Christine e Tom dormiam pacificamente no sofá. O rapaz acabou por acordar primeiro que ela, mas ao reparar que ela ainda dormia decidiu nem sequer se mexer. Suspirou e sorriu ao ver que ela estava a dormir que nem um anjo, o que parecia ser impossível.
Ela estava a passar por uma fase extremamente complicada, e Tom nem conseguia perceber como é que ela conseguia dormir tão bem à noite. Talvez fosse por causa do cansaço, pensou para si, mordiscando o lábio.
Tudo estava a correr bem, até que Christine começou a falar enquanto dormia. Ele bem tentava não se rir, mas era complicado.
- Hmm, Bill… - Murmurava ela, aconchegando-se melhor a Tom.
- Ahm, Chris… - Tentou ele chamá-la, muito cuidadosamente, para não a assustar. Mas, qual quê? Ela estava com um sono pesado, e parecia que só ia acordar se ele fosse buscar uma corneta.
- Ainda é cedo, Bill. – Sussurrou ela, escondendo o seu rosto no peito de Tom, julgando ser Bill.
- Chris, acorda por favor… Não sou o Bill. Sou o Tom. – Murmurou enquanto continha uma gargalhada que lhe estava presa na garganta.
Christine acabou por abrir os olhos de repente e arregalá-los quando afastou o rosto daquele peito masculino que, tal como aquela voz lhe estava a dizer, não era Bill. Mas sim Tom…
Que vergonha.
Afastou-se desajeitadamente, julgando estar na cama, e quase que caiu do sofá abaixo. O mais velho dos gémeos segurou-a a tempo, puxando-a para si para que não caísse. As faces de Christine rapidamente avermelharam, e ela só queria poder ter ali um buraco onde se enfiar.
Mas bem, ela está na sua própria casa, pode ir-se enfiar numa outra divisão que quiser.
- Eu peço imensa desculpa, Tom! – Disse muito depressa, levantando-se entretanto. Colocou as mãos no rosto, tapando-o.
- Não faz mal… - Murmurou enquanto se sentava no sofá, encolhendo os ombros. Acabou por se levantar e aproximar-se dela, abraçando-a.
- Tom, não me envergonhes mais ainda.
- Pronto, pronto, eu já não digo nem faço mais nada! – Ele voltou a rir e olhou para o seu relógio de pulso, arregalando os olhos.
- O que foi?
- É quase uma da tarde, Chris.
- Sério? Dormimos assim tanto?
- Parece que sim…
- Bem… - Ela coçou o couro cabeludo e respirou fundo. Não era agora que ia cozinhar à pressa, e também não lhe apetecia fazer o que quer que fosse.
- Podemos ir almoçar fora se quiseres.
- Os dois?
- Sim, Chris, os dois. Qual é o problema? – Ela voltou a corar e desviou o olhar. Tinha acabado de se enroscar a ele e chamá-lo de Bill.
- Bem, nós, ahm, eu… - Ela apontava para o sofá com uma das mãos enquanto balbuciava e não conseguia dizer o resto. Tom voltou a rir e abanou a cabeça.
- Christine, por amor de deus… Não aconteceu nada entre nós. Dormimos juntos no mesmo sofá, e por acaso tu sonhaste com o meu irmão gémeo – que tanto amas – e abraçaste-me porque pensavas que eu era ele.
- Olha muito obrigado, acabaste por me fazer sentir pior! – Ambos riram às gargalhadas. Tom achou por bem ajeitar ele o sofá onde tinham dormido, colocando bem as almofadas que serviam a maior parte das vezes como decoração apenas.
- Ora essa! Sempre às ordens! – Respondeu ele num tom de brincadeira, olhando depois para ela. – Então o que me dizes? Almoçamos juntos?
- Sim, por mim tudo bem. Mas com uma pequena condição…
- E que condição é essa?
- Bem, uma não, duas. Primeiro: nada de falar deste pequeno incidente.
- Certo!
- Segundo: tenho de ser eu a escolher o sítio onde almoçamos.
- Tudo bem… Eu não sou esquisito, por isso – Encolheu os ombros e suspirou.
- Olha, eu vou tomar um duche rápido e já venho aqui ter contigo. – Ele olhou-a de soslaio e sorriu de canto. Ia fazer-lhe uma pergunta que já sabia que ela ia levar para outros caminhos.
- Olha, também posso tomar duche? – Christine arregalou os olhos e estremeceu.
- O quê?!
- Não é contigo! Noutra casa de banho, parva! – Ele riu à gargalhada e ela, depois de ela suspirar de alívio lá assentiu.
- Parvo és tu! – Resmungou, mordiscando o lábio – Podes, claro que podes. Estás a ver aquela porta ali? – Ela esperou que ele se virasse e avistasse a porta. – É aí a casa de banho. Tem lá toalhas, champô e assim, portanto estás à vontade. Só não tenho é roupa que te possa emprestar, mas pronto.
- Lógico, parva. Mas não faz mal. Obrigada. – Ele foi num passo acelerado até ela e deu-lhe um beijinho na testa. – Bem, vou lá tomar duche senão nunca mais saímos daqui e eu tenho fome.
- Ahm, eu também… - Ele sorriu-lhe docemente e acabou por ir para a casa de banho que ela lhe indicara, trancando-se lá.
Christine ficou cerca de um minuto a olhar para a porta fechada, com um pequeno sorriso. Tom não era só brincalhão, pervertido e parvo como aparentava a maior parte das vezes. Ele também sabia ser meigo, quando queria e lhe convinha. Ela agora conseguia perceber bem o que Yria via nele.
Ele sabia dar-lhe aquilo que ela queria e lhe pedia, mas também sabia dar-lhe aquilo que ela mais precisava, mesmo sem ela se aperceber: amor. Carinho.
A mais nova acordou finalmente dos seus devaneios, rindo baixinho ao aperceber-se que se estava a abraçar a si mesma. Respirou fundo e abanou a cabeça, sacudindo todos os pensamentos parvos da sua mente para se concentrar em fazer o que mais precisava naquele momento.
Correu até às escadas e subiu-as de dois em dois degraus, sorrindo abertamente no final por não ter tropeçado. Já podia dizer que ia ser um dia excelente, visto que lhe estava a correr tudo bem até agora.
Exceto o pequeno incidente com o Tom. Isso não conta, pensou, voltando a rir. Entrou finalmente no seu quarto e trancou-o, antes que Tom se decidisse a entrar por ali enquanto ela se vestia. No momento em escolhia uma bela indumentária, o seu telemóvel não só apitou como vibrou.
Apressou-se a retirar o telemóvel do bolso e ergueu o sobrolho por não reconhecer o número. Assim que leu a mensagem, não só percebeu tudo como sorriu abertamente. É, definitivamente, um bom dia. Poisou tudo em cima da sua cama e entrou finalmente na casa de banho, despachando-se o mais depressa que conseguia.
Tom teve de esperar cerca de dez minutos na sala de estar. Já lhe estava a dar o sono, mas no momento em que começou a fechar os olhos ouviu aquele som típico de como quem diz “Estou pronta”. Levantou-se repentinamente e virou-se de frente para as escadas, observando Christine enquanto as descia.
- Recebeste a mensagem do Jared? – Perguntou, toda ela muito sorridente.
- Sim, recebi. Não nos podemos atrasar, e já é uma e meia.
- Achas que demoramos assim tanto a chegar ao centro comercial?
- Em princípio não, mas nunca se sabe.
- Ok, ok, então o melhor é falarmos pelo caminho antes que realmente nos atrasemos.
- Certo. Vamos no meu carro. – Christine simplesmente assentiu e colocou a sua mala ao ombro, pegando então nas chaves de casa pelo caminho, saindo da mesma com o seu parvo pessoal, Tom Kaulitz.
Anne e Jared estavam agora numa loja de roupa que ela tinha escolhido. Ele estava sempre a olhar para o telemóvel, e ela passava a maior parte do tempo a falar para o boneco. Jared estava muito feliz por ter melhorado as suas qualidades como ator, porque se não o tivesse feito não iria conseguir esconder todo aquele nervosismo que sentia.
- Achas que esta me vai ficar bem, amor? – Questionava Anne, colocando uma camisola à frente do seu corpo, para que ele a pudesse imaginar com ela vestida.
- Hey, Jared! Estou a falar contigo! Larga a porcaria do telemóvel, já me estás a irritar! – Disparou Anne, fazendo o seu querido estremecer. – O que é que estás aí a ver que é tão importante, han? – Perguntou, tentando espreitar para ver o que estava no visor, mas não conseguiu.
Jared bloqueou o telemóvel e arrumou-o no bolso antes que ela visse algo que não devia. Ele sorriu-lhe docemente e respirou fundo.
- Desculpa amor, estava a ver uma coisa no Instagram. – Desculpou-se, encolhendo os ombros ao de leve. Ela lá suspirou e voltou a colocar a peça de roupa à frente do seu corpo.
- O que achas?
- É linda, e acho que te vai ficar muito bem. Mas tu já sabe que a ti tudo te fica bem. – Ele deu-lhe um murro no braço ao de leve, fazendo-a sorrir. Ela desviou o olhar e mordiscou o lábio.
- Tu hoje estás muito esquisito, Jared. – Começou por dizer, virando-se de costas para ele e continuando a andar pela loja.
Jared manteve-se atrás dela, pegando novamente no seu telemóvel para verificar as novidades. E não, não tinha nada a ver com o Instagram.
- Primeiro foi por causa da Inspetora, e agora é por causa de quê? Hmm? – Ele arrumou o telemóvel mesmo antes de ela se virar novamente para ele e encolheu os ombros em resposta.
- Não sei amor, estou estranho, olha… Acontece a todos, termos dias menos bons.
- Mas o que é que se passou? Costumas estar sempre tão contente, não alegre e assim… É por causa do que está a acontecer com o Bill e com a Yria? – Jared olhou-a nos olhos e viu ali uma oportunidade única. Já nem sequer se lembrava disso, mas podia perfeitamente dizer que sim.
- Sim, acho que sim… Quer dizer, coitados. Já imaginaste o que é estares presa por um crime que não cometeste?
- Infelizmente há muito disso pelo mundo fora, amor. Mas a Christine é espera, e ela vai fazer de tudo até que aqueles dois sejam libertados.
- Sim… Olha, importas-te que eu vá comprar uma coisa num instante amor? – Anne revirou os olhos e respirou fundo.
- Eu pensei que íamos estar juntos o dia todo, Jared.
- E vamos minha querida! Eu vou apenas comprar uma coisinha que me esqueci e depois eu mando-te mensagem para irmos almoçar. Pode ser? Não tarda são duas da tarde e a área de restauração já não deve estar tão cheia.
- Espero mesmo que não esteja… - Comentou ela, um pouco desagradada. Só detestava ir ao centro comercial naquelas horas por causa disso. Gosta pouco de ter que estar à espera para ter um lugar onde se sentar e comer em paz.
- Pronto, então até já. – Ele aproximou-se dela e beijou-a calma e apaixonadamente, e assim que largou os lábios dela, desapareceu como o fumo.
Tom e Christine passeavam agora pelo centro comercial, meio atarantados, à procura de Jared. Acabaram por se encontrar à porta da joalharia do estabelecimento, e cumprimentaram-se alegremente. Se Christine tinha um enorme sorriso estampado, então Jared nem se falava. Notava-se que estava feliz, mas os nervos também já se faziam notar.
Afinal de contas não era uma coisa banal, era um grande passo.
- Tu tens a certeza do que estás a fazer, J? – Perguntou Tom, com um sorriso trocista. Christine revirou os olhos e deu-lhe uma cotovelada com alguma força. – Au!- Resmungou ele, olhando para a doce menina que parecia que não fazia mal a ninguém. Parecia.
- É para ver se aprendes a estar calado!
- Vá, pronto, calem-se. Não me deixem mais nervoso do que aquilo que já estou!
- Desculpa, bro.
- Vá, não interessa agora. Vocês não deviam de estar aqui!
- Mau… Então não nos disseste que era aqui? – Questionou Christine, com um ar de quem estava muito confusa.
- Não é isso! É que vai ser lá em cima, na área de restauração! Já devem de lá estar todos.
- Todos mesmo? Achas que ele também já lá está?
- Sim, está. O meu irmão já me disse que já está tudo pronto e à nossa espera, por isso…
- Ok, ok! Então eu e o Tom vamos andando, e tu trata de levar a Anne até lá. Boa sorte! – A rapariga aproximou-se dele, saltitando de tanta alegria, e acabou por lhe dar um abraço apertado.
Tom não saltitou, mas também deu um abraço a Jared, assim como duas palmadinhas nas costas.
Jared voltou para a loja onde Anne estava, ainda com as mesmas roupas no cesto, procurando por mais alguma para comprar. E agora? Como é que eu vou convencê-la a sair daqui de imediato, deixando as suas roupas para trás?, questionava-se à medida que se aproximava dela. Agora sim, não estava apenas nervoso, como também estava a entrar em pânico.
- Estou de volta… - Apenas disse, e ela mal o olhou.
- Já não era sem tempo! – Resmungou, observando as várias calças expostas à sua frente. – Estava à tua espera para me ajudares a escolher. – Ele respirou fundo e retirou-lhe o cesto das compras das suas mãos. É agora ou nunca.
- Temos de ir a um sítio. – Afirmou, muito sério. Anne engoliu em seco assim que olhou para ele e mordeu o lábio nervosamente.
- Amor, está tudo bem…? – Questionou preocupada, levando uma das suas mãos frias ao rosto quente e algo avermelhado dele. Jared estremeceu ligeiramente, mas ignorou.
- Sim. Só preciso que venhas comigo ali.
- E tem de ser já?
- Sim! Não faças perguntas e vem, ok? – Ela acabou por assentir e deu-lhe a mão, saindo com ele da loja de roupas.
Jared digitou rapidamente uma mensagem no seu telemóvel com a mão livre, enviando-a de imediato ao irmão. Decidiu que ia caminhar num passo calmo e normal, para chegarem na altura certa. Algumas pessoas passeavam por ali, mas ele sabia que a maior parte estava no piso superior, prontas a fazer o que ele tinha pedido.
Já perto das escadas rolantes conseguia-se ouvir várias pessoas, mas sobretudo uma em especial, que não falava propriamente, mas cantava.
- É impressão minha, ou o John Legend está por cá? – Jared sorriu de canto avançou para as escadas rolantes, puxando-a consigo.
- Não sei… - Encolheu os ombros, mas não conseguiu conter aquele sorriso que era cada vez maior.
- Amor, estás a assustar-me. – Comentou baixinho, sorrindo apesar de se sentir às escuras por não saber o que se estava a passar na realidade.
- Não te assustes…
- Jared, é o John Legend. O que raio é que o homem está aqui a fazer? A cantar… - Ela parou de falar quando se apercebeu de que música se tratava. – Ah, não… Não brinques comigo. – Sussurrou, e ele teve de quase arrastá-la até à área de restauração, onde estava imensa gente.
Incluindo John Legend, e um piano.
Ah, não. Não pode ser.
- Fica aqui, querida. – Pediu-lhe num tom doce, dando-lhe um beijo suave nos lábios.
Anne não foi capaz de assentir sequer, apenas o seguiu com os olhos, observando-o enquanto se mantinha com uma ótima postura em frente a tanta gente. Mesmo estando de costas para eles, e quase ao lado de John Legend.
E de um momento para o outro, o cenário todo muda. John faz uma pausa antes de iniciar o último refrão, e Jared faz sinal tanto a ele como à multidão e presente. E nesse momento… Nesse momento aquela gente toda está a cantar aquele belo refrão, incluindo Jared.
Incluindo o Jared Leto, que se aproxima de Anne, a sua joia, e se apoia num só joelho mesmo à sua frente. Ah não, pensa ela de novo, mas já com as lágrimas nos olhos. Ele continuou a cantar, assim como todos os presentes, olhando-a nos olhos com um sorriso carinhoso. Assim que todos terminam, o silêncio instala-se naquela área.
- Anne… Eu não estar aqui com muitos rodeios porque tu já sabes o que eu sinto por ti, portanto…
- Oh, Jared…
- Minha querida Anne… - Ele fez uma pausa e respirou fundo. – Aceitas casar comigo? – Mal ele afirmou a última palavra e ela já estava a acenar positivamente com a sua cabeça.
- Sim! Sim, é claro que aceito!
- Oh, graças a Deus! – Comentou Jared bem alto, fazendo todos rir enquanto colocava a aliança no dedo dela. Assim que terminou ele beijou-a intensamente, e toda a gente bateu palmas.
Yria começou a acordar aos poucos. Conseguiu perceber que havia algo de diferente, mas não era capaz de dizer o que era. Havia música… e no seu quarto nunca havia música. Não no novo. Por estranhar, ela acabou por começar a abrir os olhos e entrou em pânico assim que o viu. A Ele.
- Olha só quem acordou… Então meu amor, dormiste bem? – Yria gritava por socorro, ou pelo menos tentava, uma vez que a sua boca estava tapada. Tentou soltar-se das cordas demasiado apertadas, mas não obteve sucesso.
- Calma, minha querida… Estamos quase a chegar a casa. À nossa casa. – Yria arregalou os olhos e olhou pela janela, tentando perceber onde estavam.
___________________________________________
N/A: Pronto, ficou agora comprovado que eu não tenho lá muito jeito para cenas românticas xD Mas pronto, podia ter sido bem pior! Especialmente porque eu estava a entrar em pânico e a pensar que já não ia conseguir publicar nada hoje xD Mas consegui u.u
E então, aprovam os noivos? Pode parecer algo muito repentino, mas não se esqueçam que estes dois tiveram um passado (recente) e que ainda se gostam muito. E pronto, o Jared decidiu atirar-se de cabeça e deu nisto!
E quanto à Yria... Onde raio é que ela está?!
Obrigada a todos *-* Já sabem, comentem, votem, e essas coisas todas u.u
Beijinhooos ♥
PS: Que grande capítulo.