A escolhida

Ladycobblepot द्वारा

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Natacha Reis não esperava participar de um concurso para ser fotógrafa oficial da seleção brasileira, muito m... अधिक

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23

Capítulo 12

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Ladycobblepot द्वारा

Domingo de manhã não foi tão cansativo para mim, mas para os jogadores da seleção brasileira sim. Eles treinaram a manhã toda, além do jogo-treino eles malharam também. Apenas gravamos o treino para postar no canal da CBF no Youtube. Não conversei com Cebolinha, ele estava muito ocupado com os treinos e eu não quero que saibam sobre nós. Até porque eu sei que não vai durar. Lá no fundo, eu sei.

Resolvi almoçar na casa da mãe de Jacke. Minha amiga gosta de passar o domingo com ela, na maioria das vezes. Fui convidada e aceitei comer sua maravilhosa lasanha antes de dizer tchau à SP e minhas amigas. Conversamos bastante e perguntas sobre o Everton Cebolinha foram o que não faltaram.

— Tudo o que eu sei é que ele era apenas um jogador para mim, e de repente comecei a vê-lo de uma forma diferente. É tão confuso. — Admito.

— É atração que fala. — Diz a mãe de Jacke — Você passou a reparar nele e sentiu atração por ele, simples assim.

— Mas comigo nunca é só atração. E por isso estou com medo.

— Ela está com medo desse lance entre eles terminar, mãe. Ele é um jogador de futebol que mora muito longe, e quando terminar a Copa América ele vai embora. — Explica Jackeline.

— E daí? Se vocês tiverem que ficar juntos, vão ficar, de uma forma ou de outra. Sempre tem um jeito. Mas não adianta ficar preocupada com isso agora, tudo pode acontecer, as coisas mudam e os sentimentos também. Às vezes.

— Tem razão, não posso ficar sofrendo antes da hora. Mas não consigo evitar, essa sou eu. Bem que eu queria ser diferente. — Resmungo.

— Você consegue com o tempo. Fique tranquila, querida. Agora aproveite os momentos que a vida te propôs. — Sorri a mãe de minha amiga.

(...)

Chego ao hotel após o almoço com minhas malas, pronta para partir. A equipe estava terminando de se organizar para seguir viagem. O ônibus estava estacionado em frente ao hotel, esperando por todos. Encontrei o motorista e coloquei minha bagagem dentro do ônibus. Entro e me sento em um dos bancos do fundo, esperando o restante do pessoal chegar para seguirmos viagem.

Aos poucos eles foram chegando, sentando-se nos bancos que sempre estão acostumados a sentar. Me distraio mexendo no celular, posto a foto do meu look de ontem, que enviei para o Cebolinha. Havia ficado tão linda que não resisti. Assim que posto já estou cheia de curtidas, sempre quis bombar nas redes sociais e surpreendentemente, agora estou. Uma das cinquenta primeiras curtidas foi do Cebolinha, quando vejo a notificação, dou pulinhos internamente e sinto um frio na barriga, como se houvesse borboletas em meu estômago.

"Você estava deslumbrante ontem."

- Everton.


Outra mensagem pelo direct. Sorrio ao ler.


"Você estava muito lindo. Como sempre."

- Natacha.


"Kkkkkkkkkkkkk

Tá."

- Everton.


"Queria me sentar ao seu lado hoje. Segurar a sua mão, talvez ouvir música juntos durante a viagem."

- Everton.


"Seria maravilhoso. Mas não podemos :/"

- Natacha.


"Tudo bem ☹"

- Everton.


Eu queria muito poder fazer aquilo, mas não poderia. Vejo Laura entrar e sentar-se em minha frente, um dos enfermeiros da equipe médica senta-se ao seu lado.

— Não, André. Estou guardando lugar para o Cebolinha. — Ouço ela dizer.

— Ainda está nessa ilusão? O cara está focado na Copa América. — Responde André.

— Mas nada me impede de tentar alguma coisa com ele. Agora saia antes que ele chegue. Preciso ter chances de falar com ele. Talvez até consiga sentar-me ao lado dele no avião.

Imediatamente envio uma mensagem para ele no WhatsApp.

"Quer saber? Não tem mal algum nos sentarmos juntos. Quero ouvir música com você e ninguém vai me impedir de fazer isso <3."

- Eu.


Everton me envia um coração grande e em alguns minutos ele está dentro do ônibus. Meu lado vingativo estava rindo por dentro, por saber que Laura não vai ter o que deseja.

André já havia deixado o banco vago para o Cebolinha se sentar.

— Aqui. Tem um lugar vago. — Disse Laura quando viu Cebolinha.

— Obrigado, mas eu vou me sentar ali no fundo. — Ele responde educadamente.

Dou gargalhadas internamente. Me sinto vitoriosa. Essa Laura realmente tem segundas e terceiras intenções com o Cebolinha, mas eu não vou permitir isso. Agora que sei que ele está interessado em mim, nada vai me atrapalhar. Desde quando eu penso desse jeito? Estou surpresa comigo mesma ultimamente.

Ele se senta ao meu lado e me dá um sorriso discreto. Retribuo da mesma forma. Resolvemos conversar pelo celular, para que ninguém pudesse nos ouvir.

Não demorou muito para o ônibus estacionar no aeroporto e sermos liberados para entrar no avião. Cebolinha e eu não saímos de perto um do outro, para não correr o risco de nos sentarmos em lugares diferentes. Então entramos no avião e nos sentamos no fundo. Ele me deixou ficar ao lado da janela.

Ouvimos música em meu celular, dividindo o fone de ouvido. O que mais tocou foi Dilsinho. Cebolinha pediu para eu mostrar minhas músicas, apresentar o meu gosto musical, e assim o fiz. Tocou até pop.

"Queria te abraçar, segurar a sua mão..."

- Cebolinha.


"Infelizmente hoje não dá. Mas quem sabe logo não teremos uma oportunidade, não é?

Ansiosa por isso."

- Eu.


Ele olha para mim, com ternura e sorri docemente. Parecia estar me admirando, fico sem graça, mas sorrio para ele. Começa a tocar "Deixa acontecer naturalmente".

"Nossa música <3 kkkkkkk."

- Cebolinha.


"Marcou já kkkkkkkkk."

- Eu.


Ele ri, silenciosamente, e eu também.

A viagem foi rápida, mal notei o tempo passar porque estava ocupada demais conversando com o Cebolinha e ouvindo música. Descemos e mais uma vez subimos no ônibus que nos aguardava em Salvador. Dessa vez eu o fiz se sentar perto da janela. Continuamos a ouvir música e estava na playlist do Dilsinho.

"Você gosta mesmo de Dilsinho. Devo me preocupar, caso se conhecerem?"

- Cebolinha.


"Por que se preocupar? Kkkkkkkkk

Adoro as músicas dele e só. Mas por que a pergunta?"

- Eu.


"Por nada. Só quis saber."

- Cebolinha.


"Ciúmes o nome."

- Eu.


Seguro o riso e ele me encara tentando não rir.

Chegamos ao belo hotel em Salvador, onde ficaremos por uns dias para o próximo confronto da seleção contra a Venezuela. Tite conversa com a equipe, dizendo que haverá treino à noite, para repassarem as jogadas e estratégias. Não faltava muito tempo para treinarem, mas dava para cada um se instalar em seus quartos.

Heloísa me disse uma vez que geralmente as pessoas são colocadas no mesmo corredor. Ou seja, os vizinhos de quarto sempre serão os mesmos. E ela estava certa. Subimos no elevador até o corredor onde fica o meu quarto. Cebolinha também estava no elevador e desceu junto comigo.

O quarto dele ficava em frente ao meu, ao seu lado o de Lucas Paquetá. Cebolinha ficou com o último quarto do corredor, assim como eu, que tinha apenas uma vizinha de quarto, Bia. Me instalo em meu quarto e depois vou até o de Bia. Heloísa também estava lá.

— Precisamos conversar, amada. Colocar o papo em dia. — Me disse Heloísa.

— Mas não temos muito tempo — Digo — E quais fofocas? Eu não sei de nada.

— Nós só queremos saber se você seguiu nossos conselhos. E a Heloísa quer te contar uma coisa. — Explica Bia.

— Cebolinha me chamou para sair. Saímos, mas em grupo porque eu já tinha combinado de sair com meus amigos. Fomos ao pagode e ele me beijou. — Vejo as duas arregalarem os olhos e ficarem de boca aberta.

— E depois? — Quis saber Bia.

— Ele disse que queria fazer aquilo há tempos. Nos beijamos muito e no dia seguinte saímos a sós. Jantamos em um dos melhores restaurantes de SP, depois fomos ao parque do Ibirapuera ver a fonte, e por último assistimos John Wick em minha casa.

— Nossa! Que noite, hein? Rolou mais alguma coisa? Ele disse que quer mais? — Heloísa me enche de perguntas.

— Não fizemos nada demais, só nos beijamos muito e trocamos carícias. E ele não para de conversar comigo pelo celular, está dando a entender que quer continuar.

Elas quase pulam de alegria, como adolescentes. Ficaram animadas com meu relato.

— Nós sabíamos! Viu como você estava perdendo uma grande oportunidade? Espero que vocês se deem muito bem. — Diz Heloísa, sorrindo sinceramente — Mas eu preciso de contar uma coisa. Não queríamos dizer nada porque sabemos que se importa com o que as pessoas pensam de você. Mas não seria certo esconder.

Começo a ficar preocupada. O que será que ela quer me contar?

— Diga. Ou eu posso morrer de curiosidade.

— Eu estou observando seu Instagram, que está um sucesso, e reparei em alguns comentários. Com isso passei também a observar os comentários a nossa volta, fora do mundo virtual. — Explica Heloísa — Estava havendo alguns boatos de que você e o Neymar estão juntos, ou estavam. Então algumas pessoas estão achando que você é interesseira e uma Maria chuteira, que quer subir na vida às custas de jogadores famosos. — Ela estava tentando ser delicada em seu tom de voz, talvez preocupada com a minha reação.

Fico perplexa. Era exatamente essa a minha preocupação. Imagina agora que eu estou saindo com o Cebolinha? Vão ter muito mais o que falar.

— Mas fica tranquila. Você e o Neymar não tem nada e ninguém sabe do seu lance com o Cebolinha. Sua carreira será um sucesso por seus próprios méritos, e não por causa de um homem. Essa coisa de mulher interesseira, de Maria chuteira existe mesmo, um preconceito com as mulheres. O que você deve fazer é agir com cautela, porque está se tornando uma figura pública, virtualmente. — Diz Heloísa.

— Eu vou tomar cuidado. Já estou fazendo isso, mas pelo visto não valeu de nada. Ainda conseguiram criar boatos. Desde quando me tornei alvo dessas coisas? Sou apenas uma fotógrafa.

— É que as pessoas sempre estão observando as atitudes das celebridades. Provavelmente perceberam que o Neymar estava a fim de você, por causa das redes sociais. Então criaram esse boato e algumas pessoas preconceituosas ao nosso redor, resolveram acreditar e cochichar pelos cantos. — Heloísa revira os olhos.

— Logo eles esquecem. Não vão ver vocês juntos e muito menos você falando dele por aí. Sempre surgem mais fofocas para eles darem atenção. — Bia tenta me tranquilizar.

— Nós estamos do seu lado. E com o tempo o pessoal vai se acostumar com você, vão te respeitar como colega de trabalho. — Diz Heloísa — Enquanto aos internautas, vamos apagar comentários maldosos, qualquer tipo de ofensa e em breve eles vão parar de espalhar boatos e falarem merda. Eu conheço o público.

— Mas e o Cebolinha? Porque pelo visto não precisam de muitos motivos. E era justo o que eu estava com medo. Falamos sobre isso ontem e ele disse que era simples, separarmos o pessoal do profissional. — Digo preocupada.

— E ele está certo. — Afirma Heloísa — Ele é muito profissional, e focado na carreira dele. Você também é. Então basta terem postura e não exporem nada. Esperem um pouco, até porque começaram a sair agora, e sejam discretos. Logo você terá sua imagem de fotógrafa e digital influencer bem-sucedida, e vão separar sua profissão do seu relacionamento.

— Exatamente — Concorda Bia — Não se deve deixar de viver, de ser quem você e de estar com quem você gosta, por causa das outras pessoas, preocupada com o que vão pensar. Dessa forma você nunca será feliz, nunca se sentirá completa.

— Isso mesmo. Ouça a psicóloga que ela entende de tudo. Pense bem nessa conversa, tá? Não jogue fora o que gosta, o que te faz bem, pelos outros. Agora vamos, temos que trabalhar, gatas. — Diz Heloísa, tomando a frente e saindo do quarto de Bia.

Elas estão certas, não posso abrir mão da minha felicidade pelos outros, com medo do que vão pensar e se vão falar sobre mim. E eu estou me sentindo feliz saindo com o Cebolinha. Acho que estou me apaixonando por ele, a cada vez que o vejo parece que esse sentimento aumenta. Não é justo ter que abrir mão dele, não é justo ser tão complicada a nossa situação.

Bia fez uma sessão com os meninos individualmente, para saber como vão depois do último jogo e se estão bem psicologicamente para o próximo. Heloísa, Lucas e eu ficamos acompanhando o treino, Heloísa postava stories no Instagram da CBF, Lucas gravava para o canal no Youtube e eu tirava algumas fotos para postar também.

— Lucas, tire umas fotos da Natacha para mim? Quero fazer dela uma celebridade e seria ótimo se você postasse uma foto dela, como fotógrafa.

— Heloísa, não faz sentido você me fazer uma celebridade. — Digo — Ainda não entendo por que quer isso.

— Porque eu reconheço o potencial das pessoas. E você pode lucrar com isso. Também sei que você gosta de redes sociais e é provável que queira ter muitos seguidores.

— Isso é verdade. — Concordo rindo.

— Então pronto. Sem mais perguntas. — Rebate Heloísa — Fique ali, no meio do campo, com a câmera pendurada no pescoço.

Faço o que ela pede. Heloísa se aproxima de mim e me ajuda com as poses. Sigo suas instruções e Lucas fotografa cada pose, sem perder um clique. Eles escolhem uma foto bem "Tumblr" para postar, com a legenda "Fotógrafos também podem ser modelos" e me marcam. Em segundos, centenas de likes surgem.

(...)

Tomo um banho relaxante e peço serviço de quarto, estou faminta. Meia hora depois, batem em minha porta. Era um rapaz que trabalha no hotel e estava segurando um buquê de girassóis. Fico boquiaberta.

— Isso aqui é para a senhorita. — Ele entrega o buquê com um cartão e pede licença para entrar com o meu jantar.

— Ah...obrigada. — Digo meio confusa.

Abro o cartão, curiosa, mas ao mesmo tempo com medo.

"Espero que goste.

Com carinho,

Everton 'Cebolinha'."

Acho que vou explodir com tanta fofura. Nunca ganhei um buquê de flores e nem esperava ganhar um dia. Meu sorriso vai de orelha a orelha, e nem percebi que o rapaz ainda estava ali. Ele me olhava enquanto eu babava no cartão do Cebolinha, que mesmo sendo simples, para mim era algo incrível.

— Ah, sua gorjeta. — Pago o rapaz e ele se retira.

Envio uma mensagem para o Everton Cebolinha, agradecendo-o.

"Muito obrigada pelo buquê. É lindo."

- Eu, 23:02.


"Que bom que gostou. Precisava encontrar algo lindo como você."

- Cebolinha, 23:02.


Em cinco minutos, batem em minha porta novamente. Era ele. Sorrindo docemente. Retribuo com um sorriso sincero.

— Entre. — Abro caminho para ele passar.

Fecho a porta.

— Eu ia jantar...você já comeu? — Pergunto.

— Sim, eu acabei de jantar — Responde — Não conseguia parar de pensar em você e... tive vontade de comprar um presente. Fico feliz que tenha gostado, mesmo não sendo muito. Você merece mais que isso.

Não conseguia parar de sorrir.

— Obrigada. — Agradeço-o timidamente.

— Queria poder ter mais tempo para ficar com você, mas são tantos treinos e compromissos.

— São os deveres da profissão. — Rio.

— Posso ficar aqui? Só um pouco. — Ele pergunta, me abraçando.

— Deve. — Respondo ainda em seus braços — Eu só preciso comer.

— Sem problemas, não vou te atrapalhar.

Ele senta-se do outro lado da minha cama, e começa a prestar atenção no filme que passava na TV, Mercenários 3. Tento conter o meu nervosismo e foco em minha comida.

— Esse filme é muito bom. — Comenta.

— Sim, eu adoro os Mercenários. Assisti várias vezes e não me canso de assistir.

— Temos algumas coisas em comum. Alguns filmes, algumas músicas...

— Isso é bom, porque podemos fazer o que gostamos juntos.

— Sim, como dividir o fone e ouvir músicas dentro de um avião. — Ele sorri ao se recordar. Acabo fazendo o mesmo.

— Foi tão bom que nem vi o tempo passar. — Confesso.

— Eu também não. Na verdade, queria ficar para sempre daquele jeito...

— Eu também. Mas teremos outras oportunidades.

— Se Deus quiser. — Diz ele.

Termino de comer e vou ao banheiro escovar os dentes, enquanto Cebolinha fica assistindo ao filme. Quando volto, peço para retirarem o jantar.

— O que vão pensar se virem você aqui? — Pergunto assim que desligo o telefone.

— Quer que eu saia?

— Não. — Admito — Mas estou com medo de que saiam falando alguma coisa. O que eu não duvido porque já estão falando de mim.

— Como assim? Não fizemos nada demais.

— Não disseram nada sobre nós, apenas sobre mim. Boatos de que eu estou ficando com o Neymar, que eu sou uma Maria chuteira. Tudo o que eu não queria que dissessem. Nem entendo por que estão dizendo isso. — Digo, chateada.

— Quem são essas pessoas? — Questiona.

— Eu não sei exatamente quem são. Heloísa me disse que são algumas pessoas que acompanham o Neymar nas redes sociais. E alguns funcionários da CBF. Você acha que eu sou uma Maria Chuteira? — Lágrimas surgem em meus olhos.

— Óbvio que não. — Ele me abraça, reconfortando-me — Aposto que foram alguns babacas que pensaram que você estava dando em cima do Neymar.

— Você havia me perguntado se eu estava a fim dele. — Murmuro.

— Sim, mas porque ele estava a fim de você. Precisava ter certeza de que você não sentia o mesmo por ele, para que eu pudesse tentar algo com você. Nós dois estávamos interessados em você, e eu pensei que ele tinha mais chances, por ser o Neymar.

— Você vale mais que um milhão de Neymars. — Respondo.

— Que coisa mais linda. — Ele ri e em seguida me beija carinhosamente.

Batem na porta e a abro para que o rapaz retire o meu jantar.

— Se for pensar, ele já sabe sobre nós, porque eu pedi para ele te entregar o buquê...que saco esse negócio de fingir que não temos nada. — Diz ele, quando o rapaz saiu.

— Acho que ele não vai dizer nada, porque seria contra as regras do hotel. E não estamos fingindo que não temos nada, só estamos sendo discretos. Por favor, entenda que eu sou fotógrafa da CBF, não posso me relacionar com os jogadores.

— Onde está escrito que não pode? Você não vai tirar só fotos minhas, nada vai mudar em seus serviços. Não vou deixar de jogar para ficar te agarrando pelos cantos, vou continuar treinando, jogando e sendo o profissional que sou. É isso o que importa.

— Mas talvez eu possa tirar o seu foco dentro de campo. Ou se estivermos brigados ou chateados um com o outro, tudo isso vai afetar o ambiente de trabalho. — Digo.

— Você tira meu foco facilmente, mas fora de campo. Lá dentro a gente só consegue olhar para a bola e para os jogadores, prestar atenção no jogo. A partir do momento em que eu entro em campo, meu foco é exclusivamente do jogo. E problemas pessoais todo mundo tem, a gente consegue separar isso. Sem contar que não trabalhamos lado a lado, você fica nos bastidores, fora do campo, e eu dentro com os outros jogadores.

Apenas afirmo com a cabeça. Seus argumentos são bons, e eu quero acreditar que tudo dará certo. Quero ficar com ele, mas tenho medo de dar errado.

— Não dá para ficar dando moral para as outras pessoas. Quero poder pelo menos ficar com você nas folgas, sair, te presentear, sentar-me ao seu lado sem se preocupar com nada e nem ninguém..., mas não dá se você não quiser o mesmo que eu. — Diz Everton, meio chateado.

— Eu também quero tudo isso. Só estou com medo.

— Mas você vai ter que se decidir. Se vai enfrentar esse medo ou desistir. — Ele segura o meu rosto com suas duas mãos. — Eu vou dormir, está tarde e amanhã tenho treino.

Ele beija a minha testa.

— Boa noite. E pense sobre o que conversamos. — Cebolinha se despede.

— Vou pensar. Boa noite. — Dou um pequeno sorriso.

Tranco a porta e me deito. Não consigo parar de pensar em tudo o que aconteceu hoje, em tudo o que aconteceu desde o momento em que entrei para a CBF. Começo a chorar, sem conseguir parar, meu coração está apertado e sinto um desespero dentro de mim.

Por que sou tão insegura? Tenho medo de tudo, medo de não dar certo, medo dele me trocar pela Laura, ou por qualquer outra garota melhor que eu, mais bonita, mais atraente. Medo do Cebolinha voltar para Porto Alegre e me esquecer, seguir com sua vida enquanto eu continuo aqui. Medo do sentimento que estou tendo por ele.

Como pode em tão pouco tempo gostar tanto assim de alguém? Foram apenas dois dias. Devo me apaixonar muito fácil mesmo...

Mas e se eu estivesse sentindo isso desde o início, e só assumi para mim mesma agora? 

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