___Do que está falando? Não sabia que deveria dar satisfações, por estar preocupado com seu bem estar? Você mora aqui, é natural que me preocupe. - Fingiu de desentendido e Jaqueline o olhou desconfiada.
__ Como quiser. Só não exagere está bem? Não sou nenhuma mulherzinha indefesa. - Falou de forma seca tentando passar por ele que deu o espaço a fitando seriamente. Sabia que seria mais difícil do que imaginava quebrar essa armadura que ela mesmo criou.
Depois de se sentarem na mesa, Bruno não conseguia parar de olhá-la, Embora toda essa situação, Jaqueline estava sorridente enquanto conversava com Angel.
__ Papai queimou o arroz. Então teve que pedir comida. Mas está muito gostosa.
__ Sinto muito pelo trabalho. - Desculpou-se tímida .
__ Tudo bem, cozinhar nunca foi meu hobby predileto.
___ Um defeito tinha que ter. - Brincou e depois ficou séria percebendo que falou demais. Bruno se curvou na mesa curioso.
__O que quer dizer com isso? - Levantou uma sobrancelha .
__ Nada. - Sorriu sem mostrar os dentes.
__ Jaque? Perguntou de forma íntima e quase engasgou ao escutá-lo. Talvez Bruno só esteja tentando ser seu amigo lhe justificou.
__ O que foi?
__ Vamos na igreja amanhã. Eu te levo. - Era oficial, ela estava em choque, ergueu os olhos o mirando achando que era alguma piada.
__ Está falando sério? Questionou ainda sem acreditar.
__ Sim, já passei da hora de me reconciliar com Deus. Melissa está morta e não posso mudar isso, com certeza Deus permitiu isso, e sei que ainda tem algo muito melhor para mim. - A encarou honestamente e crispou os olhos desviando o olhar para o prato. Desde quando Bruno tinha se tornado tão maduro? Com certeza ela acreditou que ele daria mais trabalho para mudar, todavia não foi bem assim. Ele é bem mais sensato que Yuri e Ricardo juntos. Isso é surpreendente! Mas porque parecia tão abalado vendo a foto da Melissa? De qualquer forma já era um começo.
__ Que bom que Percebeu isso. - Sorriu voltando sua atenção. _ Deus com certeza tem o melhor para você. Olhou para os lados buscando Angel e quando viu que estava na Sala, pegou a mão do Bruno. ___ Melissa sempre vai ser o amor da sua vida, não precisa esquecê-la, só que se um dia pode querer ter outra família, não se sinta culpado por isso, eu conheço minha amiga e ela iria torcer por você.
__Eu sei disso. Melissa sempre terá um lugar no meu coração, mas isso não me impede de amar outra mulher. - Confessou a ela enrugou a testa afastando sua mão da dele. Seria Bruno bipolar? Porque o que está dizendo agora e o que disse antes não tem nenhuma coerência.
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Jaqueline foi para o quarto e começou a trocar a pequena Ester, quando Bruno entrou, de roupa de moletom e cabelos molhados a embriagando com sua fragrância, Porque ele tinha que ser tão lindo? Assim fica difícil ser forte. Ele se sentou na cama perto dela com um Sorriso maroto.
__ Posso tentar? Perguntou ao vê-la com fralda da bebê na mão.
__ Fica a vontade Papai. - Sorriu divertida lhe entregando. Bruno pegou a fralda cuidadosamente, analisando o lado certo que colocaria, embora os dois lados eram parecidos.
Olhou para pequena Ester que estava distraída com seu brinquedinho.
__ Antes devo tirar essa, não é? - Perguntou não muito certo.
__ Faça como achar que é, depois te corrijo. - Jaque queria apenas observar e se divertir com essa cena hilária.
_ Okay. - Bruno disse por fim. Puxou devagar o corpinho da Ester perto dele, e começou a arrancar a fralda delicadamente, porém ao abrir teve a surpresa nada agradável, Ester tinha acabado de fazer cocô.
__ Eca! Que isso filha? Se afastou com o braço no rosto e Jaqueline começou a rir. __ Não dá! desisto, está demais. Jogou a fralda na cama.
__ Larga de ser mole Bruno. É sua filha anda. - Ordenou e fez uma expressão de tortura.
__ Aguarde um pouco. - saiu correndo do quarto a deixando confusa. Porém segundos depois voltou com uma máscara no rosto e luvas.
__ Agora assim! Para uma guerra precisa de armaduras. - falou com a voz abafada..
___ Inacreditável. - Murmurou. Bruno tirou a fralda embolou deixando do lado.
__ E Agora?
___ Os lenços, espera que ela se limpa sozinha. - Mostrou e concordou. Bruno era um rapaz obediente ao menos. Pegou o lençol a limpando com todo cuidado do mundo , O engraçado que Ester sempre dava trabalho para se trocar, porém com Bruno ela parecia entretida o olhando que nem sequer estava importando.
Jaqueline viu Bruno pegar a Fralda nova e colocá-la, porém depois de colar não muito bem ela o encarou.
__ Tem certeza que não falta nada? Perguntou .
__ Acho que não. Ela está limpa Agora. Disse convicto e abaixou a mascará.__O cheiro também foi eliminado com sucesso. - ela balançou a cabeça segurando uma risada.
__ A pomada Bruno. - Avisou e ele olhou para cama e avistou o produto.
__ Ah tem razão! Vamos tirar a fralda de novo. Calminha filha, o papai ainda é inexperiente no assunto. - Disse de um jeito fofo. Bruno tirou e passou a pomada , então colocou a fralda novamente.
__ Prontinho bebê! - A levantou no colo e fralda descolou de um lado. Jaqueline riu.
__ Ei, como assim? o que houve? A encarou confuso tentando consertar inutilmente.
___O adesivo perdeu a cola, pega uma fita adesiva. Pediu e colocou a bebê na cama e foi buscar. Depois que chegou lhe entregou, então Jaqueline consertou rapidamente. Bruno deitou na cama de bruços beijando os pezinhos dela, enquanto a bebê gargalhava sentindo cócegas.
___O que acha? Por ser a primeira vez não fui tão mal. - Perguntou a mirando carismatíco.
__ Já vi piores! Riu e rolou os olhos..
__ Você Tem muito jeito com crianças. . Jaqueline o fitou petrificada ___ Você está sendo uma ótima mãe para Ester. Tenho total confiança em deixar minha filha sobe seu cuidado.
__ Se fosse realmente verdade, teria mais cuidado, e se eu estivesse com a Ester quando cai da escada? - Seus olhos estavam lacrimejados. Bruno soltou um suspiro .
___Não pense no que não aconteceu. Você é sim uma ótima mãe, porque eu como pai da Ester estou afirmando isso, você não poderia prever aquilo. Eu quem deveria ter trancado a porta. Para de se torturar com coisas bobas, olha a Angel? Essa garota está feliz porque encontrou alguém como você no caminho dela.
__ Por que está dizendo essas coisas? Resmungou limpando as lágrimas.
__ Porque é a verdade. Não acredite em quem diz o contrário. Essas pessoas não te conhecem de verdade e não estão nenhum pouco afim de te conhecer. Ao contrário de mim, Jaqueline eu tenho que confessar algo. - Jaqueline percebeu o brilho diferente nos olhos do Bruno, por mais inacreditável que parece, aconteceu exatamente o que ela temia, Bruno está apaixonado. Porém sabia que era passageiro e antes de cair nessa cilada tratou logo de cortar.
___ Bruno não diga o que está pensando, eu não posso corresponder seus sentimentos. - Falou seriamente e franziu o cenho. Sentiu uma pontada estranha bem conhecida na boca do Estômago. Sabia que era cedo demais para se declarar.
__Eu sei disso, mas mesmo assim eu vou dizer, Eu estou me apaixonando por você, e se o motivo que não pode me corresponder é porque não sente o mesmo ainda, eu serei paciente e vou saber esperar quando tiver preparada para abrir seu coração novamente.
___ Bruno não quero te machucar, mas não vou abrir meu coração para homem nenhum novamente. - falou de forma grosseira .
___ Não vou desistir fácil, quem está sentindo algo sou eu, então sou o único responsável se por acaso me machucar. Mas não vou desistir de você. Não até tentar, quem me conhece sabe que sou direto e objetivo quando quero algo, foi Assim com a Talita e com a Melissa.
__ Talvez Melissa tenha razão, você é a mulher certa para mim. A mulher com a mesma fé que eu, a mulher que tem um coração enorme e luta pelo acredita. E se essa mulher forte está escondida atrás de uma armadura e eu vou ultrapassá-la. Vou te provar com atitudes que nem todos os homens são iguais.
Bruno se levantou com as mãos no bolso indo em direção a porta, antes de pegar na maçaneta se pronunciou.
___ Todos os homens dizem isso. Afirmou irritada. Jaqueline não quer isso, não quer sentir de novo. Não vai permitir ser enganada novamente.
__ Tem razão, Por isso que estou dizendo que vou te provar com atitudes. - Retrucou sorrindo de canto. Abrindo a porta e se retirando.
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No dia seguinte, Jaqueline tentou evitar Bruno o máximo possivel, mas era difícil, já que ela estava debilitada e precisava dele para algumas coisas, o pior que Bruno estava sendo mais insuportável que antes, tentava ser gentil demasiadamente e isso a deixava desconfortável.
A noite chegou e eles iriam na igreja juntos, obviamente se não fosse para buscar a Deus, jamais aceitaria sair com ele, não queria que confundisse as coisas ainda mais, escolheu um vestido e foi tomar banho, não evitou de trancar a porta e não correr o risco dele invadir novamente.
Bruno vestiu seu melhor terno, se sentia feliz por dentro, iria voltar para igreja depois de um bom tempo, deveria pedir perdão a Deus por ser tão egoísta, Deus sempre esteve presente em todos momentos , e logo quando deveria se apegar ainda mais a ele, escolheu se revoltar.
Depois de se aprontar, pegou a bebê que já estava pronta e foi para Sala, Jaqueline a tinha deixado uma verdadeira bonequinha.
Enquanto brincava com a bebê no carrinho a aguardava ansiosamente na sala, Aquela velha sensação de recém apaixonado já tinha dado as caras.
Não demorou muito para Jaqueline surgisse na cadeira de rodas lindamente com a Angel ao seu lado. Ele nunca cansaria de ficar embasbacado por sua beleza e elegância.
__ Estão lindas. - Sorriu gentilmente.
__ Vamos logo, não quero chegar atrasada no culto. - Ignorou saindo na frente sem se importar seguido por Angel tentando acompanhá-la. Ao chegar no carro Bruno colocou Ester na cadeirinha e se virou para ela com um sorrisinho.
___ Não vá se acostumando. Só vou me apoiar em você porque estou debilitada. - falou contra gosto.
__ Vocês estão brigados? Angel perguntou curiosa.
__ Coisas de adultos filha. - Bruno justificou colocando Jaque no carro. Ele a ajuda tentando colocar o cinto.
__ Minhas mãos estão boas. Argumentou contragosto e a olhou ficando serio, desceu o olhar a poucos centímetros para seus lábios e voltou para seus olhos. ___ De nada. - Sorriu falso ao encaixar o cinto, Jaqueline esqueceu como respirar.
Angel sentou ao lado da irmã e Bruno deu a volta sentando no banco do motorista. Jaqueline permaneceu com sua atitude se mantendo distante, tentando inutilmente afastá-lo.
__ Se continuar assim, Angel vai desconfiar.
__ Não me importo. É bom que ela não se ilude com uma falsa família. - Se virou para janela e bruno ofegou frustrado.
Minutos depois eles descem na porta da igreja, Yuri veio para ajuda-lo, obviamente que todos se encontravam surpresos ao ver os dois juntos.
Então o Senhor Deus fez o homem cair em profundo sono e, enquanto este dormia, tirou-lhe uma das costelas, fechando o lugar com carne. Com a costela que havia tirado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher e a levou até ele. Disse então o homem:
"Esta, sim, é osso dos meus ossos
e carne da minha carne!
Ela será chamada mulher,
porque do homem foi tirada".
Gênesis 2:21-23
__ Deus fez a mulher porque percebeu que não era bom o homem estar só, por isso vocês são uma só carne, também precisam ser um só Espírito.
__Está ouvindo? Presta a atenção é para você. - Bruno a cutucou sorrindo.. E ela ignorou. Até quando ele continuaria agindo dessa forma? Eles não era uma família e nem seria, é difícil de entender?
Depois do culto ambos se despediram dos amigos.
Os dois estavam prestes a entrarem no carro, quando alguém a chamou. Jaqueline girou a cadeira de rodas na direção de onde a voz surgia e seu rosto se empalideceu, seu corpo estremeceu da cabeça aos pés, como ele tinha a descoberto? o temor começou percorrer suas veias, seu opressor tinha voltado e estava diante dos seus olhos.
__ Não acredito? Jaqueline é você mesmo? porque está nessa cadeira de rodas? A analisou como se estivesse preocupado. Seus dedos tocaram seu braço e ela se encolheu assustada. Bruno estava ao seu lado e percebeu sua postura corporal e seu comportamento estranho, seus ombros estavam tensionados e a fala não saiu dos seus labíos, quando questionou quem era o sujeito. Ele então arrastou a cadeira para trás e entrou na sua frente, segurando o pulso do rapaz o afastando dela.
__ Quem é você? e porque está tocando na minha mulher? - Perguntou tentando manter-se calmo, recebendo um sorriso debochado em troca.