Bruno recebeu a mensagem com o endereço da Paola e fez o retorno. Queria resolver isso o mais breve possível, em questão de minutos chegou em frente ao apartamento da mulher. Desceu do carro e entrou buscando alguma informação.
__ Oi, estou a procura da Paola ? Perguntou a secretaria. Antes da moça lhe informar a voz dela soou.
___ Bruno! que bom que veio. - Ela veio correndo até ele o abraçando, o deixando totalmente desconfortável. Ele pegou seus ombros com delicadeza a afastando.
___O que aconteceu? - Analisou preocupado o rosto da mulher.
___ É a Rosie, ela não está querendo ir a escola, sabe, por ser minha filha, os jovens não pegam leve com ela, também anda indisposta, então pensei que já que é professor poderia dar aulas particulares a ela, aqui em casa. - Ele franziu a testa, por essa não esperava.
___ Paola, não sei o que dizer. Quer que converse com ela? Posso tentar convencê-la voltar para o colégio, vou estar por perto lá, acho que dar aulas em casa não é o adequado. - Explicou sinceramente.
__ Tem Razão. Pode tentar se quiser, mas duvido que irá convencê-la, Rosie está decidida. -Entrelaçou as mãos no seu braço o levando para dentro..
No elevador Bruno se sentiu totalmente sufocado, a mulher praticamente estava colada com ele, isso o incomodava totalmente. Ele forçou um sorriso,quando ela olhou na sua direção, o elevador finalmente abriu e eles saíram seguindo para o apartamento. Pediu gentilmente que ela fosse na sua frente e a seguiu.
__ Pode sentar no sofá, vou pedir para ela descer. - Informou e ele assentiu. Com as mãos no bolso analisou o local, era exatamente como imaginava que seria, decoração extravagante, um lugar luxuoso como de qualquer celebridade. Sorriu de canto se sentando.
__ Professor Bruno! - A garota se posicionou na frente dele surpresa e Sorriu.
___ Rosie, quanto tempo. Podemos conversar um pouquinho? Sorriu simpático e concordou se sentando ao seu lado.__ Sua mãe me contou que não quer ir mais a escola é verdade?
A garota lançou um olhar para sua mãe.
__ Sim .- Respondeu desviando o olhar para o chão.
___ E porque? O que está acontecendo?
___ Os alunos implicam comigo. Prefiro ficar em casa.
___ Entendo, sabe que não precisa ficar calada, temos responsáveis na escola para isso, tem eu e a Talita, a diretora e o dono do colegío que é o Ricardo, só dizer o nome dos alunos que implicam com você e eles tomaram providências.
__ Não quero que ninguém se dê mal por minha culpa. -Retruca incomodada .
___ Tão linda minha filhota. Ela tem um coração enorme, já disse para ela pensar nela em primeiro lugar. - Paola pronúncia.
___Não é sua culpa. Se eles estão te pressionando e te fazendo mal tem que pagar pelas suas atitudes. Não acha? Arqueia a sobrancelha.
__ Não adianta, ela é assim Bruno. Rosie, o que acha do Professor Bruno vir te dar aula aqui em casa? A encara.
__ Acho ótimo! Falou de forma brusca.
__Está vendo!? Resolvido o problema. Ergue as mãos. __ Podemos fechar o seu pagamento, como prefere receber? Bruno se levantou subitamente.
__ Calma, não disse que vou aceitar. Sempre procuro o melhor para meus alunos, para mim dinheiro é o de menos. Se por acaso aceitar esse emprego é exclusivamente para ajudar a Rosie a melhorar. Mas, também será por pouco tempo, Rosie precisa ir a um colégio. Ela tem que encarar as pessoas de frente, e não se fechar dessa forma. Contudo, não posso aceitar nada sem conversar com a minha mulher primeiro. Sei que vocês tiveram conflitos no passado, não sei o que Jaqueline vai pensar de vir aqui dar aulas a sua filha. - Paola piscou os olhos.
__ Espera ? Vai pedir permissão a sua esposa? Riu sem acreditar.
___ Pense como quiser, agora fica tranquila se por acaso não puder vir, vou recomendar um professor da minha confiança para vir dar aulas a Rosie. - Paola contorceu o rosto insatisfeita. Rosie olhou para sua mãe tentando segurar um sorriso. Pela primeira vez um plano da sua mãe de conquistar um homem estava falhando miseravelmente.
__ Está bem. Faça como achar melhor. Vou te acompanhar até lá embaixo.
__ Não há necessidade. Eu sei o caminho. - Piscou de um jeito amistoso. __ tchau Rosie..
__ Tchau Professor Bruno. - Acenou sorrindo.
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Em casa, Jaqueline não conseguia parar quieta, fazia mais de uma hora que Bruno tinha saído. Ela não queria pensar besteira, todavia agora com o Chris rondando por aí, começou a ficar preocupada.
__ Porque ele não atende a droga do celular? Indagou irritada.
___ Para alguém que não está apaixonada, você parece bem aflita. - Yuri comentou casualmente com a pequena Ester no colo.
___ Preocupar com a segurança de uma pessoa, é questão de empatia e amor ao próximo.
___ Aham, sei. - bufou, era inútil discutir com Yuri.
___ E as mulheres de vocês? O que acham dos dois ficar batendo perna por aí? Comentou assim que o Ricardo apareceu no corredor com a Angel comendo um pote de sorvete.
__ Elas confiam na gente. Sabe que viemos resolver algo de força maior. Mas se sente tanta falta delas ,vou pedir para virem fazer uma visita . É bom que a Angel poderá brincar com o Guilherme. - Ricardo argumentou sorrindo.
__ É.. faça isso. - Comentou animada. Ela Sentia falta de uma amizade feminina, a pessoa mais próxima a ela era a Melissa. Queria poder ter mais intimidade com sua cunhada e a Talita. A porta se abriu chamando a atenção de todos e Bruno entrou. Jaqueline direcionou a cadeira de rodas até ele e parou na sua frente.
___ Pode me dizer agora onde foi? Ou ainda é segredo?
__ Também senti sua falta. - Se curvou dando lhe um beijo no rosto e foi até os rapazes a deixando perplexa.
_ Eai? vai voltar mesmo a dar aulas?
__ Sim. Já está tudo resolvido. - Jaqueline girou a cadeira depois de sair do pequeno transe.
__ Então era isso? Vai voltar a trabalhar? Comentou com certo desapontamento na voz.
__ Vou, Não posso continuar em casa, tenho uma família agora para cuidar. Fica tranquila, arrumei uma ajudante para você, ela é de minha confiança.
__ Ela? Então é mulher. - Falou com ironia e Bruno juntou as sobrancelhas.
___ Ciúmes? Perguntou e Ricardo riu.
___ Ciúmes eu, de você? Essa é nova. -Riu nervosa..__ Fica a vontade , estou curiosa para conhecê-la. Espero que não seja outra louca como a Mia. - Fez expressão de brava e seguiu para o quarto.
__ Boa sorte . - Yuri disse ao entregar Ester para ele.
__ É ciúmes sim. Conheço essas reações nas mulheres. Talita vive agindo dessa forma comigo. . __Você Não se importa de levar esse pote comigo não é?
Os rapazes, se despedem e Bruno coloca Ester para dormir , Ficou vendo desenho na sala com Angel, um lado dele estava feliz por acreditar que Jaqueline realmente estivesse com ciúmes. O outro com medo ao revelar sobre Paola, obviamente que faria o que ela achasse melhor, para falar a verdade, estava torcendo para ela não concordar.
Jaque entrou no quarto com um Sentimento estranhamente conhecido, porque ela estava com medo? Quem foi essa mulher que Bruno acabou de encontrar? Será que ele teria coragem de fazer o mesmo que o Yuri? Ele seria capaz? Balançou a cabeça tentando afastar esses pensamentos desnecessarios. Agora não é hora para agir feito uma mulherzinha sentimental, lembre-se Bruno não é para você. Ele vai acabar te magoando como todos os homens. Com dificuldade conseguiu ir para cama sem pedir ajuda a ele, seu pé estava melhorando afinal de contas. Logo teria que tomar a decisão mais dura da sua vida.
Pegou a bíblia e começou a ler , queria buscar uma direção de Deus. Será que o que estava preste a fazer , era a decisão correta? Como saberia.. Bateram na porta e seu coração acelerou.
__ Pode entrar. - Deixou a bíblia na cama e ele entrou cuidadosamente.
___Não vai me atacar não é? Tampou o rosto com anti braço e ela sorriu. Ela olhou o travesseiro do lado da cama e pegou jogando na direção dele, com um reflexo rápido ele segurou com a mão sorrindo. Os dois ficaram se fitando de forma amigável. Bruno arranhou a garganta .
___ Bom, deixa eu me explicar. A garota que vou trazer para te ajudar, se chama Maria. Ela é uma antiga vizinha nossa. É quase como uma irmã para mim. É um pouco mais velha que a Sara. Minha avó cuidava dela. Nunca existiu nada entre nós. - Sentou na beirada da cama.
__ Tudo Bem. Só fiquei surpresa por não ter comentado Antes. Também não quero que pense que estou com ciúmes. Não é isso.. - tratou de justificar.
__ Estive com a Paola também.
__ Como? O olhou confusa, sentindo o sangue congelar.
__ Ela me pediu para dar aulas particulares a filha dela. Eu disse que só aceitaria se você permitisse. - Afirmou a mirando e soltou uma risada. Óbvio que ela não perderia tempo para dar o bote, sempre quis ter tudo que era dela desde o começo. __ Está pedindo minha permissão? Arqueou a sobrancelha incrédula. Bruno respirou fundo buscando Ar dos pulmões.
___ Sinceramente, eu pensei recusar de antemão, mas estou realmente preocupado com a Rosie. Queria poder ajuda-la de alguma forma, mas.. Se para isso eu tenho que arriscar nosso relacionamento, eu não quero. Mesmo sabendo que jamais te trocaria por nenhuma mulher, não quero que se sinta insegura ou desconfortável. - Jaque engoliu o choro, Bruno era perfeito demais para ela.
___ Aceite.. Disse por fim e a olhou de forma seria.
__ Está falando sério? Perguntou com certa rispidez na voz.
__ Sim, pelo bem da garota. E se você disse que nunca vai me trair enquanto tivermos o contrato eu confio em você. - Afirmou de forma neutra e se levantou subitamente.
___ Perfeito! Que mulher maravilhosa que eu tenho. Você sabe o que a Paola quer, mesmo assim confia em mim de olhos fechados, não demonstra nem um pouco de ciúmes ou preocupação. Ou você me ama muito e confia cegamente ou você não se importa, porque eu acho que é a segunda opção? Sorriu e seu sorriso não chegou aos olhos.
___Bruno!
___ Eu sei, estou equivocado, você nunca me deu esperança. A escolha é sua e vou respeitá-la. Argumentou áspero. Se retirando e batendo a porta com força.. Jaqueline sentiu seu peito doer, o nó começou a querer formar na sua garganta e estava preste a chorar, quando a porta Abriu novamente, seu coração errou uma batida.
Bruno a olhou intensamente e veio na direção dela em passos largos , ele se ajoelhou na beirada da cama e colocou uma mão sobre seu rosto.
__ Eu não sei quantos canalhas passaram na sua vida. E não me importo. Também não me importo quantas vezes vai me chutar e agir de forma fria comigo. Eu sei que sente algo por mim, eu vejo nos seus olhos, e somente se você conseguir me convencer do contrário eu desistirei de você. Eu te Amo Jaqueline. Amo você pela mulher que você é. E pelo homem que estou me tornando por sua causa. - Sentindo as lágrimas descerem e sem conseguir pronunciar uma palavra, sentiu os lábios do Bruno sobre os seus a beijando com ternura, como nunca foi beijada antes, sem segundas intenções, ela retribuiu o beijo sem hesitar, porque talvez seja a primeira, e ultima vez que o beijasse antes de ir embora.