Ela e eu

Από laresppereira

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Luísa sempre teve um olhar diferente para uma professora de sua faculdade. Quando finalmente consegue lhe ter... Περισσότερα

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Prólogo
I
II
III
IV
V
VI
VII
VIII
IX
X
XI
XII
XIII
XIV
XV
XVI
XVII
XVIII
XIX
XX
XXI
XXII
XXIII
XXIV
XXV
XXVI
XXVII
XXVIII
XXXIX
XXXX
XXXXI
Carta
:)
Informações

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Από laresppereira


Ana:

Carlos colocou um salto médio e branco nos meus pés. Não havia me visto no espelho ainda, pois Cecí me pediu para que ficasse de olhos fechados.

- Venha, vou te mostrar no espelho. - Levantei com ajuda de Cecí e me guiaram até o enorme espelho do quarto.

- Ai Meu Deus, devo estar horrorosa! - Falei antes de abrir os olhos.

- Você está linda! - Cecí disse firme.

- Pode abrir os olhos, Ana. - Voz grossa de Carlos ecoou no quarto e meu coração acelere.

Abri os olhos devagar.

Meu vestido era lindo, totalmente branco, levemente rodado e de mangas longas, como se fosse uma espécie de véu fino. O corpete liso e trançado atrás. A presilha do cabelo sustentava um véu fino e longo, que terminava na altura do vestido, não sendo exagerado. Era perfeito e eu estava com lágrima nos olhos.

- Está perfeito. - Falei em um sussurro.

- Meu Deus! Não posso chorar! - Cecí correu para o banheiro, provavelmente enxugar as lágrimas.

- Obrigada, Carlos. Ficou maravilhoso, eu nunca pensei que fosse gostar de vestidos assim, e de véu!

- Um véu fino para que não sentir que está exagerado. Mesmo que seja casamento na praia, ele está perfeito. E nem se preocupe com negócio de areia, caso suje, não terá prejuízo algum. - Ele sorriu.

- Muito obrigada.

Carlos tirou algumas fotos e depois Cecí reapareceu com a maquiagem retocada.

- Segure o choro, deixe isso para depois. - Pedi.

- Vou tentar. Agora vamos, estamos quase se atrasando.

Saímos do salão e entrei no carro mandado pela cerimonialista. Fomos até a praia Dunas, uma praia linda que Luísa e eu costumávamos ir.

- Aguarda um pouco, vou falar com a cerimonialista, pois sou madrinha. - Cecí beijou meu rosto e sorriu. - Você está linda, entre e deixe Luísa de boca aberta.

- Todos ficarão quando me ver no vestido.

- Sim, e vou estar acompanhando tudo.

Cecí mandou mais um beijinho e desceu do carro. Fiquei esperando por uns dez minutos, até quando a cerimonialista veio me chamar.

- Vamos, está tudo pronto. - Ela disse. - Você está linda.

- Obrigada.

Ela me ajudou a sair do carro e me levou até uma parte onde eu deveria entrar. Havia uma espécie de cortina de flores, cor-de-rosa e brancas. Fiquei com uma das funcionárias da cerimonialista ao meu lado enquanto ela se retirou.

- Está nervosa? - Assenti. - Não fique, relaxe, ela também está nervosa, temos que acalmar antes de entrar.

Respirei fundo algumas vezes e ela me olhou.

- Tudo certo.

A mulher sorriu, pegou um rádio-comunicador e informou:

- Agora.

- Pronto. - Alguém respondeu.

- Você vai passar por essa cortina de flores.

Quando eu passei, vi Luísa lá na frente, atravessando outra cortina de flores. Meu coração acelerou e eu não consegui mais me mover depois de vê-la.

***

Luísa:

Meu vestido caiu ótimo em meu corpo de cerveja. O corpete inteiramente de renda e meio transparente, com a saia branca e detalhes de renda, e ainda um véu enorme, bem maior que o vestido, fino e elegante, que prendia no cabelo. Me olhei no espelho mil vezes, mas estava tão nervosa que estava achando o vestido horrível.

- Lu, está perfeito! Não está feia!

- Claro que estou, o vestido é lindo, ficou lindo, mas... - Sentei na cama e suspirei. - Na verdade estou nervosa e confusa.

- Não vai andar para trás, né? Pelo amor de Deus!

- Preciso dar uma volta. - Falei ofegante.

- Tire o vestido, coloque o roupão e dê algumas voltas aqui no salão, te darei dez minutos. - Ela disse e me ajudou a retirar o vestido. - Não demore, nem fuja.

Assenti, apertei o roupão e saí da suíte. Andei pelo segundo andar do salão, para o lado e outro, tentando normalizar a respiração e ficar menos nervosa. Entrei em um cômodo onde havia vários vidros de shampoo e outros produtos, provavelmente o estoque do loca. Puxei um banco e me sentei naquele local apertado e escuro, iluminado apenas pela luz do sol que entrava por uma pequena janela.

- Calma, Luísa, calma... - Falei para mim mesma.

Lembrei do passado, de tudo que enfrentamos juntas, das brigas, das noites em claro na sua cama, dos beijos escondidos dados no estacionamento da universidade, das festas, da minha formatura, do pedido de casamento, de viagens e de muitas outras coisas.

Encarei meu celular e faltavam 40 minutos para a minha entrada na praia, e eu ainda estava sem o vestido. Minha ansiedade aumentou e mandei mensagem para Fernando.

"Estou com medo"

"Meu amor, não tenha medo, vocês já são felizes e agora serão mais ainda"

"Estou com medo, assustada, nervosa, de roupão e dentro de um depósito do salão"

"Acabei de chegar no local da festa, mas posso ir no salão lhe acalmar. Cadê Raquel?"

"Na suíte, ela me deu dez minutos para me acalmar, acho que meu tempo acabou"

"Luísa, pode vir sem medo. Eu imagino que um casamento deixe a pessoa assustada e com medo, você é mais nova e sua vida está a todo vapor, mas por favor, venha logo."

"Vou me acalmar mais, voltarei ao quarto"

"E não se atrase, quero encher a cara de bebida e pegar todas as mulheres da festa"

"Se tocar na minha esposa ou na minha mãe, eu faço picadinho e sirvo na noite de núpcias"

"Ela só vai ser sua esposa se você chegar aqui, de vestido branco, um buquê nas mãos e um sorriso no rosto"

"Ok, chato"

"E eu sou picanha, não carne para picadinho"

Acabei rindo e voltei a suíte, extrapolando cinco minutos.

- Pensei que tivesse fugido, eu já ia dar na sua cara em deixar minha irmã plantada. - Raquel falou nervosa. - Vamos, venha se vestir.

Me vesti rapidinho, ajeitei tudo, tirei algumas fotos e bateram na porta.

- Estamos atrasadas! - Raquel disse abrindo a porta.

- Oi! - Fernando enfiou a cara na porta e ficou boquiaberto. - Caralho!

- Isso é bom? - Perguntei nervosa.

Fernando entrou e Raquel fechou a porta, sorridente. Fer se aproximou, ajoelhou-se e disse:

- Luísa, eu aceito casar contigo.

- Deixe de ser besta! - Dei um tapinha em seu ombro e ele levantou, me dando um beijo no rosto. - Estou atrasada.

- Relaxe, ela ainda nem chegou lá. Vamos com calma. Está menos nervosa?

- Sim, obrigada a vocês dois.

- Era nossa obrigação ajudar com o casamento. - Raquel disse ficando ao lado de Fernando.

- Verdade, somos padrinhos.

- Cale a boca, você só contratou o cara da bebida, mal ajudou. - Raquel falou dando um tapa no ombro dele.

- Se não fosse por mim, iríamos beber água. Agradeça, Raquel.

Nós saímos do salão e seguimos para a praia onde seria o casamento. Fernando havia ido em seu carro, então ele entrou logo para sentar em uma das cadeiras. Raquel me acompanhou no carro, então beijou minha mão e sorriu:

- Você está linda. Boa sorte. Arrase.

- Obrigada.

Ela desceu e aguardei uns dez minutos no carro. A cerimonialista veio atrás de mim e pediu que lhe acompanhasse. Fiquei atrás de uma cortina de flores, enquanto uma funcionária entrou no local da mulher e ficou ao meu lado.

- Ana está nervosa, então não podemos entrar agora, vamos esperar que se acalme.

- Ana nervosa? Consegui deixar aquela mulher nervosa? Caramba!

- Pelo visto sim. - Ela riu e ajeitou meu buquê. - Ela está linda.

- Qual a cor do terno?

- Hum, acho que branco, com gravata de renda. - Ela falou me encarando. - Gravata linda.

- Não acredito que ela deixou de ganhar uma viagem de graça.

- Como assim?

- Um dos padrinhos falou que caso ela entrasse de vestido, pagaria nossa lua-de-mel.

- Gente, eu usaria vestido todos os dias. - Ela falou e acabei rindo. - Pronta?

- Sim.

Ela pegou o rádio-comunicador e recebeu uma mensagem.

- Agora.

- Pronto. - Ela me olhou e sorriu. - Atravesse a cortina de flores.

Ela ajeitou meu véu atrás e se afastou rapidamente.

Atravessei a cortina e ela estava me encarando, usando um longo vestido branco, um pouco rodado e com véu no cabelo. Meu coração acelerou tanto, que pensei que fosse ter um ataque cardíaco.

Dei um passo e notei que ela demorou alguns segundos para andar, então caminhamos o pequeno caminho de espelhos que estavam no lugar do tapete vermelho. Nos encontramos na metade e sorrimos para a outra, estávamos bem próximas e eu queria agarra-la ali mesmo.

- Você está mais linda do que já é. - Ana disse baixinho e meu sorriso alargou mais.

- Estou surpresa e mais apaixonada do que já sou.

Viramos para frente e ainda havia um caminho até a frente, onde passaríamos pelos convidados que estavam sentados e os padrinhos que estavam lá na frente: Raquel e Fernando, Cecília e Marcelo.

Andamos até a frente, juntas, Ana segurou minha mão durante o caminho. Ficamos ao lado da outra, uma juíza de paz do cartório ainda falou algumas coisas e logo aceitamos, dizendo SIM.

- Eu fiz os votos de casamento. - Falei.

- Pode falar seus votos. - A juíza disse.

Raquel me deu um papel pequeno e me concentrei para não gaguejar ali sob seu olhar.

- Desde quando nos conhecemos lá no começo da faculdade, meu crush por você surgiu de forma inexplicável, eu jurava que estava ficando louca, eu gostar de mulher?! Mas aí eu realmente gostava de mulher, e de você. Nosso início de namoro foi uma coisa bem complicada. Lembra quando você insistia em dizer que era apenas S, E, X, O? - soletrei e todos riram. - Então, acho que não. Depois de muita briga e confusão, começamos a namorar, brigar, namorar e finalmente você me pediu em casamento. Ficamos quase um ano enlouquecendo com coisas da festa, tentando ocultar coisa da outra e isso foi, apesar de difícil, bem divertido. E é por isso que estou aqui, se for para passarmos por coisas complicadas, difíceis, divertidas, maravilhosas, que estejamos juntas, casadas e... Eu te amo muito.

Ana estava com lágrimas nos olhos e eu ri, nunca imaginei vê-la se emocionar daquela forma.

- Seus votos, Ana. - A juíza pediu.

Ana arregalou os olhos para mim e olhou para a juíza. Todos riram e eu também, mas queria mata-la ali mesmo. Mesmo assim, ela pegou o microfone.

- Você é a primeira pessoa daqui a saber que eu não sei muitas coisas sobre casamento, então espero seu perdão por não ter feito votos em um papel, mas na verdade, eu só quis te pegar de surpresa e fazer algo improvisado. - Todos riram. - Naquela época que começamos tudo, eu realmente não queria admitir que queria você só pra mim, mas também não queria formar um relacionamento sério. Quando notei que poderia lhe perder, caiu a ficha. Estamos juntas por todo esse tempo e eu só quero agradecer por ser minha melhor amiga, uma irmã, que confiamos muito na outra e que continuemos assim durante o casamento, que o companheirismo e brincadeiras não acabem nunca, que a gente renove nosso relacionamento e que, eu prometo a você, não te largar nunca mais depois desse sim.

Ela sorriu e devolveu o microfone.

- A noiva pode beijar a noiva. - A juíza sorriu.

Peguei Ana pela cintura e lhe puxei, beijando igual aquelas cenas de filme que o homem apoia a mulher quase deitada em seu colo e lhe beija. Eu fiz igual, sob a pôr-do-sol. Nos ajeitamos de frente para o fotógrafo registrar algumas fotos e começamos a sair.

A festa começou e a pista de dança foi liberada. Ficamos cumprimentando e tirando fotos com todos os convidados, até que minha mãe se aproximou.

- Vocês estão lindas! - Ela disse passando a mão no meu rosto e no de Ana. - Foi o casamento mais lindo que eu fui!

- Obrigada, a senhora que é maravilhosa! - Ana respondeu. - Só tenho que lhe agradecer pela linda filha que tem.

- Vocês vão me fazer chorar!

Tiramos algumas fotos ainda com o restinho do pôr-do-sol. Depois que mamãe saiu, Raquel e Cecília, que já haviam tirado mil fotos como madrinhas, se aproximou.

- Queremos fotos agora como casal, sem o Marcelo e Fernando. - Raquel disse se posicionando ao lado.

Tiramos mais trocentas fotos até que o fotógrafo avisou que precisaria ir ao banheiro rapidinho.

- Vou matar Ana e Cecí. - Raquel disse beliscando as duas.

- Que foi, louca?

- Você usando vestido! Eu nunca imaginei isso!

- Muito menos eu! - Fernando se aproximou com um copo de drink. - Está linda, Ana.

- E você pobre, vai ter que pagar nossa lua-de-mel. - Ela respondeu e todos riram.

- Isso é sem graça, você usou só para ganhar a viagem?

- Ah, é uma longa história, depois eu conto.

Ficamos conversando mais algumas coisas sobre a hora do casamento, até que vimos a mãe de Ana se aproximar. Raquel, Cecília e Fernando se retiraram rapidamente. Dona Sônia estava com um vestido longo de cor clara, ela estava com um rosto sério, mas logo deu um sorriso discreto.

- Parabéns pelo casamento.

- Obrigada. - Falamos juntas.

- Não vi a senhora durante a cerimônia. - Ana disse mais baixo.

- Eu sentei na lateral, um pouco mais atrás do que era para estar. Não queria estragar o momento de vocês.

Agradeci mentalmente por não ter visto a cara de bosta dela durante o casamento, mas continuei sorrindo para ela, tentando afastar os pensamentos que eu tinha da mulher.

- Obrigada por ter vindo, Ana estava querendo muito a sua presença. - Eu falei.

- Não perderia o casamento da minha filha, mesmo que seja algo que eu não concorde muito. - Ela balançou os ombros.

- Posso tirar algumas fotos? - O fotógrafo interrompeu.

Dona Sônia se aproximou e tirou algumas fotos com a gente e depois apenas com Ana. Logo me aproximei novamente.

- Luísa, você está feliz? - Perguntou e eu assenti com um sorriso que estava mais do que óbvio. - Filha, e você?

- Mais do que nunca.

- Isso é o que importa. Com licença, vou pegar alguma coisa para beber.

Ela saiu quase desfilando (e descalça, como a maioria dos convidados estavam) pela areia. Olhei para Ana e ela tentava segurar lágrimas.

- Vai borrar a maquiagem, amor.

- Vamos na suíte que deve estar em algum canto daqui? - Ela disse sorrindo de lado.

A cerimonialista nos levou até um local próximo da festa, uma pousada. Havia um quarto reservado para nós, com algumas comidinhas, bebidas e uma cama enorme, com mais duas roupas para trocarmos depois. Tranquei a porta enquanto ela retirava os saltos, a imitei.

- Nosso casamento foi o mais lindo. - Falou prendendo minhas bochechas entre suas mãos. - Amo você.

- Eu queria que aquele momento durasse para sempre.

- Eu também... Mas temos uma vida inteira pela frente.

- E eu tenho uma vida inteira para brigar por conta dos votos. - Ergui o peito e ela riu, me abraçando.

- Eu te amo, não esqueça disso. - Ela me soltou e pegou alguns salgadinhos na mesa de comida. - Aliás, os meus votos foram melhores.

- Como é? - Abri a boca surpresa e ela riu de bocha cheia. - Meça suas palavras.

- Ei, preciso te contar uma coisa. - Ela disse sentando na cama e eu fui buscar água para nós na mesa.

- O que?

- Cecí vai fazer uma surpresa para Raquel na hora que jogarmos o buquê.

- Surpresa de que tipo?

- Casamento, ué. - Sorriu com olhos brilhando. - Minha maninha também vai casar.

- Ela nem aceitou ainda.

- Deixe de ser chata! E se Raquel recusar, teremos picadinho de loira tingida no buffet dessa festa.

- E que horas a gente volta para dançar? - Questionei.

- Depois de transar. - Ela levantou e foi pegar docinho.

- Ai, quero dançar, amor.

- Nossa, trocando sexo por comida, que moral, hein? - Disse rindo. - Quer logo trocar de roupa?

- Por favor, este vestido está pesando.

- Eu sei, o meu então! - Ela falou virando de costas, pedindo que eu descesse o zíper.

- Amor, você pode usar esse vestido depois, na noite de núpcias?

- Acho que sim, mas por qual motivo eu o colocaria de volta?

- Vamos dizer que eu vou me vingar das calcinhas rasgadas. - Pisquei.

- Você num é louca, essa porra custou caro pra caralho! - Ana arregalou os olhos e eu ri. - Tenho nem ideia de quanto custa os danos desse negócio.

- Eu trabalho dobrado só para pagar o estrago.

- Luísa, você apenas assinou um papel e enfiou uma aliança no dedo, não bateu a cabeça e ficou rica não!

- Vamos pra festa, quero beber!

- Certo, deixa eu colocar o macacão.

Ana vestiu um macacão longo, branco e liso, com decotão enorme nos seios e nas costas. Eu preferi um vestido curto, no meio das coxas, mas sem decote, mas era lindo. A cerimonialista havia pedido para usarmos roupas leves após as fotos, pois os vestidos na areia ficariam sujos e pesados demais.

- Vamos dançar, depois jogaremos o buquê. - Ela disse enquanto jogava os sapatos de lado e ficava descalça igual a mim.

- Vamos só comer mais um pouco.

Depois de forrar o estômago, voltamos para a festa e começamos a dançar com nossos amigos. A banda era ótima, bem animada e cantava todos os tipos de músicas, inclusive ritmos diferentes.

- Amor, o buquê. - Falei puxando Ana que rebolava até o chão com as diretoras do curso de Direito.

Ana segurou minha mão e lhe arrastei até onde o microfone e a banda estavam.

- Queremos agradecer a presença de todos, vocês são especiais para a gente de alguma forma e queríamos dividir esse momento, e aqui estamos. - Ana começou a falar e segurou minha mão.

- Também queremos agradecer a nossa família, por nos apoiar, e nossos amigos pro ajudarem na nossa história e no casamento, vocês são fodas e amamos vocês. - Falei usando outro microfone.

- Agora vamos jogar os buquês, primeiro será o da Luísa, depois o meu. Por favor, as solteiras ou que estão namorando, vir aqui a frente.

Ana deu uma afastada e eu me virei, algumas mulheres se aproximaram e eu joguei o buquê. Quem pegou foi Raquel, todos riram e ela ficou envergonhada.

- Agora vou jogar o meu! - Ana disse.

Cecília chegou atrasada e só conseguiu participar do segundo buquê, e nem viu Raquel segurando o outro. Quando Ana jogou, Cecí segurou o buquê quase dando tapas em outra mulher.

- Isso é marmelada! - Fernando gritou de longe.

Raquel se aproximou de Cecília e retirou uma caixinha de dentro do buquê, da qual ela havia enfiado depois de pega-lo. Cecília ficou boquiaberta e vi que estava nervosa. Ana e eu nos aproximamos de mãos dadas.

- Agora é a nossa vez. - Raquel se ajoelhou e perguntou: - Cecí, você aceita casar comigo?

Cecília começou a rir e dar alguns pulinhos, então entregou o buquê que segurava para Ana e mostrou outra caixinha, se ajoelhou e fez a mesma pergunta:

- Raquel, você aceita casar comigo?

As duas começaram a rir enquanto os convidados gritavam e aplaudiam. As duas trocaram alianças, usando duas de noivado e nos abraçaram.

A banda logo voltou a cantar e eu puxei Ana para uma mesa reservada para nós duas. Uma funcionária da cerimonialista trouxa comida e bebida para nós e ficamos observando todos da festa. O Sol já havia ido embora, mas a festa estava longe de terminar.

- Hum, e que surpresa foi essa de Raquel e Cecília? - Perguntei.

- Eu sabia de Cecí, mas não podia contar.

- E eu sabia de Raquel e também era segrego. Foi divertido.

- Demais! Nem acredito que minha irmãzinha vai casar e com uma mulher.

- Acho que sua mãe sofreu um ataque quando viu a cena, viu?

- Para falar a verdade não a vi mais. - Olhei pelo salão e encontrei a mulher conversando com uma outra mulher, as duas riam muito. - Meu Deus, espero que mamãe não beba muito.

- Porque?

- Se ela beber e pegar uma mulher, é capaz de se matar e não admitir que é gay. - Ana observou as duas e me encarou: - Essa convidada foi minha orientadora na faculdade, ela é lésbica, entenda o que estou falando.

- As duas são amigas?

- Hum, sim. Na época, mamãe lecionava na universidade, as duas se conheciam, mas mamãe não tinha muita aproximação dela por medo de ser infectada com o vírus gay. - Revirou os olhos.

- Não vamos falar disso, hoje é um dia maravilhoso, que vai ficar marcado entre nós. - Beijei sua mão e lhe dei um selinho.

- Estou louca para ir ao hotel, para nossas núpcias.

- Porque? Quer transar tanto assim?

- Não, tenho uma surpresa pra você. - Ela disse virando o restante de champanhe. - Mas apenas no hotel.

- Meu Deus, você fez um quarto do sexo igual ao Christian Grey. - Arregalei os olhos e ela riu, negando.

- Não, amor, isso é no nosso apartamento. - Ela piscou e beijou meu rosto. - Vamos dançar, temos muita coisa para comemorar hoje.

***

Após a festa, ou quase no final, Fernando nos levou até o hotel onde passaríamos o restante da noite, por já ser 4h da manhã.

- Boa lua-de-mel! - Ele disse sorrindo. - Na volta prestamos contas.

- Pode deixar. - Ana piscou e o abraçou.

- Vamos ficar poucos dias, relaxe. - Beijei seu rosto e o abracei.

Entramos no hotel da orla, fizemos check-in e subimos para o quarto. O hotel havia colocado algumas pétalas de rosas na cama, champanhe com alguns chocolates sobre uma mesa e um cartão desejando felicidades para nós.

- Caralho, não aguento mais beber álcool. - Ana disse abrindo uma cerveja do frigobar e bebendo.

- Muito contraditória. - Me aproximei e lhe dei um selinho.

- Ah, você viu aquele papel? - Ela apontou para a cama e tinha um envelope amarelo.

- O que é isso? - Me aproximei e peguei. - Já é um processo? Contra quem?

- Um processo que vai demorar um pouco. - Ela deixou a latinha no balcão, se encostou no mesmo e cruzou os braços.

Abri o envelope um pouco nervosa e assustada. Quando li o papel que estava dentro, tinha o nome de uma clínica de inseminação artificial.

- Temos uma consulta daqui a quinze dias. Vamos analisar os currículos dos doadores de esperma, escolher e começar o processo de tratamento. - Ela disse enquanto eu continuava olhando o papel.

- Ana...

- Daqui um tempo, seremos mamães.

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