▕ B l a i r▕
Os meus dedos penteiam os cabelos negros de Zayn enquanto os meus lábios fazem transparecer um sorriso. O toque ainda não havia soado mas de qualquer das maneiras eu não planeava ir à aula. Eu estava bem ao lado de Zayn.
"Não vais dar aulas?" Questiono-lhe.
"Vou."
"Então não podemos ficar aqui os dois."
"Não irão ter aulas aqui, Blair..."
"Mas tu tens que ir dar aulas a uma turma."
Zayn encolhe os ombros, não mostrando qualquer preocupação em faltar ao trabalho. O meu olhar arregala-se pois nunca esperava que ele fizesse isso unicamente para estar comigo.
A sua mão percorre o meu braço e o nervosismo cresce com o seu toque. Custa-me acreditar que estamos a viver uma relação tão toxica como esta, onde os sentimentos, que à primeira vista nos parecem básicos, demostram ser complicados.
Não queria que Zayn se fosse embora. Independentemente do que lhe havia dito, esta é a verdade. Iria custar-me imenso saber que ele está longe e iria-me custar ainda mais saber que um das possibilidades é nunca mais o ver. Em certa parte, eu já não imagino a minha vida sem ele.
"Não te vás embora ... Por favor..."
"Não penses nisso..." Zayn murmura.
"Como podes pedir-me isso agora?"
"Por mim. Não penses nesse assunto agora."
Os seus lábios são pressionados contra os meus, ainda que não chegue a formar um beijo. Os meus olhos fecham-se lentamente e o meu batimento cardíaco acelera quando o meu nome é pronunciado pela sua voz num tom doce e murmurado.
"Blair?"
"Sim?" Questiono contra os seus lábios.
"Beija-me."
Aproveito o facto de os lábios de Zayn estarem entreabertos para realizar o seu pedido. Os meus lábios molhados tocam nos seus e rapidamente os entreabro mais dando-lhe com isso mais acesso. Um choque de emoções percorre o meu corpo quando a sua língua toca na minha.
As minhas mãos pousam nos ombros e sinto os nossos corpos juntarem-se mais, quase como se desejassem desesperadamente. As suas mãos brincam com a beira da minha camisola e surpreende-me o facto de ele não ma despir. Sinto a sua força elevar o meu corpo leve e pousar-me de forma cuidada em cima da secretária.
Limito-me a abrir as pernas e a colocá-lo no meu meio. O seu toque volta para as minhas ancas, podendo com isso ajustar melhor o meu corpo ao seu. Um gemido baixo é sussurrado a meu ouvido deixando-me de uma forma indescritível.
Os seus gestos não me eram indiferentes, contrariamente ao que acontecia aos outros rapazes. Os seus gestos faziam o meu batimento cardíaco disparar e deixavam-me desconfortável, nervosa.
"Blair, para."
Zayn impede-me de continuar a chupar a pele do seu pescoço. Mais uma vez não consigo deixar-lhe um hematoma, tendo apenas de me contentar em beijar-lhe essa zona sensível.
"Tens fome?" Zayn questiona fixando o seu olhar no meu.
"Sim."
Zayn retira do seu bolso um pequeno chocolate e estaria a mentir se dissesse que não gostava. Abro o pacote barulhento de forma cuidada e apresso-me a trincar o doce produto que nele estava contido. Pego num pequeno quadradinho com cuidado e deixo-o derreter-se na minha boca, como sempre faço.
"Também quero." Zayn pede com um beicinho formado.
Sorrio e passo o chocolate pelos seus lábios rosados e bem realçados, mas sem o deixar morder. Os seus lábios, agora cobertos de chocolate, voltam a formar beicinho. Doces e curtas gargalhadas escapam-se por entre os meus lábios com a imagem adorável do homem que se encontrava à minha frente.
Acabo por não resistir e beijo-o. Enquanto isso, a minha mão irrequieta faz com que a bochecha de Zayn se suje com chocolate. A sua língua invade a minha boca à procura do componente doce.
Não lhe dou tempo de continuar pois logo mordo a sua língua. O beijo termina com isso e apresso-me a beijar a sua bochecha coberta por chocolate.
"Blair. Quero chocolate."
"E se eu te disser que vais ter de fazer alguma coisa para o mereceres?" Provoco com um grande sorriso.
"Eu roubo-te o chocolate."
"A mim não me parece." Deslizo o meu corpo pelo tampo da mesa, tentando-me afastar.
"A mim parece." Ele afirma após me retirar o pacote, com um sorriso vitorioso.
"Hey, eu estava a comer isso!"
"É a minha vez de comer." Ele ri-se, provando um pouco.
É a minha vez de seduzir.
Olho directamente nos seus olhos, ainda que os mesmos estejam a fixar o papel barulhento do chocolate. O meu lábio superior esconde-se atrás do inferior, formando com isto algo que estava que ele não resistisse: o beicinho.
"Zayn..."
Murmuro doce e aproximo-me mais dele. O seu olhar deixa de fixar o brilhante papel vermelho, passando agora para os meus lábios.
"Dá-me chocolate." Peço-lhe calmamemente.
Entreabro os meus lábios com expressão inocente estampada no rosto. O sorriso de Zayn faz as minhas mãos suarem e o meu coração acelerar. Todas estas sensações foram brutalmente estimuladas quando os seus lábios voltam a tocar nos meus.
O pequeno de chocolate é passado para mim quando os meus lábios, agora molhados, se entreabrem mais. Sorrio vitoriosa, parando o beijo e faço questão de baloiçar as minhas pernas para o demonstrar.
"Estás muito sorridente." Zayn comenta.
"Estou."
"Vem cá."
Aproveito agora que me aproximara dele para lhe roubar o chocolate.
Eu sou assim, gosto de ganhar sempre.
Zayn ri-se unicamente e envolve os seus braços à minha volta. O tecido suave da minha camisola é desviado um pouco e sinto os seus lábios pressionarem nessa zona, fazendo-me logo contorcer.
Eu adoro beijos no ombro.
"Consegues ser tão querido..."
Fecho os olhos, apenas me focando nos seus beijos e no quão bem me estavam a fazer sentir.
"Meu amor..." Zayn murmura, deixando-me anestesiada de emoções.
"Minha pequena..." As suas palavras sussurradas contra a pele do meu ombro faziam com que o nervosismo aumentasse.
"Minha tola..."
"Tua..." Afirmo com um sorriso parvo esboçado no rosto e ainda com o meu olhar fechado. Eu estava a aproveita o momento que sabia que não ia durar muito.
E como ultimamente, eu estava certa. O toque não tardou em soar, sobressaltando o meu corpo relaxado, quase adormecido, pelas palavras reconfortantes de Zayn.
"Tenho de ir." Zayn murmura.
"Boa aula."
Abro os olhos de forma lenta, semicerrando-os com a claridade que logo os atingiu. Por quando tempo os mantive fechados? A sensação é de horas mas sei que a resposta é uns meros minutos.
Estava demasiado bem no meu sonho para acordar para a realidade.
"Vem-me levar à sala."
"Claro."
Assinto com a cabeça e ajeito a minha camisola, ainda com a alça caída. O olhar de Zayn está colocado em mim deixando-me de certo modo confortável.
Existem várias coisas que eu gosto em Zayn. Existem vários pormenores que eu noto nele. Eu gosto quando ele admirava o meu corpo. Eu gosto quando ele mexe no seu cabelo negro, a toda a hora. Eu gosto quando ele morde o lábio inconscientemente. Eu gosto quando ele compõe as mangas da sua camisola, expondo mais as tatuagens, sem se dar conta.
Eu não compreendo todos estes pormenores mas admito que me fascina o modo como o faz. Zayn fascina-me só por si.
Os meus dedos penteiam os meus fios de cabelo e colocam os mais rebeldes e desobedientes atrás da orelha.
"Estás ótima."
Ambos saímos da sala de aulas e só eu sei o quão difícil foi esconder o sorriso. Os momentos que tivemos ainda há instantes teimavam em aparecer na minha cabeça e em repetirem-se vezes sem conta. Não me queria separar já dele mas como a sala de aulas era perto da que estivemos anteriormente, fora rápida a chegada.
"Boas aulas, Mr. Malik." Comento de forma educada, com receio que alguém olhasse para nós.
"Vai para as aulas, amor." Zayn olha em volta e ao reparar que ninguém se encontrava já no corredor beija a minha testa.
Observo-o entrar na sala respetiva à sua aula e um vazio, acompanhado por uma confusão entram em mim numa tempestade devastadora. Questiono-me o que fora que se passara há minutos atrás. Eu estava chateada com ele pela forma como me tratou, ele magoou-me e arrependeu-se, começando logo a beijar a minha pele como forma de desculpa.
Eu estava realmente confusa com toda esta situação e o vazio em mim era horrível. As palavras queridas que me eram dirigidas aqueciam o meu coração mas a dor por que ele me fazia passar arrefeciam a minha mente.
Ele é o oito e o oitenta em pessoa e eu sou a rapariga mais inconstante que existe à face da Terra.