- NÃO ACREDITO! - Daniel gritou enquanto apontava para a TV. - Eles estão transando na piscina!
A expressão dele de incredulidade era muito fofo, estávamos quase terminando o filme e ele estava empolgado.
- Não, seu bobo. É só um beijo. - Explico batendo no braço dele, já tínhamos comido a pipoca toda e tinha uma tigela de sorvete na minha outra mão.
- Só se beijando, sei. - Desdenha. - Do jeito que ela estava parecia que tavam era transando.
- Na primeira vez que vi também pensei isso. - Continuamos assistindo o filme, quando acaba Daniel, o Vizinho, já começa a procurar o filme dois e eu nego com a cabeça e digo que não era tão bom. Então encontro um filme do Nick Bateman, Entre Amores e Cores.
- É sobre o que? - O vizinho diz pondo sorvete na boca e lambendo a colher.
- Uma artista plástica e um paisagista. Basicamente.
- Eles se pegam?
- Um beijo na última cena.
- AH NÃO! - Ele toma o controle da minha mãe e então põem em After e eu dou uma risada comendo meu sorvete de chocolate. Cão estava dormindo de barriga para cima no chão. - Quero pegação, esses filmes romântico sem beijo não presta.
- Mas a graça esta na emoção do casal quase beijar. - Defendo.
O loiro se vira negando com a cabeça e começamos a discutir quais as melhores partes dos filmes de romance, não podia acreditar que aquele homem com ar de pecado em pessoa era um romântico incurável.
- Ok! Você venceu, quando o casal só se beija no final da uma sensação quentinha no peito. - Ele admite, começamos a vê After mesmo assim, discutimos sobre como Hardin é tóxico mas a Tessa também.
- Todo mundo ao redor dela é tóxico incluindo a mãe.
- Chernobyl em pessoa, mas até que gosto do rapaz.
- Ah! Mas ele no filme vale a pena, no livro que da nervoso, mas depois melhora. Hardin Scott é um anjo Conforme amadurece.
Quando digo isso eu estava com as pernas encima do colo dele, o mesmo tinha começado a fazer massagem em meus pés até que a campainha tocou é eu resmungo.
- Ah não! Quem será? Não quero levantar. - Fazendo manha,o vizinho se levanta beliscando meu nariz.
- Eu cuido disso.
Ele abria a porta e eu fico deitadinha no sofá, escuto vozes de alguém conversando com ele, quando ergo a cabeça e olho para a porta encontro Henry Cavill segurando uma caixa, pauso o filme e vou até eles.
- Cavill. - Sussurro seu nome, ele estava com o maxilar duro e me olhava friamente.
- Vim te trazer isso aqui. - Ele entrega a caixa, eu a pego vendo que era um iPhone.
- Caramba! Não precisava fazer isso. - Sorria já querendo o abraçar mas lembro da minha aparência, seguro na barra da camisa a puxando para baixo.
- Não foi nada, só quis te ajudar. - Ele olhou então pro Daniel que estava com a mão na porta encarando o homem, ele colocou a mão na minha cintura e eu arregalei os olhos mas não me mexi. - Não sabia que estaria com alguém. Desculpa incomodar.
E assim Cavill se virou, ele estava usando um terno azul marinho e gravata vinho, parecia todo arrumado para um evento, vejo ele se afastando indo pro elevador e penso em seguir ele.
- Daniel, já volto. - Falo ao loiro que antes de eu sair ele puxa meu cotovelo.
- Esse cara é muito velho para você. É seu chefe? - Pelo que ele disse eu fico confusa juntando as sobrancelhas sem o entender, escuto o elevador se fechar.
- Ele é um amigo. - Me solto do Daniel e corria para as escadas, descendo o mais rápido que consigo e quando chego vejo ele saindo do elevador. - ESPERA!
Cavill para se virando para mim, eu ponho as mãos nos joelhos enquanto me curvo tentando respirar, erguia um dedo pedindo um minuto e então me ajeito indo até ele.
- Obrigada, pelo celular e por ter vindo.
- Já disse que não foi nada. - Ele diz ainda sério.
Mordia meu lábio sem saber o que dizer a ele, ainda lembrando de ontem.
- Já tem seu número no celular?
Quando parecia que ele não iria responder o mesmo passou a mão pelos cabelos. - Sim, já salvei.
- Então posso te ligar qualquer dia? - Sabia que devia ter sido estranho me encontrar com outro homem no apartamento, mas eu precisava tentar. Gostava dele. E espero que uma parte dele goste de mim.
- Claro, sempre. - Quando ele diz isso sorria, então uma sombra de raiva passa por seu olhar. - Se seu namorado não se incomodar.
- Quem? O Daniel? - Dou uma risada nervosa balançando a cabeça. - Nah! Ele é meu vizinho, só estávamos fazendo maratona de filmes.
Um sorriso se abre nas feições dele é eu sinto um alívio no peito.
- Então me ligue sempre que puder. - Assim ele veio até mim, diminuindo a nossa distância e me deu um beijo na testa e depois partiu. Praticamente me derreti no chão do prédio. Quando voltei de elevador encontro Daniel no sofá ligando o celular.
- Olha já veio com aplicativos baixados. Tem até o iTunes. - Eu ficaria brava com ele pelo ciúmes quando Cavill ia embora, mas vê ele sorrindo daquela forma me lembrou por que aquele dia estava sendo bom, era por que eu tinha um novo amigo.
- Sério? Espero que já tenha umas musicas, ainda não acredito que perdi tudo por causa de um ladrãozinho.
- Bem-vinda ao Brasil, colega. - Me sento ao seu lado e ele põem o braço em meus ombros.
- Tenho vontade de sair daqui isso sim.
- Já morei no Vale do Silício e não recomendo ir para fora. - Daniel explica, ele então me conta como trabalhar com segurança e tecnologia funcionava no Brasil. Não fazia idéia que ele era um nerd de exatas, mas conta tudo sobre seu trabalho desenvolvendo produtos de segurança como rastreadores e aplicativos de vigilância.
- Ual! Isso deve ser bem legal. - Falo impressionada.
- Até que eu gosto, mas preferia ser surfista profissional.
- NÃO BRINCA! - Grito surpresa. Eu tinha chutado que ele era surfista mas não que realmente fosse. - Eu disse isso para umas amigas não imaginei que você realmente fosse.
- Não da para morar no litoral sem amar o mar. - Diz dando de ombros.
- Eu não gosto. - Dou de ombros.
- Sacrilégio! - Ele me empurra do sofá. - Saia de perto de mim sua herege.
Rindo eu cambaleou pela sala. - A casa é minha. - Ponho mãos na cintura.
- O mar é maravilhoso e as praias incríveis. - Chega os olhinhos dele brilham.
- O mar é composto em sua maioria de esperma de baleia. - Com a língua para fora em uma expressão de nojo.
- É hidratante. - O safado diz com cara lerda. - Vai me dizer que nunca hidratou a cara.
Pego uma almofada tacando nele.
- Que nojento! Eu sou uma dama.
- Mas já tomou leitinho? - Batia nele com a almofada e rindo o mesmo se levanta desviando de mim.
- Leitinho vou tacar na tua cara.
- Hmmm Totoso.
- SAIA DA MINHA CASA! - Batia nele e o mesmo corria pegando o Cão e usando de escudo.
- O cachorro é inocente. - Ele ergue o animal na direção do rosto. - Se me ferir, fere ele.
- Vagabundo, não vale nada.
- Amada! Assim parte meu coração. - Ele solta o cachorro e eu me jogo no sofá rindo, tinha sido um dia divertido, Daniel era um cara leve e tranquilo. Quando ele foi embora fiquei deitada no sofá pensando.
Eu podia me apaixonar por um cara divertido, mas eu gostava do intenso do Cavill. Será se ele era divertido também ou um desses engomados fechados? Hummmm vou ligar para ele e chamar para sair. Quando eu tiver folga obviamente, misericórdia o feriado tava acabando.