Capítulo 17 - A Lua Vermelha

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— Como descobriu que Serena me contou? — Perguntou Zara curiosamente enquanto observava Serena e a outra criatura comer algumas frutinhas.

— Você é uma pessoa fácil de se ler. 

De braços cruzados, Kane encarava a estranha que estava com eles há pouco tempo. Não sabia ao certo, mas algo nela parecia familiar. 

— Como você acha que eu sei de tantas coisas? — Perguntou do nada, fazendo Zara a encarar. — O livro me ajuda, claro, minha experiências também facilitam. Não existe plantas mágicas que curam em segundos. Ainda mais daquela forma. Eles estavam detonados, e da noite para o dia, aparecem em perfeito estado. Disposto a percorrer uma longa caminhada.

A Capitã manteve aquilo por muito tempo em segredo, por não saber como agiriam com a notícia. Sempre foi assim, uma jovem atrevida e com sonhos de desbravar o desconhecido. Constantemente fora incentivada pelos seus pais de ser o que quisesse ser. E assim Kane cresceu, mesmo sendo a protegida do porto, vivia arrumando confusões com o pequeno comercio que havia no local, ela era uma menina incrivelmente única.

Após seu a aniversário de 16 anos, decidiu navegar para Prestt, a ilha próxima ao porto. A viagem foi tranquila, navegou rumo a vila e lá encontrou seus amigos onde se divertiam como podiam. A volta não foi tão pacífico assim. Um ser místico na qual nunca havia visto na vida, emergiu do mar e lhe entregou algo parecido com uma pequena pedra em forma de concha do mar, definitivamente aquela seria a coisa mais estranha que havia presenciado. Até aquele momento.

Chegando ao porto ainda que sua têmporas mostrassem confusão, não se preocupou em ir para casa, passou reto para o local onde seu pai trabalhava nas finanças e contara o quão estranho tivera sido seu dia. Seu pai escutou atentamente e se prendeu a cada detalhe que a adolescente havia lhe contado. Naquele momento, seu coração batia como se estivesse fugindo a pé por piratas armados. Não sabia o que faria se algo grave tivesse acontecido a sua filha. Suas mãos foram de encontro a primogênita, tocando-lhe suas bochechas a fim de procurar por algum machucado. Mas nada parecia fora do normal. Bem, a não ser pelo ser que dissera ter encontrado. 

Seu pai desconversou, pediu para sua filha ir para casa e descansar. Afinal, tivera uma viagem exaustiva, e prometeu que quando voltasse para casa, teriam uma conversa sobre tudo o que aconteceu. O dono do porto pegou o objeto na qual sua filha havia lhe mostrado, colocou no chão, e pisou o quebrando em várias partes. Aquilo era um aviso. Um aviso de que as coisas começariam a mudar na sua família. Se direcionou para a grande prateleira e dali retirou um mapa. O lugar que ele disse jamais pisar, mas como a curiosidade é um ser maligno que suga cada parte de seu corpo, a fim de fazer algo que mesmo sabendo que é errado, você o faz. Por que a curiosidade é basicamente isto. É perigoso em certos casos. 

Casos estes que principalmente, quando as lendas se tornam mais reais do que nunca.

Tomado pela curiosidade, o rapaz do porto se deixou levar pela ganância de conseguir algo de valioso daquele lugar em que poucas pessoas ousavam em entrar. Tudo parecia ameno, mas uma coisa o deixou intrigado. Como era possível sentir o cheio do mar sendo que estava muito longe? Entrando cada vez mais fundo pelo interior das rochas, um brilho resplandecia por meio as curvas rochosas das pedras, era lá que estraria o que procurara. Continuou em passos precisos e calculados, a rocha era cheia de obstáculos e quando mais se aproximava, mais estreita ficava. A respiração começara a ficar desregulada por conta da pouca passagem de ar pelo local. Estava mais perto do que nunca de conseguir o tão sonhado ouro.

Se aproximou devagar e não acreditou no que seus olhos puderam ver. Passou a mão em seus olhos de modo que pudesse confirmar que aquilo não era um sonho. Se deixou olhar livremente pelo local e suspirou desacreditado. Eram barris de ouro, definitivamente era o maior tesouro que havia encontrado em toda sua existência até então, a sua frente estava todo a riqueza que quisesse e poderia pegar a vontade. A não ser pelo imenso brilho que vinha de uma pedra ao redor de um pequeno lago.  Ficou tão deslumbrado pela luminosidade que vinha em meio as pedras que mal conseguiria se contentar com aquele ouro. Ele queria tanto a pedra de cor esverdeada, que mal percebeu quando foi tocados por mãos infantis.

SERENA - O segredo das águas [HIATUS]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora