▕ B l a i r▕
"Não me ouviu? Sala. Agora."
Zayn olhava-me indiferente, sem emoções, completamente vazio. Gostava de não estar aqui neste momento. Talvez se tivesse ficado mais um pouco na companhia de Louis isto não tivesse acontecido e eu não tivesse encontrado o Zayn. Infelizmente agora não há como voltar atrás no tempo.
"Já lhe disse que eu não tenho mais nada a ver com você!"
"Blair, entre ou será pior para você."
"Eu recuso-me a entrar."
"Blair." Zayn pronuncia como uma espécie de aviso aproxima-se mais de mim. "Já."
"Não..."
"Entre já!"
As minhas pernas tremiam cada vez mais com as palavras gélidas e arrogantes que me eram dirigidas. Eu não iria conseguir. Esta discussão nunca iria ter fim se eu não desistisse pois, conhecendo Zayn como eu já o conhecia, sei que ele não iria deixar o estalo passar ao lado.
Entro por isso na sala de aula, contrariada. A sala não era onde eu costumava ter Biologia, esta era muito mais pequena. Decerto que entrámos numa qualquer. A humidade nas paredes e as mesas danificadas mostram o quão velha é a instituição de ensino.
O meu corpo estremece quando a porta é fechada sem cuidado algum. Ganho certezas de que ninguém iria entrar, quando ouço o tranque da porta. Eu estava uma vez mais trancada com ele.
"Mãos na mesa, pernas afastadas. Agora"
"Eu não vou fazer o que me manda."
"Irá ser pior para ti então."
"Não vai e sabe porquê? Porque você não manda em mim."
"Eu disse agora."
Solto o meu lábio inferior, do qual nem notei estar a morder e fecho o punho para tentar controlar a vontade de chorar. O homem com uma aparência agradável mas com um ar terrível não fora quem eu vim a conhecer. Este não era o homem divertido das pizzas e das piadas secas. Este era o meu professor de Biologia, do qual me afastei.
"Eu juro que lhe dou outro estalo."
"Mãos na mesa e pernas afastadas."
"Já lhe disse que não. Vá pedir às suas alunas."
"Caralho Blair, eu disse agora!"
O seu tom de voz elevada assusta-me. Viro-lhe costas e encaminhando-me para a secretária ainda abalada com a revelação da sua raiva. Os meus olhos piscam de forma constante e rápida devido à imensa vontade de chorar. As suas palavras rudes que me foram dirigidas na chamada telefónica, e das quais eu pensava ter esquecido, gritavam agora na minha cabeça, auto desprezando-me.
As palmas das minhas mãos, molhadas devido ao nervosismo, pousam lentamente no tampo de madeira da mesa e a minha respiração para quando as mãos quentes e ásperas do Zayn despem as minhas calças, juntamente das minhas cuecas, sem aviso e sem cuidado nenhum.
"Vais aprender a nunca bater no teu dominador. Nunca."
Um estalo forte faz-se ouvir e contorço-me de dor. As lágrimas acabam por cair, desta vez não de tristeza mas sim de dor. Talvez até de frustração.
Forço os meus olhos a fecharem-se, desejando desaparecer. O gemido alto que soltei com a dor parece ainda estar presente na sala.
"Você não me é nada. Não é mais o meu dominante."
"Eu sempre lhe fui tudo e sempre lhe serei tudo, Blair."
Sinto outra palmada, desta vez na outra nádega, e o meu coração aperta. Era impossível não chorar. Eu havia-me iludido e numa situação como esta não sei o que doía mais; se a dor física, se a dor psicológica.
"Você é doente."
"Cala-te!"
Zayn grita fazendo-me chorar ainda mais. Arqueio as costas quando a dor volta a percorrer e a enfraquecer todo o meu corpo. Isto é tão ridículo mas tão intenso. Eu nunca devia ter ido àquela festa. Se isso não tivesse acontecido eu a esta hora estava a divertir-me e a fazer amigos em vez de ser castigada por um professor maluco por quem criei sentimentos.
Eu gostava de nunca o ter conhecido.
"Eu gostava de nunca o ter conhecido."
"Está a mentir."
"Não estou. Eu gostava de nunca o ter conhecido. Ainda bem que se vai despedir. Quero-o longe de mim o mais rápido possível."
"Não minta, Blair."
"Eu não estou a mentir!"
O meu rosto estava provavelmente manchado com as minhas lágrimas. Tropeçava na minha própria respiração, por estar tão maneira descontrolada, e sinto-me a querer desistir. Uma vez mais.
Os meus braços já começavam a tremer com a fraqueza e a minha voz não conseguia parecer séria devido ao nervosismo em que estava. A minha voz em vez disso saía hesitante e os meus berros não o conseguiam intimidar. Ainda me pergunto o que o intimidava.
Sinto o tecido rugoso das suas calças ser encostado ao meu rabo e consequentemente desse ato, sinto o seu membro ereto. Ele já não me batia e questionava-me o porquê de tanta proximidade.
"Eu odeio-o. Eu odeio a pessoa que você é. Você é um monstro. E por causa de você eu odeio-me a mim mesma." Murmuro.
A minha camisola preta é retirada com cuidado e eu não tenho outra opção senão deixá-lo despir a peça de tecido do meu corpo. A sua respiração quente e pausada contrasta com a pele das minhas costas. Beijos delicados são aí depositados e é o que me vai acalmando.
"Pare de chorar." Zayn sussurra em continuação dos beijos.
"Eu não consigo."
"Porquê?"
"Você deixa-me assim."
"Assim como?" Ele murmura enquanto os beijos vão descendo pela minha coluna vertebral.
"Frágil, sensível, hesitante..."
"E sem mim? Como é você?"
"O oposto. Sem você sou atrevida, simpática, confiante de mim mesma. Uma rapariga capaz de ir para a cama com todos para se sentir confiante."
Não acredito no que acabava de admitir mas sim, era a verdade. Zayn já me havia dito isso mas eu nunca havia concordado. Eu não queria que o seu ego subisse ainda mais caso afirmasse a sua observação.
"Eu sei. E como é que você gosta de ser?"
"Nenhuma das duas. Talvez um pouco de ambas? Honestamente não sei."
Zayn não me responde. Os seus beijos passam para as minhas nádegas ainda doridas da martirização.
"Porque não me deixa?"
"Quer que eu a deixe?"
Os dentes de Zayn cravam-se na pele magoada na minha nádega o que me causa arrepios por todo o corpo. Esta sensação era diferente das dolorosas que tenho vindo a sentir. Esta era uma sensação diferente, mas boa.
"Honestamente, não."
"Queria nunca o ter conhecido. Queria nunca ter conhecido ninguém neste mundo..."
Um gemido prazeroso escapa-se de mim quando Zayn passa a língua pela minha intimidade exposta. Ele havia-se ajoelhado atrás de mim para me dar prazer. Afasto mais as pernas para lhe dar mais acesso.
"Gostaria de fugir consigo." Zayn comenta voltando a levantar-se. Os seus dedos raspam na minha entrada fazendo-me deseja-los cada vez mais.
"Eu também gostaria de fugir consigo."
Respiro de forma acelerada, enquanto os seus dedos se movimentam lentamente em mim. O meu quadril mexe-se um pouco em busca de mais prazer mas uma palmada leve logo me para.
"Quieta." Murmura.
Os gemidos quebrados são logo substituídos por uns de volume mais elevado à medida que a rapidez aumenta. Não chego a atingir o orgasmo pois Zayn para de me proporcionar prazer antes disso.
Encosto o meu corpo à secretária fria, observando o homem que se encontrava à minha frente. Tenho a noção de que Zayn havia atingido o orgasmo apenas por me proporcionar prazer, o que me deixa satisfeita de uma maneira incondicional.
Zayn veste-me as peças de roupa que me havia retirado, ignorando-me quando eu insisto em fazê-lo.
"Já posso ir embora?"
"Não."
Zayn envolve os seus braços na minha cintura e junta o seu corpo ao meu. Ambos estávamos exaustos e o abraço foi um conforto. Ainda assim, e devido à minha teimosia, relembro-me de todas as palavas ofensivas que já foram trocadas entre nós.
"Não sejas hipócrita. Ambos sabemos que és apenas uma farsa comigo..."
"Cala-te..." Murmura.
"Odeio que me dêem ordem."
"Cala-te." Zayn esconde a sua cara nos meus cabelos pretos.
"Odeio que tu me mandes calar." Digo num tom de voz calmo e relaxado.
"O que odeias mais?"
"Tu." Zayn assente com a cabeça, provavelmente já esperando a minha resposta.
"Sim, e mais."
"A minha mãe, a minha vida, eu mesma..."
"E o que amas?"
Zayn aperta-me mais contra si, fazendo o meu coração disparar. O abraço ainda durava e sentia-me tão bem nos seus braços que desejava que este contacto durasse para sempre.
"Tudo o que me faça esquecer a realidade."
"Deveria ser ao contrário..." Zayn beija o meu ombro mesmo antes de o morder de forma lenta e delicada.
"Concordo."
"E não fazes nada para mudar isso?"
"O que haveria de fazer?"
"Estás-me a perguntar a mim?"
"Eu não posso mudar-me. Eu não te posso mudar a ti. Eu não posso mudar a minha mãe. Não posso mudar a minha vida. Como posso ser feliz se as coisas que me deviam fazer felizes não o fazem?" Murmuro com a cabeça deitada no teu ombro inalando o seu aroma doce e inconfundível do perfume.
"Estás a tentar dizer, que eu deveria fazer-te feliz?"
O meu olhar arregala-se mas ainda assim não me separo dele. Eu estava a gostar bastante de estar abraçada ao seu corpo e gostava ainda mais de estar a ter esta conversa, ainda que estivesse a caminhar para algo desconhecido.
"Não, quer dizer... Podias?"
"Podia. Eu podia fazer-te muito feliz, Blair."
"O que é ser feliz no teu ponto de vista?" Questiono num murmuro.
"Há muitas definições de felicidade."
"Como achas que me podia fazer feliz?" Fecho os olhos ao fazer-lhe tal pergunta.
"Há várias formas. A pergunta é; será que quer mesmo que eu a faça feliz?"
A sua pergunta, juntamente do seu beijo no meu ombro deixam-me pensativa. Será que eu quero que ele me faça feliz? Será que eu iria ser feliz com ele? Eu admito estar completa e feliz na sua companhia mas duvido que ele esteja a falar a sério em relação a esta conversa. Para além do mais porque haveria um homem atraente e charmoso como Zayn querer ter algo comigo, uma mera aluna?
A sua língua molha os seus lábios de forma lenta enquanto o seu olhar está fixado no meu. O meu coração bate de forma acelerada a cada gesto seu.
"Vai tocar."
"É melhor ir para o meu dormitório." Murmuro, retirando os seus braços de volta da minha cintura.
"Ou podemos ficar aqui os dois."
"Ou podemos ficar aqui os dois." Repito, aceitando a sua proposta.
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Gostaria de deixar aqui um aviso:
Eu estou a criar uma história original no Wattpad. Aceito criticas construtivas mas não aceito que me digam que estou a copiar as 50 sombras de grey só por estar a tratar de um tema em comum; o sadomasoquismo. A personalidade da Blair não é em nada parecida com a da Anastasia e o passado de Mr. Grey é completamente diferente do de Zayn como já expliquei.
Cada um é livre de ter a sua opinião mas não quero que pensem isto pois é completamente falso.