Echoes Of Silence.

By ivyhurst

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A vida de jovem adolescente tem as suas vantagens e desvantagens. À medida que vamos crescendo, vamos arrecad... More

Sinopse
01 - The Birds
02 - Devil May Cry
03 - Every Breath You Take
04 - Illegal
05 - Drunk
06 - Yria...?
08 - The Truth
09 - Confused
10 - William
11 - I Know You
12 - Product Of Your Imagination
13 - Don't!
14 - Flashbacks
15 - All Of Me
16 - Don't move!
17 - Until Death Do Us Part
18 - The Fighter
19 - All I Ask Of You
20 - Smash Into You
Obrigada!

07 - I love you

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By ivyhurst

Aquela sala estava simplesmente uma confusão dos diabos. Yria baloiçava-se para a frente e para trás depois de ter mandado algumas decorações para o chão; Tom tentava aproximar-se de Yria pela segunda vez, uma vez que na primeira tentativa não lhe correu nada bem e chegou a ser empurrado à força toda; E por fim, Anne e Christine discutiam sobre o que realmente deviam de fazer.

Anne insistia que o melhor para a morena de olhos azuis seria interná-la num hospital psiquiátrico o quanto antes. Já Christine discordava, achava que iria conseguir cuidar da irmã mais velha sem ela ter de andar metida em médicos ou pior. Ela sabia perfeitamente que Anne tem razão, mas não era capaz de fazer uma coisa daquelas à irmã.

Mesmo estando a vê-la baloiçar-se no canto da sala de estar.

- Eu não consigo fazer-lhe uma coisa dessas, Anne.

- Chris, é para o bem dela... - Olhou o telemóvel que tinha na mão, terminando finalmente de marcar um número de um telefone fixo.

- Mas assim vamos estar a desistir dela, Anne!

- Christine, olha para a tua irmã. Não, a sério, olha! Olha com olhos de ver! - Apontando para Yria, Anne olhou para a mais nova das irmãs e respirou fundo. - Eu sei que te custa... E é por isso que vou ser eu a fazê-lo. - Sem lhe dar hipótese de responder, Anne clicou no telemóvel, iniciando então a chamada. Com um olhar algo triste a amiga afastou-se e foi para outra divisão, para ter um pouco mais de privacidade.

- Como é que ela ficou assim? - Tom falava baixinho para que Yria não se apercebesse que falava sobre ela. Ele sabia que ela estava provavelmente numa espécie de transe, num mundinho só dela e que não ia tomar atenção a nada do que ele lhe dissesse. Mas mesmo assim decidiu não arriscar.

- Eu não faço ideia, Tom. É que nem desconfio... Ela parecia estar minimamente bem, e agora de repente... Eu não compreendo Tom, juro-te que não! - Tom fez-lhe sinal quando ela aumentou o tom de voz, e esta assentiu, suspirando.

- Shiu, calem-se. Assim eu não oiço o meu bebé. - Yria curvou os lábios ligeiramente, formando algo semelhante a um sorriso e olhou as mãos trémulas. Depois de um suspiro profundo, encolheu as pernas e abraçou-as, deitando a cabeça sobre os joelhos.

- Como te sentes? - O jovem adulto tentou iniciar uma conversa calma com ela, esperando que ela colaborasse minimamente.

- Eu estou bem. - Murmurou, olhando-o nos olhos. - E os teus irmãos, como estão? - A questão dela apanhou Tom de surpresa, e fê-lo sorrir.

- Eu só tenho um irmão, Y...

- Não! Tu tens dois irmãos, Tom. Eu sei o que vi... Eu conheci-o, eu estive com ele.

- Ok... - Tom olhou Christine pelo canto do olho e esta inspirou fundo, encolhendo os ombros entretanto. - Então e... Um é o Bill, certo?

- Sim.

- E o outro?

- É Bill também. É igual a ele, mas é mau... - O rapaz olhou a mais velha com atenção enquanto formava uma expressão de quem estava extremamente confuso. Yria ergueu o rosto e olhou os dois.

- Porque é que vocês não acreditam em mim? Porque é que olham para mim como se eu fosse louca? - Os dois mantiveram-se calados e suspiraram alto ao mesmo tempo.

- Eles já vêm a caminho, daqui a nada estão aí. Acho que está na hora de ligares aos teus pais, Chris... - Anne aproximou-se da amiga e acariciou-lhe o braço.

- Posso falar com ela primeiro? - Ela manteve o olhar na sua irmã que os observava sem entender nada. Era como se de um momento para o outro a Yria tivesse deixado de existir.

- Eu não sei se é boa ideia. - Disseram Anne e Tom, em uníssono. Christine respirou fundo e ajeitou os cabelos, olhando em redor. Sentia que aquilo seria uma despedida, e ela não estava preparada para tal coisa.

- Céus... Ela não é um bicho, ok? Eu vou simplesmente conversar com ela, nada mais. - Os dois assentiram, mas nenhum deles se moveu. - Será que pode ser a sós, ou nem por isso?

- Anda, Tom...

Christine esperou que eles saíssem e respirou fundo. Começou por acariciar o braço da sua irmã, afastando-lhe os cabelos da cara. Yria parecia estar agora muito atenta a todos os pequenos movimentos que a irmã mais nova fazia. Chris tinha receio que a irmã tivesse outro ataque daqueles, mas tentou não pensar muito nisso. Sempre pensou que quanto mais se pensa numa coisa, mais rápido ela acontece.

Observou as mãos trémulas da irmã. Não se lembra de a ter visto assim, nem mesmo nos dias em que ela estava doente. Ela simplesmente não conseguia entender o porquê de a irmã ter ficado assim de um momento para o outro.

- Porque é que quiseste ficar aqui sozinha comigo? – Interrogou a mais velha, olhando a irmã nos olhos. Christine mordiscou o lábio inferior quando aqueles olhos azuis lhe penetraram a alma e engoliu em seco.

Como iria dizer à irmã que daqui a uns minutos iria ser levada para longe?

Como lhe diria que ia ficar tão presa quanto Bill?

Como lhe ia contar que estava prestes a ir para um hospital de malucos?

Ela simplesmente não queria dizer nada disso, desejava que aquilo não estivesse a acontecer. Mas estava… E sentia uma enorme necessidade de se despedir da irmã. Porque apesar de ela já nem parecer a mesma na maior parte do tempo, ela sabe que a sua irmã mais velha continua ali. Está escondida, mas está.

- Porque… Porque vamos ficar longe uma da outra durante uns tempos, mas eu prometo que sempre que puder te vou visitar.

- Vão-me enviar para um daqueles hospitais dos doidos, não é? Vocês vão mandar-me para lá e não vão voltar a ver-me. Tu não vais visitar-me. Vocês vão todos esquecer-se de mim, fingir que não existo… Vão fingir que morri. – Yria olhava agora para o chão, como se aquilo realmente lhe magoasse o coração. E magoava… E isso era notório.

- Não mana, não… Ninguém te vai esquecer… Eu vou-te visitar todos os dias se me deixarem! – Apesar de estar com as lágrimas nos olhos, a mais nova conseguiu esboçar um pequeníssimo sorriso à irmã, na tentativa de a reconfortar. Mas como é que isso iria ser possível?

- Prometes? – Voltou a olhá-la, com um certo brilho nos olhos. Yria estava também a tentar conter as lágrimas, mesmo achando que não.

Quando Christine foi para responder, faltou-lhe a voz. Aquilo estava a ser mais difícil do que ela imaginara.

- Prometes?! – Insistiu a mais velha ao ouvir uma sirene, o que a fez ficar alerta e arregalar os olhos. Ambas sabiam que era uma questão de minutos ou até mesmo segundos até a mais velha ser arrastada para o exterior daquela casa.

- Prometo, Yria. Eu prometo. E eu acredito em ti. Sobre o Bill… Eu vou fazer de tudo para descobrir a verdade. Eu vou fazer de tudo para… - Os burburinhos e ruídos que os enfermeiros fizeram ao entrar naquela divisão fizeram com que Christine parasse de falar. Olhou a irmã, como se fosse a última vez.

- Para quê? Chris?! – Yria chamou pela irmã num tom desesperado, esperando que ela terminasse o que ia a dizer.

- Eu vou fazer de tudo para provar que tu não és maluca, que não pertences àquele sítio… Assim como o Bill não pertence à cadeia. – A mais velha assentiu, mas olhou-a como se Christine não tivesse dito a palavra-chave – O bom, claro! – O sorriso que a irmã mais velha esboçou foi algo… Impagável.

E foi nesse preciso momento que pegaram num braço dela e a puxaram com força, fazendo-a levantar-se. As lágrimas começaram a cair pelo rosto de ambas. Nenhuma das duas queria aquilo.

- Não deixes que me levem… Chris, por favor! – O tom rouco de Yria era como uma flecha que atingia o coração de Christine com grande velocidade e força. Sentia-se péssima, horrível. Estava a ver a irmã a ser levada e não podia fazer nada. Nada.

- Vai ficar tudo bem, eu prometo-te, mana. – Quase murmurou, curvando ligeiramente os lábios. Não era capaz de sorrir agora. Nem um sorriso extremamente forçado. Nem pela sua irmã…

- Não te esqueças de mim! Não te esqueças de ir visitar-me! – A mais velha tentava soltar-se dos enfermeiros, e estes foram obrigados a usar a força para obterem melhores resultados. Christine mal se aguentou em pé perante aquela cena. A sua irmã não era maluca, e iria prová-lo.

Estava apenas a passar por uma fase horrível da sua vida. Só isso. Uma depressão profunda. Só isso.

É só isso, é só isso…

- Nunca, mana. Nunca me esquecerei de ti. Eu amo-te muito, Yria. – Ela mal conseguiu pronunciar o nome da sua irmã. As pernas falharam-lhe, e ela só não caiu no chão porque Anne e Tom chegaram a ela a tempo de a segurarem. Ambos estavam muito comovidos com aquela situação, mas tentavam não demonstrar a sua grande tristeza.

**

Christine estava agora sozinha na sua casa. Tinha recusado a companhia de Tom e até de Anne, alegando que precisava de ficar sozinha. Ela tinha de tomar o lugar da irmã a todo o custo. Não iria passar a ser alguém que parecia ser frio como o gelo, mas tinha de ser mais séria, mais distante… Mais Yria.

Assim que terminou de tomar o seu duche afastou a cortina e pegou na toalha mais pequena. Enxugou o cabelo e manteve-o preso na toalha, pegando então na toalha maior para secar o corpo molhado. As imagens da irmã a ser levada à força não lhe saíam da cabeça, e ela sabia que tinha de fazer alguma coisa.

Mas por onde é que ela iria começar?

Por um suposto sósia de Bill que nem sabe se realmente existe? E a quem é que ela se podia dirigir? E perguntava o quê?

Christine estava para lá de confusa e sentia-se muito, mas mesmo muito perdida. E só. Mesmo tendo Anne sempre por perto… Não tinha Yria. Levaram-lhe a Yria.

«Levaram metade de mim.»

Por algum lado tinha de começar. Tinha prometido à sua irmã e a si mesma que a retirava a ela e a Bill, o rapaz que tanto ama, das diferentes prisões. Prisões tão diferentes, mas ao mesmo tempo tão iguais. Estavam ambos presos por algo que não fizeram, por aquilo que não são. Não fazia sentido.

A campainha fez-se ouvir por toda a casa, e Christine apressou-se a terminar de se vestir. Deixou ficar o cabelo enrolado e bem preso na toalha, e foi a correr até ao hall de entrada. Respirou fundo depois de ter espreitado e visto quem era.

- Olá, Tom.

- Hey… Desculpa vir-te incomodar, mas eu preciso mesmo de falar contigo. Prometo ser breve. – Ele comprimiu os lábios numa linha fina e esperou que ela tomasse uma decisão. Sem nada dizer, Christine afastou-se da porta e deixou o rapaz entrar.

O que poderia fazer? Deixar o rapaz que está a sofrer tanto quanto ela à porta? Não, não era capaz.

- Fica à vontade… Podes ir para a sala, eu vou só acabar de me ajeitar. – Indicou-lhe o caminho até à dita divisão e, depois de o ter deixado à vontade, voltou a subir as escadas.

Foi até à casa de banho, secou bem o cabelo com um secador para esse mesmo uso e ajeitou os caracóis rebeldes com os dedos. Aplicou um creme no cabelo para fixar os caracóis, e depois arrumou tudo.

Tom tinha o comando que Christine lhe tinha dado para as mãos, mas não se atreveu a ligar a televisão. Esperava ansiosamente pela rapariga, e parecia um pouco incomodado.

- Ah, voltaste… - Murmurou depois de ter girado a cabeça e perceber que os pequenos sons que ouvia eram os passos dela. Ela ajeitou o casaco polar que tinha vestido no corpo e sentou-se ao lado de Tom, tentando colocar-se numa posição confortável.

- O que queres falar comigo? – Notava-se que ela estava esgotada, entristecida, de rastos. E não, não era por não ter nenhuma maquilhagem posta porque mesmo se tivesse, iria notar-se à mesma.

- Eu queria falar contigo sobre aquilo que a tua irmã disse… Sobre o outro.

- O outro? Quem? O outro Bill?

- Sim, exatamente. – Suspirou, olhando-a algo reticente. Não conseguia acreditar que pudesse haver por aí alguém idêntico ao irmão a fazer-se passar por ele, a incriminá-lo. Para ele, era uma ideia absurda, completamente ridícula.

- E o que é que queres falar, ao certo?

- Tu falaste mais um bocadinho com ela… Conseguiste perceber se é mesmo verdade ou não? – Ela respirou fundo e colocou as mexas de cabelos rebeldes atrás da orelha.

Ele pode não acreditar, e ela pode até nem ter certezas de nada, mas vai fazer com que ele acredite. E vai provar-lhe que a irmã está certa.

Nem que seja a última coisa que ela faça.

- Eu acho que ela não está a mentir, Tom. O problema é que eu agora não sei para onde me hei de virar. Não vou simplesmente sair à rua e perguntar se viram um rapaz idêntico ao teu irmão.

- Pois não… - Respondeu em concordância, expirando. – Mas posso levar-te à casa da minha mãe, e podemos pedir-lhe ajuda.

- A tua mãe?

- Se for mesmo nosso irmão, a minha mãe há de saber, não?

- Mas Tom… Pode não ser teu irmão mesmo. Pode ser alguém que, por coincidência, seja muito parecido com ele e que ande a tirar proveito disso. De forma muito errada, por sinal, mas pronto.

- Mesmo assim… - Encolheu os ombros, olhando-a nos olhos. – Disseste que não sabias por onde começar… E eu estou-te a dar um empurrão.

- Tudo bem… E quando é que eu posso ir falar com a tua mãe?

- Agora.

 

Depois de mais uma pequena troca de palavras, Christine foi vestir algo mais apresentável e saiu de casa com Tom. Pela primeira vez, a rapariga não esboçava um único sorriso que fosse, nem grande, nem médio, nem pequeno. Não tinha razões para sorrir, e também não era capaz de forçar um sorriso.

 

- Dona Simone… - Cumprimentou com um aceno de cabeça, mas foi de imediato puxada contra o corpo da senhora que a abraçou carinhosamente. Ela já parecia saber das notícias e, mesmo estando a sofrer também por ter o filho na prisão, queria reconfortar a jovem rapariga.

- Senta-te, querida. – Indicou-lhe o sofá com uma das mãos, e ambas se sentaram no sofá de dois lugares, enquanto que Tom se sentou num sofá de apenas um lugar, perto de Chris.

- O Tom contou-lhe o porquê de eu estar aqui…? – Simone olhou o filho mais velho pelo canto do olho, e depois retornou a olhar a rapariga.

- Bem, não… Ele contou-me o que se passou com a tua irmã, e eu calculei que fosse por isso…

- Não… Por acaso não é. Eu… Preciso de lhe perguntar uma coisa. É muito importante. – A senhora olhou-a um pouco confusa, mas assentiu.

- Claro, querida, o que quiseres. – Esboçou-lhe um pequeno sorriso, que serviu quase como de permissão e coragem para ela avançar.

- Você teve só o Bill e o Tom? Ou… Ou havia um terceiro gémeo? – Assim que ouviu tais questões, Simone arregalou os olhos à rapariga como se lhe tivesse caído o coração ao chão.

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