Echoes Of Silence.

By ivyhurst

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A vida de jovem adolescente tem as suas vantagens e desvantagens. À medida que vamos crescendo, vamos arrecad... More

Sinopse
01 - The Birds
02 - Devil May Cry
03 - Every Breath You Take
04 - Illegal
06 - Yria...?
07 - I love you
08 - The Truth
09 - Confused
10 - William
11 - I Know You
12 - Product Of Your Imagination
13 - Don't!
14 - Flashbacks
15 - All Of Me
16 - Don't move!
17 - Until Death Do Us Part
18 - The Fighter
19 - All I Ask Of You
20 - Smash Into You
Obrigada!

05 - Drunk

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By ivyhurst

- Tu deves estar a brincar comigo, só pode, Anne… - Ela respirou fundo e bateu com a mão na mesa.

- Parece-te que estou a brincar, Jared?! Nem toda a gente é como tu e anda para aí a fazer piadinhas estúpidas.

- Ok, desculpa, mas simplesmente não consigo acreditar que aquele rapaz fez uma coisa destas!

- Ah, e achas que de repente anda toda a gente a mentir, é?

- Não! Mas não achas esquisito, Anne? Estamos aqui só nós a comentar o caso.

- Acho, Jared. Mas queres o quê? O cliente é este, elas disseram todas que foi ele, ele foi preso e tudo, Jared. Não são dezenas de pessoas que se vão enganar, não achas? – Ele acabou por baixar o rosto e suspirou. Ela mordiscou o lábio e observou-o.

- Porque é que disseste “não”? Quando eu disse para acabarmos com isto.

- Eu sei lá… - Ele riu, encolhendo os ombros de seguida.

- Este negócio não faz sentido nenhum. Já éramos ricos sem isto, e vamos continuar a sê-lo sem ele.

- Sim… - Anne revirou os olhos.

- Jared, fala.

- Se nós acabarmos com isto, eu não vou ter mais nenhuma desculpa para vir ter contigo. – As palavras do cantor, ator e tudo mais fizeram a rapariga rir à gargalhada, como se tivesse acabado de ouvir a piada mais engraçada da semana. Pela primeira vez, Anne viu um Jared algo incomodado, envergonhado, realmente triste.

- Tu estás a falar a sério? – Questionou assim que conseguiu acalmar-se, respirando fundo e tossindo.

- Estou. Porque raio é que havia de estar a mentir?

- Porque é só isso que tu sabes fazer. Mentir.

- Anne, eu não…

- Oh, por favor! – A mulher interveio de imediato, levantando-se da sua poltrona. - Passou-se bem mais de um ano desde que tu te foste embora. Lembras-te? Lembras-te das inúmeras vezes que tu me disseste que me amavas? Lembras-te daquela noite romântica que preparaste? E lembras-te também do que fizeste no dia seguinte? – O cantor suspirou baixinho e não foi capaz de olhar para ela.

- Fui-me embora…

- Pois, pois foste! Sem dizer absolutamente nada! E porquê? Primeiro não queres nem estás preparado para uma relação séria. E também não queres tentar, ou esforçar-te um bocadinho. Depois, gostas de brincar com os sentimentos das pessoas, e tens um fraquinho pelos meus. Mas deixa-me dizer-te já que eu não sou a merda de um brinquedo, ouviste?! – Ela fez uma pequena pausa, apoiou-se na mesa com ambas as mãos e olhou Jared nos olhos.

- Eu amava-te, Jared… Eu amava-te tanto. Mais do que tu possas imaginar. E tu estragaste tudo. Foste embora, ficaste longe de tudo e todos, e depois decidiste ir numa digressão só para te poderes afastar mais e teres uma justificação para isso.

- Já não me amas? Tu disseste “amava-te”. – Jared não tinha agora aquele seu sorriso trocista, tinha apenas uma expressão triste que apesar de o ser não demonstrava toda a tristeza que ele sentia naquele momento.

- O que é que tu achas? Achas que podes fazer o que fizeste? Estavas à espera que quando voltasses eu ia estar aqui de braços e pernas abertas para te receber e amar de novo como se nada tivesse acontecido? Desculpa Jared, mas não é isso que vai acontecer. Eu sofri muito aqui por causa de ti, e não me vou permitir voltar a passar pelo mesmo. Acabou. Assim como este negócio doentio. Eu não quero saber disto, e sinceramente nem sequer sei porque é que me meti nisto. É doentio! – Ele olhou-a e engoliu em seco. Sentia-se magoado, sem razão, mas mesmo assim não queria dar o braço a torcer e levantou-se também e olhou-a fixamente.

- Estamos a ajudar estas mulheres, a dar-lhes um emprego, a dar-lhes o dinheiro que tanto precisam.

- Ouve a porcaria que tu estás a dizer! Não as estamos a ajudar! Só se por “ajudar” quiseres dizer “ajudá-las a sentirem-se como lixo”. Para mim acabou. Aliás, tal como tu fizeste há um ano, eu também fiz as coisas agora sem tu saberes. Está tudo tratado, só nos falta informar as meninas de que isto deixará de existir.

- Ah, e elas vão trabalhar em quê?

- Dividimos. Uma metade vai trabalhar para ti, e a outra metade para mim. Não és tu que és um homem muito famoso e que precisas sempre de alguém? Não és tu que adoras as meninas? Portanto agora olha, faz algo por elas, que as ajude de verdade. Esta conversa termina aqui, eu não tenho mais nada para falar contigo e não quero voltar a ver-te. Se quiseres ir à minha loja, tem o cuidado de lá ir quando eu não estiver presente. É tudo. – Ela juntou as folhas e arrumou-as na sua pasta, juntando depois todos os seus pertences para se ir embora.

- Ah… Melhor ainda. Ficas tu encarregue de as avisar a todas. Eu tenho feito tudo sozinha, portanto desenmerda-te. Adeus.

 

Depois daquela pequena discussão necessária, Anne saiu do edifício sem dizer nada a ninguém e entrou de imediato no seu carro. Colocou a pasta e a mala no banco do pendura e engatou a chave na ignição, rodando-a de seguida. Ligou o rádio e aumentou bastante o volume, saindo então dali. Ainda foi dar uma volta pela cidade, para desanuviar um pouco, e só depois é que foi para casa.

Christine e Yria já se tinham despachado, e estavam agora no carro da mais nova, a caminho de casa. Eram apenas quatro e meia da tarde mas já estava praticamente de noite. O tempo chuvoso ajudava para que isto acontecesse.

Estavam já a entrar no último mês do ano, e apesar de tudo sentiam-se felizes por isso. Não pelo ano estar a acabar, mas sim pelo Natal estar a chegar. Ambas eram loucas pela época Natalícia e estavam ansiosas por entrarem de férias e fazerem compras até cair.

- Chris…

- Sim, Yria?

- Posso falar contigo, certo…?

- Ó Yria, tu sabes perfeitamente que podes sempre falar comigo sobre o que quer que seja… Mas, do que queres falar? – Apesar de estar a conduzir, Christine conseguiu olhar a irmã pelo canto do olho e reparou que ela estava a mexer muito as mãos, acariciando-as, esfregando-as, tal e qual como fizera na esquadra da polícia. Porque estaria ela nervosa agora? Será que…? Não.

- Eu quero falar contigo sobre aquela noite. Eu preciso de falar com alguém, e acho que a melhor pessoa a quem eu posso contar é… És tu. Quer dizer eu sei que tu me tens pago consultas de psiquiatria e psicologia, e eu peço desculpa por andares a gastar dinheiro comigo e eu não estar a aproveitar as consultas, mas eu não consigo… Não sei, são estranhos. Era suposto ser mais fácil desabafar com eles, mas não sou capaz… - Yria parecia estar finalmente a ser sincera, a falar do que realmente a perturbava, a demonstrar os seus sentimentos.

Christine achou que aquele momento eram tão raro e único que fez o pisca e estacionou à beira da estrada, assim sem mais nem menos. A pessoa que vinha atrás delas ainda buzinou, mas Chris ignorou por completo.

- Querida, sabes perfeitamente que podes falar comigo… - A irmã mais nova levou as suas mãos às da irmã e pegou nelas, acariciando-as com cuidado. – E não tens de me pedir desculpa. Eu só quero que tu fiques bem. E eu sei perfeitamente que tu não estás nada bem, e custa-me imenso ver-te a ficar pior a cada dia que passa. – Yria respirou fundo e olhou a irmã, com toda a atenção. A mais nova esboçou um pequeno sorriso, e Yria sentiu a sua alma a aquecer um bocadinho, mesmo estando um dia frio e chuvoso.

- Apesar de eu ser assim, de parecer que tenho um coração de pedra, de ser insensível… Eu não o sou. E eu queria mesmo aquele bebé, eu amei aquele bebé… Eu amo aquele bebé. E sinto-me péssima por ter contribuído para a morte dele… - A mais velha tinha agora as lágrimas nos olhos, e esfregava-os para a enxugar mal elas começassem a cair.

- Como assim? Contribuíste para a morte do bebé como? – Naquele instante, Christine lembrou-se da conversa que tinha tido, mais cedo, com a Inspetora. Tentou varrer tal pensamento da sua mente e suspirou.

- Porque… Eu tentei tirar-lhe a arma para me proteger quando ele se aproximou, e foi assim que ele sem querer me… Tu sabes. – Respirou fundo, desviando o olhar.

- Sim, sei. Mas, olha… A culpa não é tua, mana. – Christine levou uma das mãos aos cabelos negros e longos da irmã, escovando-os cuidadosamente com os dedos.

- É…

- Não, não. Tu estavas só a tentar proteger-te daquele vagabundo. A proteger-te a ti e ao teu bebé, não o fizeste de propósito. Eu sei disso… - Christine puxou a irmã para si e abraçou-a com ternura, acariciando as suas costas durante o abraço.

Yria começou a chorar, escondendo o seu rosto no pescoço da irmã. Depois de cerca de cinco minutos assim, a mais velha começou a acalmar e a afastar-se do aconchego da sua irmã.

- Eu quero contar-te uma coisa importante…

- Claro, já te disse que podes contar-me o que quiseres, mana. Eu estou aqui para te ajudar, não para te julgar ou o que quer que seja. – Um sorriso apareceu no rosto das duas, como se tivessem sido contagiadas uma pela outra.

- O Bill… - Yria inspirou e expirou fundo, deixando aquelas duas palavras vaguearem pelo ar gelado que já se fazia sentir no interior da viatura.

- Sim…? O que tem o Bill? Sabes alguma coisa? Viste-o? Foi ele que te fez isto?

- Não… Não era ele. Eu sei que não era ele. Eu nem sequer sei porque é que no noticiário disseram que o suspeito que tinham e que iam interrogar se encaixa em todos os crimes, em todas as descrições feitas. O Bill e o homem que me assaltou não têm nada a ver. O seu tom era mais grave, e dava a entender que ele tinha entre trinta e cinco e quarenta anos de idade. Era também mais baixo que o Bill, e notava-se que era mais robusto. – Christine ia olhando a irmã com toda a atenção, no final fez uma pequena careta.

- Porque é que não contaste nada disto à polícia? O Bill pode ir mesmo preso, preso a sério por algo que ele não fez!

- Eu sei… Mas eu só agora é que fui capaz de falar sobre isto.

- Sim, eu sei… Mas tu és a única que pode ajudá-lo, basta quereres. – O silêncio de Yria fez com que a irmã pensasse um pouco, por estar desconfiada. – Ou não queres ajudá-lo? É isso?

- Bem, eu… - Christine não a deixou terminar, atropelando-lhe o discurso como se fosse um comboio.

- É ele o pai do bebé?! Ou era…?! – Yria arregalou de imediato os olhos e soltou uma pequena gargalhada.

- Eu já te disse que não sei nada sobre o pai do meu filho. Foi um caso de uma noite, e a única informação que eu tenho sobre ele é o seu nome próprio. E nem sei se era o seu nome verdadeiro. – Ela encolheu os ombros e voltou a olhar a irmã.

- Então… O que é que ias dizer?

- Não se trata de não querer ajudar o Bill. Trata-se de eu saber de algo que… Que eu acho que tenho de lhe contar. Só que ele agora está preso, e não lhe posso contar nada sem ter a polícia a vigiar-nos.

- E o que é que tu tens assim de tão grave para lhe contar?

- Há outro Bill.

- Como assim “outro Bill”? – Christine fez a expressão mais confusa de todo o sempre, uma vez que ela estava para lá de confusa.

- Um rapaz da mesma idade que ele, com o mesmo estilo que ele, igualzinho a ele. Como se fosse o seu sósia, gémeo, ou o que tu lhe quiseres chamar. Mas existe outro Bill, que se anda a fazer passar pelo Bill que conhecemos, pelo Bill que tu amas. Existe outro, Chris. A sério, eu sei o que vi, eu sei, eu tenho a certeza. – Christine arregalou os olhos e abriu a boca, extremamente chocada com o que tinha acabado de ouvir.

Ouvia-se aquela típica música Zen por toda a casa, com especial atenção na casa de banho. Anne estava agora na sua enorme banheira, relaxando no seu banho de imersão, com direito a sais, imensa espuma, e até incensos. Estava a precisar imenso de um momento de relaxamento, de não pensar em nada e ao mesmo tempo pensar em tudo.

Ela olhava o ecrã que estava à sua frente, que passava imagens que a ajudavam a relaxar um pouco mais: campos floridos, cascatas… Enfim, autênticos paraísos.

Decidiu fechar os olhos por um pouco. E foi aí que ela começou a pensar em tudo aquilo que preferia esquecer. Os momentos com Jared, os bons e os maus momentos. Abanou a cabeça e forçou-se a pensar noutra coisa qualquer. Recusava-se a pensar nele, tinha prometido a si mesma há horas atrás, enquanto conduzia, que não ia voltar a pensar nele. Mas como é que isso ia ser possível?

O seu telemóvel toca, e Anne abre os olhos repentinamente, como se tivesse acabado de acordar de um sonho que estava a ficar muito estranho. Pegou numa das toalhas que estava por perto e limpou as mãos. Desbloqueou o telemóvel e fez uma pequena careta por não conhecer o número, mas quando começou a ler a mensagem percebeu de imediato.

Hey, Annie.

Onde estás? Eu estou cheio de saudades tuas.

Preciso tanto, mas tanto, de ti. Eu amo-te, porra. Porque é que não percebes isso logo?

Vem ter comigo, por favor.

Eu juro-te que mudei, estou diferente, e estou preparado para uma relação.

Vem ter comigo.

Eu amo-te.

Vem mesmo, por favor…

Amo-te.

Jared.

Anne simplesmente revirou os olhos e só não mandou o telemóvel contra a parede por gostar imenso dele e não querer comprar um novo. Eliminou a mensagem e bloqueou o telemóvel, colocando-o novamente no sítio onde estava e no instante em que ia colocar o braço e a mão por baixo de água, o telemóvel começou a tocar novamente. Mas agora não era uma mensagem, mas sim um telefonema. Bufou, pegou no telemóvel, e atendeu sem ver quem era o remetente,

- Estou?

- Anne, onde estás?

- O que é que tu queres, Jared?!

- Não recebeste a mensagem que te enviei?

- Recebi, mas não quero saber, Jared. Eu disse-te que nunca mais ia falar contigo, nunca mais te queria ver. E isso mantém-se.

- Não me amas? Nem um bocadinho que seja? Vá lá… Só quero estar um bocadinho contigo. Eu… Amo-te! Anne conseguiu ouvir aquilo que parecia ser música, e até uma gargalhada.

- Tu estás bêbedo, não estás?!

-

- Olha vai gozar com outra, sim?! DEIXA-ME!

- Annie, eu não estou a gozar…!Anne desligou a chamada e desligou o telemóvel.

Cansada de tudo aquilo, Anne respirou fundo e deixou-se escorregar pela banheira até ficar debaixo de água. Estava cansada, cansada.

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