Perseguindo Estrelas

By Lay_Freire

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Harry e Isabella eram amigos inseparáveis desde crianças, dividiam a mesma barraca no quintal à noite para ad... More

INFORMAÇÕES
BOOKTRAILER
EPÍGRAFE
DEDICATÓRIA
PRÓLOGO
CAPÍTULO UM
CAPÍTULO DOIS
CAPÍTULO TRÊS
CAPÍTULO QUATRO
CAPÍTULO CINCO
CAPÍTULO SEIS
CAPÍTULO SETE
CAPÍTULO OITO
CAPÍTULO NOVE
CAPÍTULO DEZ
CAPÍTULO ONZE
CAPÍTULO DOZE
CAPÍTULO TREZE
CAPÍTULO QUATORZE
CAPÍTULO QUINZE
CAPÍTULO DEZESSEIS
CAPÍTULO DEZESSETE
CAPÍTULO DEZOITO
CAPÍTULO DEZENOVE
CAPÍTULO VINTE
CAPÍTULO VINTE E UM
CAPÍTULO VINTE E DOIS
CAPÍTULO VINTE E TRÊS
CAPÍTULO VINTE E QUATRO
CAPÍTULO VINTE E CINCO
CAPÍTULO VINTE E SEIS
CAPÍTULO VINTE E SETE
CAPÍTULO VINTE E OITO
CAPÍTULO VINTE E NOVE
CAPÍTULO TRINTA
CAPÍTULO TRINTA E UM
CAPÍTULO TRINTA E DOIS
CAPÍTULO TRINTA E TRÊS
CAPÍTULO TRINTA E QUATRO
CAPÍTULO TRINTA E CINCO
CAPÍTULO TRINTA E SEIS
CAPÍTULO TRINTA E SETE
CAPÍTULO TRINTA E OITO
CAPÍTULO TRINTA E NOVE
PERSEGUINDO ESTRELAS
EVOLUÇÃO DAS CAPAS
AGRADECIMENTO+SEGUNDO LIVRO

CAPÍTULO QUARENTA

978 99 164
By Lay_Freire

Meus pés estavam me matando, apesar de ter pego um táxi até aqui. As sandálias deixaram bolhas debaixo dos meus dedões, e suas tiras marcaram meus tornozelos. Me abaixo e me desfaço delas, traçando o resto do caminho carregando as sandálias na mão.

Eu corri pelo parque e encontrei Harry sentado na grama de costas para mim. Ele estava jogando pedrinhas na beira do Rio Avon.

1 círculo.

2 círculos.

3 círculos se formavam na água.

Me aproximei dele e senti uma coisa estranha quando Harry virou o corpo e olhou para mim. Eu estava com o envelope negro em mãos e disposta a contar tudo, não posso deixá-lo ir embora assim.

Encaro Harry exigindo uma explicação. E indo contra tudo o que imaginei que ele fosse fazer, Harry simplesmente revirou os olhos com uma expressão divertida e largou as pedrinhas na grama.

— Porque não me contou? — perguntei estudando seu rosto.

Harry levantou e com o olhar no chão ele percorreu os poucos passos que nos distanciavam um do outro. Harry estava estranho, eu vi nervosismo e algo a mais no seu olhar que eu não pude identificar.

— Me desculpe, Isabella — ele disse. — Eu sei que não sou o Enrique.

— Eu sei disso.

Harry passou os dedos pelos cabelos e soltou um longo e pesado suspiro.

— Eu não fazia ideia de como me aproximar de você novamente. — Ele engoliu em seco, sem deixar de ver meu rosto. — As cartas foram o único jeito que encontrei — ele ri, nervoso.

Se Harry pudesse ouvir como meu coração bateu naquele momento... fiquei até com as mãos geladas.

Isso tudo é tão estranho.

Pensei que Harry havia se aproximado de mim por eu ser a única que o tratava diferente. Na minha cabeça isso soava como: Isabella é minha irmã mais nova. E ele me fez acreditar nisso por anos.

E, é por isso que a única certeza que tive durante todo esse tempo era que Harry nunca perdeu uma oportunidade de me deixar confusa.

— Me odeia? — pergunta ele.

Você só pode estar brincando, Harry!

Faço um não com a cabeça e encolho os ombros. Quero contar-lhe a verdade, mas toda vez que tento me armar de coragem minha língua decide ficar presa e as palavras simplesmente não querem sair.

Faz anos que não te vejo só como meu amigo, Harry.

Harry me encara surpreso, os olhos verdes brilhando. E assim percebo que falei isso em voz alta, e não somente nos meus pensamentos. Escondo o rosto nas mãos, ignorando completamente o modo como ele me olhava sem piscar.

Respiro fundo, desejando que aquilo não fosse mais uma de minhas alucinações. Afasto meus dedos e encaro o converse branco nos pés de Harry, os jeans desbotado rasgado nos joelhos, a camisa branca e a camisa xadrez vermelho e preto amarrada na cintura, e por fim seu rosto. Lentamente um sorriso se formou nos lábios de Harry, e quase grito de felicidade ao mesmo tempo em que o ar ameaçava deixar os meus pulmões.

Dou-lhe um sorriso fraco.

— Como soube que eu estava aqui? — Harry levantou uma sobrancelha.

— Liguei para Emma — minha voz soou um pouco estranha. — Ela me contou.

— Emma sempre me surpreende.

Eu ri.

— Vai ficar? — pergunto, mesmo que já saiba da resposta.

Foi a vez de Harry rir.

— Não. Talvez eu fique por mais duas horas, ou vinte minutos. O nosso vôo atrasou. — Disse Harry a guisa da explicação. — Minha mãe ficou no aeroporto para ter notícias de quando vamos decolar. Mas eu gostei desse atraso.

Harry levantou a mão e tocou a ponta do meu nariz com o dedo. Sinto novamente aquele frio na barriga e as borboletas se agitarem no meu estômago ao ouvi-lo dizer:

— Posso ficar com você por mais tempo.

Apesar das circunstâncias, sorri.

★★★

Harry pousou o queixo no meu ombro. Havia anoitecido e eu estava sentada na grama entre as pernas dele, o céu escuro e estrelado acima de nós.

— Eu vou sentir saudades — murmuro baixinho.

E sei que Harry ouviu, pois ele esticou o braço e pegou minha mão, entrelaçando-a com seus dedos.

— Eu também — ele sussurrou e apoiou a bochecha sobre minha cabeça, seus braços quentes me envolvendo. — Izza?

— Hmm. — Digo, brincando com uma linha na manga da camisa dele.

— Uma vez meu pai me disse que as estrelas são como anjos. Na época eu não conseguia entender direito, e eu ria. Eu não entendia como uma estrela que estava a milhões de quilômetros de distância da terra poderia cair e se transformar em um anjo.

"Eu imaginava pessoas caminhando pelas ruas com asas brancas como as nuvens no verão e com algum tipo de brilho intenso escondido, mas nunca vi ninguém assim. Um tempo depois eu entendi. Não eram anjos, eram pessoas normais. Você é minha estrela, Izza. Você é tão igual e tão diferente de mim, que foi capaz de transformar a minha vida."

"Quando nos mudamos para a casa ao lado da sua, eu não sei o que vi em você. Não sei o que vi naquela menina de tranças e blusa dos Teletubbies. Mas algo em você parecia brilhar tanto, que eu até cheguei a pensar que você seria capaz de ofuscar a estrela Sírius. E hoje eu agradeço a Deus, que entre bilhões de estrelas no universo eu tive a sorte de conhecer a mais brilhante."

"Lembra que eu gostava de rabiscar os meus cadernos? Eu costumava fazer desenhos de como eu queria que fosse o céu no inverno, e se as estrelas fossem de outras cores. E meu pai me dizia que se elas fossem diferentes não seriam as estrelas que conhecemos. Então você vinha e me dizia que os desenhos eram bonitos demais para ficarem debaixo do meu travesseiro."

"Isabella, você me ensinou a buscar tudo o que tivesse abaixo das estrelas. E sou imensamente grato por ter te conhecido."

Uma melodia chegou aos nossos ouvidos, é o celular de Harry. Ele se contorce um pouco atrás de mim e puxa o aparelho do bolso. Fiquei calada.

— Preciso ir — disse ele com uma voz melancólica, acariciando meus cabelos distraído.

— Agora?

— Minha mãe avisou que o nosso vôo sai daqui a duas horas. Preciso chegar no aeroporto antes das oito.

Viro-me para Harry e ele abre um sorriso triste. Por impulso jogo meus braços em volta de seu pescoço. Harry enterrou o rosto em meu pescoço e me abraçou apertado.

— Eu queria que o tempo tivesse parado — digo baixinho. — E eu odeio o relógio por me mostrar que isso é impossível.

— Eu também. Não deveria nem ter trazido o celular, assim as estrelas nos mostrariam quando ir embora. Izza, rápido. Olha lá. Faz um pedido.

Tão rápido quanto a estrela apareceu e foi embora, eu fiz o meu pedido. Abro os olhos e me afasto um pouco de Harry, sentando de frente para ele em cima dos meus próprios pés.

— O que você pediu?

— Se eu contar terei que te matar, Harry — eu disse. — E você o que pediu?

— Eu não posso contar — ele disse. — Mas posso mostrar se quiser.

Quando meu olhar encontrou o de Harry, eu não sei o que aconteceu comigo. Mas vi algo em seus olhos que eu gostaria muito de decifrar. O vento soprava meus cabelos, e as árvores viraram uma confusão de riscos e cores. E de repente, eu não sabia mais para onde olhar, esqueci o que havia ido fazer ali, parecia que só o meu corpo estava aqui e minha mente decidiu vagar pelos arredores do parque.

Sinto meu coração acelerar, meu estômago está revirado e estou ansiosa com o modo como Harry olha para mim. E então eu perdi o rumo dos meus pensamentos quando ele se inclinou e me beijou, sua boca tocando a minha com carinho.

Uma chama dentro de mim acendeu e incendiou por todo o meu corpo quando nossos lábios se encaixaram. Harry afundou a mão no meu cabelo, e com a outra me puxou para mais perto.

Por um breve momento senti uma mistura de felicidade e medo de que aquilo não fosse real.

Mas é real.

É tão real que senti nossa respiração em sincronismo, como se eu inspirasse e Harry expirasse. Estávamos dentro de uma bolha só nossa, e ainda assim nada era suficiente. A pele não era suficiente, o toque não era suficiente, a saliva não era suficiente.

E o tempo que tivemos não foi suficiente.

Harry separa nossos lábios e encosta sua testa na minha. Tento acalmar meus batimentos, que parecem chegar até os meus ouvidos. Eu acabei de beijar Harry Schofield, e ele está a alguns minutos de me deixar aqui sozinha.

Harry esboçou um sorriso torto. Depois ele traçou o percurso da minha bochecha até os meus lábios com o polegar. O carinho fez todos os pelos da minha nuca se eriçarem. E esse é o tipo de coisa que eu achei que morreria sem sentir.

— Eu preciso ir — ele sussurrou, afastando-se um pouco de mim.

Toquei minha boca com a ponta dos dedos, eu não olhava mais para Harry.

— Izza? — ele chamou. — Queria te pedir uma coisa.

Eu pisco, Harry está sorrindo para mim.

— Okay — assenti.

— Quando sentir saudades olha para o céu e procura a estrela que carrega o seu nome. — A voz dele foi assumindo um tom mais suave. — Eu vou fazer o mesmo, e assim não vamos estar tão longe um do outro.

Nós ficamos sentados em silêncio, e nenhum dos dois ousava se despedir. Eu simplesmente não conseguia parar de olhar para ele. Eu queria guardar na minha mente todos os detalhes de seu rosto. Seus olhos verdes, que eu sempre via um brilho diferente quando olhava para o céu a noite, seus cabelos levemente cacheados que viviam sempre desarrumados, o deixando mais bonito do que ele já é, e as suas covinhas.

Ah, meu Deus. Harry é muito mais do que meu ex-vizinho gostoso.

Ele sempre foi o P.E.

E agora que eu finalmente percebi isso, tenho que vê-lo ir embora.

Levanto da grama e Harry faz o mesmo.

— Se eu pedir para você fazer uma coisa por mim, você faria? — Quando tive certeza de que Harry prestava atenção, respirei fundo e tirei o colar com o pingente de estrela do meu pescoço. Harry deixou transparecer toda a confusão em seu olhar. — Fica com o colar. — Eu disse. — Assim você não tem motivos para esquecer de mim. E vou ter certeza de que vai voltar para me devolver.

Coloquei-o nas mãos dele e envolvo-as com as minhas. O olhar de Harry prendeu em mim como na noite em que ele invadiu meu quarto pela primeira vez.

Eu olhei dentro de seus olhos verdes. Saudades não chegava nem perto de descrever o que eu sentia correr pelas minhas veias.

Harry guardou minha correntinha dentro do bolso traseiro de seu jeans e se inclinou para me abraçar.

— Traga o colar de volta — murmurei no seu ouvido, e senti meu coração bater mais rápido.

E imagino que Harry tenha sentido o mesmo que eu, quando encostou sua testa na minha. Vejo um leve sorriso escapar de seus lábios, e suas covinhas aparecem.

— Eu vou voltar.

Harry beijou minha testa duas vezes. E com cada beijo ele murmurou uma palavra.

Foram dois beijos.

E duas palavras.

— Eu prometo — escapou por seus lábios.

Foi a nossa despedida.

E, por alguma razão inexplicável, eu sinto que não devo olhar Harry Schofield partir.

Oiee, meus amores.
Obrigada por terem lido
Espero que tenham gostado ❤

Tô muito ansiosa pra saber o que vocês acharam. Principalmente sobre o beijo mais esperado do ano.
Pra vocês terem uma ideia, eu nunca na minha vida tinha escrito uma cena de beijo. Então me desculpem se não ficou muito bom.

E talvez, no próximo "capítulo" eu traga uma boa notícia pra vocês haha

Beijinhos de gliter meu amores
😘😘😘

Ah, e não esqueçam de comentar.
Adoraria saber o que acharam desse capítulo.

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