sua beleza e sua personalidade. _ Eu fui casado com o professor Mustafá por três anos.
Marcelo percebeu a educação com que ela falava do seu ex marido,achou estranho mas, percebeu também que ela era uma inteletual, uma cientista social muito respeitada, ela tinha pulso, falava bem, intimidade qualquer um com a sua postura ereta, olhar firme ao mesmo tempo doce e meiga. Ele a vira várias vezes nos programas televisivos.
_ Fiquei sabendo. A senhora não lembra de nada que possa nos ajudar a encontrá-lo?.
_ Não sei o que vocês já sabem além de que é ele o assassino de que procuram?.
Marcelo relutou um pouco ao ouvir o que ela disse, pensou, cogitou a possibilidade de desligar mas, lembrou que era uma vida que estava em jogo, mais uma vida que aquele desgraçado queria tirar e ele não pretendia deixar barato.
_ Até agora tudo o que vocês já viram na TV, e neste momento nós estamos a cerca a antiga casa dele no Lindi. Mas eu tenho um pressentimento que deixamos algo escapar. O policial ouviu um suspiro do outro lado da linha, Seshata estava a acompanhar a intervenção da polícia através da televisão, então ela falou.
_ Sim, estou a ver na Tv que estão cercando a área mas. Ela parou e o podia-se ouvir a sua respiração.
_ Mas o quê.
_ A casa. Ela hesitou um pouco, olhou para a TV, segurou a respiração e fechou os olhos viajando num passado que ela havia prometido nunca mais lembrar.
Mustafá havia chegado do trabalhado tarde naquele dia e Seshat estava ansiosa para falar com ele. Ela estava relutante, queria logo dar as boas notícias ao marido por isso nem esperou ele se livrar da roupa e material de trabalho e foi logo abraçando o marido e beijando seu pescoço e acariciando seu peito._ Amor tenho uma coisa a lhe falar. Ela sorria como uma criança boba, amava aquele homem. Na sua jovem juventude ele era bonito,corpo atlético, pele negra linda e macia, olhos grandes e brilhantes, ela amava cada detalhe naquele homem.
_ Querida, não podes esperar só um pouco estou exausto, preciso tomar um banho primeiro. Ele estava aflito queria livrar-se logos das provas, por um descuido havia deixado que um pouco de sangue sujasse sua camisa na parte do abdomén. Nem ele sabia o que lhe deu para querer matar a luz do dia e no meio do mato, alguém podia tê-lo visto de denunciá-lo à polícia, mas se até aquela hora ainda não o prenderam era porque ele estava a salvo.
_ Mas é importante amor, banho pode esperar, passei o dia inteira ansiosa. Ela deu-lhe mais um beijo e tirou-lhe o casaco. Seshat levou um susto e levou as mãos á boca._ O que é isto na sua camisa?
_ Não é nada. Ele deu um passo à esquerda passando por ela e dirigindo para o quarto. Ela estava em choque, aquilo era sangue, ela tinha certeza.
Foi atrás do marido e viu quando ele retirou a camisa e tinha arranhões no seu braço. Ele jogou a camisa do lixo e tomou seu banho tranquilamente como se nada tivesse acontecido. Seshat viajou no tempo e lágrimas começaram a cair dos seus olhos e ela começou a soluçar e Marcelo podia ouvir do outro lado da linha. Ele retirou o telefone do ouvido para desligar mas então pensou se ela estava a chorar era porque tinha se lembrado de algo importante e grave. Quando ela se deu conta que Marcelo ainda estava na linha e podia tê-la ouvido a chorar, ele se recompôs e falou de novo.
_ Alô?
_ Sim, Senhora Seshat, estou aqui. Agora a voz dele parecia mais simpático e caloroso. _ O que a senhora ia dizendo sobre a casa?
_ Que aquela casa não é o que procuram. Lá era a nossa casa. Um grunhido saiu de sua boca e ela desligou o telemóvel.
Terminaram de jantar e Mustafá e pediu que ela já podia lhe dar a boa notícia, mas ela pressentiu que não, que devia esperar. Levantou-se da mesa e começou a arrumar os pratos em silêncio maa com os pensamentos longe, onde ele conseguiu aquele arranhões, e o sangue na sua camisa. Quando deu por isso, ela estava a segurando pela cintura beijando seu pescoço e pedindo carinhosamente que ela lhe contasse o que tanto queria falar. Seshat suspirou, e olhou o marido no fundo dos olhos e ela viu o que nunca tinha reparado nele, seus olhos eram diferentes, eles tentavam nos mostrar amor, paixão, ternura mas se olhá-lo no fundo bem no fundo podia-se ver o olhar de um predador, de um manipulador, lã no fundo era frio, ele não tinha empatia nenhuma, uma onda de frio percorreu sua espinha e tentou se desvencilhar dele mas estava presa pela cintura.
_ Não era assim tão importante , é que fui promovida a administradora e agora tenho uma secretária particular.Ela sorriu desconcertante.
_ Claro que é importante, minha esposa é agora administradora de uma mais conceituadas empresas de consultoria de Tanzânia.
Ela mentiu havia sido promovida sim, mas a notícia era outra, e já não tinha tanta certeza se era o momento para ele saber. Passaram-se três dias, o corpo da jovem morta foi encontrado, ela tinha dezesseis anos e trabalhava num quiosque perto da universidade, tinha dado como desaparecida no seu terceiro dia de trabalho. Foi espancada até a morte. Seshat não a conhecia mas sentiu seu corpo tremer, ele foi morta no mesmo dia que seu marido havia chegado em casa tarde com sangue na roupa e todo arranhado. Ela podia deixar passar e fingir que não se interessava mas seu sangue era quente e ela adorava as pessoas daquela cidade e a vitima era so uma menina albina inocente, sou um monstro poderia fazer aquilo, e ela podia estar casada com ele. De pé em frente a porta do seu escritório, ela olhou para Mustafá centrado no seu computador e falou. _ Foste tu? Ainda com cabeça baixa ele levantou os olhos e perguntou _ o que fiz agora?
_ Aquela jovem. Foste tu que a mataste.
_ Porque achas que fui? Ele sabia que desde aquele,a sua mulher havia mudado. Já não lhe tocava com ternura,não lhe olhava com paixão. Parecia que ela passou a ter medo dele e esse sentimento era bom, porque assim ela manteria a boca fechada.
_ Tinhas sangue nas roupas e estavas machucado, depois suas mãos estavam com machucados também, como foste capaz?
Ele levantou furiosamente, e a segurou pelo queixo jogando a contra o chão. _ Cala a boca mulher que tu não sabes de nada. Ainda no chão ela pediu que ele então a explicasse porque queria entender. Mustafá a levantou pelo braço empurrou-a contra a parede, apertando seu corpo no dela, aproximando sua boca da dela e falou ._ Eu não tenho que te dar satisfação. Sei que és bem esperta e percebi que sabes o que aconteceu naquele dia, e sabia que ao acharem do corpo daquela imundo juntadas as peças e me acurias mas então quero dizer-te uma coisa. Ou ficas calada ou mato-te a ti e ao nosso filho que esperas. Ela gritou de dor quando ele apertou seu ventre.
_ Eu sei de tudo Seshat, estou sempre um passo à frente, mas tu é que sabes o que vais fazer, não tens prova, só vais incitar a polícia me investigar e não encontraram nada, mas depois tu já não estarás viva. Pensar nessa criança. Ela deixou cair no chão aos prantos atordoada, ela não imaginava que ele a tinha sob total controlo para saber todos os passos que ela dava. O seu mundo havia desabado, aquele homem era um monstro.
No dia seguinte, Seshat arrumou suas coisas e fugiu para casa dos seus pais mas, ele já havia se adiantado e estava na sala a espera dela. Havia contaminado os pais dela contra ela, eles a receberam mas muitos anos depois continuaram a acreditar que ela havia traído o marido e engravidou do amante. Seshat e seu filho viveram por muitos anos em Angola, casou-se e só voltava para a Tanzânia a trabalhos, ela acompanhava de tudo de longe e sempre alerta porque nunca se esqueceu das ameaças daquele homem mesmo depois de estar longe. Depois de tomar seu chá ela pegou na sua maleta e saiu do quarto do hotel onde estava hospedada. Ligou para o Marcelo e deu-lhe endereço da casa dos pais de Mustafá, ela tinha certeza que era lá que ele estava escondido. Enquanto a polícia invadia ela decolava para Angola para nunca mais voltar.
Amores mais um capítulo quentinho. Desculpem o atraso , mas as coisas não tem sido fácil nos últimos tempos.
Espero que gostem.
Se cuidem e se for possível fiquem em casa mas, não se esqueçam de olhar para quem precisa da vossa ajuda. Um grande abraço.