Os Quatro Amores

By RomanceLP

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Livro de antologias composto por histórias exclusivas de autores convidados! Desafiados a escrever sob inspi... More

Apresentação
TEMPORADA 1
Em Ótima Companhia, por @NaiaraAimee
Yes to Heaven, por @tempestfay
Para Descobrir o Amor, por @LygiaCSantiago
TEMPORADA 2
Desabrochar, por @AnaBeatrizMineu
1, 2, 3... ação, por @BiaDLima
Birthday, por @DiedraRoiz

Primeiro Encontro, por @lxleandro

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By RomanceLP

Frio na barriga acompanhado com a incerteza se estou bonita e preparada. De acordo com Gi, minha melhor amiga e responsável por agendar esse encontro, estou! Mas ela não conta. Diria que estou bonita até se me visse fantasiada de "It a Coisa". 

Ah, péssima hora pra lembrar da última fantasia que vesti no aniversário dela. Isso acabou com a minha autoestima. Um palhaço de minissaia não é sexy, mesmo com meia arrastão.

Mas, desta vez, nada de pintura branca no rosto, lábios bem marcados e dentadura falsa de dentes afastados. Hoje estou básica, maquiagem simples, no máximo um gloss para realçar minha boca. Revistas dizem que é importante parecer natural no primeiro encontro elevando o índice de sucesso, acarretando em um segundo encontro. E, sinceramente, não posso me dar o luxo de perder mais um pretendente.

Não que eu esteja desesperada, pois não estou. Apesar que meu vestido de noiva ainda está reservado, aguardando confirmação. Eles não fazem ideia de que o casamento foi desmarcado há dois meses, em um término bem dramático.

Gritos. Choro. E um celular quebrado na parede, ocasionando um enorme prejuízo para mim. O custo da argamassa e pintura está alto no país e eu não fazia ideia disso, do contrário tinha atirado o celular na janela, aí seria só preciso trocar o vidro, um insumo barato pelo que observei quando fui orçar o reparo na parede.

Não há maneira de lidar com a rejeição. Meu ex-noivo terminou tudo comigo de uma hora para a outra, o que me deixou bem confusa. Eu sempre fui o tipo perfeito de mulher. Não reclamava quando ele saía para jogar bola. Não brigava caso ele me deixasse esperando por ter se entretido com os amigos em um churrasco de última hora. Nem me incomodava de ser beijada por ele após o consumo de cravo, um hábito que eu detestava nele, mas, mesmo assim, meu sorriso branco sempre estava exposto, após uma tosse pelo odor forte.

No entanto, não fui suficiente. Ele precisava de mais. O que mais? Não sei até hoje. E dois meses se passaram. Lento demais. Vazio demais. Esperançoso demais. Sim, a esperança nunca me abandonou. Principalmente quando o interfone tocava, fazendo-me pular do sofá como uma louca e agarrar o aparelho sorrindo feito boba, e entoando um cumprimento apaixonado.

— Ah, sua pizza, moça. — Era quase sempre a mesma resposta, às vezes, trocada por lanche.

— Trouxe o refrigerante? Eu comprei a da promoção.

Mas hoje eu não quero pensar no passado, quero construir o meu futuro. Quero conhecer esse amigo que a Gi disse ser o máximo e, o mais importante, solteiro. Nesses dois meses baixei um aplicativo de encontros e só atrai homens casados, com fetiches estranhos ou jovens de dezoito anos querendo aprender coisas novas com anciãs. Sim, me chamaram disso e eu só tenho vinte e nove anos. Enfim, hoje quero dar uma virada na minha vida. Quero encontrar um homem real.

Chego no barzinho no centro da cidade, um grupo toca pagode em um palco, enquanto caminho até uma mesa de dois lugares que está vazia. Nosso almoço foi marcado paras às 13:00 horas e eu chego um pouco adiantado. Então, com uma pontualidade britânica, o rapaz aparece. Vestindo uma camiseta branca com os primeiro botões superiores abertos, um shorts bege escuro, com óculos de sol, um estilo casual para um encontro no sábado à tarde. Quando ele se aproxima, dou graças a Deus pela foto de seu perfil na internet ser bem fiel a realidade. E espero que ele não se incomode com a diferença entre a minha.

— Olá, Jaque... Posso te chamar assim? — diz ele, beijando-me no rosto.

— Claro, Ma. Ou te chamo de Maurício? — entoo sem graça.

E um placar eletrônico estala em minha mente. Menos um é a minha pontuação inicial. Homens não gostam de apelido. Eles querem ser chamados pelo nome, isso lhe dá uma significância.

— Pode me chamar da maneira que preferir — fala ele, pondo-se defronte a mim.

Eu molho os lábios com água e limão, a segunda desde que cheguei. Preferia estar bebendo cerveja, mas preciso passar uma boa impressão. Ficar bêbada na frente dele seria um mico, ou na frente de qualquer pessoa. Nunca fiz isso.

— A Gi me falou muito bem de você — proferiu ele levantando o dedo para o garçom. — Veterinária né?

— Sim — respondo. — Sempre fui apaixonada por animais. E você?

— Alergia a gatos e os cachorros geralmente me odeiam.

Menos dois, marca o placar. Deveria ter dito que fiz veterinária só pelo dinheiro ou pelo mercado em expansão. Sabe, as pessoas estão deixando de ir ao médico pra levar seus animais ao veterinário ou fazer aniversários caninos.

— Mas eu não tenho nenhum — digo rápido. — Vejo tantos na clínica que quando chego em casa só quero ficar sozinha.

— Legal. Eu também tenho momentos assim.

— E o que você faz?

— Sou psicólogo — responde ele.

Um silêncio na mesa, até o garçom finalmente enxergar aqueles dedos e vir em nossa direção. Ele pede cerveja e nós escolhemos os aperitivos. Ele escolhe na verdade, já que estou inclinada a comer qualquer coisa.

— Me fala um pouco mais de você, apesar que sei quase tudo — diz Maurício, depositando as mãos na mesa quadrada de madeira. — A Gi me contou tudo.

— Coisas boas né — entoo curiosa. Vou matar minha melhor amiga.

— Ótimas!

— Bom, não sou muito de falar sobre mim, entende. Mas posso tentar — digo, ficando com as bochechas quentes. — Sou veterinária. Amo o que faço. Sou uma boa filha, estudiosa e ótima na cozinha.

— Está contratada — brinca ele, pelo menos é o que eu acho. — Sério, Jaque, me fale sobre você. O seu íntimo.

Franzo o cenho, completamente, surpresa. Falar sobre mim. Sobre o meu íntimo. Tipo, higiene pessoal? Não posso falar que lavo calcinha no banho por gostar mais do odor do shampoo do que do amaciante. Isso é estranho, eu sei, mas ajuda contra a irritação da pele.

— Hãn, aí você me pegou.

— Você não se conhece? — brinca ele de novo, e só percebo isso por causa do seus lábios puxados no canto de sua boca. Uma linha fina, que forma covinha na bochecha.

— Claro que me conheço. É que, como te disse, não sou muito de falar sobre mim.

— Posso te ajudar. Como gosta do seu café?

Uma pergunta estranha, que hesito em responder. O que será que ele quer ouvir?

— Puro, sem açúcar — arrisco, melhor do que dizer que não gosto de café, preferindo leite com achocolatado.

— Eu gosto do meu com açúcar, ou só leite com achocolatado mesmo.

Uma batida forte no meu coração. Eu deveria ter dito a verdade, isso geraria uma sintonia. Nós dois tendo algo em comum. Posso voltar atrás, mas isso soaria como se eu estivesse tentando forçar uma barra "que é gostar de você, iê, Didididiê!" ... Droga! Meu pensamento se funde com a música.

— Gosta de pagode? — pergunta ele.

Tá, qual deve ser minha resposta. Foi ele quem marcou o lugar que é conhecido pelo som bem brasileiro, então minha resposta é óbvia.

— Adoro. Fico sambando sempre enquanto troco de roupa.

— Sério? Quer ir lá dançar? — indaga ele, apontando para dois casais se mexendo no ritmo do pandeiro.

— Tô com o pé torcido hoje. Não deveria ter vindo de salto — digo minha primeira mentira nesse relacionamento.

Dizem que não é bom começar assim, mas o que posso fazer? Uma mentirinha leve. Inocente. Ninguém aqui iria querer me ver dançar pagode, samba, sertanejo ou qualquer tipo de música. Sou um fiasco como dançarina.

— Que pena. Fica para a próxima — diz ele, fazendo-me ganhar o dia. Isso significa que um segundo encontro está garantido?

Nosso queijo e presunto cortados em pequenos cubos chegam, bem como a cerveja de Maurício. Ele toma um gole bem generoso, enquanto eu fico com água na boca. Queria estar sentindo aquele gosto amargo na garganta.

Mais um silêncio baixa em nossa mesa. Eu fico encarando-o toda sorridente, enquanto percebo que ele começa a ficar desapontado, como se estivesse esperando mais de mim.

— O que a Gi disse sobre mim? — indago curiosa, apoiando os cotovelos na mesa e descansando o queixo no dorso da mão.

Enquanto pensa, Maurício beberica mais um pouco sua bebida extremamente gelada.

— Que você é engraçada, muito inteligente, empática — responde ele com muita facilidade. — Caridosa, a melhor pessoa do mundo que ela já conheceu. E olha que ela já visitou o Vaticano e recebeu água benta no olho jogada pelo Papa.

Encaro-o atônita. Eu sabia que a Gi me amava, me considerava como uma irmã, mas jamais pensei que ela visse isso tudo em mim. Não que ela não tenha me falado antes, mas é diferente ouvir de outra boca. É como se desse mais veracidade. Eu deveria ficar feliz com isso, mas só consigo pensar em uma única questão, por que diabos meu noivo terminou comigo? Eu sou perfeita!

— E, pelo pouquíssimo que te conheço, acho que a Gi não está errada. Pessoas que gostam de animais são mais propensas a serem solidárias. Você é simpática. Tem um dos sorrisos mais iluminados que já conheci.

— A luz do sol me favorece.

— E é engraçada — responde ele, rindo.

Mas, cara, por que meu noivo terminou comigo?

— Preciso ir ao banheiro — digo, chacoalhando a cabeça e pondo-me em pé.

Ele meneia em um gesto como se não tivesse problema. Então, saio mancando até o banheiro, ou pelo menos até sumir da vista dele, e escancaro a porta, já fazendo uma chamada de vídeo para minha melhor amiga. Ela aparece na tela de pijama, toda descabelada, fios ruivos saindo de um coque malfeito.

— Oi, amiga. Como está indo? Já beijou ele? — dispara ela.

Eu apoio o celular na bancada de mármore branco, de modo a ficar com minhas mãos livres. Quando fico nervosa, meus dedos suam demais e tenho medo de derrubar meu celular remendado pela milésima vez.

— Eu sou perfeita não sou? — digo rápido. — Sou a namorada perfeita. Compreensiva. Trabalhadora. Nada ciumenta, não que a pessoa descubra. Dou espaço, lavo, passo. Então por que diabos o Tales terminou comigo?

Gi arregala os olhos, mas não surpresa. Ela já esperava que eu surtasse em algum momento, de acordo com ela mesmo, eu estava aceitando muito bem o término. Não havia ligado para ele nem uma vez sequer e olha que fiquei bêbada praticamente os dois meses inteiro.

— Por que ele é um babaca. Idiota. Filho de uma...

— Já passamos da fase do xingamento, amiga. Estamos na fase de sermos racionais — profiro, caminhando de um lado para o outro. — Me diga, Gi, o que eu fiz de errado?

Vejo minha melhor amiga olhar para o lado, com certeza despachando seu marido para o quarto ou qualquer outro cômodo.

— Você é muito perfeita — responde ela. — Permissiva, sem voz ativa.

— Mas isso é ótimo.

— Sim, se você estiver na cadeia e não quiser briga com alguma gangue. Jaque, você é uma mulher maravilhosa. Inteligente, engraçada, empática.

— Faltou caridosa — digo, recordando-me dos dizeres de Maurício.

— Muito. Mais até que o Papa.

— Como está seu olho?

— O foco é você, Jaqueline — diz minha melhor amiga. — Você precisa parar de ser toda certinha, toda camuflada. Atriz. Comece a viver o seu verdadeiro papel. Aquele que você é quando está comigo. Jaque, você não precisa mudar o seu jeito de ser para agradar ninguém. Muito menos macho.

— Conclusão?

— Liberte-se, amiga.

Vejo o sorriso de Gi e tento aceitar aquela verdade jogada em minha cara. Eu sempre fui uma garota permissiva demais, que nunca teve voz ativa para dizer o que sinto, como sinto e o que não quero mais sentir. Sempre aceitei todo o tipo de lixo que jogavam em minha costas. Todas as cargas emocionais que despejavam em mim.

E, talvez, isso venha desde minha infância. Crianças crescem com exemplos, e ver seu pai sempre dando a última palavra em tudo, faz você acreditar que precisa de um homem que se encaixe no mesmo papel. Nunca quis um relacionamento igual ao da minha mãe, mas, também, nunca quebrei tal padrão.

Talvez seja porque eu sempre quis casar. Desde adolescência me imagino em um vestido de noiva, uma igreja toda decorada, uma festa de princesa, claro, antes de saber que o valor para isso é muito alto. Enfim, e em todas as minhas memórias não consigo encontrar um rosto para o noivo. É como se qualquer um servisse e, de fato, foi o que eu fiz até agora. Aceitei qualquer um que apareceu e fiz de tudo para agradá-lo, em nome do meu sonho em se casar.

— Falando sério agora, por que você acha que Tales terminou comigo?

— E isso importa, Jaqueline?

— Não?!

— Você quer ouvir a verdade — diz ela, e eu assinto. — Porque ele não queria mais.

— Quê? Que resposta bosta!

— Mas essa é a verdade. E quando você finalmente aceitar isso, você vai superá-lo. Pare de reviver o passado em busca de respostas, porque cada vez que você faz isso, você revive também a dor do término. Siga em frente, garota!

Mais uma vez Gi está certa. Eu busco por motivos desde o dia que reboquei a parede do apartamento dele, e pintei, claro. Passo por cada dia que estivemos juntos nos últimos quatro anos e nunca consigo concluir nada. Justamente porque não tem nada para concluir. Um relacionamento termina porque uma das partes não quer mais continuar. Simples assim.

— Agora, sua louca, volta logo para mesa que o Maurício está me mandando mensagem dizendo que acha que você foi embora — fala Gi.

Eu rio e aceno uma despedida para a tela, quando uma moça entra no banheiro franzindo o cenho para mim.

— Ah, eu sou youtuber. Estou fazendo um vídeo — digo, bem sem graça. — É um desafio. Vinte quatro horas no banheiro. Terminei agora. Ufa! Por que estou me explicando para você? — finalizo, incrédula comigo mesmo.

Mas faz todo o sentido. Passei minha vida inteira preocupada com que os outros iam pensar de mim, que agora tudo o que faço é me explicar. Mas, bom, a partir de hoje, chega!

Volto à mesa e encontro Maurício ainda por lá. Ele me olha aliviado, percebendo que sua suposição estava completamente errada, e notando algo mais.

— Não está mais mancando? — diz ele.

— Eu sou confusa — digo, pensando em mim pela primeira vez. — Acabei de sair de um noivado de dois anos, um relacionamento de quatro. Meu vestido de noiva ainda está reservado porque não tive coragem de abrir mão disso. Talvez por esperança de que meu ex-noivo reconsiderasse e me aceitasse de volta, o que de fato não aconteceu e já se passaram dois meses. Patético, eu sei. Mas eu sou assim, era assim. — Vou disparando as palavras conforme elas entram em minha mente, como um rio que desemboca no precipício tronando-se uma bela cachoeira. — Adoro animais. Realmente não tenho porque me falta espaço no apartamento que moro, mas um dia vou querer dois cachorros e três gatos, ou o contrário. Quero filhos. Casamento, não de princesa porque é muito caro. Você sabe quanto que custa um arranjo de flor branca?! Um rim no mercado negro.

"Sou insegura, um pouco ciumenta, não aquelas que perseguem rapazes ou rasgam suas camisas, mas, às vezes, fico bicuda sem falar do assunto querendo que você adivinhe meus pensamentos. Não estou mais a fim de relacionamentos vazios, quero reciprocidade. Entende? Uma via de mão dupla. Quero, pela primeira vez na minha vida, um relacionamento recíproco. Do tipo, se eu lavo suas cuecas, você me faz o almoço. E, acima de tudo, quero alguém que se encaixe na minha vida, que me complete, me transborde, sem superficialidade. Quero ser feliz. E para terminar, eu não estou com o pé torcido, eu não danço nada, nem samba, muito menos pagode. Eu odeio pagode!"

Um suspiro ecoa no barzinho, já que disse a última frase bem na hora que a música terminou e minha voz sobressaiu no salão. Uma chuva de olhares me atingiu, congelando meu estômago.

— Pagode de hoje em dia — enfatizo. — Sou super a favor dos antigos. Pagode raiz né — tento, e recebo apoio de alguns clientes concordando com a cabeça. — Podem voltar para suas mesas — digo, por fim.

Maurício começa a rir da minha cara. Uma gargalhada contida, mas, mesmo assim, uma sinfonia que me incomoda e que me faz sentir vergonha.

— Está rindo do quê? — indago, encolhendo-me na mesa.

— A Gi disse que você é meio louca.

— Pare de chamar as mulheres decididas de loucas.

— Oh, me desculpe. Não quis ofender. Só... — Maurício não consegue terminar, apenas passa a mão pelo cabelo preto pousando as costas na parte de trás da cadeira. — Você definitivamente sabe quem é. Isso vale ouro.

— E você quem é? — pergunto, cruzando os braços.

— Não tão decidido como você. Mas temos muita coisa em comum. — Maurício se inclina para frente. — Eu odeio pagode — sussurra ele.

— Então por que escolheu este bar?

— Tem a melhor feijoada da cidade!

E realmente era verdade, o que constatei depois de comer, assim que terminou nossos aperitivos.

Depois que deixei minha máscara cair e mostrei o meu verdadeiro lado, quem eu realmente sou e não quem Maurício, ou qualquer homem, quer que eu seja, me senti mais leve, mais verdadeira. O que deixou o encontro mais fácil, uma vez que eu estava ali disposta a já me mostrar de cara, sem nenhuma atuação.

No final, descobri várias coisas bacanas de Maurício e muitas outras sobre mim. Nos fins de semana ele gosta de caminhar em trilhas, eu gosto de comer brigadeiro de frente para a televisão. Eu amo filmes de terror, ele também (apesar que quando afirmou isso sua voz tremeu). Leio livros de romance compulsivamente, ele lê de autoajuda, o que é válido e, talvez, se eu tivesse lido algum antes, não teria perdido tanto tempo da minha vida priorizando as vontades dos outros acima das minhas.

Por fim, Maurício gostou de mim. Disse que adoraria ter um outro encontro comigo, mas agora em um restaurante mais calmo, sem banda ao vivo que faz a gente ter que gritar para conversar.

Parados no estacionamento, eu e ele nos entreolhamos, ambos contentes de como o nosso primeiro encontro. Eu mais ainda, pois descobri uma Jaqueline que estava escondida atrás de manias, de ensinamentos onde eu tinha que me anular para fazer a outra pessoa feliz.

Mas, a partir de hoje, nunca mais farei isso!

— O que está fazendo? — indago, quando o vejo agarrando algo no bolso.

— Cravo! Tenho mania de mascar. Te incomoda?

Respiro fundo e digo a verdade.

— Não. Já estou acostumada.

Não me julguem, não posso ser tão radical assim.

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