Quando vocês ficarem irados, não pequem. Acalmem a sua ira antes que o sol se ponha e não deem lugar ao diabo. (Efésios: 4.26-27)
Bruno não conseguia assimilar o que estava acontecendo com sua vida, mas de uma coisa tinha certeza, existia uma culpada, Jaqueline, a mulher que influenciou Melissa a continuar com essa gravidez, ele já tinha ouvido barbaridades sobre ela, mas pensava que era apenas especulações, no entanto, agora tudo começou a fazer sentido.
Primeira coisa que Bruno fez ao chegar em casa, foi tomar um banho depois da chuva que tomará, depois pegou o computador e começou a pesquisar sobre a vida da sua pior inimiga, então as notícias começaram a surgir instantaneamente.
MODELO SOCIALITE É PEGA AOS FLAGRAS COM UM EMPRESÁRIO FAMOSO SAINDO DE UMA BOATE AOS BEIJOS. LOGO DEPOIS DE SE DIVORCIAR DO SEU EX MARIDO TAMBÉM EMPRESÁRIO RICARDO SANCHEZ.
MODELO JAQUELINE É MOTIVO DE PIVÔ DE SEPARAÇÃO DA MODELO PAOLA E SEU NAMORADO.
JAQUELINE MAIS UMA VEZ ESTÁ ENVOLVIDA EM ESCÂNDALOS, DESSA VEZ CHOCOU O MUNDO DA FAMA AO COMPARECER EM UM EVENTO IMPORTANTE TOTALMENTE BÊBADA E DROGADA.
PARECE QUE HOUVE UMA BRIGA ENTRE MODELOS PARA NOVA CAMPANHA, AO QUE TUDO INDICA JAQUELINE NÃO ACEITOU SER TROCADA DE ÚLTIMA HORA. E AMBAS SE ATACARAM NOS BASTIDORES.
MAIS UMA VEZ A MODELO JAQUELINE FOI FLAGRADA COM UM HOMEM MISTERIOSO E DESSA VEZ É UM MODELO. AINDA NÃO SABEMOS QUEM É O GALÃ, MAS LOGO VAMOS DESCOBRIR.
JAQUELINE ESTÁ ACUSANDO UM FÃ E EX NAMORADO DE PERSEGUIÇÃO E VIOLÊNCIA DOMÊSTICA. ELA DIZ QUE Ele A TEM PERSEGUIDO E INVADIDO SUA PRIVACIDADE ...
Bruno riu da última notícia, o que ela esperava? Com certeza era um dos milhares de homens á quais ela usava, a maioria das noticia inclui-a escândalos, homens, drogas, festas, brigas, e ele não conseguia entender como uma mulher dessa conseguia ser referência no mundo da moda? Claro era linda, mas de caráter questionavel, totalmente diferente da Melissa, que tinha seus defeitos, mas não passava os outros para trás.
Dando continuidade as pesquisas, Bruno descobriu que Jaqueline tinha muitos inimigos, e isso poderia ser interessante. Também notou que a mídia está atrás dela a todo custo, e nem eles acreditam na sua conversão, apenas pessoas sensatas, afinal, ninguém mudará da noite para o dia, e ele fará questão de provar isso da pior maneira possível, só restava saber como.
Com as pálpebras pesadas, ele deixou o aparelho de lado, deitou na cama e abraçou a almofada, tudo seria tão diferente se ela estivesse aqui, porque Melissa tinha que ser tão teimosa? Porque simplesmente não escolheu se salvar?
A semana passou lentamente, e a situação do Bruno continuava a mesma, ele havia desistido de ser professor, não conseguia lidar com adolescentes a flor da pele, afinal tudo lembrava Melissa, as poucas vezes que ser forçava sair de casa, era para visitar sua avó doente, a única pessoa que lhe restava na vida, e a criança a qual ele custava rejeitar.
Nesta semana, Bruno não foi visita lá, evitando o máximo possível de olhar para causa da sua dor, ver aquele pequeno ser, é como ver o motivo por Melissa estar morta, e por consequência encarar o verdadeiro responsável, ele mesmo. Sabia que Talita e Ricardo conseguiria amá-la, ao contrário dele.
Mas, seus dias de sossego chegaram ao fim, e foi sua melhor amiga quem o despertou para seu pior pesadelo.
__ Bruno Acorda! Hoje é o dia do seu casamento. - Puxou o cobertor que estava em cima dele o fazendo resmungar.
__ Me deixa dormir. - Se virou do outro lado da cama.
__ Bruno, o noivo não se atrasa esqueceu? Já está na hora de acordar para realidade, olha essa casa? Que bagunça, Ricardo surtaria se visse tudo isso. Vá fazer sua barba. - Ele forçou a abrir os olhos se deparando com a Talita o encarando com os olhos estreitos e cara de poucos amigos.
__ Só vou aceitar esse casamento Ridículo pela Melissa, vou logo avisando. - Apontou o dedo para ela advertindo.
___O motivo não interessa, apenas vá, Yuri está na sala. - Ele rolou os olhos. Depois da morte da Melissa , Bruno e Yuri se aproximaram bastante, se tornando grandes amigos, no entanto, ele não entendia o porquê Yuri defendia tanto aquela interesseira, se ele não conhece-se a história dele com a Fanny, acharia que os dois tem um caso escondido.
Ainda cambaleando, Bruno foi até o banheiro tomar sua ducha, agora começaria a vingança, Jaqueline vai se arrepender de entrar na sua vida.
Depois de fazer a limpeza completa, incluindo barba e cabelo, Bruno vestiu o terno e a gravata, encarou se no espelho e sentiu o gosto amargo subir na garganta, enojado era como se sentia pelo que estava preste a fazer, mas era necessário, no final Melissa iria agradecer de ter livrado sua família de um encosto.
Suas olheiras ainda continuavam visíveis, noites mal dormidas, pensamentos inquietantes o assolava, entretanto, parecia bem apresentável.
__ Agora sim parece gente. - Yuri se levantou o cumprimentando.
__ Muito engraçado. Vamos fazer essa loucura logo, antes que eu acabe mudando de ideia. - Afirmou recebendo um olhar feio do próprio amigo.
No carro, Bruno se sentia mais nervoso que o comum, mesmo tudo se tratando de um jogo, ele não poderia ocultar o fato que passaria mais de um ano junto com aquela mulher, claro que sua torcida seria para que ela revelasse quem era e caísse sua máscara antes do contrato acabar. Todavia, uma mulher articulosa como Jaqueline não vai se deixar vencer tão fácil.
Minutos depois, Yuri estacionou o carro em frente ao cartório.
__ Irônico, parece que estou revivendo minha situação com a Fanny, quando casei-me com ela, e depois de ficar sem memória eu a odiava, e olha onde estamos agora. - Batucou no volante, Bruno sabia o que o amigo estava insinuando, no entanto isso jamais aconteceria com ele, porque ao contrário do Yuri, ele tinha memória o suficiente para saber que Jaqueline jamais será a mulher que ele Ama. Porque essa mulher já estáva morta.
__ Você sempre amou a Fanny, diferente de mim, que a única coisa que sinto por aquela mulher é indiferença. Sei o que todos esperam que vá acontecer um milagre, e que vou me apaixonar por ela, mas desde já, digo suas esperanças estão totalmente equivocadas. - Bruno lançou um olhar de solai-o para Yuri descendo do carro, o deixando ainda mais preocupado com a irmã.
Bruno entrou no local, e para sua surpresa Jaqueline já estava lá, ele se quer sustentou mais que dois segundos o olhar na sua direção, mas foi o suficiente para perceber que jamais chegariam aos pés de Melissa, mesmo com toda sua elegância e beleza, Jaqueline nunca terá a pureza e doçura da sua amada noiva.
Jaqueline levantou ajeitando o vestido não muito satisfeita com a reação do Bruno ao vê-la, seu olhar de desprezo mostrava que serão dias tortuosos, no entanto, se estava na chuva era para se molhar.
Sem jeito ela foi até seu lado , quando foi chamada para assinar os papéis, depois de ouvir todas as palavras e perguntas do juiz , eles finalmente assinaram o acordo de forma automática, como se fossem dois robôs, e não dois seres humanos se casando.
As testemunhas também fizeram seus papéis nesse teatro maluco.
__ Agora, vamos tirar uma foto dos noivos! - Sara gritou animada com a câmera na mão. E Jaqueline olhou para o Bruno no mesmo instante que se virou na sua direção, seus olhos se conectaram, e ambos desviaram com o desconforto. Poderia sentir um frio na sua barriga, que detonava o estresse de toda aquela situação. Jaqueline foi quem tomou atitude entrelaçando seus braços no dele.
Bruno se sentiu totalmente incomodado, era para ser Melissa estar ali, como ele odiava essa mulher, uma vigarista e aproveitadora.
__ Sorriam, Por favor. - Talita súplicou e ambos deram um sorriso falso. Assim que a foto é clicada Bruno se afastou bruscamente saindo para fora. Todos os convidados olharam confusos. Jaqueline tentou não se deixar afetar pelo momento importuno.
__ Você viu? Tinha faíscas saindo dos olhos dele. Esse rapaz me odeia. - Comentar nervosa com a Fanny.
___ Bruno é assim mesmo, mas não faria mal a uma mosca, fica tranquila. Acho que pior do que o Yuri foi comigo, jamais Bruno vai ser com você. Ele tem um coração bom, e por isso está tão ferido.
__ Deus te ouça! Porque ele está definitivamente me assustando.
__ Olha, Jaqueline com medo de alguém, essa é nova! - Ricardo como sempre não perderia a oportunidade de confrontá-la.
__ É modo de dizer. Sei lidar muito bem com situações inusitadas. -Se defendeu.
__ Essa era a resposta que queria ouvir. - Dá um Sorriso esperançoso.
Do outro lado, Bruno andava de um lado para outro inquieto, ele poderia jurar que se continuasse mais um segundo olhando para cara de sonsa daquela mulher, cometeria uma loucura.
___ Bruno ficou doido? Todos estão estranhando sua atitude. Você nem olha para Jaqueline. E nem se quer se beijaram. - Yuri tenta informá-lo.
__ Eu não a suporto! E tenho vontade de arrancar aquela máscara de boa moça a força. - Colocou a mão fechada na boca, andando de um lado para o outro.
__ Larga de ser infantil. Jaqueline não é essa carrasca que pensa. - Yuri o para bruscamente. __ Não cometa o mesmo erro que fiz com a Fanny. Não a julgue sem saber. - o fitou atentamente.
__ Não compara Fanny com aquela mulher. Está ofendendo sua esposa, cuidado, ou irei pensar que está interessado demais na 'socialite'. - Ele fechou a expressão imediatamente, Bruno era inflexível, e Yuri foi proibido pela Jaqueline de dizer a verdade.
__ Quer saber, pense o que quiser. Depois não diga que não avisei. - Saiu o deixando sozinho.
A festa terminou, Bruno não aceitou dançar com Jaqueline, de longe encostado na árvore ele observou quando Yuri a tirou para dançar, os dois estavam cheios de papinhos e risadinhas, como ela conseguia ser tão descarada? Será que Fanny não percebia que essa mulher estava tentando seduzir seu marido? Como todos não conseguem ver o que está diante dos seus olhos. Na hora de ambos entrar no carro para ir embora, Ricardo avisou que iria deixar a bebê três dias com ele, para que ambos pudessem se acostumar com a companhia um do outro. Como se isso fosse acontecer, pensou.
Jaqueline esperou Bruno abrir a porta do carro, o que não aconteceu. - Soltou o ar dos pulmões bufando e entrou.
___ Deveria ao menos disfarçar que me suporta, ser educado não vai cair sua mão. - Dirigiu a fala pela primeira vez diretamente com seu marido de fachada.
__ Desculpa, mas não estou acostumado a ser falso, hipocrisia não é meu forte. - Respondeu sem olhá-la girando a chave na ignição.
___ Hipócrita eu? essa é boa. - Comentou rindo nervosa consigo mesma. Ambos seguiram o percurso em total silêncio, Bruno planejando sua vingança e Jaqueline com medo do que viria depois.
Não demorou muito para chegar na casa a qual ele morava, Bruno desceu sem espera-la, obviamente que ela esperava essa reação, desceu em seguida com dificuldade, a casa era bem simples, o lugar tinha muitas pedras que dificultava andar de salto. Jaqueline foi com cuidado para não cair, depois pegaria sua mala de dentro do carro, mesmo precisando de ajuda não ousaria pedir a esse moleque inconstante. Quando finalmente entrou na casa, arregalou os olhos com a bagunça que estava, a quanto tempo ele não limpava aquele lugar? As celas da delegacia pareciam brilhantes perto daquela sujeira toda. Jaqueline se abaixou com cuidado desabotoando a sandália com medo de tropeçar, quando estava preste a desabotoar a outra, viu uma silhueta parada na sua frente.
Antes de levantar os olhos e perguntar o que raios ele fazia parado ali, sentiu agarra-la pelo seu braço a forçando a se levantar.
___O que está fazendo?- Gritou exasperada, o fitando assustada, principalmente por ele estar sem gravata e alguns botões da camisa aberto. - Ele sorriu de um jeito malicioso analisando o seu corpo de cima para baixo lhe causando calafrios por todo corpo.
__ Pronto, você conseguiu o que queria, vamos ver o que a sedutora Jaqueline é capaz de fazer agora que se tornou minha esposa. Quais são os dotes que usa para que todos os homens caírem aos seus pés? Anda, mostre ao seu marido. - Puxou seu corpo contra o seu a encarando nos olhos com suas pupilas azuis dilatadas e um sorriso debochado. Jaqueline sentiu a raiva percorrer em suas veias, que Deus de lhe paciência para suportar essa batalha, porque ser de força, ela vai tirar esse sorrisinho convencido desse petulante, na base do soco.