Uma família para o mafioso...

By ManueleCruz

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O LIVRO 1 E 2 SERÃO POSTADOS AQUI! A história de Bruno Rodriguez e Pamela De La Torre Sinopse livro 1: Bruno... More

Sinopse
Para ler os capítulos atualizados
Livro 1
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Epílogo
LIVRO 2
Primeira fase
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Segunda fase
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capitulo 29
Capítulo 30

Capítulo 21

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By ManueleCruz


**REPOSTADO NOVA VERSÃO**

Horas atrás


Morgana está sentada no chão da sua cela. Seu nojo ao olhar as outras mulheres é evidente. Porém, ela está sendo ignorada, pelo menos, por enquanto.

— Ei, você! — Morgana toma um susto e até cai para trás quando um policial bate com força na grade, onde ela estava encostada. — Visita.

— Meu marido? — Morgana pergunta, toda esperançosa.

— Sim, é. — o policial destranca a cela e depois algema Morgana.

— Não tem necessidade disso. — Morgana tenta ser calma, foi ser grossa e agora tem uma dor na bunda e na lombar, pela ''rasteira'' que levou do policial. Tentou dizer que foi abuso de poder e levou uma chamada alta, ficou tão claro que ela é impotente nessa situação, que preferiu se calar. — Eu vi outras pessoas saindo sem algemas...

— Nenhuma delas tentou matar as filhas. — o policial fala, trancando a cela novamente e puxando Morgana pelo braço.

— Até que se prove o contrário, todo mundo é inocente.

— Não aqui.

— É a lei!

— Então por que não procurou pela lei quando sua filha, supostamente, tentou te agredir? — aperta o braço de Morgana.

Morgana não tem o que dizer. Já percebeu que, aqui, ela é a culpada e Adriana e Pamela são inocentes.

Ela é arrastada pelos corredores, os olhares das outras pessoas dão mais raiva a Morgana, pior, sente raiva dela mesma.

— Dez minutos. — o policial fala, abrindo a porta da sala.

Ali está Moisés, de pernas e braços cruzados, o olhar severo, a cara de quem quer matá-la.

— Não pode ser em um local reservado? — Morgana pergunta.

— Você é lunática ou é apenas burra? Ou as duas coisas juntas? — o policial pergunta. — Não tem tratamento VIP para tentativa de homicídio...

— Não foi...

— Vai entrar ou voltará para a cela? — o policial fala mais alto. — É a única visita que tem direito. Ou entra, ou sai!

Morgana engole seu orgulho, a vontade de gritar com o policial dizendo que tem dinheiro suficiente para acabar com sua carreira, então lembra que esse povo não foi comprado.

— Entro. — fala, engolindo a raiva. — As algemas.

— Continuará aí.

— Mas aquelas pessoas não estão algemadas...

— Você não é aquelas pessoas, Morgana. Você está abaixo delas, bem abaixo.

— É incrível como vocês são tão abusivos. Esse sistema de merda...

— Sabe onde é mais merda? O presídio. — ele sorri e ela fica séria. — Quando for comprovado sobre a menina Melina, te garanto que no presídio não aceitam violência contra criança, ainda mais sendo uma neta.

Morgana errou ainda mais ao citar Melina tão alto... Moisés não pode saber disso!

— Estão me acusando, me colocando como culpada...

— Ou entra ou sai!

Vira de costas para o policial, encontrando Moisés.

Anda para frente. É uma sala com mesas, tem mais gente aqui, e ela se sente inferior a todos eles. Tão inferior que as pessoas até olham para ela, vendo que é a única algemada do lugar.

— Moisés. — Morgana puxa a cadeira com o pé, e senta. — Eu preciso explicar...

— Qual a porra do seu problema? — agora ele descruza os braços e se aproxima mais dela, apenas inclinando o corpo para frente. — O que pensou naquela hora?

Morgana engole em seco, olha para os lados, os policiais tendo que ficar em alerta com todos que estão aqui.

— Adriana é a culpada. — ela sussurra e abaixa a cabeça. Percebendo o silêncio de Moisés, ela levanta a cabeça e encontra o marido enfurecido. — Você me tratou mal por causa dela. Adriana e Pamela se juntaram para destruir a minha vida, eu tinha que pará-las.

— Atacando fazendo barulho? — ele também sussurra. — Em um quarto no térreo? Com uma janela? Qual era a porra do seu plano?

— Daria certo...

— Ainda bem que não deu.

— Moisés...

— Eu estava certo o tempo todo, seu pai e eu. — é como uma faca sendo cravada no peito de Morgana. — Não presta para nada. Só sabe chorar, se lamentar, e quando tenta fazer algo, só faz merda e mais merda. Por isso sempre fiquei surpreso, culpa Pamela por tudo, mas você é a doida, a surtada da história.

— Elas me ferraram...

— Você se ferrou sozinha, você com suas ideias estúpidas, você que nunca pensa, é uma surtada. Bem que seu pai me avisou.

— Não fala isso, por favor. — Morgana pede, balançando a cabeça de um lado para o outro, como se isso fosse fazer as palavras sumirem. — Eu fiz por amor. Adriana estragou nossa relação.

— Você estragou tudo. Tudo o que fez em duas semanas estragou a relação. Você disse que aquele jantar melhoraria e só piorou. Você é burra, uma estúpida qualquer.

— Daria certo, Moisés, eu juro. Ninguém descobriria...

Moisés ri na cara de Morgana.

— Você sempre quis Pamela. — Moisés fala, parando de rir, deixando sua frieza a frente. — Agora vai perder.

— Não, vá lá e fale que ela é doida, Moisés, diga que Pamela me agrediu e que é uma drogada.

— Pamela está sóbria há meses, farão um exame toxicológico com ela e verão que não há drogas. E não vou perder meu tempo com Pamela, foi você quem fez isso, lembra? Foi você que fez tudo e, em mais uma estupidez, você foi lá e interditou a garota. Pamela estará livre e eu não me importo.

— Ela vai descobrir tudo.

— Descubra, o que tenho com isso?

— Você está me abandonando...

A voz de Morgana vai sumindo quando percebe a indiferença do seu marido, como ele parece não se importar.

— Eu fiz isso por nós dois. — Morgana sussurra baixinho, quase sem voz.

— Se fosse por nós dois, jamais tentaria matar as duas.

— Era para nos livrarmos...

— Quantas vezes tentei matar as garotas, me diga! Anda!

— Nem uma vez. — engole em seco.

— Então o que passou na sua imbecilidade para achar que eu queria a morte delas? São nossas filhas, sua estúpida de merda! — rosna. — Eu disse que não era para tocar nas meninas, sempre disse isso! E penso o que inventaria para me contar como elas sumiram, porque jamais falaria sobre ter matado as duas. Qual era a porra do seu plano? Fale de uma vez!

— Você é louco também, sempre falou mal da Pamela, agora está se importando...

— Puxe da porra da sua memória, e tente lembrar quando eu agredi Pamela. Eu não tinha tempo nem para ficar em casa, e quando Pamela pirou, você sabe o que aconteceu, não foi? E eu fiquei com você...

— Porque me ama. — as lágrimas começam a cair. — Porque eu consegui mudar.

— Mudou porra nenhuma, Morgana! Piorou nossa vida toda, e agora de novo. Qual era seu plano? Como esconderia as mortes dela da minha vida?

Morgana não tem o que dizer, porque ela não pensou muito.

Em dois dias ela aproveitou a saída das filhas e comprou toneis e o ácido. Sabe como cortar e estancar o sangue, assim como dissolver o corpo até virar líquido, no entanto, não saberia como esconder do marido, mas pensaria nisso depois.

Porém, Moisés continuava a humilhando, e quando quebrou seu nariz, a raiva foi para Adriana, toda para ela. Todo o amor que tinha por Adriana estava desaparecendo desde o jantar, só que depois do soco de Moisés, o amor se foi por completo.

Ama Moisés, seu agressor, mas odeia Adriana, a que nunca fez mal...

Morgana escutou e viu como Adriana e Pamela estavam bem, cozinhando, assistiram até TV. Amigas, cúmplices, e Morgana se ferrando, ainda tendo que ser humilhada e conviver com aquelas duas.

Seria mais prático não tê-las, porque nem quando Pamela era uma drogada, Moisés a agredia tanto.

A raiva foi consumindo. Andava de um lado para o outro, a vontade de matar, a vontade de acabar logo com aquilo, e Morgana tinha tudo para concluir seu plano.

Parecia que estava cega e surda. Não escutava e nem via algo ao redor além dos seus alvos.

Não viu a janela com a cortina quase aberta, não colocou um som alto para camuflar os sons, pior, Morgana queria tanto o sofrimento de Adriana, que nem a sedou, ela queria Adriana lúcida, para que sofresse a sua frente.

Deu tudo errado...

— Nem você sabe, porque é burra!

— Escutei vozes que diziam para matar.

— Pare de culpar seres ocultos, demônios, você é ruim e pronto. Aceite que é doida. Não psicopata, se fosse, não seria tão estúpida. É uma doente sem tratamento que não consegue se controlar. Ficará presa, vai pirar, ou vai morrer sozinha, definhando, talvez vá se matar ou alguém fará isso no seu lugar.

— Ficar presa? — agora Morgana fica séria, prestando atenção em Moisés, não mais na culpa. — Presa? Eu não ficarei presa, você vai me tirar daqui.

— Não sou especialista em fugas.

— Advogado. Você vai me tirar daqui, não pode me abandonar.

— Por que não pensou nisso antes?

Morgana olha para os lados.

Filho da puta!

Ele está falando que é inocente porque tem gente escutando tudo!

Mas ele é inocente, o plano foi seu, Morgana!

— Se você me abandonar aqui. — Morgana mantém a voz bem baixa. — Eu juro que te entrego, conto tudo...

— Você é tão fácil de ser lida, Morgana. — a voz de Moisés suaviza. — Eu falei tudo isso para ver qual era a sua. E na primeira já me ameaça? Eu não sou o seu grande amor? Como pode me ameaçar de primeira? É disso que falo, por isso me afastei, você está doente e não aceita ajuda, e ainda me ameaça? Eu salvei sua vida, o que seria de você sem minha ajuda? Sempre disse me amar, agora me apronta uma dessa? Que tipo de amor é esse? Ameaçar...

— Não vai me abandonar? — quase perde a voz.

— Era um teste e você foi reprovada. — Moisés parece decepcionado aos olhos de Morgana. — Já que vai falar absurdos sobre mim...

— Não, foi sem querer, foi o impulso novamente. — sente-se culpada, sente dor no peito, o medo de ficar sozinha novamente, ficar sem Moisés. Se ele não a quisesse, nem aqui estaria, e ele está certo, ela errou, fez tudo errado e colocou a família na mira da polícia. — Por favor, acredite em mim. Estou assustada, na cela com um bando de gente ruim, tenho dores, estou no inferno. Não pensei, apenas...

Morgana começa a chorar. Chora muito, de desespero.

— Perdão, Moisés, perdão, por favor! — ela cai no chão. Algemada, Morgana praticamente se arrasta até Moisés, mas os policiais a seguram e a levantam do chão. — Moisés, acredite em mim, por favor!

É um desespero por parte de Morgana, sua dor é tanta que ela se debate para poder ir até Moisés, que apenas a encara com dor — ou falsa dor — e mágoa.

— Moisés...

— Pense em tudo o que fez. — Moisés fala, levantando da cadeira. — Até breve.

— Voltará, não é?

— Até breve, Morgana.

Moisés sai da sala e Morgana é levada novamente para a cela. Tiram sua algema e ela cai sentada no chão, chorando descontroladamente.

— Burra! Burra! Burra! — fala sozinha.

Eu não deveria ter falado aquilo com Moisés, ele me ama, só quer meu bem. Ele me testou, me levou ao limite para ver se eu me controlaria, e não me controlei, tentei matar aquelas duas...

Mas sairei daqui.

Moisés não vai me abandonar.

Eu magoei Moisés, magoei de novo, não fiz nada corretamente!

Mas eu sei, Moisés voltará para mim, sei que vai.


Do outro lado da cidade


— Crô, amor da minha vida todinha, te amo muitão, do tamanho do oceano. — sorri para a mulher que para de lavar os pratos. — Hoje é quarta feira, doze da tarde, tem vídeo novo da minha mãe! — pula de alegria. — Por favor, coloca para eu assistir! Por favor, eu quero ver minha mãe, é vídeo novo, ela deve ter filmado ontem, aí vou ver como ela tá atualmente!

— Eu só posso deixar quando tiver autorização...

— Crô, por favor! — Melina coloca as duas mãos juntas. — Eu não conto nada a ele, juro juradinho. Se deixar eu ver, eu juro que como beterraba todo dia!

— Não caio mais nessa, senhorita! — aperta seu nariz. — Vai ser que nem o dia que jurou e disse que comeria bife de fígado, e agora sei que você ama bife de fígado, não é qualquer sacrifício para você.

— Crô, mas eu te amo do tamanho do oceano, e eu li que é grandão. Então te amo muitão! — pega seu cachorrinho. — Dog também te ama.

— Chamar seu cachorro de ''cachorro'', mostra falta de criatividade.

— Não é cachorro, é ''dog'', em espanhol é ''perro''. Vou aprender no francês e italiano.

— Não italiano.

— Por que não?

— Não, Melina. — beija seu rosto. — Ai, garota, o que você não pede rindo que faço chorando?

— Nem é assim, Crô. É ''chorando que faço rindo''.

— No meu caso é o que disse. — levanta e pega o tablet. — Nosso segredo, pequena garota, porque não pode ver tanto a sua mãe, se não sua ansiedade cresce ainda mais.

Melina comemora, pulando, com o Dog e ele abanando o rabinho junto.

— Vamos ver a vovó, Doguinho. — Melina abraça seu cachorrinho, um poodle, e senta na cadeira, esperando Crô colocar o vídeo. — Te amo!

— Também te amo, e não esqueça de nunca falar sobre ver os vídeos da sua mãe a todo momento.

— Juro que não falarei nada!

Melina senta, quietinha, e começa a assistir sua mãe.

O coração de Crô se derrete ao ver a cena da filha olhando a mãe com os olhos brilhando, o jeito como Melina ama Pamela sem conhecê-la, como a defende, como ama tudo o que ela faz, como é sua inspiração e como... Melina ama a mãe.

Crô respira fundo e volta a lavar os pratos.

— Crô, minha mãe tá mais gordinha e o cabelo dela tá mais bonito. — olha para a garotinha, que colocou o vídeo para repetir. É sempre assim, todo vídeo novo da mãe é repetido até a hora de dormir, os outros dias são revezados em vídeos antigos de Pamela. — Não é?

Crô se aproxima, olhando para o vídeo que Melina mostra.

— Sim, mais bochechuda. — Crô concorda. — Mas Pamela está melhorando.

— E logo vou vê-la, né? Não vejo a hora, e fico mais feliz que a vaca Morgana não vem mais aqui.

— Não chame as pessoas de vaca, é um linguajar feio para uma criança.

— Está certa, perdoe-me. Vacas são legais e fazem leite, Morgana é uma bruxa que só sabe gritar e falar besteiras.

— Ai, menina, o que faço com essa sua língua solta? — os olhos de Melina se arregalam ao vê-lo ali. Ela sai da cadeira, deixando o tablet de lado, e vai correndo abraçá-lo. Crô aproveita o momento para mudar o vídeo, coloca em um infantil. — Senti sua falta, garotinha!

— E eu a sua, mas nos vimos tem dois dias. — ela o abraça e Dog vem logo atrás, com o rabinho abanando também querendo atenção. Ele pega o cachorrinho e o enche de beijos. — Morgana não veio, né?

— Vaca Morgana não veio. — sorri para ela. — E nem virá tão cedo, talvez nunca mais.

— Separou dela? — ele meneia a cabeça. — Vô, você merece alguém melhor.

— Como pode falar que nem uma adulta sendo que é uma pequena garotinha que mal saiu das fraldas? — beija seu rosto, fazendo Melina rir. — Garota inteligente, orgulho do vovô.

— Eu sou autodidata, que significa ''alguém que se instrui por esforço próprio, sem a ajuda de mestres''. Simplificando e incrementando, aprendo tudo sozinha. — Melina fala isso com puro orgulho.

— Ela está lendo o dicionário de novo? — pergunta a Crô.

— Moisés, ela já está na letra ''J'', ainda anota as palavras favoritas para usar sempre, a palavra da vez é ''incrementar'', se achando muito por isso.

— Tão inteligente. — Moisés ajeita a franja da neta. — E vou cortar essa franja, daqui a pouco entra no seu olho.

— Crô disse que não vai cortar, porque ela é destrambelhada e vai perder o equilíbrio e fazer coisa errada em meu cabelo. — sorri por ter dito mais uma palavra ''difícil''. — Mas eu não quero mais a franja!

— O que vai ser quando crescer lendo tanto o dicionário?

— Vou fazer vídeos como minha mãe, de cabelos, meu cabelo tem cacho, não como os dela, mas quando ela me conhecer, vai fazer cachos como as meninas dos vídeos. Aí eu vou passar conhecimento as pessoas com a internet.

— Um belo futuro, cabelereira como a mãe. — ele não está sendo irônico, pelo contrário, gosta de saber que a neta se inspira na mãe.

— Vô, a mãe tá bem, né? — ela toca o rosto de Moisés, fazendo com que ele olhe diretamente para ela. — Quando vou ver ela?

— Quando ''vou vê-la'', pequena autodidata! — Moisés a corrige e ela sorri. — Em breve. Pamela está muito bem agora, e, daqui a pouco, estará livre para poder te ver. Estava bem doente nesses anos, mas agora está melhor e logo vou te levar até Pamela.

— Eu fiz um monte de desenho pra ela! — Melina bate palmas. — Escrevi cartas com o português certo, ok, Crô ajudou, mas minha mãe vai ver que sou inteligente como ela.

— E sabe o que trouxe para você?

— Minha mãe tava doente por causa de Morgana? — como a tagarela que é, Melina nem ao menos presta atenção no que o avô diz. — Morgana deixa todo mundo cabisbaixo, doente, apático, nervoso, ansioso, angustiado...

— Ou será uma gênia, ou ficará louca desse jeito! — Moisés faz a observação.

— Vô, eu gosto de ler, até bula eu leio. — sorri com orgulho. — E escrevi tudo isso porque quando Morgana aparecer, falarei tudo na cara dela! Ainda tenho um plano de grudar chiclete no cabelo dela, ela vai ter que raspar e ficar careca.

Moisés não sabe se sente orgulho, ou se fica preocupado, porém, ele sabe o quanto a neta ama ler, ler rótulos, lê tudo, assim como Pamela.

— Desista do plano, Morgana não virá mais.

— O que aconteceu com ela?

— Está presa. Presa por ser ruim.

— O que ela fez de mais ruim?

— ''Tão ruim''. — ele corrige e ela sorri, amando aprender a falar corretamente. — Morgana pirou, tipo isso.

— Toda gente louca é presa?

— ''Louca'' é uma palavra ofensiva. — coloca Dog no chão e ajeita o cabelo da neta, para cortar sua franja e deixar de lado, não mais na frente, já que Melina não quer mais assim. — Pejorativa.

— Ainda não cheguei no ''p''. — Melina fala. — Vai ler pra mim hoje?

— Você que vai ler pra mim.

— Pra você e Crô, vou mostrar que estou indo muito bem na leitura.

Moisés muda a franja da neta, deixando mais de lado e depois coloca o laço no seu cabelo. Faz carinho no Dog e depois fica olhando para Melina. Seu coração mais leve, seu sorriso mais genuíno.

— Sabe que te amo, não é? — pergunta.

— Sei, assim como amo você, a Crô e minha mãe! Queria ter um pai.

— Pamela deve dar um pai a você. — dá de ombros. — Parece um bom moço.

— Não é o Paolo do canal, né? Ele parece um besta chato.

— Não, é o Bruno, ele é administrador. — os olhos de Melina brilham em expectativa.

— Quero foto dele agora! — exige. — Dele com minha mãe, aí eu vou juntar e fazer carta e dar de presente. Eles namoram mesmo?

— Acho que sim, não sei.

— Ele vai querer ser meu pai? Eu quero um pai, deve ser mó legal ter pai, um cara para brincar de bola.

— Pamela brincava de bola, eu até achei que ela fosse virar menino.

— Ela pode ter ''pipi''?

— Não, Melina. — pisca os olhos, confuso e não querendo falar sobre isso. — Eu trouxe algo para você comer.

— Pizza de atum! — ela comemora. — Né?

— Perdeu a graça, sempre acerta tudo o que trago. — vão até a sala, onde a caixa de pizza está fechada. — Igual sua mãe, não entendo como gostam de pizza de peixe.

— Pizza de atum é perfeita! De sardinha, bacalhau e camarão são péssimas. Por que tem duas pizzas?

— Crô gosta de calabresa, não?

— Ela gosta de atum também, como eu e minha mãe. E com catchup.

— Tira a graça da pizza.

— Incrementa o sabor da pizza. — se exibe falando ''difícil''.

— Qual vídeo assistiu hoje?

— Jogo da Barbie. — mente. — Depois posso ver algo da minha mãe? Eu amo os vídeos de finalização dos cachos, eu faço igualzinho!

— Você é a cópia da sua mãe.

— Não do meu pai?

— Não, ainda bem que não. — Moisés sorri e acaricia o rosto da neta.

— Graças a Deus então! — ela sorri. — Eu peço para Ele toda noite para poder ver minha mãe, Crô me ensinou. Você pede?

Respira fundo.

— Você é a melhor coisa que aconteceu na minha vida, um dia entenderá tudo o que faço.

— Eu não perguntei isso. — parece confusa.

— Preciso resolver uns assuntos. — beija a testa de Melina. — Pamela fez um novo vídeo, pode assistir.

— Obrigada. — larga a pizza de lado e corre até Crô, pedindo para ela mexer no tablet e colocar no vídeo, já que não sabe mexer para entrar no YouTube, porque Moisés não acredita ser saudável uma criança mexendo com tecnologias.

Moisés sai da sala, agora voltando ao espírito inicial.

Abre a porta do seu pequeno escritório, destrava o cofre e vê sua coleção de facas ali dentro.

— Qual de vocês eu usarei?

Olha cada uma, sem tocar, já que não está com suas luvas.

— Decapitar? Cortar garganta? Esquartejar ou... — pensa um pouco. — O clássico do corte de orelha sendo enviado a casa da família.

Sorri, escolhendo suas armas para serem usadas em breve.

Depois olha o celular, vendo que o rastreador ainda funciona e dá todo o trajeto da sua vítima.

— Se minha família não serve para vocês, ninguém mais servirá. Só existirá as lembranças dessa família. — desliga o celular. — Janice Bianchi, a primeira da família a morrer por minhas mãos. 

Melina:

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