No embalo do destino (DEGUSTA...

By JuPSouza

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ESSE LIVRO FICOU COMPLETO ATÉ 04/01/2016 FOI RETIRADO, ESTÁ SENDO REVISADO, GANHARÁ EPÍLOGO E CAPÍTULOS EXTRA... More

Sinopse
CAPÍTULO I - Por Alexandra Poltz
CAPÍTULO II - Por Diego Alves
CAPÍTULO III - Por Alexandra
CAPÍTULO V - Por Alexandra
CAPÍTULO VI - por Diego
CAPÍTULO VII - Por Alexandra
CAPÍTULO VIII - Por Diego
CAPÍTULO IX - Por Alexandra
CAPÍTULO X - Por Diego
CAPÍTULO XI - Por Alexandra
CAPÍTULO XII - por Diego
CAPÍTULO XIII - Por Alexandra
CAPÍTULO XIV - Por Diego
RETIRADA DOS CAPÍTULOS - SÓ FICARÃO 14 PARA DEGUSTAÇÃO
CAPÍTULO XV - Por Alexandra
CAPÍTULO XVI - Por Diego
CAPÍTULO XVII - Por Alexandra
CAPÍTULO XVIII - Por Diego
CAPÍTULO XIX - Por Alexandra
CAPÍTULO XX - Por Diego
CAPÍTULO XXI - Por Alexandra
CAPÍTULO XXII - Por Diego
Andei pensando...
CAPÍTULO XXIII - Por Alexandra
CAPÍTULO XXIV - Por Diego
CAPÍTULO XXV - Por Alexandra
CAPÍTULO XXVI - Por Diego
CAPÍTULO XXVII - Por Alexandra
CAPÍTULO XXVIII - Por Diego
CAPÍTULO XXIX - Por Alexandra
CAPÍTULO XXX - Por Diego
CAPÍTULO XXXI - Por Alexandra
CAPÍTULO XXXII - Por Diego
CAPÍTULO XXXIII - Por Alexandra
Grupo do Facebook
CAPÍTULO XXXIV - Por Diego
CAPÍTULO XXXV - Por Alexandra e por Diego
Capítulo XXXVI - Por Alexandra
Capítulo XXXVII - Por Diego
Capítulo XXXVIII - Por Alexandra
Capítulo XXXIX - Por Diego - FINAL
Novidade - Livro do Mateus
Novidade - Livro do Gabriel
Brasil em prosa - A última das solteiras
Aviso - Livro completo até 01/01/2016
LIVRO DISPONÍVEL NO AMAZON

CAPÍTULO IV - Por Diego

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By JuPSouza

Acabei o almoço com certa dificuldade, pois sentia o olhar pesado do meu pai sobre mim, ainda bem que as conversas a mesa ajudaram a diminuir um pouco do desconforto.

Fui salvo pela tagarelice do meu irmão mais novo de dez anos, o Daniel. Sempre agradecia a Deus por sua existência, não que eu fosse o ser mais religioso do mundo, mas nesses momentos de tensão, o Dani sempre desanuviava o ambiente despejando uma enxurrada de informações.

 Ele era a raspa do tacho, como costumava dizer a minha avó Bia.

Quando minha mãe descobriu que estava grávida novamente, eu já tinha quinze anos. Foi uma surpresa para todo mundo, principalmente para mim, pois achava que meus pais já tinham passado da fase de ficar de namoro e saliência. Na boa, fala sério, é muito esquisito pensar que meus pais fazem sexo, prefiro pensar, que só fizeram duas vezes para procriar. Fizeram eu e a mala do meu irmão e pronto! Nunca mais!

Na época da descoberta da gravidez, meus amigos me zoavam, falavam que eu perderia meu posto de príncipe da família, ficaria em segundo plano e tal. Nunca dei bola para isso, na realidade não dimensionava como seria. Só tinha a certeza que não me sentia ameaçado, pensava que seria legal, ter mais alguém em casa. Ser filho único, poderia ser opressivo, afinal de contas tudo sempre só recairia sobre mim, seria bom ter alguém para dividir esse encargo.

No dia do nascimento, fomos para a maternidade super cedo, nem reclamei de levantar. Estava tão ansioso, que mal havia dormido. Curioso para conhecer aquele menininho que eu todo dia sentia mexer na barriga imensa da minha mãe. Depois do que pareceu serem dias sem fim (em torno de umas duas horas), o Dani veio ao mundo. Meu pai parecia um pavão, todo garboso e de peito inflado, quando abriu a porta do quarto trazendo nos braços aquele pequeno embrulho azul, onde o Dani estava.

Não sabia explicar o que estava sentindo, só sei que me bateu um amor tão grande, sabia que a partir daquele dia, aquele pequeno ser tomaria parte do meu coração, eu o amaria e faria de tudo para fazer ele feliz e proteger de qualquer coisa.

Passado o meigo momento de nostalgia, o sentimento continua, lógico que em conjunto com a sapiência de que meu irmão também sabe ser chato e perturbar muito em todos os momentos possíveis. Só que não abriria mão dele por nada, não o trocaria, venderia, doaria, nada disso. Ele era uma cópia muito melhorada de mim nessa fase, muito parecido nos traços, mas tinha uma maturidade inexplicável para alguém de dez anos. Nessa idade eu curtia carrinhos, jogar bola e conversar seriamente sobre desenhos animados e jogos de vídeo game, enquanto o meu irmão gostava de assistir a telejornais, fazer pesquisas sobre experiências de ciências, além de fazer tudo àquilo que eu fazia na minha infância. Quando digo que ele é uma cópia muito melhorada de mim, não estou de brincadeira. O moleque era quase um E.T.

Em meio a minha preocupação, pelo o que viria quando fosse conversar com o meu pai, agradeci muito pela a presença do meu irmão ali, para me distrair e me tranqüilizar um pouco antes do embate.

O pirralho parecia que sabia o que estava fazendo, pois olhou para mim enquanto despejava um trilhão de palavras ao mesmo tempo e piscou um olho, como se dissesse: Relaxa mano, estou por aqui, vou segurando as pontas e vou te ajudar. Você vai tirar de letra o que estiver por vir.

Sorri para ele e acenei com a cabeça em agradecimento.

Mesmo com a diferença de idade, conseguíamos ter uma troca de igual para igual, uma cumplicidade tamanha, era muito amor envolvido.

Terminei meu almoço rapidamente, balbuciando ao me levantar da cadeira que ia escovar os dentes e já desceria para encontrar com o meu pai. Ele me olhou como se desconfiasse que eu tentaria fugir, mas não disse nada, pois sabia que se falasse algo e eu respondesse meio torto daria inicio a uma discussão na mesa e isso minha mãe não tolerava.

Subi correndo as escadas, tomei uma ducha fria rápida, coloquei roupas limpas e já me sentia um novo homem.

Sabia que estava fugindo a muito tempo de uma conversa séria com meu pai.

Já tinha terminado a faculdade de publicidade a quase três anos e não tinha feito nada com o meu diploma.

Eu não era apaixonado pela área, na realidade eu não sabia o que queria fazer, fiz dezenas de testes vocacionais, mas esses desgraçados sempre tinham várias opções como resposta ajudando a embaralhar mais ainda a minha mente. Acabei escolhendo a opção que todos esperavam de mim, o curso de publicidade e marketing, uma vez que meu pai era do ramo, dono da H.A. Publicações.

Comecei o curso e achei o meu caminho para os bares em volta da universidade, com suas mesas de sinuca, mesas para jogos de cartas, cerveja gelada e mulher bonita! Encontrei-me! Até que chegaram as avaliações, pressões dos professores e minhas faltas no primeiro semestre, levaram-me direto para a reprovação em todas as disciplinas.

Lógico, que tive que aturar um discurso memorável do meu pai sobre responsabilidade, ameaças de corte de mesadas, me colocaria para trabalhar no pior trabalho que existisse e blábláblá.

Tinha que tomar vergonha na cara ou ficaria sem as minhas regalias.

No início do próximo semestre, passei a frequentar as aulas de má vontade, mas não deixava de ir. Até comecei a ouvir um pouco do que os professores diziam em sala de aula. Fui tomando interesse por algumas disciplinas e aprendendo a gostar da área de publicidade.

Na realidade, era encantador ver os desenhos e ideias tomarem forma, vindo a se transformar em materiais responsáveis por informar e formar o convencimento dos indivíduos sobre bens, produtos e serviços oferecidos. Dava-me super bem, na parte gráfica, nos designers das publicidades, via nesse ponto do curso a alma da publicidade, pois as pessoas se ligam muito no visual, isso que prende mais a atenção delas, para só depois pesarem os prós e contras do que está sendo oferecido, divulgado. Acredito piamente, quando dizem que as pessoas compram primeiro o visual das coisas.

Consegui concluir o curso, não como o primeiro aluno da classe, mas com notas razoáveis, capazes de deixar o meu pai satisfeito, isso já me bastava.

Assim que terminei, o velho não deu uma folga e veio logo cobrando para eu ser efetivado em algum cargo pequeno na empresa. Teria que começar de baixo. Já tinha estagiado lá, estava na hora de ser efetivado.

Usei de toda a lábia que eu tinha e falei com ele que precisava de um tempo de descanso, um presente pela graduação antes de me dedicar inteiramente e de corpo e alma a empresa da família. Minha mãe intercedeu por mim e consegui enrolar ele. Só que isso já se arrastava a quase três anos, um problema de saúde que mamãe teve ajudou a estender esse tempo, pois ficava de motorista dela e fazendo companhia quando o meu pai tinha que se ausentar. Todavia, sabia que meu tempo de boa vida estava acabando.

Respirei fundo e desci rumo ao escritório do meu pai, que já me aguardava lá.

- Senta, Diego. – A voz do meu pai reverberou em meus ouvidos. Sentei e esperei pela minha sentença. – Diego, o que você quer da sua vida?

- Eu.. eu. – Perdi a voz, eu não tinha a menor noção do que eu queria. Para mim, estava ótimo ficar pulando de festa em festa, gastando o dinheiro que era depositado na minha conta todo mês. Lógico, que as vezes batia um cansaço dessa vida fácil, via alguns amigos trabalhando, pessoas que estudaram comigo crescendo em algumas empresas e quando me perguntavam como eu estava, eu mentia e falava que estava comandando a empresa junto com o meu pai. Sentia vergonha por estar parado, mas nada que uma saída com os amigos para beber e curtir, não a fizesse desaparecer rapidamente.

- É sobre isso que eu fico pensando e me angustiando.. – diz meu pai com cara de decepção e como se estivesse sofrendo.

- Mas eu não disse nada..

- Por isso mesmo! Você não disse nada, você não diz nada! – Inquieto demais para permanecer sentado, ele se levanta e começa a tentar fazer um buraco pelo escritório, andando rapidamente, de um lado para o outro sem deixar de falar. – Como pode um homem feito não ter perspectiva nenhuma de vida, se contentar em ficar de festas em festas, pegando uma mulher diferente em cada uma delas, andando com pessoas da mesma laia, que tem como únicas preocupações, qual o lugar da moda, quais roupas estão bombando, quem é o queridinho do momento, quem tem mais grana..

Parece que a cabeça do meu pai ia se partir em duas a qualquer momento.

Eu não sabia o que dizer! Eu sabia de tudo aquilo, mas me doía ver meu pai tão decepcionado comigo, mesmo sabendo ser merecido e mais do que justificável.

- O que você quer que eu faça? – Perguntei num sussurro.

Ele parou abruptamente, abaixou a cabeça e sentou-se na cadeira ao meu lado.

- O que eu quero pouco importa. Será que você não vê que eu colocaria o mundo a sua disposição? Tudo pelo que tanto trabalhei é por você, seu irmão e sua mãe. Eu preciso que você cresça e logo! Eu não vou viver para sempre, preciso te ajudar a seguir seu caminho, enquanto ainda estou aqui para isso. Quero ver você feliz, realizado, só que vivendo do jeito que você está, isso não vai acontecer. – Sinto sua mão na minha e um aperto carinhoso. – Filho, eu sei que você foi empurrado pelas circunstancias a fazer publicidade. Se não for isso que você quer, você ainda é jovem e pode escolher outra coisa, mas não perca mais tempo! Só damos valor a ele, quando estamos vendo que tudo está acontecendo muito rápido e o estamos perdendo.

Nunca tinha tido uma conversa tão cheia de significados e tão carregada de amor ao mesmo tempo com o meu pai. Acho que nunca tive nada assim com ninguém! Na medida em que ele ia falando, sentia como se estivesse tirando um enorme peso dos seus ombros. Tudo o que eu mais queria é trazer leveza para o seu semblante novamente, mostrar a ele que eu agiria diferente e me esforçaria não só para orgulha-lo, pois sabia que isso não seria suficiente para ele, mas também para trilhar um caminho que me fizesse feliz.

Meus olhos ficaram enevoados por lágrimas e com a voz embargada, apertei mais firmemente as mãos já enrugadas do meu pai, ergui minha cabeça e esperei até que ele me encarasse. O que vi em seus olhos, era um pedido agonizante para eu tomar uma atitude e mudar a minha vida. Ele estava ali por mim, para tudo!

- Me perdoa pai! Juro para você, que vou fazer o possível e impossível para mudar, para te dar orgulho e nunca mais colocar em seu rosto esse olhar tão triste. Eu te prometo isso! Eu te admiro e te amo tanto!

Meu pai me ajuda a levantar da cadeira e me abraça tão forte. Lágrimas caem sem cessar de nossos olhos, encharcando nossos respectivos ombros. Poderia um furacão estar acontecendo em nosso quintal, mas essa nossa bolha e os nossos laços foram renovados naquele momento.

Ao me soltar, ele segurou o meu rosto, enxugando minhas lágrimas com as costas das mãos e me olhou fixamente, parecendo ler toda a minha alma, meus segredos mais bem guardados.

- Meu menino, será que você não vê o quanto me orgulho de você? – Fiquei sem entender, pois achava que aquele puxão de orelha era justamente para demonstrar o quanto eu só trazia decepção para ele. – Me orgulho do homem de bem que você é, mesmo indeciso para as questões da vida profissional. Mesmo dentro de toda loucura, sempre trata as pessoas da melhor forma possível, isso não se aplica muito as mulheres, mas isso é uma fase. É um excelente irmão, protetor e amoroso. És um filho excepcional, por isso tamanha é minha preocupação para com o seu futuro. Fico feliz que esteja disposto a tentar mudar, vou te dar um empurrão e tanto, tenho um cargo perfeito para você. Você vai começar de baixo, tem que conhecer e passar pela a maioria dos cargos da empresa para saber lidar e explorar todas elas. Não tenho duvida nenhuma de que você obterá sucesso e se sairá perfeitamente bem. Amo muito você e só quero a sua felicidade.

Voltamos a nos abraçar. Encontrei tanta segurança nos braços do meu pai, que me sentia invencível ali e com força para encarar o que viesse fora das portas do meu lar.

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