CAPÍTULO VI - por Diego

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Depois da conversa com o meu pai, subi para o meu quarto e dormi grande parte da tarde. Acordei com o barulho do meu celular tocando, me embolei na cama e acabei não atendendo antes da chamada ser encerrada.

Vi dezessete chamadas perdidas, percebi que no WhatsApp também tinham várias mensagens e ainda tinham mensagens texto.

Sexta a tarde, normalmente, eu já teria tudo programado para a noitada com o pessoal. Hoje eu não estava no clima. O pessoal devia estar estranhando eu não ter me pronunciado ainda.

Dei uma olhada em quem tinha tentado entrar em contato, para ver se eu retornaria a tentativa de alguém. Mulher até dizer chega tentando falar comigo. Vi uma chamada do Mateus e mensagens no Whats, resolvi retornar a ligação dele.

A minha história com o Mateus, vem desde o jardim de infância. Sempre estudamos juntos, malhávamos juntos, ele era um dos poucos que eu realmente considerava um amigo ao pé da letra e todos os conceitos que a essa qualificação são atribuídos. O resto da galera eram colegas, perfeitos para curtir, sair, conversar. Agora, me conhecer só de me olhar e jogar toda a merda que eu preciso ouvir na minha cara era só ele.

Só mudamos isso de sempre estudarmos juntos, quando passei por aquela fase de dúvida sobre o que seguir. O Mateus sempre teve certeza que estudaria direito, assim como os seus pais. O cara era um cabeçudo! Foi aprovado logo de primeira na tão temida prova da Ordem dos Advogados, já estava advogando junto com os pais, trabalhando no escritório da família e ainda estava fazendo pós-graduação. O melhor de tudo era que ele conseguia fazer tudo isso e ainda continuava saindo sempre comigo.

Disco e ele atende logo no segundo toque.

- Morreu desgraçado?

- Boa tarde, para você também doutor! – Sabia que devia contar a ele que começaria a trabalhar com o meu pai, ele sempre me entendeu, mas sempre deixou claro que eu estava perdendo um tempo precioso de aprendizagem e crescimento.

- E ai, o que vamos fazer hoje? Estou saindo de uma audiência tensa, preciso relaxar.

- Não sei cara, não estou muito animado para isso não. – Falei meio desanimado.

- Abre o jogo cara, o que aconteceu? – Perguntou ele preocupado.

- Tive uma conversa com o meu pai, nos acertamos..

- E você vai começar a trabalhar? Ufa.. Já não era sem tempo! Mais um motivo de você sair, porque se o seu pai for tirar o seu couro da forma que imagino, quero ver você ter disposição para sair sempre.

- Como você sabia do trabalho?

- Pelo o seu tom de voz derrotado e também por achar que já estava passando da hora do seu pai te pegar pelo cabresto.

- Eu não vou mudar porque vou começar a trabalhar, você não mudou!

No embalo do destino (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now