Visita de Mãe... E novas estradas

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     No mesmo momento em que Mau-Mau e Duda chegavam na casa de praia naquela quase tarde de sexta-feira, Dra. Fabiana estacionou seu carro em frente do Condomínio em que o filho morava, saiu e fechou seu carro e se dirigiu até à portaria. A rua estava quase deserta, pois na esquina da quadra onde o prédio estava situado, havia uma cheche e algumas mãe já chegavam para pegar os filhos. Ela atravessou a rua após a passagem de uma van, e o Porteiro baixou a visão e esperou ela falar...

     _ Boa tarde, senhor. Eu preciso falar com o Sr. Tobias Aguiar Santos.

     _ A senhora deu sorte, doma. Ele acabou de entrar. Como é seu nome pra poder anunciar?

     _ Sou a mãe dele. Basta dizer isso. Obrigada.

     Ela viu o Porteiro fechar o vidro da pequena janela, pegar o interfone e fazer sua ligação. O sol já estava bem quente, e assim que o homem voltou a falar com ela...

     _ Ele disse que a senhora pode entrar. O apartamento é o...

     _ Eu sei onde fica. Obrigada.

     Assim que o eletrônico do portão foi acionado, ela rapidamente entrou nas dependências do lugar, e saiu do forno das ruas. Passar o dia quase todo dentro de salas fechadas, cujos ar condicionados eram ligados na última potência a fizeram se acostumar muito mal quando outro tipo de realidade se apresentava.

     Os três lances de escada foram outra coisa bem ruim de vencer. A noite anterior havia sido bem difícil, e com certeza o último plantão havia exigido muito dela tanto física como emocionalmente. Só que ela havia prometido a si mesma que iria ver o filho depois de quase dois meses, e que os dois teriam uma conversa sobre tudo o que estava acontecendo, e ela havia sido deixada de lado. 

     Fabiana Santos acionou a campainha do 302 e pôde ouvir o velho arrastado das chinelas do filho. As voltas da chave na fechadura foram dadas e ele abriu a porta prontamente...

     _ Olá, meu amor. E Fabiana já foi abraçando o filho, que se esquivou do seu beijo.

     Ele esperou pacientemente ela entrar de vez, e fechou a porta com uma leve batida. Fabiana deu uma boa olhada no lugar e sentiu que ali estava faltando muita coisa, inclusive vida...

     _ Desculpa se...

     _ O que você quer, mãe? O que você veio fazer aqui? Se nenhuma notícia chegou é porque estou bem, as coisas estão bem, e não precisa se preocupar.

     Ela pegou sua bolsa e repousou na bancada que separava a sala da pequena copa. Respirou fundo e se voltou para encarar o filho...

     _ Como eu tentei falar antes de ser interrompida, e espero que você não faça mais isso, eu quero antes de mais nada te pedir desculpa por essa invasão... E só vim aqui hoje, Tobias, porque ainda acho que tenho um filho, e ele me deve algumas explicações... Por mais adulto que ele seja, e por mais experiência que ele tenha.

     _ Eu já disse que estou bem.

     _ Você mente, eu sei que você sabe que está mentindo, você mesmo sabe que está mentindo também... E mesmo assim ainda vai querer ser o machão " posso resolver tudo, não se meta ", que você passou os últimos três anos me dizendo que era? 

     _ Já disse que nada está diferente, eu estou bem e antes que eu falte com respeito...

     _ FALTE COM RESPEITO? Há muito tempo que você deixou de me respeitar, garoto. Que você me odiasse, tudo bem. Que não quisesse mais conversar comigo... Apesar de estranho, eu teria que aceitar... Mais um detalhe me fez entrar em alerta, e uma certeza me fez vir aqui.

Meu Novo Eu  -  Romance gayOnde as histórias ganham vida. Descobre agora