Oi amores! Tudo bem com vocês? Hoje, estou aqui para avisar que vou postar dois capítulos. Como quarta-feira foi a apresentação do livro quero deixar definido os dias das postagens. Será dois capítulos por semana, as quartas e sábado.
Tenham todos um ótimo final de semana.
Beijinhos de luz
Att.
NanaGalvão.
Ethan.
Lawren
Um ano depois...
Olhando pela janela do apartamento onde morava no Brooklyn Heights, observava Manhattan. Em algum lugar daquela ilha estaria o homem que poderia da solução aos problemas do meu filho que agora dormia feito um anjo em seu berço. Sim ele era um anjo inocente que desde que nasceu há três meses vivia entrando e saindo de hospitais e em clínicas de tratamentos para a surdez.
Meus pensamentos voaram até o dia em que o médico tinha feito a revelação de que Ethan era deficiente auditivo.
Finalmente, depois de sofrer por várias horas com intensas contrações, ouvi o médico dizer que ele tinha nascido. Ele não tinha chorado alto era apenas um chorinho baixo, mas audível.
Quando o colocaram em meus braços eu soube que tinha tomado a decisão certa. Ele era a coisinha mais linda desse mundo. E porra! Fiquei um pouco chateada com a natureza. O meu bebê era a cópia do homem arrogante e pretensioso com quem eu tinha transado naquela noite fatídica. De mim só herdou os cabelos encaracolados. Mesmo assim eu fiquei feliz.
Quando o levaram para examinar levou quase um dia para trazê-lo de volta. Já estava pronta para ir até o berçário atrás dele, quando a enfermeira entrou no quarto com ele nos braços. Eu tinha me levantado e tomado um banho e nesse momento estava pronta para amamentá-lo. Com ele em meu colo, pude ver o quanto era lindo.
A enfermeira me auxiliou na pega do bico e ele começou a sugar meu seio com uma força que doeu até na alma. Mas eu aguentei, não era de reclamar de dor e aos poucos foi diminuindo e só ficou a satisfação de vê-lo se alimentando do meu leite que pingava no outro em abundância. Meia hora depois a porta foi aberta e o médico entrou no quarto. Ele se apresentou sendo o médico que tinha feito alguns exames no meu bebê. Peter tinha chegado naquele instante e entreguei Ethan para que o segurasse e fizesse arrotar. Enquanto isso, eu escutaria o que o médico tinha a dizer sobre meu bebê. O seu olhar era de quem não tinha boas notícias. E realmente não as tinha.
— Senhorita Lawren, sou o doutor Robert Stewart. Sou otorrinolaringologista e venho explicar a atual condição do pequeno Ethan — falou sério.
Assenti. Eu teria que ser forte para escutar o que ele tinha para dizer sobre meu bebê. Por Ethan me tornaria uma rocha.
— Depois de fazer alguns exames com o aparelho de emissões Otoacústica , onde emite estímulos sonoros e mede o retorno da estrutura auditiva, descobrimos que seu bebê não tem esse retorno no ouvido esquerdo, que chamamos de surdez. No direito ele tem sessenta por cento de retorno, que é o que chamamos de deficiência auditiva. Não sabemos se foi por motivo de infecção ou se é congênito — explicou e observou se eu estava bem para continuar.
Eu escutei atenta cada palavra que saia da sua boca guardando cada detalhe sem ter nenhuma reação aparente, dando ao médico o incentivo necessário que continuasse. Por dentro, meu coração doía com a revelação.
— A ciência está muito adiantada nessa área e com uma equipe multidisciplinar com otorrinolaringologista, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, audiologia, psicopedagogos ele terá uma vida normal, isso se o tratamento começar nos primeiros meses de vida. Depois de um ano, quando já teria que estar pronunciando algumas palavras, o resultado é mais demorado. Aconselho que ele comece a usar o quanto antes um aparelho auditivo no ouvido esquerdo. Já existe modelos de aparelhos para recém-nascido bem confortável no mercado. O segundo passo é a cirurgia coclear no direto. O implante coclear é um dispositivo capaz de fornecer vibrações de sons. Ele fará com que ele recupere essa perda auditiva. E quando for mais velho ele poderá fazer outros métodos definitivos que já existem. Infelizmente o custo do implante juntamente com a equipe multidisciplinoar tem um valor alto — declarou ao finalizar o diagnostico doloroso do meu bebê.
Foi terrível escutar aquilo, mas não chorei e nem me lamentei. Eu o amava ainda mais. E apartir daquele dia em diante, não parei de lutar por ele.
Senti uma mão no meu ombro e quando olhei, era meu irmão com o rosto preocupado.
— Você comeu alguma coisa? Você precisa se alimentar Law — perguntou se referindo aos dias exaustivos que tenho enfrentado.
— Parei no Starbucks e tomei um café e um croissant — respondi.
— Isso não é comida para quem está amamentado — recriminou.
Os dias eatavam sendo uma correria. Fui a várias clínicas Filantrópicas à procura de ajuda para Ethan e sempre escutava as mesmas respostas: "A fila de crianças em tratamento está transbordando". A perspectiva de Ethan começar o tratamento em uma clínica para surdos era remota. Os custos eram altos e eu não tinha menor condições. Ele já estava com três meses e isso estava tirando minha fome e sono. Tinha perdido o peso que adquirir na gravidez e mais alguns.
A única coisa que pude fazer pelo meu bebê, foi retirar todas as minhas economias do banco e pagar por uma consulta com o doutor Robert em sua clínica particular e fazer um aparelho auditivo para ele usar no ouvido esquerdo, que dali há dois meses teria que ser substituído por um maior, porque ele estava crescendo rápido e o aparelho ficaria pequeno.
— Law, olha para mim? Eu sei que você está correndo de um lado para outro, para que Ethan tenha um tratamento. No entanto, você tem que se cuidar. Meu sobrinho precisa que você seja forte ainda mais do que é — aconselhou.
— Eu sei que você está falando para meu bem. Prometo que vou me cuidar — respondi olhando em seus olhos azuis, iguais aos meus.
— Não quero que pense que vocês dois são pesos na minha vida. Tudo que eu puder fazer por Ethan e você, eu farei. Mas tenho que tocar nesse assunto novamente. Você tem que procurar o pai de Ethan, ele pode ajudar o filho. Pense que você está tirando a oportunidade de Ethan ter uma vida normal. Não é sobre você e ele. É sobre dar uma oportunidade para o menino — aconselhou novamente.
Eu não respondi nada. Ele me deu um beijo na testa e fez um afago nos meus cabelos. Ele se despediu e foi para o estúdio de tatuagem que tinha no andar abaixo do apartamento. O namorado que ele manteve em segredo por dois anos, agora tinha lhe assumido. Mateu Walker era um cara legal e amava meu irmão, e ao mesmo tempo ele foi uma surpresa do destino. Eu e Pete descobrimos sem querer quando procurávamos nas redes sociais pelo nome de Oliver Downey, que eram primos por parte de mãe. Ele era advogado e trabalhava justamente na empresa de Oliver. Quase que nossos queixos caíram quando soubemos. Que destino filho de uma cadela! Justamente o namorado do meu irmão seria primo do pai do meu filho. Fiz Peter jurar que ele não falaria da ligação entre mim e Oliver. Ethan ainda não tinha nascido quando descobrimos.
Depois que meu filho nasceu e ficamos sabendo que era deficiente auditivo, meu irmão procurou saber tudo sobre a vida de Oliver. Ele me entregou o endereço de sua residência e telefone particular de sua mesa de escritório. Tudo isso para facilitar a minha vida caso eu tomasse a decisão de procurá-lo. Mas eu não estava pronta para procurar aquele homem arrogante. Eu não era orgulhosa, mas a decisão de ter o filho foi minha e por isso que estava lutando para que eu não precisasse procurá-lo jamais.
Ethan precisava de minha presença vinte quatro horas e não sei como ficaria a minha vida quando minha licença maternidade terminasse. Não havia possibilidade de deixá-lo em uma creche. Minha licença estava acabando e recebi telefonema do Spar para saber quando estarei de volta. Já tinha pensado em várias possibilidades e até trabalhar por conta própria. Entretanto, o investimento era alto e eu não poderia me dá o luxo de gastar esse dinheiro. Eu estava gastando muito com transporte. Quanto a fraldas e roupas, não gastei tanto, Ethan ganhou muitas coisas das minhas clientes. Apesar de que ele estava crescendo rápido e com frio chegando com tudo, em breve teria que comprar roupinhas adequadas para o inverno que prometia ser um dos mais rigorosos dos últimos anos.
Olhei para meu pequeno no berço que dormindo e comecei a pensar que logo teria que comprar um berço maior. Eu tinha comprado um bercinho pequeno para não deixar o quarto ainda mais apertado. Eram tantas dificuldades. Mas eu era teimosa, decidida eu não entregaria os pontos assim tão fácil. Apesar das dificuldades que eu estava encontrando para ajudar o meu filho, eu iria lutar até que eu não tivesse mais uma última chance de encontrar ajuda, antes que eu precisasse procurar Oliver Downey.