SERENA - O segredo das águas...

By Dessa_Silvaa

12.2K 1.2K 80

Dill, um capitão respeitado por todos de Holding, viu a morte passar por um fio. Seduzido por uma mulher mist... More

PRÓLOGO
Capítulo 01 - Intrusa a bordo
Capítulo 02 - O plano
Capítulo 03 - Ajuda
Capítulo 04 - Traição
Capítulo 05 - Cemitério de Orz
Capítulo 06 - Reencarnação
Capítulo 07 - Ilha de Magnani
Capítulo 08 - A lenda
Capítulo 09 - Porto de Kane
Capítulo 10 - Revelação
Capítulo 11 - Partida
Capítulo 12 - Povo de Ira
Capítulo 13 - Atitudes inesperadas
Capítulo 14 - Mau presságio
Capítulo 15 - A Criatura
Capítulo 16 - Tormenta do passado
Capítulo 18 - Culpa, Devaneios e afins...
Capítulo 19 - Mistério das águas doces
Capítulo 20 - Ilha de Blad
Capítulo 21 - O confronto

Capítulo 17 - A Lua Vermelha

189 15 0
By Dessa_Silvaa


— Como descobriu que Serena me contou? — Perguntou Zara curiosamente enquanto observava Serena e a outra criatura comer algumas frutinhas.

— Você é uma pessoa fácil de se ler. 

De braços cruzados, Kane encarava a estranha que estava com eles há pouco tempo. Não sabia ao certo, mas algo nela parecia familiar. 

— Como você acha que eu sei de tantas coisas? — Perguntou do nada, fazendo Zara a encarar. — O livro me ajuda, claro, minha experiências também facilitam. Não existe plantas mágicas que curam em segundos. Ainda mais daquela forma. Eles estavam detonados, e da noite para o dia, aparecem em perfeito estado. Disposto a percorrer uma longa caminhada.

A Capitã manteve aquilo por muito tempo em segredo, por não saber como agiriam com a notícia. Sempre foi assim, uma jovem atrevida e com sonhos de desbravar o desconhecido. Constantemente fora incentivada pelos seus pais de ser o que quisesse ser. E assim Kane cresceu, mesmo sendo a protegida do porto, vivia arrumando confusões com o pequeno comercio que havia no local, ela era uma menina incrivelmente única.

Após seu a aniversário de 16 anos, decidiu navegar para Prestt, a ilha próxima ao porto. A viagem foi tranquila, navegou rumo a vila e lá encontrou seus amigos onde se divertiam como podiam. A volta não foi tão pacífico assim. Um ser místico na qual nunca havia visto na vida, emergiu do mar e lhe entregou algo parecido com uma pequena pedra em forma de concha do mar, definitivamente aquela seria a coisa mais estranha que havia presenciado. Até aquele momento.

Chegando ao porto ainda que sua têmporas mostrassem confusão, não se preocupou em ir para casa, passou reto para o local onde seu pai trabalhava nas finanças e contara o quão estranho tivera sido seu dia. Seu pai escutou atentamente e se prendeu a cada detalhe que a adolescente havia lhe contado. Naquele momento, seu coração batia como se estivesse fugindo a pé por piratas armados. Não sabia o que faria se algo grave tivesse acontecido a sua filha. Suas mãos foram de encontro a primogênita, tocando-lhe suas bochechas a fim de procurar por algum machucado. Mas nada parecia fora do normal. Bem, a não ser pelo ser que dissera ter encontrado. 

Seu pai desconversou, pediu para sua filha ir para casa e descansar. Afinal, tivera uma viagem exaustiva, e prometeu que quando voltasse para casa, teriam uma conversa sobre tudo o que aconteceu. O dono do porto pegou o objeto na qual sua filha havia lhe mostrado, colocou no chão, e pisou o quebrando em várias partes. Aquilo era um aviso. Um aviso de que as coisas começariam a mudar na sua família. Se direcionou para a grande prateleira e dali retirou um mapa. O lugar que ele disse jamais pisar, mas como a curiosidade é um ser maligno que suga cada parte de seu corpo, a fim de fazer algo que mesmo sabendo que é errado, você o faz. Por que a curiosidade é basicamente isto. É perigoso em certos casos. 

Casos estes que principalmente, quando as lendas se tornam mais reais do que nunca.

Tomado pela curiosidade, o rapaz do porto se deixou levar pela ganância de conseguir algo de valioso daquele lugar em que poucas pessoas ousavam em entrar. Tudo parecia ameno, mas uma coisa o deixou intrigado. Como era possível sentir o cheio do mar sendo que estava muito longe? Entrando cada vez mais fundo pelo interior das rochas, um brilho resplandecia por meio as curvas rochosas das pedras, era lá que estraria o que procurara. Continuou em passos precisos e calculados, a rocha era cheia de obstáculos e quando mais se aproximava, mais estreita ficava. A respiração começara a ficar desregulada por conta da pouca passagem de ar pelo local. Estava mais perto do que nunca de conseguir o tão sonhado ouro.

Se aproximou devagar e não acreditou no que seus olhos puderam ver. Passou a mão em seus olhos de modo que pudesse confirmar que aquilo não era um sonho. Se deixou olhar livremente pelo local e suspirou desacreditado. Eram barris de ouro, definitivamente era o maior tesouro que havia encontrado em toda sua existência até então, a sua frente estava todo a riqueza que quisesse e poderia pegar a vontade. A não ser pelo imenso brilho que vinha de uma pedra ao redor de um pequeno lago.  Ficou tão deslumbrado pela luminosidade que vinha em meio as pedras que mal conseguiria se contentar com aquele ouro. Ele queria tanto a pedra de cor esverdeada, que mal percebeu quando foi tocados por mãos infantis.

 — Por que está aqui? — Uma criança fez a pergunta.

— Apenas vim pegar uma coisa. — Encarou rudemente a estranha em sua frente.

— Não pode. — Ela insistiu.

— Eu tenho um mapa. Mas não se preocupe, apenas quero essa pedra, pode ficar com o ouro. — Aquilo o chamou tanta atenção que mal se importava de ficar sem o tesouro. Apenas queria a pedra.

— Não vai a lugar nenhum enquanto não me der nosso tesouro de volta. — Ela ameaçou, era quase uma piada, como aquela garota frágil poderia fazer algo contra ele? Patético.

— Deixe de ser tola! Irei em paz, já disse. Fique com o ouro, apenas quero a pedra.

— Ela é nossa. — Segurou seu punho e o olhou ameaçadoramente. 

Ele se desfez do aperto, puxando o próprio braço de modo bruto, o que fez a garotinha cair no chão em meio as pedras. O grito estridente de seu choro era tão forte, a ponto de fazer as rochas estremecerem. Definitivamente aquela garotinha não era comum. Ele nada disse, estava assustado demais com o que fizera. Correu sem olhar para trás, preocupado demais em salvar a sua própria vida. Tropeçando no meio do caminho, mas nada que impedisse dele correr velozmente para a praia.

Entrou em seu barco remando apressadamente para seu navio que esperava não muito longe dali. Só queria ficar longe de vez daquela ilha. Sorriu para a pedra que trazia consigo. Era o objeto mais lindo que pode colocar os olhos, não havia preço nenhum que pagasse a visão magnífica daquela peça rara. Minutos se passaram e ele já estava despreocupado, já via seu barco mais próximo e as remadas já pareciam diminuir o ritmo. Parou de vez quando um de seus remos foi puxado de sua mão. Assustou-se, o que poderia ser aquilo. O outro remo também havia sido furtado, e agora estava sem nenhum deles. Três mulheres surgiram em seu campo de visão o fazendo perder o fôlego. Uma delas subiu na borda do barco mostrando suas caldas, não conseguia piscar os olhos de tão impressionado que ficou com aquilo. 

— Devolva-o. — Ordenou simplória.

— O que está falando. Eu não peguei nada — Disse amedrontado.

— Que tipo de tolo tu és? Onde já se viu tentar enganar as feiticeiras do mar. 

As duas outras mulheres rapidamente criaram-se pernas e adentraram no barco, tateando as suas roupas, procurando pelo que foi furtado. Não acharam.

— Eu disse que não tinha nada comigo.

Enfurecida, seus olhos irradiaram o mesmo brilho esverdeado da pedra, a fazendo brilhar de dentro de seu sapato, onde havia escondido o objeto. A loira pegou a peça e as duas criaturas voltaram para a água novamente. Ela se aproximou o segurando fortemente pelo pescoço.

— De um lugar distante veio, surrupiar aquele que tem nitescência. Enganai aquele que não se pode ser enganado, e agora pagarás as consequências. — Sua voz ficara cada vez mais encorpada, como se várias vozes falassem ao mesmo tempo. — Não só tu, como tua família pagarás pelos teus erros. A maldição estará em tua família todos os dias, tu sentirás na pele, o preço de mexer conosco. A partir de hoje você pertencerá a nós, e viverá essa sentença para toda a eternidade. — Jogou-lhe uma maldição não só pra ele, mas para as suas próximas encarnações.

O ponto é, a ganância nos trás nosso pior lado. E foi aquele ponto que o rapaz percebeu que navegar pelas águas daquele mar, foi uma péssima escolha. De tudo que ele pudesse pensar, aquela poderia ser a mais errônea delas. Era como vender sua alma para a criatura mais perversa do mar, e a partir dali, ela brincaria com sua vida, dia após dia. O fazendo implorar para que desse um basta naquele sofrimento de uma vez por todas.

— Eu não quero ter filhos. Eu não posso... como eu teria coragem de gerar alguém para seguir a mesma vida miserável que eu tenho. Se eu não conseguisse controlar toda essa merda, eu estaria como ele agora. Enlouqueceu e acabou morrendo pouco tempo depois. Tudo por causa da porra de uma ganância estúpida. De qualquer forma eu também não sou tão diferente dele. Eu gosto do poder, do ouro e do comando. Mas não sou ingênua para não saber a hora de parar.

— Kane, eu...

— Não, tudo bem. Eu não deveria ter falado, mas já é tarde demais para voltar atrás. Serena iria contar de qualquer maneira. — A Capitã fingia não se importar com as coisas que dissera.

— Só não sinta sozinha, eu estou aqui. — Segurou suas mãos. — E a Serena... ela parece gostar de você. Tu sabes. 

— Sim. Agora que já sabes da verdade — Se desvencilhou das mãos de Zara — quero que me ajude a superar a lua de sangue. 

***

Dill se sentia estranho, não fazia muito tempo desde que acordara. Sentia sua cabeça doer mais do que nunca. Aquela viagem definitivamente não estava fazendo bem para nenhum deles. Tomando banho do rio, não muito longe do acampamento improvisado que fizeram, o capitão sentia algo o chamar. Parecia como um sussurro, mas não havia ninguém ali. Poderia ser coisas de sua mente, já estava a ponto de enlouquecer se passasse mais tempo naquela ilha. Nunca havia ficado tanto tempo assim longe do mar, e aquele longo mês se arrastava como se fosse anos.

Novamente sentiu o sussurro. Sentiu a sensação de que alguém pudesse estar o observando. Olhou para a direção entre as árvores, mas não via nenhuma movimentação estranha. O que estava acontecendo consigo? Parecia uma presa com medo de ser pego por um predador. 

Predador este que nem fazia ideia se era real ou apenas coisa de sua imaginação.

— Eu não estou louco. — Falou para si mesmo.

— Não está louco. — O sussurro estava mais próximo desta vez, poderia sentir o hálito junto ao seu ouvido. Mas novamente, encontrava-se solitário no meio do rio.

— Quem é você?  — Perguntou para o que quer que fosse aquilo.

— Eu sou o que você quiser que eu seja.

Assustado, resolveu sair do rio e voltar para o local onde todos estariam juntos. Só conseguiu soltar a respiração quando viu todos se preparando para fazer uma refeição.

— Pensei que iria ficar lá para sempre. — Zara disse divertida. Enquanto que Kane apenas o encarava de forma curiosa.

— O que aconteceu? Parece assustado. — Dill a encarou e jurou ter visto um sorrisinho em seus lábios enquanto o escondia por trás de uma caneca. Parecia que a Capitã estava se divertindo o vendo tão confuso.

Não fique assim. Parece que viu o fantasma de sua irmã. — Uma risadinha foi ouvida. Agora o capitão encarava Kane como um louco. O que estava acontecendo?

Em meio a floresta. Próximo ao riacho na qual já se escutava o barulho da água jorrando. Passos vinham em sua direção, e o homem começou a correr desesperadamente. Ouvia-se algo rastejando vinda com uma velocidade absurda, seu coração parecia sair pela boca, a adrenalina corria em seu pulso de forma frenética. Não podia parar naquele momento. Tentava ao máximo correr daquele monstro, mas acabou sendo encurralado pela grande cachoeira a sua frente. Sem pensar duas vezes, a fim de se salvar, pulou. Porem a criatura que o seguia fez o mesmo e o devorou. Cortando-lhe em pedaços enquanto seu sangue se misturava com a pureza da água clara do riacho.

— Dill. — Zara o chamou. Ele imediatamente saiu de seus pensamentos. — Tem certeza que você está bem? É a quarta vez o chamei.

— Sim. Estou. Eu... preciso descansar. — Encarou Kane novamente e a mesma o olhava divertidamente. Serena o observava ao longe enquanto a criatura ruiva dormia ao lado dela. 

Estranho. Tudo aquilo parecia demais para o capitão. O que estava acontecendo com ele?  Precisava dormir, quem sabe aquilo tudo não era falta de sono. E assim se deitou ao lado de uma árvore, torcendo para que o motivo das vozes, fosse apenas insônia. 

***

— Acorde! — Kane movimentava o corpo de Zara para frente e para trás fazendo-a acordar irritada. Apenas queria tirar um cochilo.

— O que você quer? 

— Não temos tempo. Tu precisa me ajudar, senão será tarde demais. 

Zara entendeu o que a capitã queria dizer com aquilo. Ela havia falado algumas coisas sobre, mas nada seria tão absurdo, comparado as coisas que poderia presenciar naquele dia. Caminharam floresta a dentro, escolheram uma arvore forte o bastante para conseguir conter toda sua fúria, e então, se posicionou de costas para a madeira, enquanto a outra mulher enrolava correntes em seu corpo, prendendo-a. Faltava poucas horas para o dia ceder lugar a noite, e ali, ela temia os estragos que poderia acontecer se as correntes não conseguissem a segurar.

— Não importa o que aconteça. Prometa-me que não me tirará daqui até o sol chegar. 

— Mas e se...

— Prometa-me — Foi interrompida por uma Kane desesperada.

— Prometo.

— Agora vá. Fique com os outros, e me deixe aqui. Eu ficarei bem. O importante é que vocês fiquem seguros. De qualquer forma, preciso que saiam de lá, procurem outro local. Seja cautelosa, concentre-se em mante-los bem até o dia amanhecer.

Zara assentiu, despediu de Kane com um leve aceno com a cabeça antes de ir embora. Andou apressadamente e logo chegou ao acampamento. Pediu que todos reunissem suas coisas que iriam para outro local. Segundo ela, viu alguns animais selvagens e seria perigoso ficarem tão expostos. Recebeu algumas perguntas de marujos sobre Kane, inclusive do próprio Dill, mas conseguiu reverter a situação dizendo que encontraria com a capitã quando chegasse ao local combinado. 

Era uma noite como qualquer outra, a não ser pela lua grande e avermelhada que clareava os caminhos da floresta na qual eles estavam passando. Percorreram a trilha que a amiga de Dill fazia, em alguns momentos perguntavam se já estavam chegando, ela assegurava que sim, mas a verdade é que nem a mesma sabia para onde estaria os levando. Só esperava que pudesse conseguir algo seguro para passarem a noite, longe de toda aquela tormenta. Aproximadamente uma hora depois, conseguiu achar uma caverna.  Todos eles deitaram no chão, estavam exaustos. Ainda conseguia ouvir perguntas sobre Kane, mas ela poderia pensar em algo para mante-los seguros, sem citar os segredos da capitã. O que importava era permanecer ali até que tudo voltasse ao normal no outro dia.

Aprisionada, era assim que Kane se sentia. Quando viu o céu escurecendo e a lua de cor de sangue iluminando a floresta, ela respirou fundo. Sabia exatamente o que iria acontecer, bem, não exatamente. Sabia que iria perder o controle de seus atos, mas definitivamente, não saberia o que faria naquelas longas horas. Não demorou muito para as pupilas de seus olhos se dilatassem, ela revirou os olhos com tanta força, que apenas sua esclera ficava a mostra. Ela gritou de dor, quando começou a se contorcer. Em suas mãos, garras começaram a crescer, alongando seus dedos exageradamente. Dentes afiados foram dando forma a boca da mulher, e seu corpo foi adaptando a toda aquela mudança repentina. Ela sentia desgosto de seu pai, nunca conseguiria perdoa-lo pela desgraça que acontecera. Para Kane, ele não era digno nem de sua pena. Foi um tolo, e ela sentia muita raiva de toda confusão que foi causada em sua vida por conta daquele que deveria protege-la.

 A aflição de estar presa a fez ficar louca. Num grito agudo e alto, Kane se debatia sobre as correntes grossas que a mantinha presa a arvore. Parou por um segundo, e com toda raiva acumulada, quebrou as correntes. Finalmente sendo liberta. Soltou uma gargalhada diabólica, e observou toda movimentação ao redor. 

Hora de caçar. 

Rapidamente correu para onde até então era o acampamento onde ficara com os outros, mas não havia ninguém ali. Sentiu o forte cheiro de rum e logo seguiu os rastos que aquele cheiro poderia levar. Sua fome era tanta, que não sabia o que poderia fazer primeiro. Estava necessitada demais, para esperar por algo de especial. Uma longa caminhada se iniciava e encontrou uma pessoa solitária sentada em uma pedra, pelo odor que ele exalava, certamente era ele que havia bebido todo aquele rum. Se aproximou devagar e sorrateiramente ficou em frente ao homem.

— K-Kane? — Gaguejou.

Antes que ele pudesse fazer algo. A mulher que já não era mais a mesma, se aproximou do mesmo, o beijando brutalmente. Mordeu seus lábios com tanta força, fazendo-o sangrar. E riu quando viu o sangue de suas gengivas sensíveis sangrando e melando seu rosto. Segurou as duas mãos ao lado de seu rosto e cravou as unhas afiadas em suas orelhas arrancando-as rapidamente. O homem gritou de dor. O sangue jorrava por todo seu rosto até então, e quanto mais fluía, mas ficava do seu agrado. 

Uma verdadeira sanguinária. 

Ele teve partes de seu corpo rasgadas, de forma aleatória. Apenas porque era divertido ouvi-lo implorar. Do que adiantaria ele fazer tudo aquilo, se no final estaria morto de qualquer maneira? Com seus dentes afiados, os posicionou em seu pescoço e sugou o sangue da pessoa que ainda implorava por misericórdia. Assim a cede passou, mas a fome ainda permanecia ali. Sem nenhum rodeio, cravou suas enormes unhas em seu peito. Cravando-a e enfiando firme em sua carne, separando cada músculo e quando encontrou sua caixa torácica, o segurou firme e puxou arrancando dois ossos de sua costelas. O indivíduo abaixo dela estava cada vez mais fraco, não conseguia mais implorar ou fazer nada. Apenas desistiu. Jogou os ossos quebrados que havia em sua mão em um canto qualquer e voltou a procurar o órgão tão saboroso na qual já sentia falta. Quando finalmente achou, fez questão de apertar com menos força, apenas para que o humano sentisse uma ultima dor, antes que ela pudesse retirar de vez a sua vida desprezível.

Arrancou o coração do homem, e saboreou apenas de uma vez. Estava faminta. Continuou comendo partes do corpo do rapaz para saciar seu desejo perverso. Arrancou seus olhos e os devorou sem nenhuma pressa. Ouviu alguém não muito longe chamando por alguém, deveria ser por aquele na qual já havia sido atacado. Não satisfeita, se escondeu entre as arvores e esperou os dois homens encontrarem o cadáver. Se assustaram com o que viram, mas nada parecia tão assustador como o jeito que Kane estava olhando para eles.

Eles correram por o máximo que podiam, gritando por socorro, mas foi inútil. Quem quer que fosse a criatura na qual apossara do corpo de Kane, era um ótimo caçador. E em nenhuma hipótese deixaria sua presa fugir. Matou os dois homens de uma vez, sufocando até que não lhe restassem mais ar para respirar, e assim fez o mesmo que o corpo anterior. Os devorou e só então, seu corpo estava saciado. 

A caça havia sido divertida, agora vagava pela mata em busca de um lugar para descansar.

Enquanto isso, Zara pedia para que aquelas correntes pudesse a segurar, mal sabendo ela que Kane, estava mais próxima do que imaginava.




Continue Reading

You'll Also Like

2.7M 195K 86
Livro 1 - Completo | 2 - Completo | 3 - Em andamento No dia do seu aniversário de 18 anos, Aurora Crayon sentiu o chamado do seu parceiro, enquanto...
9.8K 1K 16
Hazel Potter era considerada a melhor bruxa da sua turma, a mais inteligente, a mais estudiosa, a mais talentosa, ela ia muito bem consigo mesma, bom...
72.8K 2.8K 43
𝑆𝑛 𝑛𝑜 𝑚𝑢𝑛𝑑𝑜 𝑑𝑒 𝑱𝑱𝑲, 𝐵𝑜𝑎 𝑙𝑒𝑖𝑡𝑢𝑟𝑎ఌ︎ 𝑷𝒆𝒅𝒊𝒅𝒐𝒔 𝒂𝒃𝒆𝒓𝒕𝒐𝒔 (✓) _ _ 𝑇𝑒𝑟𝑎́ 𝑣𝑒𝑧 𝑒 𝑜𝑢𝑡𝑟𝑎 𝐻𝑜𝑡 𝑜𝑢 𝑚𝑖𝑛𝑖 ℎ...
20.2K 1.9K 54
são só imagines da Deusa Paola Carosella