Meu Novo Eu - Romance gay

By davihomem

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Romance gay. + 18 Anos. INADEQUADO PARA QUEM NÃO SE IDENTIFICA COM O TEMA. Por conta do trabalho do pai, Maur... More

PERSONAGENS
PREFÁCIO
Muitas Mudanças
Na Casa do Outro Lado da Rua...
Uma Vida Toda Nova
Um Assalto, Um encontro e Uma certeza...
O Passar dos Anos...
1º de Janeiro, Dia do Renascimento
Quem tem Um Amigo, Sempre Terá Várias Oportunidades...
Duda Marinho Neto
Finalmente em casa...
Obras e Reparações Pessoais...
Não Abro Mão de Você, Mauzão... Não Abro mesmo.
Mais Um Encontro...
Sexo, Fogo, Desejo, e Paixão
Visita de Mãe... E novas estradas
E Várias Estradas Começaram a Serem Percorridas...
Mais Que Uma Vitória... Realização de Um Sonho
Dias de Muita Felicidade... Até o Fim do Mundo

Um Mundo de Sonho e Fantasia

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By davihomem


     O Palácio do Rei - O lugar ainda hoje era assim chamado porque no passado fora a residência oficial de Sua Majestade, o Rei de Laguna Bay, quando o País era uma monarquia - estava lindamente ornamentado e o salão parecia uma replica do salão dos espelhos de um famoso Palácio Francês. Patricia Arraes caprichou muito na ornamentação, mobiliário e iluminação dos salões do Palácio, que remeteu à Idade Média, quando pouca luz e sombras faziam parte da vida sofrida de boa parte da humanidade. O bar e as ilhas espalhadas pelas áreas abertas da oponente construção e seus belos jardins lembravam masmorras, cujos másculos e belos prisioneiros ( BARMEN ) serviam os mais variados e concorridos drinques.



     Alexandre escondeu de todos sua bela fantasia, e quando o mesmo começou a descer a longa escadaria vestido de Gladiador Romano, o coro de mais ou menos 1000 amigos começou a cantar o Parabéns a Você, que foi puxado pelo amigo/irmão Mau-Mau vestido de Cowboy. Antes da música de felicitações terminar, Mau-Mau subiu até o meio da escadaria, onde o amigo parara totalmente emocionado, e lhe entregou uma taça de champagne. Durante o abraço caloroso que trocaram, Maurício disse:

     _ Parabéns, meu irmão. Que o melhor sempre aconteça na sua vida, e suas estradas sejam sempre iluminadas e abençoadas.

     _ Vou estrangular você por me fazer chorar, Mau. Gladiadores não choram.

     _ Te amo também, seu bobo. Agora vai lá e enfrenta as feras... Rsrsrsrs.

     Alexandre Hope desceu o restante da escadaria, e durante muito tempo, os amigos em sua maioria quiseram abraçá-lo e felicitá-lo. Maurício havia subido e do alto pode ver que o Homem de Ferro não largou mais seu amigo. Os dois pareciam estar bem entrosados, e mesmo sem poder ver o seu rosto, Maurício tinha certeza que o mesmo era um lindo homem, já que Xande parecia ter um imã pra fisgar homens bonitos.

     Nobres, Damas, Reis, Rainhas, Duendes, Múmias, Palhaços, Carrascos, Gênios, Arqueiros, Tarzans e Janes, Cinderelas, Abelhas, Zangões, Mascarados, Sansão, Dalilas, Fadas, Lutadores, Mosqueteiros, Samurais, Ninjas, e muitas Cleópatras - que fez Alexandre quase morrer de rir, ao lembrar de suas próprias palavras ao amigo Mau-Mau - compunham o cenário que coloriu de alegria e felicidade toda a noite. 

     Mauricio, que parecia um texano legítimo, se afastou do salão dos espelhos e saiu por uma das portas laterais do Palácio e se dirigiu até uma das masmorras e sentou. Após receber sua bebida sentiu no ombro direito um leve toque e olhou pra pessoa que acabara de sentar no único outro banco que estava vazio, e viu que o mascarado Zorro acabara de sentar do seu lado. O mascarado girou a cabeça e lhe encarou...

     _ Boa noite. A voz era forte e clara, quem a ouvisse poderia perfeitamente pensar que estava falando com um locutor de rádio FM.

     _ Boa noite. Mauricio falou sem muita empolgação, e após olhar rapidamente para o estranho girou o corpo no banco e ficou olhando o salão, onde muitas pessoas dançavam sucessos antigos das discotecas.

     _ Algum problema se eu me sentar ao seu lado, Cowboy? É... Se você não estiver acompanhado?

     _ Não, sem problema. Quanto à companhia, não se preocupe, pois vim com o Aniversariante. Ele é seguramente o meu melhor amigo.

_ Bom saber disso, Cowboy. Temos isso em comum. Adoro o Xande. Desculpa se não lembro de você.

     _ Sem problema, Zorro. Não sou muito de sair, e acredite que se não viesse nessa festa, em particular, eu seria um garoto morto amanhã.

     _ A boa e velha ameaça do querido Alexandre Hope. Você devia ver e ouvir o que ele diz aos primos.

     _ Os Hope sempre serão seus alvos favoritos. Mais como nós sabemos, o Xande nunca fez nada sério contra eles.

     O diálogo entre os dois parecia uma competição para ver quem era realmente amigo do aniversariante, e do quanto da vida do amigo em comum, os dois sabiam.

     _ Acho que já está na hora de nos apresentarmos, Cowboy. Eduardo Marinho Norões Neto, e para os amigos... Duda. E o belo Zorro tocou a aba do seu chapéu, sorriu abertamente enquanto mostrava lindos e alvos dentes  e estendia a mão direita para o belo homem que estava sentado ao seu lado.

     _ Mauricio Pires de Andrade Filho. Os amigos me chamam de Mau- Mau...E o belo homem cumprimentou o outro e sorriu de volta.

     _ Duvido muito que você seja Mau com essa cara de anjinho. Conta outra, Mau-Mau...

     _ Não acredita? pergunta ao Xande. E se isso for te tranquilizar, juro que sou totalmente do bem.

     Daí em diante a conversa rolou entre esses dois de maneira divertida e envolvente. Quem os visse de longe afirmaria que eram amigos de infância. A empatia inicial entre Duda e Mau-Mau foi super empolgante e verdadeira. Alexandre e seu Homem de Ferro olhavam a cena com um riso de pura felicidade no rosto. E ficou mais feliz ainda quando os dois entraram na pista de dança e se misturaram com a multidão que já estava por lá.

     Quando a música parou e o farto e diversificado buffet foi servido, Duda fez questão de acompanhar o mais novo amigo durante todo o jantar, e a conversa entre os dois não parou de jeito nenhum.

     Algumas pessoas reconheceram o belo Duda Marinho e fizeram questão de sua companhia por algum tempo. Ele aproveitou para apresentar Mauricio a todos eles, e assim que se viram sozinhos novamente, o belo Empresário voltou a dar total atenção ao novo amigo. Os dois estavam num local mais reservado do belo Palácio do Rei, e a proximidade dos dois já poderia sugerir que eram um casal apaixonado.

     _ Sua última frase foi... Minha vida tá meio sem rumo. É como se estivesse lutando contra uma correnteza forte que sempre me vence... Poderia saber o motivo, Mau-Mau? Você me parece um cara tão legal, centrado, decidido... Sem falar que é um homem muito interessante e lindo.

     _ Você também é um cara super legal... E lindo, apesar de não ter visto ainda seu rosto. O fato de passar a festa toda do meu lado, já dá uma certa segurança. Se não fosse por você, eu já teria ido embora há muito tempo.

     _ Nada disso.Você não é a Cinderela, e já passa muito da Meia-Noite.

     _ Rsrsrsrsrs... Desculpa se não fui ou estou sendo a companhia que você desejava, Duda. E Maurício baixou a cabeça em seguida.

     _ Não faz isso, Mau. Olha pra mim, por favor. E Mauricio levantou a cabeça e seu olhar encontrou o do Zorro.

     _ Pronto, já tô olhando.

     Duda marinho lentamente foi tirando a máscara e disse:

     _ Não foge. Não me veja como um futriqueiro, ok? As vezes falar até ajuda. E como sei disso? Porque tenho uma irmã e já aluguei muito os ouvidos dela. Eu posso ser pra você, o que a Psicologia chama de estranho interessado. O que fizeram com você, que te fez perder um pouco do brilho nesse olho tão lindo, hein?

     _ Poxa Duda, assim eu ficarei mais sem jeito ainda. A tua pergunta merece pelo menos uma resposta, né? Então lá vai, meu estranho interessado. Há quase oito anos pensei estar vivendo uma puta história de amor, onde o pra sempre seria a frase final dela, quando fui jogado numa realidade bem difícil de aceitar. Procurei ao longo desse tempo, me dedicar a um único amor, porque acreditei muito que tinha encontrado o cara certo e que sempre seria amado por ele com a mesma intensidade do início. Eu o conheci logo que cheguei aqui. Eu e meu velho, o Senhor Maurício. Tivemos nossas lutas pessoais no inicio para que nós mesmo aceitássemos o fato de estar interessado em outro homem cada um, e depois as lutas foram contra o mundo de uma forma geral. Posso te garantir que valia a pena lutar, porque eu acreditava que tinha do meu lado um grande parceiro. Pode ter certeza Duda que as vitorias eram comemoradas com bastante entusiasmo, e se conseguiam nos vencer, a gente se fortalecia mais ainda e voltava pro embate. Eu tava num casulo forte e bem elaborado... Pelo menos eu pensava assim. Você acredita que bastou uma única noite, não minto, alguns minutos para que todos esses anos juntos fossem ralo abaixo?

     _ Acredito. Porque comigo foi assim também.

     _ Seria errado da minha parte se tuas palavras me fizessem perceber que... É como se isso fosse natural? Tipo...Isso termina acontecendo com todo mundo,  e depois que passa, basta seguir em frente e pronto? Não sei se estou me fazendo entender, Duda... É como se você não considerasse os sentimentos da pessoa mais atingida durante todo o processo.

     _ De jeito nenhum, meu Cowboy. Se você tivesse acalmado seu juízo, mesmo no calor do acontecido, teria ouvido a outra parte, e aí sim pesaria na sua balança justiceira os prós e os contras. Com certeza veria que uma outra chance poderia muito bem ter sido dada, e teria subido de conceito pra si mesmo, pois seria elevado a uma categoria superior, e não vestiria esse manto de Justiceiro que hoje está pesando sobre seus ombros. 

     _ Não saberia fazer isso, pois não aprendi a ser superior. Minha vontade foi matá-lo... Mas posso te garantir Duda que hoje sou um outro cara, e estou na escada.

     _ Que bom, Mau-mau. Se pensar em fraquejar, me chama que te darei outras dicas.

     _Isso já aconteceu com você? O olhar dos dois era intenso.

     O mundo ao redor parecia não mais existir, e a única coisa que importava ao belo Mauricio neste exato momento era a resposta do novo amigo, Duda.

     _ Já aconteceu. E sabe o que vivia repetindo pra mim mesmo?

     _ Não faço a menor ideia, meu amigo.

     _ Por que comigo? Eu sou o cara legal, sabia? Aí o tempo foi passando bem devagar, e um belo dia a razão começou a prevalecer, e a dor da rejeição foi embora de vez. Garanto que antes dela ir embora, chances foram dadas e outra pisada de bola voltou a acontecer. Aí, meu caro Mau, minha consciência ficou super em paz quando eu virei as costas e saí de cabeça erguida, onde essa maldita selva já me esperava para me mostrar outros caminhos. E sabe o que foi o melhor até agora?

     _ Não faço a menor ideia, Duda.

     _ Foi ter encontrado você na clareira.

     Mauricio ficou sem ação. A beleza clássica de Eduardo Marinho, ou simplesmente Duda havia mexido com ele... Muito. Só que a proximidade dele, o toque que ele sempre procurava dar em seu braço, rosto, ombro, demonstrava que um algo a mais já estava sendo sugerido há muito tempo. Só que Mauricio não estava preparado.

     A penumbra do local, a música lenta que a banda tocava e a vontade quase palpável de Duda fez com que ele encurtasse ainda mais a quase inexistente distância que separa a boca dos dois, e o beijo foi inevitável. 

     Se Tobias era um homem possessivo, Dedo se mostrou um homem cauteloso e a boca de Mau foi sendo provocada, conquistada e preenchida aos poucos. Os corpos dos dois foram colando lentamente e aí sim o beijo ganhou contornos mais cheios de possessividade e desejo. A língua do Zorro preencheu a boca do Cowboy no início, e logo em seguida houve a inversão dos papéis. Os dois não desgrudavam de jeito nenhum. Aos poucos a intensidade foi sendo relaxada e assim que Mau-Mau tirou a língua da boca do delicioso Duda, este reclamou...

     _ Não, Cowboy. Não me faz ter saudades.

     E Mauricio parece ter entendido o recado, voltou a grudar no seu Zorro com mais determinação ainda. Uma outra música lenta começou, e eles após longos minutos bem juntinhos separaram mesmo sem querer.

     _ Vamos pegar nossos cavalos e sair daqui? Perguntou Duda.

     _ Como assim pegar nossos cavalos? Perguntou Mauricio sem entender.

     _ Bem, se você não notou, nossas fantasias sugerem que viemos de cavalo, certo? Nesse caso torno a lhe perguntar: Vamos pegar os cavalos e sumir daqui?

     _ Desculpa, Duda. Sinto muito, cara. Eu...

     _ Não sinta. Se você prefere se isolar e deixar o tempo passar, você terá em mim um excelente amigo. Se você decidir se permitir uma única chance, que eu possa ser o eleito do seu desejo. Se você pensar melhor e resolver voltar para o antigo companheiro, só posso te desejar boa sorte. Só não esquece que estarei sempre por perto. E sabe por que disse tudo isso, Mauricio Pires de Andrade Filho? Porque adorei ter te conhecido, e ter tido o privilégio de ser o seu companheiro nesta linda noite. E só mais uma coisa antes de vê-lo sair... Esqueci de te dizer, Mau-Mau que sei esperar, pois a paciência meu caro sempre foi uma das minhas maiores e melhores qualidades.

    _ Nem sei o que dizer. Desculpa mais uma vez.

    _ Desculpas aceitas, só se você me der o prazer de levá-lo em casa. Vamos?

     E quando finalmente os dois estavam de saída, Xande e o Homem de Ferro os viram, e os amigos se aproximaram para apresentar suas despedidas...

     _ Já estamos indo, Xande. Disse um animado Duda.

     _ E posso saber pra onde você está levando o meu amigo, amigo?

     _ Pra casa, Xande. Nem começa a imaginar loucuras. O Duda é um amigo e prontamente se ofereceu pra me levar.

     _ E acho bom você levar o meu filho em segurança, rapaz.

     Maurício olhou pro Homem de Ferro, e assim que ele terminou de tirar a máscara, seu pai o olhou já sorrindo...

     _ Pai? Mais... Como isso é possível? Xande, eu... Isso é algum sonho?

     _ Depois, filho. Prometo que direi tudo o que você quiser saber, ok? Agora vá com seu amigo, e tente não encucar com isso.

     _ A gente te espera amanhã, Mau. Eu e seu pai vamos pra casa de vocês depois daqui. Passa lá na hora que você quiser e a gente conversa.

     _ Tá bem. Antes de ir embora quero que você saibam que só fiquei surpreso. Tá tudo bem mesmo, ok? Te amo, velho. Amo você também, meu amigo... Ou devo te chamar de papaizinho? 

     _ Só sou mais velho 03 aninhos, baby. Nada mudou, Mau. Xande tá de bom tamanho, até porque o papel de Madrasta não combina com meus olhos, meu lindinho...

*

*

*


Duda parou seu carro diante do portão da mansã do amigo Alexandre de Paiva Hope, meia hora depois de sair da festa acompanhado do amigo Maurício. Os dois estavam já nas despedidas, quando o Empresário mais uma vez puxou Mau-Mau e lhe sugou os lábios com mais desejo e intensidade que das outras vezes. Maurício apenas correspondeu, primeiro por vontade e depois porque o cara em questão lhe mostrou uma outra opção que poderia muito bem lhe ajudar a seguir. Assim que o beijo terminou:

     _ Agora eu te peço desculpas apesar de não querer me desculpar, porque na verdade eu poderia passar a noite toda só te beijando. Sabe Mau, vou levar você na minha cabeça pra onde eu for. Posso te ver novamente?

     _ Você sabe que estou bastante atarefado. Falei o caos que tá minha vida profissional. Esqueceu? Acho que não vou ter tempo e...

     _ Quantas vezes terei que te dizer para não fazer isso com você, hein rapaz? Amigos, lembra? Prometo. Beijou os próprios dedos em cruz e olhando Mauricio que apenas sorria disso tudo, ouviu quando ele disse:

     _ Anota meu numero e liga. Até porque  amigos sempre saem e gostam um da companhia do outro, certo?

     Como resposta, outro beijo foi roubado por Duda que ao terminar dois minutos depois falou com a cara mais envergonhada que pôde fazer:

     _ Não resisti, você me faz querer mais.

     Mauricio finalmente entrou na mansão, e subiu a longa escadaria que levava ao seu quarto, com um belo sorriso nos lábios.

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