Edgar PDV
-Filho? - Escuto a voz da minha mãe do outro lado da porta, faziam horas que eu estava sentado no chão escorado sobre a porta do meu quarto. -Filho, por favor abra a porta. Por favor meu filho, me deixe falar com você.
Junto um resto de forças que ainda tinha e abro a porta do quarto, minha mãe me olhou bastante preocupada assim que bateu seus olhos em mim e antes de falar qualquer coisa ela me abraçou,eu não sabia que eu podia chorar tanto como estava chorando, acho que eu nunca sentir uma dor como aquela, a dor que era perder alguém que se ama.
-Agora você pode me contar o que aconteceu realmente? - Ela passa as mãos no meu rosto limpando as minhas lagrimas. - A Georgia e aqueles seus amigos inconvenientes me contaram algumas coisas, mas eu preciso saber de você o que aconteceu de verdade, o por que de você está assim nesse estado.
-Eu simplesmente perdi o grande amor da minha vida mãe, por culpa minha, por ter sido fraco, por não ter a ajudado quando ela precisou.
-Então isso tudo é por causa dá garota misteriosa, e essa garota por acaso é a filha do meu motorista, a jovem que eu contratei para trabalhar aqui?
-Ela mesma, mas como você sabe?
-Eu já desconfiava, uma vez até peguei vocês dois conversando muito próximos pela casa, sem falar que você sempre ficava a procurando pela casa. Uma mãe sempre está atenta ao que acontece. Mas me diga, o que deu errado?
-Você não está com raiva por eu ter me apaixonado por ela?
-Claro que não, sabe filho, eu nunca me importei com status social, até por que antes de conquistar tudo isso com o seu pai, nos dois não tínhamos dinheiro, começamos de baixo. Se passou pela sua cabeça que eu iria impedir você de ter algo com a garota, está muito enganado. Eu fico feliz de ver que você está gostando de alguém.
-Ela transformou minha vida mãe, em pouco tempo que eu a conheço, sinto que encontrei a pessoa certa. Mas eu a tratei muito mal, e agora ela está me odiando, disse que era para eu esquece-la. Como eu posso fazer isso?
-Não tem como, se gosta mesmo dela, se a ama como você mesmo me falou, então não tem como esquecer a não ser que você esteja disposto a isso. Se você não está então vá atrás dela e lute pelo seu amor, o coração dela está ferido, mas eu tenho certeza que ela ainda ama você.
-Então acha que devo ir atrás dela?
-Já era para ter ido. Vá o mais rápido e declare todo seu amor por ela.
-É o que eu vou fazer. - Dou um beijo na testa da minha mãe agradecido por ela ter me dado aquele conselho. -Obrigada, se não fosse pela senhora eu estaria perdido.
-Não perca tempo, vai logo atrás da sua garota.
Minha mãe não precisou falar duas vezes, do jeito que eu estava eu sair correndo, uma esperança cresceu dentro de mim e eu iria falar a Violet tudo que eu sentia por ela. Peguei um dos carros na garagem, eu já tinha deixado Violet algumas vezes na porta da sua casa, então sabia exatamente aonde encontra-la. Estacionei de frente a casa que tinha um pequeno gramado na frente, sair do carro e rumei para a porta antes de bater a mesma se abre e o meu coração acelera pensando que era Violet, mas logo me frustro ao perceber que era uma mulher segurando um bebê no colo.
-Posso ajudar? - A mulher pergunta, ela era baixinha e tinha grandes olhos azuis meio esverdeados, mas o formato do rosto parecia familiar, tenho certeza que aquela era a irmã mais velha de Violet.
-A Violet está? - A expressão no rosto da garota muda e logo ela fica seria.
-Então é você! - Ela fecha a porta atrás de si e caminha na minha direção.- Foi você que deixou a minha irmã arrasada, como ousa vim até aqui depois de ter a humilhado?
-Sei que errei, mas eu vim aqui tentar consertar o meu erro.
-Acha mesmo que eu acredito nesse seu papinho? Eu vi a forma como Violet chegou depois do que aconteceu mais cedo, você deixou a minha irmã muito mal, e a minha vontade é de quebrar a sua cara seu desgraçado, por toda a vida Violet sofreu, ela não precisava de mais um sofrimento feito o que você a causou.
-Compreendo sua raiva, eu realmente fui um canalha com ela, mas eu não minto quando digo que amo a sua irmã, e quero tentar me redimir com ela. Por favor, acredite é mim, eu só quero pedi perdão a sua irmã, quero dizer que ela é a pessoa que me faz feliz. - Ela pareceu pensativa por uns instantes.
-Mesmo que eu acreditasse nessa sua conversa, seria tarde demais para você tentar consertar essa bagunça toda.
-Por que? Do que está falando.
-O que aconteceu entre vocês é o minimo dos problemas, quando Violet foi procurar por você hoje, ela queria te contar algo muito importante.
-Que coisa importante é essa?
-Não cabe a mim lhe contar, isso diz a respeito a vocês dois, prometi a ela que não iria me meter nesse assunto, mas como eu disse já é tarde para tentar arrumar a bagunça, fazem duas horas que Violet partiu para Londres.
-Londres? Mas o que ela foi fazer lá? - Meu coração já começa a acelerar e eu temia a resposta.
-Ela vai direto para o aeroporto pegar um voo para Nova York, finalmente ela vai começar uma vida nova, uma vida sem sofrimento.
-Mas ela me disse que só iria daqui a umas semanas. - Falo sentindo que tinha fracassado por ter chegado tarde demais. - Talvez ainda dá tempo de encontrar com ela no aeroporto, eu posso ir de helicóptero que eu chegarei mais rápido.
-Olha... - Ela chama minha atenção. - Acho que você não vai conseguir chegar a tempo.
-Eu preciso tentar!
-Se eu fosse você daria um tempo para ela, Violet ainda está com a cabeça quente, eu tenho certeza que ela não iria te ouvir se fosse atrás dela. Eu tenho consciência de que vocês precisam se encontrar e precisam conversar, mas no momento é melhor que você dê este espaço para ela.
-E como eu vou acha-la lá em Nova York? Se eu nem sei onde ela irá ficar.
-Posso te dá o endereço, mas se você for fazer ela sofrer novamente, eu juro que arranco suas bolas fora.
-Prometo que não vou mais faze-la sofrer.
-Muito bem, vamos até a minha casa que eu irei passar o endereço para você.
Violet PDV
Eu nunca tinha saído de Conwy antes, minha família nunca foi de viajar, o máximo eu já cheguei a ir foi na cidade vizinha em algum passeio escolar, fora isso eu passei os 18 anos da minha vida sem conhecer lugares novos e. Eu sempre quis conhecer Londres, era uma pena eu não puder ficar e explorar mais a cidade minha cidade natal ficava a seis horas da cidade do Big Ben e nessas quatro horas eu só pensava como foi difícil chegar até a casa da minha irmã em prantos falando que estava tudo acabado para mim, Olivia me abraçou e falou coisas que só ela poderia me falar para me acalmar naquele momento, então ela me deu o dinheiro que estava juntando e disse que era para eu seguir meu sonho e deixar quem me machucou para trás, e foi o que eu fiz. Agora estou eu em um aeroporto enorme com as minhas passagens para Nova York recém compradas em mãos esperando o meu portão de embarque ser chamado, eu estava enjoada e com medo de não conseguir me virar em outro país, por sorte eu tinha um passaporte que tinha feito escondido dos meus pais a um tempo atrás.
-Está com fome? - Uma senhorinha que estava sentada no mesmo portão de embarque que eu me pergunta, ela estava com um cachorrinho daqueles miniaturas em uma daquelas caixinhas apropriadas para animais. Ela me oferecia uns muffins que pareciam está deliciosos.
-Estou bem obrigada. - Falo gentil, eu realmente não estava com fome.
-Mulheres gravidas precisam se alimentar bem, vamos aceite eles estão deliciosos. - Como ela sabia que eu estava gravida se nem dava para aparecer?
-Desculpe, mas como sabe que estou gravida?
-Eu conheço uma mulher quando está gravida só de olhar, já fui medica obstetra hoje em dia estou apenas curtindo a minha aposentadoria. Creio que está de poucas semanas? - Ela pega um dos bolinhos e come um pedaço, eu ainda estava espantada por ela ter adivinhado que eu estava gravida assim só de me olhar.
-Não entendo muito dessas coisas, eu descobrir a dois dias, mas acho que estou com pouco mais de um mês.
-Já está bom de procurar um pré natal para saber se está tudo bem com você e com o bebê.
-Precisa mesmo fazer isso?
-Claro que precisa, principalmente mães jovens como você.
-Na verdade eu estou pensando em dá o bebê para adoção.
-Mesmo assim é preciso se fazer o pré natal, você é jovem creio que engravidou por um acidente.
-Infelizmente sim. - Não sei por que mais eu senti vontade de falar com aquela senhorinha. - Foi tudo uma loucura, meus pais quando descobriram me colocaram pra fora de casa, e meu ex namorado nem sabe que eu engravidei.
-E você está fugindo de tudo isso?
-Digamos que sim, mas, eu estou mesmo é seguindo meu sonho.
-É bom seguir o que você quer, principalmente sendo tão jovem. Eu já fiz muita coisa na vida, agora estou aproveitando tudo que eu não aproveitei quando era jovem e só pensava em trabalho.
-Mas você está muito bem. Me desculpe a indelicadeza, me esqueci de perguntar seu nome.
-Meu nome é Elizabeth e o seu como se chama?
-Violet.
-Então Violet me diga o que você sonha em se tornar?
-Sempre sonhei em me tornar uma grande atriz, não sei se levo jeito, mas estou indo para tentar.
-Atuar é um dom, se você tem essa vontade então você já nasceu com este dom. - Cada vez mais eu gostava mais daquela senhora.
-Atenção todos os passageiros do voo 0033 com destino a Nova York, apresentem-se ao portão de embarque.
Uma mulher anuncia no auto falante o meu voo.
-Bem, chegou a minha deixa. - Levanto de onde estava e estendo minha mão para a senhorinha. - Foi um prazer conhecer você Elizabeth.
-O prazer foi todo meu garota, seja muito feliz nesta sua nova jornada tenho certeza que você vai conseguir coisas maravilhosas.
E foram com essas palavras de incentivo que eu tomei coragem de embarcar, era a primeira vez que eu voava de avião e não vou negar que o estava com um frio na barriga. Quando já estava bem instalada na poltrona da aeronave, fecho os olhos e faço uma prece para que tudo der certo.
Edgar PDV
-Tem certeza que irá voltar mais cedo filho? - Minha mãe pergunta enquanto me observa fazer as malas.
-Depois do que aconteceu eu quero voltar logo, ainda tenho esperanças de que possa falar com a Violet. - Depois da conversa que tive com a irmã dela, eu senti um pouco de esperança em reconquista-la.
-Eu vou sentir sua falta, já estava me acostumando com você aqui. - Paro o que estava fazendo e vou até a minha mãe e seguro em suas mãos.
-Prometo vim te visitar assim que der e você também vá me visitar.
-Vou sim, não quero ficar mais afastada do meu lindo filho. E espero que quando nos encontrarmos novamente você esteja novamente com a sua garota.
-Assim espero mãe, eu tenho esperanças.
-Nunca deixe de ter.
-A Georgia já foi embora mais cedo, ela disse que tinha um ensaio fotográfico marcado e os seu amigos vão voltar com você, então voltarei a ficar sozinha novamente, nesta mansão enorme.
-Por que não arruma um namorado mãe? Faz tanto tempo que o papai se foi, já está na hora de você seguir a vida.
-Não penso mais nessas coisas querido, mas pode ficar tranquilo eu vou ficar bem.
Assim que minha mãe deixa o meu quarto e eu termino de arrumar minhas coisas, eu vou ate a minha escrivaninha e pego a foto de Violet, passo um tempo olhando para foto sentindo saudades do meu lindo céu violeta. Mas assim que eu chegasse em Nova York eu iria atrás dela e iria tentar reconquista-la novamente, nosso amor não era pra ser só um momento.
Violet PDV
Nova York era barulhento e agitado e o transito era caótico, assim que sair do aeroporto eu peguei um táxi e dei o endereço do teatro onde seria feita as seleções, eu ainda estava com a mesma roupa a quase 42 horas e ainda iria ter que achar um lugar para me instalar por que nesse tempo eu só tinha dormido no voo e estava bem exausta, mas antes eu queria ir logo me apresentar como inscrita selecionada da companhia de teatro.
O táxi me deixou de frente ao teatro que ficava bem perto da Times Square, eu estava literalmente em um sonho. Vi umas pessoas entrando e saindo do teatro carregando matérias de construção onde nas camisas dos trabalhadores tinha "Construtora Grover" caminho junto com eles para dentro do teatro e assim que eu entro no enorme salão fico encantada em como era grandioso, eu geralmente via espetáculos pelo youtube e era surreal imaginar que eu estava nele, algumas pessoas ensaiavam no palco enorme, eu estava tão encantada com tudo que nem percebi que tinha alguém na minha frente e esbarro na pessoa, sinto um liquido morno bater na minha roupa e quando olho para baixo percebo que era café.
-Mil desculpas eu não vi você chegar. - Um rapaz de óculos usando uma echarpe fala, olho para a minha blusa que estava toda melecada de café.
-Sem problemas, eu estava distraída também.
-Droga eu estraguei com a sua camiseta, vem eu posso ajeitar essa bagunça que eu fiz.
-Não preci...
Ele mal deixa eu terminar de falar e já sai me arrastando para a parte lateral do teatro, mal dá tempo de eu puxar a minha mala. Quando percebi já estávamos na parte onde ficavam os figurinos, ele procura alguma coisa pelas araras de roupas e puxa uma blusa branca simples.
-Aqui está, é bem básica, mas pelo menos você não vai ficar com a roupa.
-Não precisava, é só eu limpar com um pouco de água que sai.
-Querida sabe como é mega difícil tirar mancha de café de tecido? - Balanço a cabeça negando. - Então pronto, vai por mim é melhor trocar.
-E se alguém sentir falta?
-Aqui tem um milhão de blusas brancas iguais a essa, eles nem vão perceber.
-Tudo bem se não for dá problemas. - Pego a blusa que ele me oferecia. - Será que você poderia...
-Ah claro. - Ele se vira ficando de costas para mim. - Não se preocupe a fruta que eu gosto é outra, mas me diga você com esse lindo sotaque britânico veio para a seleção que eles estão fazendo. - Troco de blusa rapidamente e passo a mão no cabelo que tinha bagunçado na hora da troca.
-Sim, eu fui selecionada. Você também está na seleção?
-Não, não, na verdade eu trabalho aqui como ajudante de palco, sabe como é eu vim do interior do Texas cidade pequena, pessoas com mente pequena, resumindo, lá eu não poderia ser quem eu queria ser.
-Te entendo completamente, também vim de uma cidade pequena, na verdade eu nem sei se eles vão mesmo me aceitar aqui principalmente pela minha condição.
-E por que não? Se você já foi aceita na primeira fase, então tem grandes chances.
-É que eu...Eu estou gravida. - Ele se vira para mim novamente.
-Ops isso é um problemão.
-Eu sei, me arrisquei vindo para cá, mas eu precisava vim.
-Olha, a seleção dura uns dois meses. - Ele olha de um lado para o outro, para se certificar que ninguém estava olhando. - Você pode tentar esconder isso deles.
-Mas e se eles descobrirem? E se eu passar nos testes? Eu pretendo dá o bebê para a adoção assim que nascer.
-Eles só vão se você contar, caso você passe nos testes tem um período de tempo para começar os ensaios da peça que você for entrar, até lá creio que você já tenha tido o bebê.
-Isto é ótimo! Eu nunca iria pensar nisso.
-Eu sei sou demais não sou? A proposito meu nome é Kevin Fuller, a pessoa mais badalada de New York. - Ele fala se achando me fazendo rir.
-Sou Violet Mi...Que dizer Violet Hope. - Falei meu segundo nome, não queria mais usar o Milles por que não me sentia mais como uma.
- Seu nome já é bem artístico! Amei honey! Agora ainda não começou as inscrições então você meio que perdeu a viagem.
-Droga, eu pensei que já tinha começado. Você por acaso conhece alguma pousada pelas redondezas?
-Você não tem lugar para ficar? - Ele pergunta com curiosidade.
-Não, acabei de chegar na cidade ainda estou meio perdida com tudo.
-Garota maravigold! Eu acabei de ter uma ideia. - Ele fala pulando empolgado, tá ele era bem espontâneo. - Eu aluguei um lugar, não é muito grande, tem dois quartos, e estava justamente procurando alguém para dividir o aluguel comigo, não fica muito caro.
-Serio? Eu ficaria muito aliviada em encontrar um lugar para ficar.
-Pois já encontrou querida! E eu vou adorar ter você lá, já fui com a sua cara desde que nos esbarramos, tenho certeza que seremos grandes amigas!