UPRISING

By martafz

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Num futuro não muito distante, uma nova estirpe viral ameaça exterminar a espécie humana da Terra. O estado m... More

Uprising
0. Prólogo
1. América
2. É bom ter-vos de volta
3. HCC K42
4. Virgem outra vez
5. Achas que ela respira?
6. Kim
7. Sobrevivência
8. Quem és tu?
9. Voltar para casa
10. Lasanha vegetariana
11. Porque raio te injetas?
12. Dói-me a barriga
13. Porrada de um velho gordo
14. Gémea?
15. Não me podes proteger disto
16. Despe-te
17. Dói-me só a cabeça
18. Invictus
19. Impotência
20. Eu não quero que chores
21. Não queria que te doesse
22. Eu não sei mentir
23. Vamos embora
24. Não saltes!
25. Com a Kim seria esquisito
26. A melhor pessoa que eu conheço
27. Parece que viste um morto
28. Eu prefiro dormir no carro
30. Eu estou a sangrar!
31. Pedi-lhe tanto para não me tocar
32. Ela estava a gostar!
33. Memórias
34. Faz-me esquecer, por favor
35. Temos que sair daqui!
36. Eu prometi, lembras-te?
37. O que é que eu fui fazer?
38. Aidan Nolan
39. Irmã
40. Canadá
41. Só por uma noite
42. Diz-me se vai doer
43. Quero-te
44. És tão giro
45. Afinal que merda és tu?
46. Vocês vão todos morrer
47. Tu... gostas dela?
48. Nós somos a tua família
49. Conspiração
50. Defectus
51. Não deixes de gostar de mim
52. Eu estou bem
53. Eu cumpro as promessas que faço
54. Não quero ser uma necessidade para ti
55. Plano B
56. Gráim thú
57. Vai correr tudo bem
58. Duvida quando te parecer óbvio
59. Berra, deficiente
60. Por um bem maior
61. Nem sempre os heróis têm um final feliz
62. Homo invictus
A Up ganhou um Watty!
63. Humana
64. Eles já não aguentam mais
65. David Brody
66. Amanhã será mais fácil
67. Onde tu estiveres
68. Casa
Notas finais

29. Deixa-me ficar contigo

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By martafz

– Kim, importas-te de dormir com a Rachel na mesma cama? – perguntara David, com um sorriso cansado que serviu para fazê-la concordar. Devolvera o sorriso e dissera que não se importava, mas não era verdade. Não queria partilhar a mesma cama com ela, não queria partilhar uma casa de banho com ela, não queria ficar fechada durante horas com ela numa divisão. Adorava-a, conseguia admitir. Mas não queria dormir tão perto de alguém.

Amuada, pousou a sua pequena mochila no chão e suspirou ao observar a pequena suíte. O quarto era modesto, desengraçado e com uma decoração berrante que apelava ao amor, mas estava limpo e tinha uma cama, a única coisa que interessava. Arrastou-se até à cama e lançou-se para cima do colchão, arrependendo-se no instante seguinte. O colchão era tão mole que sentia as molas, que lhe concediam maleabilidade, contra o corpo. Tentou sentar-se, desconfortável com o ranger do velho estrado de madeira e abraçou-se à almofada, que para sua sorte não parecia feita de pedras.

 Jake observava-a encostado à porta com um sorriso divertido nos lábios. Já dormira em sítios piores. Na verdade aprendera a prescindir do conforto quando era preciso. E mesmo que não o tivesse aprendido, provavelmente dormiria em cima de pedras naquela noite. Estava realmente cansado. Todos estavam cansados de um dia inteiro de viagem e não podiam torturar Rachel ou o irmão pela escolha da hospedagem. Kim também não parecia contente com o conforto que o motel proporcionava, mas havia algo mais. Ela nunca se aborreceria por um motivo tão fútil como aquele.

– Vá, diz lá o que é que foi para estares a fazer birra – ele quebrou o silêncio, fechando a porta atrás de si para lhes conceder privacidade.

– Eu não estou a fazer birra – murmurou a morena contra a almofada. Não o olhou e ele ousou aproximar-se e sentar-se ao seu lado.

– E queres enganar-me a mim? Não consegues.

Kim bufou e aninhou-se mais contra a almofada, como gostaria de fazer com ele.

– Oh Jake, eu não quero ficar aqui – revelou num tom tão infantil que fê-lo rir.

– São só umas horas. É apenas para dormir.

– Eu já não tenho sono – tentou convencê-lo, apesar do cansaço e tensão serem facilmente detetáveis nos seus gestos, na sua voz.

– Mas vais ter – contrariou-a.

A rapariga olhou-o pela primeira vez e fez uma careta acriançada, acabando por erguer a mão e chamá-lo, num convite silencioso. Ele fingiu não perceber o pedido dela e não se moveu.

– Expulsa o Aidan e o David do quarto – pediu, largando a almofada. – Deixa-me ficar contigo.

Jake ergueu o sobrolho e abanou a cabeça num misto de incredulidade e negação. Não podia dormir com ela só porque ela o pedia. Não o faria quando não queria ultrapassar uma barreira que ela própria construíra entre eles.

– Tu não podes dormir comigo, Kim. Sê razoável – disse apenas, num tom sério.

– Porquê? – Ela parecia desiludida, mas ele não cederia. – Tu nem darias por mim, Jake. Eu prometo que não ressono e não me mexo muito. Por favor – pediu, colocando-se de joelhos ao lado dele e agarrando-lhe no braço com mais força do que ele esperava. Foi impelido a sorrir com a reação dela.  

– Tu estás a implorar.

– Está a resultar? – testou Kim, sorrindo igualmente.

– Não – afirmou, em tom de desafio. – A Rachel vai ter de dormir aqui.

– Oh. – Largou-lhe o braço e sentou-se sobre os calcanhares, percebendo que ele estava resoluto em não lhe fazer a vontade. – Ela nem se vai importar se ficar com o David!

– Mas eu importo-me – insistiu, divertido por vê-la quase amuada de novo.

– Oh Jake, vá lá! – implorou, continuando a sua suplica teimosa e infantil. – Eu não quero dormir na cama de outra pessoa. Mas contigo nem me importo!

Não estava disposta a partilhar a cama com outra pessoa, senão ele. Qual era o objetivo de toda aquela insistência para que dormisse com ela? Ela procurara-o imensas vezes, alegando não conseguir dormir sem tê-lo por perto. Então conversavam como se fossem amigos desde sempre e ela regressava ao seu quarto, dormindo na sua cama. Sozinha.

Podia aceitar a sua perda de memória, as perguntas frequentes acerca de tudo, como se voltasse a ter cinco anos, mas um convite daqueles implicava uma intimidade que nenhum dos dois parecia disposto a partilhar. Por mais que ela fosse frágil e inocente, não podia ceder a todos os seus pedidos.

– Ok, percebe uma coisa. Não é normal os amigos partilharem a cama. Não quando querem que essa amizade dure... assim. Como é. – Jake tentou explicar o que seria evidente para uma jovem adulta como ela. Podia dizer-lhe que dormindo com ela, ceder a um tipo de tentação que ela não esperava, podia estragar tudo. Podia dizer-lhe que não merecia que o fizesse e que controlaria as hormonas. Mas não era verdade.

– O Aidan é teu amigo – ela associou imediatamente, sabendo que Jake e Aidan iam dormir juntos, na mesma cama, no mesmo quarto, tal como ela queria.

– Mas é totalmente diferente. Tu sabes...

Kim fitou-o demoradamente à espera de encontrar algum sentido para o que ele dizia na sua expressão.

– Tu és mesmo esquisito – disse, num tom inexpressivo. – O David e a Rachel dormem juntos e continuam amigos. Qual é o problema? – argumentou, feliz por ter tomado o casal como exemplo. Jake não teria como contrariá-la.

– Eles são namorados, Kim – explicou o rapaz, rindo da analogia dela.

– Hum... – hesitou para pensar. – Então e porque é que nós não somos? Eu não quero dormir aqui. A não ser que fiques. – Agarrou-se ao braço dele novamente e ele fechou os olhos, consciencializando-se de que dela deveria esperar tudo, até um pedido de namoro como se fosse a coisa mais banal do mundo! Como se fosse a coisa mais acertada a fazer só porque não queria dormir sozinha, com Rachel, mas com ele.

Gostava dela. Gostava muito, mas por vezes gostaria de saber porque ao fim de vinte e sete anos a vida lhe tinha reservado uma surpresa daquelas. Deixar o próprio país para umas férias de sonho e ser obrigado a viver uma vida que não a dele, a partilhá-la com uma rapariga totalmente estranha que salvara por mero altruísmo e solidariedade. Não queria nada daquilo. Gostava de poder regredir no tempo e de nunca ter ido à América.

E também gostava de a ter conhecido independentemente de tudo o resto, concluiu mentalmente, para seu desalento.

– Eu só espero que tu recuperes a memória depressa e não te arrependas do que tens dito... – murmurou, ignorando o que ela dissera anteriormente.

– Eu não quero recuperá-la. Eu gosto das memórias que tenho. Tu estás quase em todas e a minha vida antes de te conhecer deve ter sido uma seca. – Kim não conteve um sorriso malicioso ao aperceber-se de ter utilizado uma expressão que aprendera com eles.

– Bem, nesse ponto tenho que concordar. Aposto que as pessoas que não me conhecem são infelizes, mas não tens curiosidade em saber o que eras? – insistiu, querendo que ela mostrasse algum entusiasmo para voltar a viver como vivera até perder a memória. Ele tinha curiosidade em saber como ela vivera até então.

– Talvez tenha – tartamudeou, com um encolher de ombros. Deitou-se sobre o colchão desconfortável e fitou o teto. – Às vezes penso que gostava de ter uma família, uma relação como tens com o David, amigos como a Rachel ou como tu. Também gosto de pensar que fui útil em alguma coisa, que fosse normal e não tivesse que injetar aquelas porcarias porque me dói e eu não gosto. Também gosto de pensar que há alguém que gosta de mim e que anda à minha procura, mas depois também penso que mesmo que tenha tido isto tudo, vocês não fizeram parte disto e prefiro ter-vos do que memórias. Não preciso delas – concluiu, com um novo sorriso.

Ele espantou-se pela franqueza dela. Kim não costumava falar do que queria para si mesma, sem serem necessidades básicas e pontuais, e surpreendera-se por ouvi-la com alguma melancolia falar de um passado que desconhecia.

– Um dia ainda me hás-de explicar o que viste em nós. O que viste em mim não precisas de dizer, que qualquer pessoa vê – brincou, tentando aligeirar o ambiente. – És boa a falar do que sentes, mas não te estiques, Kim, que já disse que não fico aqui – reclamou, quando a rapariga deitou a cabeça no seu colo.

– Se eu não falar do que sinto, como é que as pessoas adivinham?

– Há coisas que não precisam de saber – Jake sentia uma necessidade imensa de lhe tocar. Nem que fosse nos cabelos, como fizera no carro sem que ela o soubesse ou sentisse, mas precisava fazê-lo.

– Isso é parvo – discordou, franzindo o cenho. – Dizer-te tudo ajuda-me a que tu me ajudes. Já me ensinaste tanta coisa e não ralhas comigo nem gozas como o Aidan, nem me desprezas mesmo quando sou muito chata. És a melhor...

Ela ia começar com o discurso do costume e ele não queria ouvir.

– Kim.

– ...Pessoa que conheço!

Não queria ser venerado, não queria que ela verbalizasse toda a admiração que nutria por ele, toda a divindade que devia possuir aos olhos dela.

– Eu sei que por mais que te chateie não me vais fazer mal...

Mas ela continuava, ignorando por completo a sua expressão saturada.

– Tu não me conheces.

– ...Nem me julgas. E és o único que se preocupa assim comigo.

Farto de se sentir bajulado, levantou-se da cama com brusquidão, obrigando-a a sair do seu colo. Ela achou a atitude inesperada e mesmo sem a perceber, preparou-se para pedir desculpa por algo que tivesse dito.

– Eu não sou como tu me vês nem quero ser como me vês – disse ele, alterado. Jake podia sair do quarto e sabia que no dia seguinte tudo estava bem, pois ela não guardava ressentimentos de ninguém, mas queria obrigá-la a compreendê-lo como ele a compreendia. Obrigá-la a tentar perceber que ele não era perfeito ou bom ou a melhor pessoa do Mundo, como ela insistia em declarar vezes sem conta. – Sabes uma coisa? – Tentou acalmar-se antes de continuar. – Provavelmente se nos tivéssemos encontrado antes disto tudo, eu iria ser como o Aidan ou todos os outros que te desprezam. Provavelmente se me agarrasses como passas a vida a fazer ou dissesses coisas como essas a toda a hora eu nem sequer te dava oportunidade de me conheceres. Provavelmente ia olhar para ti e apreciar o que via e tinhas para me dar e num piscar de olhos tinha outra rapariga melhor que tu para apreciar. Provavelmente se me convidasses para dormir contigo como tens feito nas últimas semanas, eu nem pensava duas vezes, mas não passava disso. Provavelmente se eu fosse outro gajo, neste momento não estava aqui a três metros de ti a conversar. As minhas amizades não se fazem na rua, com pessoas que precisam de ajuda e me idolatram – relevou de uma vez, sentindo-se imediatamente aliviado e arrependido. Ela permanecia em silêncio, fitando-o com um olhar inexpressivo. – Consegues perceber que afinal não sou quem tu dizes que eu sou?

– Qual é o objetivo disso? – perguntou a morena, passado algum tempo. – Fazer com que não goste de ti ou que volte a ter medo? – insistiu, levantando-se da cama e trazendo a almofada consigo. Apesar de não o admitir, ele conseguira assustá-la. Ele só usara aquele tom de voz uma vez consigo e mandara-a embora. No entanto, depois de um mês, ela podia confiar nele quase cegamente e sabia que ele não o voltaria a fazer. Não sem motivo aparente.

Ele sabia que ela já não o temia, mas queria que ela sentisse algo diferente sem ser aquela veneração doentia. Algo mais intenso, nem que fosse raiva. Que tivesse um outro motivo para o ver com outros olhos.

– Ou as duas coisas? – Ela continuou a enumerar as hipóteses para o discurso dele. – Ou é tudo para me dizeres que queres que te pare de chatear? Tudo bem, Jake, isso eu...

Sem que nenhum dos dois esperasse, as mãos dele prenderam a nuca da rapariga e trouxeram-na para ele, para poder capturar os lábios dela, unindo-os aos seus num beijo demasiado impulsivo e sem sabor. Ela susteve a respiração com o contacto repentino e apertou a almofada com força, sem no entanto conseguir recuar ou afastar-se dele.

Ele arrependeu-se da rudeza com que a tratou em segundos e tentou desculpar-se por gestos, abraçando-a temerosamente e beijando-a com suavidade, à espera de recetividade da parte dela. Kim deixou cair a almofada no chão, fechou os olhos como que embriagada com as sensações novas que o beijo provocava, e Jake pensou por momentos que não seria rejeitado.

– Kim, já estás deitada? – Jake, ao reconhecer a voz da amiga, soltou Kim com alguma brusquidão e olhou para a porta. Rachel pousou a sua mala e tentou não fitar os dois, embaraçada. – Esqueçam que me viram e continuem o que estavam a fazer.

– Rach – chamou Jake, vendo a amiga sair novamente da sua suíte. – Fica, já é tarde e eu estava mesmo a ir... – engoliu em seco e apontou para a porta quando não soube o que dizer mais.

 Kim ainda não reparara na presença de Rachel, tampouco vira Jake sair para a deixar com a loira, como ela não queria.

– Desculpa, Kim – lamentou a rapariga, com um sorriso atrapalhado. – Eu não sabia que vocês...

Kim não a ouvia. Não conseguia parar de tocar nos próprios lábios, de tentar reviver aquilo que ele a fizera sentir em segundos, com um simples beijo. Já a beijara na testa e ela quase levitara nos instantes seguintes, mas nos lábios tivera outro sabor. Soubera melhor que todos os abraços que lhe dera, todas as carícias ocasionais que dispensaram. Porque é que ele não o tinha feito mais cedo?

– Kim? – Rachel chamou-a à realidade e ela finalmente deu-se conta da sua presença. Esboçou um sorriso atarantado e abriu a porta da suíte, decidida a não ter que sentir tanto e não poder partilhar.

Quase correu pelo varandim para conseguir apanhá-lo antes que entrasse no próprio quarto. Sem o chamar, puxou-o pelo braço e com um sorriso rasgado, ordenou:

– Repete.

Jake não esperava que ela o seguisse e isso refletiu-se no seu rosto surpreso e confuso. Então, ela pegou-lhe na mão grande e pousou-a sobre o peito.

– Achas isto normal? – O batimento cardíaco acelerado dela fizera-o retirar a mão imediatamente e conjeturar uma desculpa para a mandar para o quarto de novo.

Não a devia ter beijado nem confrontado. Não queria mudar a relação quase fraternal que mantinham, mas não conseguira conter o impulso de experimentar tocar-lhe como a uma rapariga que o atraía de forma pouco fraterna.  

– Desculpa – murmurou, sem saber o que dizer mais.

Kim sorriu e ergueu-se em bicos de pés. Depois colou os lábios aos dele novamente, como ele fizera antes, como vira Rachel e David inúmeras vezes, como vira nos filmes. Jake ficou hirto, sem reação e não ousou mover um músculo. A rapariga desprendeu-se dele pouco depois ao notar que ele rejeitara o carinho. Impassível, imóvel, olhava para ela como se não a conhecesse. Mas não era aquilo que ele queria? Dar-lhe um motivo para vê-lo com outros olhos?

Jake suspirou fundo e acariciou-lhe o rosto, repetindo o beijo que ela pedira. Moveu os lábios suavemente contra os dela e sorriu quando ela correspondeu desajeitadamente à carícia. Os lábios tocaram-se uma e outra vez, ansiosos mas temerosos, desencadeando reações que talvez ambos não estivessem predispostos a sentir.

Ela conseguia senti-lo por todo o lado e a sensação nunca fora tão agradável. Os lábios quentes e suaves, alguns pontos de barba roçando a sua pele delicada, os dedos nos cabelos dela, a mão forte que lhe rodeava a cintura e a cingia a ele, a humidade cálida da língua à procura da sua. Kim não conseguia desfrutar de todas as sensações em simultâneo, nem sabia o que fazer para retribuir, e soltou um murmúrio abafado, de puro deleite. Desfrutou ao máximo daquele contacto até ele se afastar dela o suficiente para respirar fundo e sorrir. Ela fechou os olhos e tentou controlar a respiração e o forte batimento cardíaco que mais uma vez aumentara. Perguntava-se mentalmente porque não se lembrava da sensação de ser beijada, porque tinha medo do toque, quando ambos eram aprazíveis e entusiasmantes.  

Kim riu, para surpresa de ambos, e fiel a si mesma, à sua personalidade, puxou a mão dele novamente contra o peito. Ela fez uma careta divertida ao constatar que o seu coração continuava demasiado acelerado, contagiando-o com a sua alegria. Nunca beijara uma rapariga com uma reação semelhante, o que tornava tudo diferente e quase ridículo. Mas ele gostava, concluiu, encostando a testa à dela e sorrindo.

 Sim, gostava.


***

NOTA DE AUTORA

Este capítulo é importante, é muito importante e foi muito pensado para dar certo, mas acontece que tudo acabou por se desenrolar de uma maneira um bocado surpreendente até para mim. Eu pensei no primeiro beijo deles, mas nunca nunca o idealizei assim. As personagens tomaram conta da história e eu deixei... O que acham do contraste entre a Kim e o Jake? Eles são como água e azeite mas o meu desafio é fazer com que eles se misturem, contrariando as razões da química. Bem, mas química já existe por aqui... 

Espero que tenham gostado e espero pela vossa opinião :)

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