Echoes Of Silence.

By ivyhurst

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A vida de jovem adolescente tem as suas vantagens e desvantagens. À medida que vamos crescendo, vamos arrecad... More

Sinopse
01 - The Birds
02 - Devil May Cry
04 - Illegal
05 - Drunk
06 - Yria...?
07 - I love you
08 - The Truth
09 - Confused
10 - William
11 - I Know You
12 - Product Of Your Imagination
13 - Don't!
14 - Flashbacks
15 - All Of Me
16 - Don't move!
17 - Until Death Do Us Part
18 - The Fighter
19 - All I Ask Of You
20 - Smash Into You
Obrigada!

03 - Every Breath You Take

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By ivyhurst

N/A: Dedico este capítulo à SachaHart, que faz anos hoje! ♥

Bill, depois de ter ido a casa tomar um duche e vestir roupa lavada, saiu de novo, indo de carro até a um edifício que ainda era um bocado longe da sua casa. Cerca de meia hora foi o tempo que ele demorou a chegar lá. Depois de sair do carro, retirou a pequena mala que tinha trazido consigo, na mala do carro. Assim que ele trancou o carro, entrou por uma porta, num edifício que parecia até estar abandonado.

Por fora via-se um edifício debilitado, e parecia estar tudo às escuras e não haver nada no interior, mas não era nada disso. O interior estava impecavelmente renovado, e tudo o que era portas e janelas estavam tapados de maneira a que do lado de fora não se visse nada. O mesmo acontecia com o som. Cada divisão estava perfeitamente camuflada, de maneira que quem estivesse à porta do edifício não ouvisse nada.

O rapaz foi até à receção e poisou o antebraço esquerdo sobre o balcão, apreciando a loira.

- Boa noite, Senhor Kaulitz. O que vai ser?

Bill não lhe respondeu verbalmente. Apenas lhe esboçou um sorriso de canto e, com os dedos, pediu duas.

- Muito bem. Tem alguma preferência? Loiras, morenas, ruivas…? – A rapariga esperou, pacientemente, que ele lhe respondesse.

- Não, não tenho preferência. Qualquer uma serve.

- Certo… Posso perguntar-lhe o que é que traz aí?

- É mesmo necessário?

- Sim. Não se esqueça que as nossas meninas não são nenhum saco de boxe que pode utilizar até a sua raiva desvanecer. – A loira parecia algo nervosa por lhe estar a dizer aquilo, mas mesmo assim manteve-se calma e com um pequeno sorriso.

Bill suspirou e colocou a mala sobre o balcão. A rapariga apressou-se a abrir o fecho e começou a retirar os objectos do interior, observando bem o que ele trazia.

- E porque é que agora de repente estão a fazer isto?

- Porque fizeram queixa, Senhor Kaulitz. – Ele suspirou, aborrecido com a situação.

Assim que ela terminou, chamou duas das raparigas que estavam livres. Entregou a chave de um dos quartos a Bill, e ele de seguida foi com elas. Ficou lá toda a noite, e só saiu de lá por volta das sete e meia da manhã, indo depois para casa.

Um mês se passou desde a tragédia. Yria achou por bem fazer um pequeno funeral ao falecido bebé, e pouca gente participou no mesmo. A durona não chorou uma vez que fosse pela morte do seu filho. Christine, em conversa com os seus pais e até com Anne, chegou à conclusão que o melhor era que a sua irmã fosse seguida por um psicólogo e um psiquiatra.

Ela tem ido a todas as consultas até então, mas não disse nada, nem a um, nem ao outro. Apenas entra quando chega a sua vez, fica calada a olhar para tudo menos para o psicólogo ou psiquiatra, e não diz uma única palavra que seja.

Christine tem sofrido imenso. Sente que sofre pelas duas, uma vez que a irmã nem mostra qualquer sofrimento. Não a compreende, de todo. Ela bem tenta, mas não consegue.

Como é que alguém consegue ser assim tão frio ao ponto de não mostrar qualquer tipo de dor perante a morte de um filho? É certo que cada um tem a sua maneira de fazer o luto, mas com Yria... Parecia que não se passava nada. E se alguém falasse no assunto, ela simplesmente ignorava.

- Fiz-te panquecas para o pequeno-almoço. - Disse a mais nova enquanto acabava de embelezar a comida da irmã com chocolate derretido.

- Obrigada, Chris. - Yria, já pronta, sentou-se então na mesa da cozinha e esperou que a sua irmã terminasse. A televisão estava ligada e a publicidade tinha terminado, retornando assim o noticiário.

- Mais uma vez muito bom dia. Retornamos agora às notícias da atualidade. Uma mulher e a sua filha foram assassinadas esta madrugada, na sua própria casa. A polícia indica que este é mais um crime cometido pelo serial killer que ainda anda à solta. A inspetora Ruth Olsen anunciou a noite passada que já têm um suspeito que encaixa em todos crimes. O interrogatório irá começar amanhã, segundo o Agente James Smith. (...) - Yria pegou no comando e desligou a televisão.

- Hey! Eu estava a ver as notícias!

- Não há nada para ver nem para ouvir.

- Ai Yria... É impressionante! Não queres saber quem matou o teu filho? Não queres que seja feita justiça? Pelo teu bebé? - Como sempre, a mais velha ignorou a sua irmã, continuando a comer como se a mais nova não tivesse dito uma única palavra.

- Despacha-te, não tarda estamos atrasadas. – Yria parecia indiferente às palavras da irmã, e isso fazia-lhe muita confusão. Para não começarem a discutir logo de manhã, Christine respirou fundo e começou a lavar a loiça suja, sem comentar mais nada.

As três amigas já tinham almoçado, e retomavam agora o trabalho que tinham deixado praticamente a meio. Tinham chegado novos produtos, e elas estavam contentíssimas. Não os iam ter para elas, mas tinham a oportunidade de olhar e pegar naquelas peças extremamente valiosas.

Até tinham medo de lhes tocar com um dedo que fosse e aquilo desmanchar-se tudo. Era óbvio que isso não ia acontecer, mas mesmo assim preferiam ter cuidado. Senão, sairia do bolso delas, e isso não seria nada agradável.

Yria estava impaciente, e sempre que as outras duas lhe perguntavam o que ela tinha, respondia sempre o mesmo: Estou à espera de duas pessoas. Não compreendiam, nem sequer sonhavam quem poderia ser.

Seriam mulheres? Homens? Clientes muito importantes? Não faziam ideia. Mas quando viram um aglomerado de pessoas em frente à joalharia, entenderam de imediato que era alguém importante, e muito conhecido.

Christine não conseguiu esconder o espanto, e acabou por ficar a olhar para o homem de olhos e boca abertos, como se lhe tivesse aparecido Jesus Cristo à frente e estivesse a caminhar sobre água. Bem, não caminhava sobre a água, mas até que estava parecido com Jesus.

- Senhor Leto, muito prazer. – Yria contornou o balcão de imediato e aproximou-se dele enquanto ele retirava os óculos de sol. Ela bem lhe estendeu a mão, mas ele não se ficou pelo aperto de mãos e puxou-a para si, abraçando-a de seguida.

- Ora essa, o prazer é todo meu! Ah, e já agora… Senhor Leto não, Jared só. Está bem? – Ele sorriu e soltou uma pequena gargalhada, e Yria acabou por fazer o mesmo.

A Yria estava mesmo entusiasmada, contente… Não, via-se perfeitamente que ela estava à beira de um ataque de histerismo. Por amor de Deus, era o Jared Leto.

- Com certeza! Então e o que vai querer ver? Um colar? Um anel? Um relógio! – Ela tentava adivinhar, e ele olhava-a atentamente com aquele seu sorriso inconfundível.

- Hey, o que é que se passa? É só gente histérica lá fo… - Anne vinha extremamente distraída, e assim que viu o seu cliente VIP parou, calou-se, e ficou ali feita estátua. Não queria acreditar que era ele. Ele.

- Eu vim ver outra jóia. – Jared respondeu a Yria, mas sem olhar para ela. Não, ele já não a olhava a ela, mas sim à jóia que tinha acabado de chegar. Anne. Esta, ao ouvir o que ele disse, engoliu em seco e respirou fundo, aproximando-se mais do balcão.

- O que queres, Jared? – A mais velha das irmãs, que estava agora atrás de Jared, aproveitou isso para começar a fazer sinais e caretas a Anne, do género “TU CONHECE-LO?!

- Eu vim ver-te.

- Pois, isso já eu ouvi. Eu não sou uma jóia, sou uma pessoa. Não vou nessas tuas cantigas Jared. Não sou as tuas fãs ou whatever.Ele revirou os olhos e riu, abanando a cabeça ao mesmo tempo.

- E ainda bem que não és. – Ele apercebeu-se da rapariga que ainda ali estava, de olhos arregalados e boca aberta, imóvel. Ergueu o sobrolho e sem sequer pedir permissão contornou o balcão e foi ter com Christine.

- Moça, sente-se bem?

- Ahm, o quê? Oh, sim, lindamente! – De repente foi como se ela tivesse despertado, e num instante lá estava a Chris que todos conhecem, mas com as suas emoções e sentimentos multiplicados por dez. Ou por cem.

- Ah, bom! Pensei que lhe tinha dado alguma coisa. – Ele riu e abraçou-a, dando-lhe depois dois beijinhos. Christine ficou outra vez congelada, mas desta vez sorria.

- Já chega pinga-amor, acho que já está na hora de parares de enfeitiçar as minhas empregadas. Se é comigo que queres falar, tudo bem. Vamos para o meu escritório.

Jared fez um daqueles sorrisos. Se bem que este era bem mais perverso que o normal. Em menos de um minuto, os dois desapareceram. Yria bateu palmas duas vezes, com força, para acordar a sua irmã do transe em que ela estava.

- Acorda! Temos jóias para arrumar, temos muito que fazer!

- Certo, certo. – Ela abanou a cabeça e riu baixinho, e ambas conseguiram voltar ao trabalho.

Anne e Jared ficaram o resto da tarde trancados no escritório. As irmãs pensaram em tudo e mais alguma coisa, e nenhuma dessas coisas eram dignas de uma história para menores de idade. Passaram a tarde toda a falar de sexo, posições sexuais, e por aí fora. Elas não ouviram nada, nenhum gemido, nenhum suspiro, nada. Mas mesmo assim, as suas mentes trabalhavam lindamente.

Depois do jantar, Yria avisou a irmã que não iria dormir em casa, mas também não deu grandes pormenores. Isto já tinha acontecido mais algumas vezes, por isso já nem achava estranho como aconteceu da primeira vez.

- Não precisas de passar frio só para vires toda sensual, Yria. Se vieres tapada dos pés até ao pescoço, eu fodo-te na mesma. – Afirmou Tom, assim que lhe abriu a porta.

O comentário dele fê-la rir, e ela entrou logo a seguir. Mal ele trancou a porta eles atacaram-se como se fossem dois predadores esfomeados. Só que ali não era fome de comida, e sim de sexo. No momento de recuperar o fôlego, ela olhou em redor e mordeu o lábio.

- O teu irmão não está, pois não?

- Achas que eu te chamava para vires cá se ele cá estivesse? – Ambos riram. As outras vezes que eles se encontraram foi num quarto de hotel, para ninguém desconfiar de nada. Mas agora até estavam a pisar essa linha.

- Tens razão. Bem, chega de paleio.

- Assim sim. Aqui está a minha miúda – Dito isto, Tom voltou a beijá-la e começou a despi-la entre beijos fogosos e molhados, com direito a tudo.

Ali ninguém dormiu. Tinha sido uma noite de puro sexo, parando durante poucos minutos para umas carícias enquanto descansavam e relaxavam um pouco depois dos orgasmos mais intensos.

Eram sete horas em ponto quando Yria se dirigiu à casa de banho para ir tomar um duche. Tom já o tinha feito, e saiu entretanto para ir comprar algo para o pequeno-almoço. Depois de uma direta a queimar calorias, os dois estavam mais do que esfomeados.

Yria estava então a tomar duche, sem pressas. Não cantava como a maioria das pessoas diz que faz, mas pensava em muita coisa. Pensava nas noites que andava a ter com o Tom, e isso fazia-la sorrir. Esses não eram os únicos pensamentos dela, e ela odiava-se por isso.

Sempre que estava sozinha, as lembranças daquela noite vinham-lhe à cabeça como se fossem flashes de uma máquina fotográfica. E ela odiava quando isso acontecia. Todos pensam que ela é insensível, que não sofreu com a morte do seu filho, mas isso é mentira. Ela sofreu, e ainda sofre.

Ouviam-se soluços. Não soluços normais, mas soluços de alguém que estava a chorar. Era Yria. Ela não se conseguia controlar quando se lembrava do que tinha acontecido há um mês atrás, e ficava num estado lastimável. É óbvio que nunca ninguém viu, e é assim que ela quer que continue, em segredo.

Não quer mostrar aos outros que sofre, não quer admitir que sofre porque se o fizer vão querer que ela fale sobre o assunto, e isso é tudo o que ela não quer. Não sabe como falar da morte do bebé, recusa-se a tal coisa.

Yria ouviu um barulho, o que parecia alguém a escorregar e a segurar-se repentinamente a algo. Ficou logo assustada porque à partida estava sozinha. Ou pelo menos ela pensou que estava sozinha.

Limpou as lágrimas e retirou o resto da espuma do corpo, desligou a torneira e pegou na toalha, embrulhando-se nela. Abriu a cortina, com algum medo, e suspirou. Ali não estava ninguém, mas tinha estado.

O espelho tinha letras escritas a vermelho, o que a fez aproximar-se para ler. Em letras maiúsculas, lia-se: EVERY GAME YOU PLAY, EVERY NIGHT YOU STAY, I’LL BE WATCHING YOU. Assustada, Yria afastou-se do espelho e agarrou-se bem à toalha. Queria fazer três coisas: verificar que estava sozinha, limpar aquilo e sair dali o quanto antes.

Saiu da casa de banho e caminhou calmamente pela casa. Mesmo ao ver que não estava ninguém por ali, não se sentiu segura nem aliviada por o ter feito. Foi a correr até à despensa e procurou um pano velho e detergente para limpar os vidros. Voltou à casa de banho, limpou o espelho e voltou a arrumar o detergente no sítio. Arrumou o pano sujo na sua mala, para não levantar suspeitas.

Arranjou-se, arrumou o resto da casa de banho e juntou os seus pertences. Encontrou papel e uma caneta, e deixou um bilhete a Tom, dizendo que estava atrasada e que teve de ir.

Onze horas e quarenta e dois minutos. Bill e Tom estavam na loja a conversar com Anne sobre as alianças que tinham sido compradas pelo irmão mais novo. Estava tudo muito pacífico, até a polícia entrar.

- Bill Kaulitz? – O rapaz virou-se de imediato, assentindo.

- Precisamos que nos acompanhe à esquadra.

- O quê?! Porquê? – Bill afastou-se dos dois agentes, e uma senhora que os acompanhava aproximou-se.

- Bill Kaulitz, está preso por tentativa de homicídio e por vários homicídios. Não preciso de dizer mais nada, levem-no. – A mulher era mais autoritária do que realmente parecia ser. Tanto as três raparigas como o irmão ficaram para lá de chocados. Um dos agentes começou a algemar Bill, e este tentava soltar-se.

- Eu não fiz nada! Soltem-me, eu não fiz nada! Eu estou inocente! Tom, eu estou inocente! Tens de acreditar em mim! – Os dois agentes da polícia levaram o gémeo mais novo de arrastão até ao carro, e colocaram-no no banco de trás, arrancando de seguida.

- Yria, certo? – A inspetora aproximou-se do balcão, chamando-a depois pelo seu primeiro e último nome.

- Sim, sou eu. – Assentiu, olhando a mulher.

- Eu sou a Inspetora Olsen, creio que já ouviu falar de mim.

- Sim…

- Eu vou precisar que me acompanhe à esquadra. Preciso de lhe fazer umas perguntinhas, sobre o que aconteceu. – Yria olhou a irmã, e esta assentiu.

 - Ahm, está bem… - Meio reticente, Yria acabou por ir atrás da inspectora. Com a autorização de Anne, Christine foi logo atrás da irmã, para a acompanhar.

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