A escolhida

Von Ladycobblepot

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Natacha Reis não esperava participar de um concurso para ser fotógrafa oficial da seleção brasileira, muito m... Mehr

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23

Capítulo 6

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Von Ladycobblepot

Estava sendo uma tortura ter que esperar pela reposta de CBF e finalmente me retornaram, mais precisamente na quinta-feira. Me enviaram um e-mail e me ligaram para falar dos detalhes. Disseram que estão se preparando para a Copa América, mas antes terão mais dois amistosos para a seleção participar. Todos os membros da CBF se reunirão em um jantar no Rio de Janeiro, na sede da CBF, sexta à noite, como uma confraternização para acolher todos e celebrar mais uma etapa.

Me explicaram que eu deveria ir para o Rio na sexta, no voo das oito horas da manhã. Preciso levar todos os meus documentos e pertences para uma viagem de dois meses, aproximadamente. Não era necessário levar os meus equipamentos de fotografia, pois eu usaria os deles.

A viagem será bancada pela empresa, estava tudo reservado pela internet e eu só teria que dar o meu nome na companhia aérea. Esses e outros detalhes foram especificados e eu já estava mais que ansiosa.

As meninas combinaram de fazer uma festa de "Boa Viagem" para Cibelli na sexta-feira, mas depois de contar a novidade, elas decidiram fazer antes, para que pudessem se despedirem de nós duas. A festa será na casa da Jackeline e fui para lá às sete horas para ajudá-la com a organização da casa.  

— Olha só quem chegou! — Exclama Jack quando Nick e Henrique se aproximam com garrafas de vinho.

Escolheram fazer uma social, com pizza e sorvete. Eu trouxe alguns sabores de sorvetes, enquanto a Cibelli traria mais alguns e os outros pagariam as pizzas. Pelo visto Nick e Henrique ficaram com as bebidas.

Jack corre para os braços de Henrique, o cumprimentando com beijo e abraço. Nick vem em minha direção, na intenção de receber a mesma recepção. Ele me envolve em seus braços e me dá um beijo demorado.

— Como vai, fotógrafa da CBF? — Ele pergunta com um sorriso nos lábios.

— Muito feliz e ansiosa. — Sorrio.

— Também estou feliz por você, baby. — Nick me dá um selinho. — Mas eu espero que não me troque por aqueles jogadores. Sou escorpiano e não suporto traição. — Diz sério, me encarando.

O encaro de volta, sem palavras. Não que meu plano seja ficar com um jogador de futebol, até porque todos são casados, pelo menos os que eu gosto. Mas penso na questão da traição, ele está apegado a mim e espera que tenhamos um relacionamento sério. Eu até poderia namorar o Nick, mas eu não o amo e pode ser que eu ame outra pessoa no futuro. Ser libriana não é fácil, essas indecisões acabam comigo.

— Gente, vou pedir as pizzas. Me passem os sabores que vocês querem. — Diz Jack, me trazendo de volta à realidade.

— Eu vou querer o de sempre. Uma de frango com catupiry e uma de brócolis. — Respondo.

— Pede uma de quatro queijos e outra mussarela também. — Nick faz seu pedido.

Assim que nós dois fizemos os nossos pedidos, nos afastamos de todos e ficamos na varanda.

— Preciso falar com você. — Digo finalmente.

— Beleza. O que houve?

— Nick, nada mudou em relação a nós. Continuo tendo dúvidas e não sei se já é hora de ter um relacionamento sério. Ainda mais agora que eu tenho que viajar, vou estar muito ocupada com o trabalho e isso vai atrapalhar o nosso relacionamento. Eu sei que você é uma pessoa decidida e já sabe o que quer comigo, mas eu não acho certo ter algo sem sentimentos. Eu não consigo fazer isso, não me entrego por completo e a chance de te trocar vai ser grande.

— O quê?! — Exclama perplexo. — Que conversa é essa? Até agora estava tudo bem, foi só ser contratada pela CBF que já mudou de ideia. Então o seu plano é ficar com um jogador, é isso?

— Não! Eu só estou dizendo que não tenho certeza se daria certo namorarmos. Que absurdo, Nicholas, dizer que eu estou planejando esse tipo de coisa, eu não sou assim e você já deveria saber! Como pode pensar isso?

— Porque é o que parece, Natacha! Dias atrás você aceitou me conhecer melhor, deu uma chance para a gente se curtir e agora está dando para trás! Não dá para pensar em alguma outra hipótese. É por causa do seu novo emprego.

— Você não entende. Estar com você é ótimo, você é uma pessoa incrível, mas falta sentimento. Eu só consigo me entregar por amor. Nossa atração e nossa química é nítida, sei disso, mas só é bom na hora e olha que nem fizemos nada demais ainda. Toda vez que a gente fica, todas as vezes que nos beijamos e tal, eu me arrependo quando estou sozinha com meus pensamentos. — Confesso.

— Eu ainda acho que você está tentando se justificar só para me descartar. Para eu deixar o caminho livre para outro. Seja sincera comigo!

— Eu estou sendo! — Exclamo. — Acredite no que quiser, se não quer acreditar em mim, o problema é seu. Estou sendo honesta com você. — O deixo sozinho e entro na casa, me juntando aos demais que estavam conversando.

— Gêmea, pedimos as pizzas e dentro de duas horas ficarão prontas. — Jack me avisa.

— Nossa, vai demorar. — Resmungo.

— Então, estávamos aqui pensando em ver um filme. Talvez um dos clássicos, uma comédia. — Diz Jackeline.

— Menos terror porque a senhora não gosta. — Disse Mônica que havia chego com o namorado minutos atrás.

Nicholas volta para a sala, meio sério. Talvez esteja um pouco pensativo e chateado, só espero que não esteja planejando o meu funeral.

O pessoal decide assistir "Velozes e Furiosos" para esperar a pizza chegar e tudo o que eu conseguia pensar era na viagem de amanhã. Fiz minhas malas, com tudo o que eu achava necessário levar. Agora penso em como será essa viagem, se vai ser boa ou ruim, se vou gostar das pessoas e do trabalho e se vão gostar de mim.

Nicholas estava sentado ao meu lado, ora vendo o filme, ora olhando para mim. Pelo visto ele continua pensativo. Tento fingir que não estou percebendo nada e presto atenção no filme.

A pizza chegou quando o filme estava quase no final. Ajudo o pessoal a pegar as pizzas e Nicholas pega a bebida e os copos. Colocamos tudo na mesa de centro da sala e Jack corta todas as pizzas, para facilitar na hora de comer já que não pegamos talheres.

Assim que o filme acabou, fizemos uma roda de conversa enquanto comíamos e bebíamos. Começaram perguntando sobre a carreira de modelo de Mônica.

— Segunda-feira vou fazer meu primeiro ensaio fotográfico. — Responde animada.

— Que ótimo! Você vai arrasar, já está acostumada a posar para fotos. — Digo.

— Graças a você que me preparou. — Responde ela.

— E vocês duas? — Jack se dirige a Cibelli e a mim. — Estão ansiosas para a viagem?

— Bom, a minha será apenas na segunda, então quero aproveitar o máximo de tempo possível com as pessoas que eu amo. — Responde Cibelli, olhando para o seu namorado — E ainda tenho tempo de organizar tudo, mas estou muito ansiosa. Amo viajar, principalmente para lugares como NEW YORK. — Ela dá ênfase no nome da cidade.

— E eu estou cheia de expectativas e ansiedade. — Confesso — Não sei como vai ser e fico pensando nas possibilidades. Só quero aproveitar a oportunidade e gostar do serviço. Também quero que gostem de mim, me preocupo muito com o clima do ambiente de trabalho.

— Calma, amiga, vai dar tudo certo. — Cibelli diz amigavelmente.

Passamos mais um tempo conversando até percebermos que estava ficando tarde. Preciso ir embora para conseguir acordar cedo amanhã. Henrique foi o único que decidiu ficar mais um pouco, enquanto os outros se despediram e foram embora. Nick me acompanhou até a saída e se despediu de seu irmão e de Jack.

— Ei. — Me chama enquanto eu ia até meu carro.

— Oi. — Digo, olhando para ele.

— Nós poderíamos ser amigos coloridos. — Sugere.

— O quê? Você não serve para ter uma amizade colorida. E acho que nem eu.

— Mas é claro que servimos! — Protesta — Eu já tive algumas e deu certo. Só não tenho mais porque umas casaram, outras namoram atualmente e tem aquelas que eu simplesmente enjoei. Já te disse para não me julgar apenas pelo signo. — Ele chega mais perto de mim — Seremos amigos que se pegam, sem pressão, sem precisar amar verdadeiramente. Até porque amizade sempre fica, mesmo que conheça outros caras, nenhum deles ficarão, são passageiros. Enquanto o amigo vai continuar aqui, para o que der e vier.

Olho para Nick, pasma com sua proposta.

— Não vai dar certo, um de nós vai querer exclusividade em algum momento.

— Se esse momento chegar, a gente conversa e resolve. Pense no agora, eu quero ficar com você não importa como. E você não está pronta para um relacionamento sério comigo. Eu refleti a respeito e essa foi a única solução que encontrei. Você topa ou não?

Fico um minuto em silêncio, refletindo.

— Tá. — Digo finalmente — Mas se eu disser que não quero mais, terá que respeitar minha decisão.

— Como quiser. — Concorda sorrindo.

— Certo. Agora eu tenho que ir, não posso dormir tarde hoje.

— Mas eu quero me despedir primeiro. Me despedir direito. — Ele me puxa para perto de si e beija meus lábios intensamente. Correspondo seu beijo com a mesma intensidade.

Nick me encosta no carro, pressionando seu corpo ao meu. Ele pega no meu cabelo e me prende em mais um beijo, logo após pararmos para respirar. O segundo beijo era ainda mais envolvente.

— Boa viagem, amiga colorida. — Ele pisca para mim, abrindo mais um de seus sorrisos maliciosos.

— Obrigada, amigo colorido. — Rio.

* * *

A manhã foi corrida. Tive que acordar cedo, me arrumar e tomar café. Por sorte eu havia deixado tudo pronto para a viagem, pois quando se organiza uma viagem, tudo deve ser preparado com antecedência, até mesmo as malas. Cheguei no aeroporto meia hora antes e as oito horas em ponto o avião decolou, partindo rumo ao Rio de Janeiro.

Dentro de uma hora o avião pousou no aeroporto do Rio. Um rapaz segurava uma placa escrita "Natacha – CBF", indicando que ele era a pessoa que a CBF enviou para me buscar. Me aproximo dele, sorrindo simpaticamente.

— Bom dia, eu sou a Natacha.

— Bom dia, Natacha. — Ele me cumprimenta com um aperto de mão, gentilmente. — Eu me chamo Isaac e sou assessor do Felipe Vieira, diretor de Marketing da CBF. Vim acompanhá-la e mostrar tudo.

— Ah sim, é um prazer conhecê-lo, Isaac. — Aperto sua mão.

O acompanho até um BMW do ano e ele me apresenta ao motorista, Diogo. Em seguida, vamos direto para a sede.

— Diogo, cuide dos pertences da Natacha. Vamos para o hotel depois. — Diz Isaac.

— Pode deixar. — Diogo assente.

Chegando na sede, Isaac faz um tour comigo, apresentando o lugar e as pessoas, que eram muito simpáticas. Tento conter toda a minha animação. A sede da CBF é maravilhosa, com muita luz e decoração impecável.

— Bom, aos poucos você vai conhecendo tudo. Vamos ao RH.

Passamos por um corredor e subimos um lance de escadas. Entramos no setor de RH e uma moça chamada Jéssica me atende. Ela recolhe minha carteira de trabalho e tira cópias dos meus documentos. Também pega os dados da minha conta bancária.

— Está tudo certo. Quando assinarem a sua carteira, eu a devolvo para você. Pode ficar tranquila que não demora muito, até porque em menos de dois meses você vai voltar para a cidade em que reside. — Explica — Sua contratação não tem tempo determinado, portanto você trabalha nos eventos esportivos especificados pela CBF. Acredito que, você será exclusiva dos eventos esportivos que envolvam a seleção principal masculina. Se quiser entender melhor, pode ler a cópia do seu contrato e se caso houver dúvidas a respeito é só vir aqui.

Assino os dois contratos, a minha via e a deles. Depois, Isaac me leva até uma grande sala de fotografia, onde o fotógrafo da CBF, Lucas Figueiredo, estava ajustando os equipamentos.

— Bom dia, Lucas. — Isaac o cumprimenta — Essa é Natacha, sua nova colega de trabalho.

— Então você é a famosa Natacha? Eu os ajudei a escolher e você foi fantástica em todas as etapas. Parabéns. — Ele estende a mão para mim e eu a aperto.

— Muito obrigada. — Agradeço com um sorriso envergonhado.

— Temos que ir ao hotel, porque os jogadores estão para chegar e temos que gravar a chegada de cada um deles. Alguns já chegaram ontem, mas ainda falta. Amanhã iremos realizar um ensaio fotográfico com eles, então aproveite o jantar de hoje, descanse, pois amanhã começam os trabalhos e eu vou ensinar tudo, pode ficar tranquila. — Lucas sorri.

— Então vamos. Preciso acompanhar Natacha até se instalar no hotel. Não podemos demorar. — Diz Isaac.

No hotel — Um hotel luxuoso e deslumbrante — Isaac me levou até meu quarto, que na verdade era uma suíte tão luxuosa quanto o restante do hotel, e um dos funcionários trouxe as minhas malas. Como não tínhamos muito tempo, tive que deixar minhas coisas e rapidamente descer até o hall do hotel.

— Agora você ficará com o Lucas. Preciso voltar para a sede, até mais. — Isaac se despede.

Lucas me entrega uma câmera e diz que era para registrar, em vídeo, a chegada dos jogadores. Quarenta minutos depois, uma van estaciona em frente ao hotel. O primeiro a sair é Philippe Coutinho.

Não posso surtar. Se segura, Natacha. — Penso.

Gravo tudo, concentrada. Ou pelo menos tentando me concentrar.

O segundo a descer foi o Thiago Silva, outro que eu adoro. Continuo tentando manter o foco. Pelo menos eles são os únicos que eu acho bonito. Olho para a porta da van e vejo que havia me esquecido do mais lindo de todos, o goleiro Alisson. Ele passa por todos e cumprimenta as pessoas que estavam ali, para receber os jogadores. Gravo os meninos dando autógrafos e volto a câmera para a van.

Depois do goleiro, é a vez do Gabriel Jesus e Daniel Alves. Eles estavam bem animados e deram vários autógrafos. E por último, Casemiro, que também estava bastante animado. Gravo tudo da melhor forma possível para não perder a qualidade, enquanto Lucas tirava fotos.

— Bom, agora só falta mais uma van. Depois terá uma coletiva e vamos participar para registrar tudo. — Explica — Mal chegou e já começou trabalhando, que falta de sorte. — Ele ri com bom humor. — Mas podemos ir almoçar. Vai demorar algumas horas para eles chegarem.

Balanço a cabeça assentindo.

Lucas me leva ao restaurante do hotel. Peço duas panquecas recheadas de carne moída e salada de alface, algo bem simples, mas delicioso.

— Como vai ser esse jantar? — Questiono.

— É muito simples, na verdade. Toda a equipe vai se reunir e jantar, enquanto os jogadores fazem algumas brincadeiras com os novatos, aqueles que nunca foram convocados ou que estão na seleção há pouco tempo.

— Ah sim, é tipo o trote que todos os novatos têm que participar.

— Exato. Mas é muito engraçado assistir. Teremos que gravar algumas partes também, mas depois somos liberados para comer. — Explica Lucas.

Depois de almoçarmos, nos reunimos com o resto da equipe, que estavam preparando o salão para a coletiva. Não sei quem serão os entrevistados, mas tenho certeza de que não é Neymar. Ele já está hospedado desde quarta-feira e fez uma coletiva no mesmo dia.

— Eles estão chegando. Vamos. — Diz Lucas, me conduzindo até o hall do hotel.

Em alguns minutos, mais uma van estaciona e os jogadores descem. Gravo a chegada de todos eles, mas eu não conhecia nenhum. Onde estão Cássio e Fagner?

— Cássio e Fagner não vem? — Pergunto assim que terminamos.

— Eles chegaram ontem a noite. — Reponde Lucas. — Você torce para o Corinthians?

— Sim. — Respondo sorrindo. — Espero que pelo menos o Fagner entre em campo.

— Pode ser que sim. Mas o Cássio eu acho difícil.

— Sim, o Alisson é o titular. Mas eu gosto dele também, só quero a taça da Copa América.

— Que legal, você é ligada em futebol.

Sorrio.

Seguimos dois jogadores até o salão da coletiva. Pelo visto eles serão os entrevistados.

— Agora eu gravo e você fotografa. — Diz Lucas.

— Ok. — Assinto. — Quem são eles? — Pergunto, olhando discretamente para o jogador tatuado com um cabelo diferente. 

— Lucas Paquetá e Everton. — Responde Lucas.

— Ah tá. Não os conhecia.

— Eles são novos na seleção. É a segunda vez do Everton, ele jogou no amistoso ano passado. Está jogando esse ano também, vai participar dos dois amistosos antes da Copa América.

Me posiciono e começo a fotografar tudo, principalmente os dois jogadores porque são o foco no momento. Jornalistas faziam várias perguntas e eles respondiam seriamente, apenas uma vez ou outra que eles abriam um sorriso leve. Faço o melhor que posso para tirar excelentes fotos.

Não demorou muito para acabar a coletiva e assim que terminou, os jornalistas saíram e em seguida os jogadores, restando apenas os fotógrafos para recolher os equipamentos. Ajudo Lucas a pegar tudo e depois entrego minha câmera.

— Hoje eu vou cuidar das fotos e vídeos. Farei as edições e enviarei para a equipe que cuida do site da CBF, para publicá-las. Mas a partir de amanhã, você cuidará de todo o seu material e vai ajudar na divulgação e publicações da CBF nas redes sociais. — Diz calmamente. 

— Então eu também serei encarregada de cuidar da divulgação nas redes sociais? — Pergunto um pouco animada. 

— Sim, a CBF precisa inovar, mostrar mais a seleção e tal. Vai ser bom aumentar o time. — Explica — Já pode ir se quiser. Nos encontraremos no salão de jantar, que estará reservado para a CBF às sete horas.

— Pode deixar, estarei lá. — Respondo.

Pego o elevador e vou para o meu quarto. Encontro um dos jogadores no mesmo andar que o meu. Acho que é o Everton. Passo por ele e procuro meu quarto, o corredor é bem grande e não estou acostumada a ficar em hotéis, ainda mais em hotéis sofisticados.

Finalmente consigo encontrar minha suíte, que pelo visto ficava a cinco quartos de distância de Everton. Ele também havia acabado de localizar sua suíte. Entro e vou direto para o banheiro. Fico admirada com o tamanho do banheiro, e com a banheira enorme inclusa.

Aproveito para preparar um bom banho de banheira. Coloco sais de banho e espero a água encher toda a banheira. Assim que fica pronta, entro nela, me deliciando com a água relaxante.

Após um longo banho, me deito um pouco para descansar. Ligo a Tv de 65 polegadas e assisto alguns episódios de "Supernatural", até dar a hora de me arrumar para o jantar. Visto a camisa da CBF, uma calça jeans preta e um tênis Vizzano. Tranco a porta e vou em direção ao elevador.

Chego no salão com dez minutos de antecedência e sou elogiada por Lucas. A equipe estava arrumando as câmeras e o cheiro delicioso de comida pairava no ar, me deixando com fome. Os jogadores chegaram às sete e meia, aos poucos. O jantar oficial estava marcado para às oito.

Esse monte de pessoas, jogadores para ser mais específica, me deixam nervosa. Ainda mais quando percebo que estão olhando para mim. Ou seria apenas impressão e paranoia de minha parte?

Lucas e eu gravamos um clipe do jantar. Registramos tudo para depois editar e deixar as melhores partes. Eles riam o tempo todo, brincavam uns com os outros, um clima divertido e agradável. Todos apoiavam Neymar, com sua chegada para a competição, e estavam otimistas. Eu particularmente acho que Tite deveria fazer algumas mudanças, desde a Copa do Mundo essa seleção não nos trouxe nenhuma alegria. Espero que haja mudanças e melhoras dessa vez.

— Pronto, acho que já está ótimo. Podemos jantar agora. — Avisa Lucas.

Nos servimos de purê de batata, salada de alface com tomate e filé de frango empanado. Sentamos a uma mesa afastada, pois as outras estavam todas ocupadas. Mas  nos dava uma ampla vista, conseguíamos observar tudo e todos dali. Fico olhando para os jogadores, algumas vezes enquanto fazia o meu trabalho, percebi que alguns me olhavam, talvez por eu ser nova na equipe, ou era algo da minha cabeça. Espero que sim porque sou muito tímida e homens me deixam nervosa.

— Eu vi alguns deles te observando discretamente. — Comenta Lucas ao meu lado.

— O quê? Deve ter sido impressão sua.

— Eu entendo os homens, até porque sou um. E eu tenho certeza que eles estavam olhando para você, incluindo na hora em que foi fazer seu prato.

— Ai, que vergonha. Por que está me dizendo isso? — Murmuro.

— Porque somos colegas de trabalho agora. Gosto de fazer amizade com as pessoas com quem eu trabalho. — Diz num tom de voz baixo — Mas pode ficar tranquila que eles admiram as mulheres com respeito. São profissionais também.

— Entendo. Mas será que eu fiz algo de errado? Sou uma piada para eles? Eu não quero sofrer bullying no meu trabalho. Já sofri demais na escola e não tenho idade para isso.

— Calma. Com certeza não é isso. Pelo que reparei eles gostaram de você e comentaram entre si. Se quiser, eu posso descobrir para te deixar mais tranquila. Só não vai discutir com ninguém.

— Tenho até medo de saber, mas sou curiosa. Pode deixar que não farei nada.

Quando o jantar terminou, os jogadores saíram do salão e foram descansar, pois no dia seguinte terão que se reunir com Tite logo pela manhã, para falarem das estratégias de jogo e repassarem o cronograma. Outros membros da CBF também se retiraram, enquanto a equipe de filmagem ficou.

— Consegui coletar informações. — Diz Lucas, enquanto eu guardava os equipamentos.

— Ai meu Deus. O que descobriu?

— Eles estavam se perguntando se você é solteira e se é daqui do Rio. Contei para eles que veio de São Paulo e passou no processo seletivo, para ser fotógrafa da CBF. Disse que não sabia informar o seu estado civil e que deveriam te perguntar pessoalmente. Mas relaxa, eles sempre fazem esse tipo de pergunta quando acham uma mulher bonita.

Me acham bonita? Estão todos bêbados.

— Eu nem sou bonita. — Rebato — Mas não importa. Só estavam conversando mesmo. Não é nada de mais. 

— É, mas a maioria deles diziam para o Neymar investir. — Conta.

— O quê? Isso é um absurdo. Eu trabalho com eles praticamente. — Digo surpresa.

— Como se isso fosse importante. Ninguém interfere no trabalho de ninguém, apenas nossos superiores, mas ninguém se importa com a vida pessoal das pessoas, nem mesmo em seus relacionamentos. Contanto que isso não interfira no trabalho, ou no desempenho dos jogadores.

— Mesmo assim, isso é loucura. Com tanta mulher linda nesse mundo, como Bruna Marquezine, nunca que ele vai se interessar por mim. Enfim, terminamos, posso ir?

— Pode sim, boa noite. E... não pense que você é inferior ou menos bonita, está muito enganada. — Completa Lucas. — Bom descanso.

— Obrigada, igualmente.

Volto para a minha suíte e envio um áudio, resumindo todo o meu dia para as minhas amigas.

Ai, o Everton chegou ao hotel hoje? Fiquei feliz por ele ter sido convocado. Ele joga no Grêmio e é um dos melhores. Destaque do time.

Deborah, 22h45.


Cuidado, gêmea. Neymar não presta e com ele vem toda a mídia no combo. Isso pode te prejudicar no trabalho. Ele é o único jogador problema, deve ser por isso que só ele está solteiro.

Jackeline, 22h45.


Sem contar que se comparar ele com o Nick, Neymar perde feio. Então não vamos aceitar você trocar um boy incrível como o Nick, por um jogador Chernobyl.

Mas o Everton está solteiro...eu acho. Nunca mencionou e nem postou nada. Ele sim é uma pessoa maravilhosa.

Deborah, 22h46.


Ai, pega todo mundo mesmo. Você é livre e desimpedida, vai que é sua.

Mônica, 22h 46.


Que horror! A Jackeline e a Deborah estão certas. Neymar não, é fria.

Cuidado com esses jogadores, amiga. Como a Jack disse, isso pode te prejudicar no trabalho.

Verônica, 22h 48.


Neymar! Que loucura!

Mas é uma pena que não presta.

Cibelli, 22h 48.


Fiquem tranquilas, meninas. Eu não vou me envolver com ele, nem com outro jogador, até porque todos os outros são casados. Não quero encrenca e farei o que for possível para aproveitar essa oportunidade na CBF.

Não quero ninguém, quero paz.

Agora eu vou dormir. Boa noite, suas lindas!

Eu, 22h 50.


Me deito na cama extremamente confortável do hotel e pego no sono rapidamente, por conta do dia exaustivo que tive. E era só o início. 

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